Fanfic: Inalcançável ...

Só pude ouvir quando batiam insistentemente na porta de meu quarto. Com toda certeza era meu pai. Levantei da cama assustado e fui abrir.
- Porque você tranca essa porta, garoto? - disse ele bravo entrando em meu quarto e abrindo a janela - Acordei atrasado, não vai dar nem tempo de tomar o café, vai ter que ir pra aula sem comer.
- Tudo bem, pai. Eu como no intervalo lá.
- Você vai com o seu carro ou quer que eu te leve?
- Eu vou sozinho pai. Fica tranquilo ok? - respondi rindo da cara do velho, sempre tão preocupado comigo - Agora deixa eu tomar meu banho rápido, antes que eu me atrase mais.
Tomei meu banho super depressa e me vesti mais rápido ainda. Peguei as chaves do meu carro e fui para o tão esperado primeiro dia de aula do meu terceiro ano do ensino médio.
Cheguei na escola, estacionei o carro na frente e fui correndo até o painel onde tinha os números das salas. Vi que meu nome estava na sala 25, olhei para o lado e vi um garoto do meu lado apontando para o papel da minha classe.
- Oi, você sabe onde é a sala 25, cara? - ele perguntou pra mim.
- I cara, não sei. Também sou novo por aqui - respondi sorrindo.
- Você está na minha sala, não está?
- Estou sim. Vamos procurar, deve ser no andar de cima.
Eu e ele subimos as escadas correndo e por sorte achamos a sala 25 rápido.
Entramos na classe e fomos até as cadeiras do canto, no fundo e sentamos ali.
- Cara, nem perguntei teu nome - disse para ele.
- Alfonso, mas por favor, me chame de Poncho - rindo - e o teu?
- Christopher, mas pode me chamar de Ucker.
Ele fez uma cara de confuso e expliquei que era como me chamavam na minha cidade.
Poncho, derrepente, começou a rir.
- O que foi, Poncho? - perguntei.
- Olha aquelas duas meninas ali - apontando disfarçadamente para as meninas do outro lado - Uma delas não para de nos olhar - rindo.
Eu olhei e vi as duas meninas mais bonitas de toda a classe.
A que olhava era morena, pele branca e tinha um sorriso simpático. A outra, a mais bonita, era ruiva, cabelos lisos e parecia uma boneca de tão perfeita. Fiquei tão impressionado com a beleza da ruiva que não parei de olha-la um minuto. Ela deve ter percebido e quando viu que eu estava a encarando, ficou vermelha e abaixou a cabeça depressa. Poncho começou a rir com a reação dela e fez um comentário baixinho do meu lado: "Essa você já conquistou". Mandei ele calar a boca e olhei para frente.
A professora entrou na sala de aula e começou a se apresentar para nós dois. Pelo visto, os únicos novatos do pedaço somos nós.
- Como vocês se chamam? - perguntou ela.
- Eu sou Alfonso, mas por favor, me chame de Poncho!
E eu fui logo me apresentando também:
- E eu sou Christopher!
Do nada, a ruiva bonita do outro lado, soltou um suspiro que todos ficaram a encarando e a professora não perdeu a piada:
- Bom, vejo que vocês dois já estão sendo motivos de suspiros na classe - brincou a professora, rindo.
Com isso, nem preciso dizer que todos da classe começaram a rir. Ela abaixou a cabeça rapidamente, do mesmo jeito que ela fez quando me viu a olhando, minutos atraz.
Não consegui tirar os olhos dela de novo. Alguma coisa nela me atraia. Mas isso não podia está acontecendo comigo, caramba. Eu tenho uma namorada e devo respeito à ela. Principalmente agora, que estamos namorando à distância. Fiquei perdido a esses pensamentos e nem reparei que eu não tirava os olhos dela.
As aulas passaram devagar e eu sempre me pegava olhando pra ela. Era involuntáriamente, mas alguma coisa nela me chamou a atenção. Acho que ela percebeu, porque de vez em quando ela me olhava também e nossos olhares se cruzavam, o que me despertava um sentimento de alegria e culpa ao mesmo tempo, por Belinda, minha namorada. Então achei melhor ignorar o sentimento de alegria que eu sentia a cada vez que eu pegava ela olhando para mim.
O sinal tocou e fui embora.