Fanfic: Querido Diário Otaku | Tema: Comédia, Crossover, Adolescentes, Amizade

Querido Diário,

Nunca estive num bordel, mas acredito que seja algo parecido com a festa da Jessie, e ela seria a puta chefe do lugar. Sim, eu estou alimentando um ódio profundo e irracional pela Jessie desde que li o diário do Andy.

A rua estava cheia de carros, o jardim da frente estava cheio de garrafas vazias de vodka espalhadas pelos cantos e o pior aguardava dentro da imensa mansão: um poste de pole dance no meio da sala, um bar com barmans no canto perto de poltronas com pessoas bêbadas jogadas e caindo. Muitas pessoas dançavam no centro da sala e se serviam no bar de bebidas alcoólicas, será que eles têm toddynho aqui?

– Isso sim é uma festa – Lucca sorriu analisando de cima a baixo o mini pedaço de pano brilhante que uma garota usava como vestido, juro que vi a calcinha dela – Mas não se esqueça que daqui a pouco eu quero ir embora daqui

– Disso eu não tenho duvida, só não sei se você quer sair daqui pra me levar pra casa ou levar alguma garota pro motel

Ele sorriu maliciosamente

– Os dois – disse e saiu andando

Andei um pouco pela sala e me sentei no bar perto de um grupo de adolescentes que fumavam cigarros de uma erva bem suspeita, pedi pro garçom me trazer um refrigerante gelado e ele me entregou um copo de refrigerante de limão e um prato com algumas coxinhas. Fiquei comendo e ouvindo a música alta até uma Barbie prostituta aparecer

– JUUUUUUUUUUUUUUUUUUUULIE AINDA BEM QUE VOCÊ VEIO! – ela deu um beijo no ar em cada lado do meu rosto de sorriu, um dente da frente estava sujo com batom rosa neon – Você e o Lucca vieram juntos não é?

– Sim, viemos – respondi. Devia ter trazido óculos de sol o vestido de Jessie era uma manga de blusa rosa neon com brilho , pelo tamanho aquilo nunca seria um vestido , que me cegava ela também usava uma maquiagem rosa e laranja com cílios postiços e aparentemente deu chineladas nas bochechas

– Eu pensei que você viria com o Andy – olhou para suas unhas pinks com pedras brilhantes nas pontas

– Por que pensou isso? – perguntei, mas na verdade o que eu queria ter dito é: Você pensa?

– Hum, por nada não – olhou novamente pra mim – Gostei do seu estilo e espero que se divirta – sorriu – STEPHAAAAAAAAANY – gritou e foi correndo atrás de uma garota qualquer

Terminei de comer os aperitivos, resolvi andar um pouco subi ate o segundo andar da casa. Comecei a abrir as portas em busca de um banheiro, a primeira porta estava trancada, a segunda dava em um quarto onde um casal se pegava, não, na verdade não era um casal eram uns três casais se pegando na cama

– AH ME DESCULPEM! – logo fechei a porta e sai correndo pra próxima porta

Estava prestes a abrir a terceira quando alguém segurou minha cintura e me jogou na parede. Era Andy.

– Oi

– Oi – respondi, Andy era forte e de onde ele saiu?

– Gostei do vestido e da meia calça – mordeu o lábio inferior algo dentro de mim se agitou com isso

– C-Como você me achou? – gaguejei sem querer

– Seu all star te denunciou – sorriu e apontou pros meus tênis brancos – Nenhuma anãzinha como você viria pra essa festa sem um salto de, no mínimo, 15 cm. Ah, antes que eu me esqueça, belas pernas

– Cala a boca Andy – enchi minhas bochechas de ar como sempre faço quando estou irritada com algo

– Você está procurando pelo o que?

– Não sei, acho que só queria sair do meio da multidão um pouco

– Se é o que você quer me siga

Começamos a andar pelo corredor que parecida não ter fim, Andy disse que esse era o corredor principal, ainda tem outro que fica do lado direito. Chegamos à frente de um quarto que estava com a porta fechada

– Andy se você acha que ser amigo de alguém é sempre ‘’ amizade colorida ‘’ acho que você esta errado

– Por que você acha isso? – perguntou confuso

– Você ta tentando me levar pra um quarto! Quer que eu pense o que?

Ele riu

– Não vou te estuprar, pode ficar calma

Andy pegou um grampo de cabelo e pôs na fechadura da porta

– Ah, pelo amor, essas coisa só funcionam em filmes – alertei – Você acha que nessa mansão as fechaduras são tão fajutas que abrem com apenas um grampo de cabelo?

– Essa é a casa da Jessie

– Eu sei, o que isso tem haver com a fechadura? – ele riu baixinho

– Ela é uma vadia, esqueceu? – olhou para mim com seus enormes olhos azul marcados pelo lápis de olho e...

– VOCÊ TA USANDO LÁPIS DE OLHO? – gritei

– Hãm, algo contra? – me olhou confuso

– Éhm ... Ahm ... Quik? – disse

– O que você quis dizer?

