Fanfic: Inalcançável ...

O despertador tocou e tive que acordar. Só de pensar que era o primeiro dia de aula do terceiro colegial, me deu frio na barriga. O primeiro dia de aula do meu último ano na escola. Por incrível que pareça, eu não quero sair da escola. Não me sinto preparada para entrar em uma faculdade e ser uma garota responsável. Os anos escolares me passaram como um rápido filme pela cabeça e sem nem ter começado o último ano da escola, eu já fiquei com saudades.
Levantei da cama em meio a esses pensamentos e fui lavar o rosto e escovar meus dentes. Coloquei o uniforme da escola, arrumei meus cabelos em um meio rabo e desci para a sala de jantar onde meus pais já tomavam o café da manhã.
- Bom dia filha, preparada para o primeiro dia de aula? - perguntou meu pai sorridente.
- É, acho que vou me acostumar a ser o último primeiro dia de aula na escola - tentei abrir um sorriso.
Sentei do lado de minha mãe e tomei só um suco pois estava sem fome. Esperei meu pai acabar de comer e então ele me levou pra escola.
Chegando lá, dei de cara com Maite olhando no painel de salas, que quando me viu armou um sorriso.
- Oi amiga - me dando um abraço - Ainda bem que a sala continua a mesma do ano passado, todo mundo junto de novo.
- Que bom, Mai! Qual é a nossa sala?
- Sala 25, no segundo andar.
- Vamos subir então?
- Vamos! Estou louca pra ver os alunos novos - rindo.
- Se controla, Maite - eu disse rindo da cara dela.
- Vou tentar, vou tentar - gargalhando e me puxando pra subir as escadas correndo.
Chegamos na sala de aula e já haviam algumas pessoas lá dentro. Quando entramos, todos abriram um sorriso e vieram nos cumprimentar. Quando o sinal tocou, eu e Maite sentamos no canto da sala, no fundo, perto da janela.
- Será que a Any não vai vim hoje, Dul?
- Você conhece a preguiça da nossa amiga, Mai. Tenho certeza que não vai vim hoje.
As pessoas que faltavam começaram a entrar na sala. Mas algo me chamou bastante a atenção. Haviam dois meninos novos na nossa classe. Maite não perdeu tempo e logo me deu um beliscão no braço pra chamar minha atenção para os garotos extremamente lindos entrando na sala. Não pude conter a risada pela cara de babona da minha amiga.
- Acorda Mai! - tentei chamar sua atenção, mas ela estava ocupada demais admirando os meninos se dirigindo para o outro canto e sentando no nosso rumo.
- Amiga! É um mais lindo que o outro.
- Mai! - disse em tom de reprovação - Por favor, pare de olhar, eles vão perceber.
Ela começou a rir e apenas me respondeu:
- Eles já perceberam, Dul!
Quando olhei na direção dos garotos, os dois olhavam fixamente para nossa direção. Eu senti meu rosto corar de vergonha e abaixei a cabeça depressa tentando disfarçar. Mas quando se está com Maite, não há nada que você possa fazer para disfarçar.
A professora de gramática chegou na sala de aula e começou a se apresentar para os dois garotos novos.
- Como vocês se chamam? - perguntou ela.
- Eu sou Alfonso, mas por favor, me chame de Poncho - disse o moreno de cabelo curtinho, sorrindo.
- E eu sou Christopher!
Incrível, mas eu me perdi no som daquela última voz. Senti um frio na barriga me invadindo e suspirei. O único erro foi que o meu suspiro foi um pouco alto e pro meu azar as pessoas não estavam conversando nesse momento e todos olharam para mim.
- Bom, vejo que vocês dois já estão sendo motivos de suspiros na classe - brincou a professora, rindo.
Juro, nesse momento eu queria cavar um buraco no chão e me enterrar. Que droga, não precisava desse comentário infeliz. Eu simplesmente senti meu rosto ferver e abaixei a cabeça rapidamente e o frio na barriga aumentava a cada segundo. Todos na classe riram, é claro. Olhei por cima de meus cílios e dei de cara com Christopher olhando pra mim, como todos estavam fazendo a algum tempo. Mas o que me chamou atenção é que ele não estava rindo igual todo mundo, ele estava sem espressão alguma. E não sei porque, mas aquilo doeu em mim mais do que se ele estivesse rindo da minha cara.
As aulas passaram depressa pra minha sorte. Sorte porque havia uma coisa me incomodando demais. Não sei a explicação para isso, mas eu não conseguia parar de olhar para a direção dos meninos novos, melhor dizendo, na direção de Christopher. E algumas vezes nossos olhares se cruzavam, o que me causava frios na barriga constantemente durante as aulas.
O sinal tocou e todos se levantaram para ir embora. Me despedi de Maite e fui para minha casa.