– Quando fico nervosa isso acontece falo palavras cortadas sem sentido

– Ah ta bom, eu acho – ouvi um ‘clik’ – E voilà

– Hum, além de conquistador, galinha, matador profissional de aula e meu amigo você também é um arrombador de portas? – entrei no quarto, estava escuro e não conseguia ver quase nada além de um par de portas no fundo do quarto por onde entrava um pouco de luz

– Sim, sim, eu tenho duas vidas secretas que você não sabe

– Eu consegui citar mais de três

Ele andou até um par de portas de vidro que davam numa varanda e eu o segui. A vista da varanda era linda, se olhasse para o horizonte eu podia ver um campo de flores distante, mas colorido mesmo agora a noite e se olhasse para baixo podia ver as piscinas da casa e as pessoas que dançavam ao redor delas, o DJ estava num canto mais afastado das piscinas

– Das vidas que você citou posso garantir que todas são uma só.

– E quais são as outras? – perguntei

– Qualquer dia te conto. Tem uma delas que eu acho que você conhece – os olhos dele fitavam o horizonte.

– Qual?

– Andrew Kyle Foster – sorriu

Pode ter sido impressão ou não, mas Andy falou seu nome do meio com total nojo

– Por que você veio hoje aqui? – perguntei – Por que veio pra essa festa? Você não odeia a Jessie ou o Greg depois daquilo?

– Não Jullie, você é muito ingênua

– Ingênua? – repeti com tom de indignação

– Sim, você acha que só porque alguém faz algo ruim pra você deve-se nutrir ódio ou raiva por essa pessoa. Eu também achava isso, mas é um pensamento idiota, a melhor vingança é mostrar que você está por cima e que os esforços da outra pessoa de nada serviram para te abalar

– Uau, que profundo – admiti

– Eu sei, é porque eu sou demais – fez uma cara de ‘’ Você não percebe como sou incrível ‘‘, não aguentei e dei um sorriso

O celular de Andy tocou, ele revirou os olhos e atendeu

– Olô? ... Certo entendi... Já vou descer... JÁ DISSE QUE JÁ VOU DESCER! ... NÃO DÁ PRA VOCÊ CALAR A BOCA? – desligou

– Imagino que você desligou na cara da pessoa

– Acertou

– Quem era? – perguntei

– Jessie, ela quer que a gente desça

– Pra que?

– Uma surpresa maluca – deu os ombros – Vamos ter que descer

Afirmei com a cabeça e descemos as escadas, a pista de dança na sala não estava mais tão cheia quanto antes, agora apenas os bêbados jogados nos sofás e poltronas estavam lá. Chegamos ao lado de fora, uma passarela estava sendo montada no meio da piscina. Jessie estava com meu irmão num canto conversando animadamente enquanto ele apenas sorria e acenava como se tivesse ensaiado isso, o que eu não duvido que tenha feito

– O que ela quer fazer? – perguntei para Andy

– Não sei, mas vindo dela deve ser algo bem idiota – respondeu

Jessie se aproximou de nós com suas seguidoras atrás, elas carregavam bandejas rosa com copos de bebida no centro. Alguns copos tinham rodelas de limão no canto e outros um morango partido no meio

– Meus convidados de honra – Jessie se aproximou de nós – Lacaia sirva-os

Michelle saiu do fundo do grupo de seguidoras, ela segurava uma bandeja e usava roupa de empregada, me entregou um copo com um morango no canto e para Andy um com uma rodela de limão

– Por que você está vestida assim e servindo bebidas? – perguntei á Michelle

– Por que ela não estaria? – rebateu Jessie – Afinal, essa é a inicialização dela – sorriu

As suas seguidoras riram

– Você não muda nada mesmo Jessie – disse Andy com certo tom de nojo

– Eu sei querido – sorriu – Não vão beber? – perguntou

Eu e Andy nos entre olhamos, eu sabia que aquilo não era suco limão e ela sabia que eu não gostava de beber

– Vamos lá, ninguém vai morrer por beber só um golinho – disse uma seguidora

– Bebam tudo num gole só, vamos lá – Jessie bateu palminhas e mandou um olhar desafiador

Revirei os olhos e olhei pra Andy, nós dois viramos o copo e bebemos o liquido num único gole. O líquido queimava na minha garganta o que quase fez meus olhos soltarem lagrimas.

– Muito bem – sorriu satisfeita – Vamos andando meninas – ela e suas seguidoras bateram em retirada.

Quando passou por mim, Michelle tinha um olhar de culpa e não me olhou no rosto

– Que negocio horrível

– Eu sei – concordou Andy

Um grupo estanho de pessoas com cabelo colorido veio falar com Andy e uma rodinha se formou ao nosso redor, eles conversavam sobre música, filmes e festas. Andy tinha uma vida agitada e divertida como as que eu vi nos filmes, ele era um perfeito adolescente bad boy e popular do colégio.

De repente senti tudo ao meu redor girar, fiquei meio tonta e os rostos ao meu redor ficaram embaçados, quase cai, mas Andy me segurou

– Você está bem? – perguntou me segurando com força em seus braços

– Não sei, ta tudo meio embaçado – admiti

– Deve ter sido aquele drink que você bebeu

– Não tem mais ninguém passando mal aqui

– Que drink ela bebeu? – perguntou uma gótica de cabelos verde e franja rosa

– Aquela bebida que a Jessie serviu, a que tinha um morango – Andy respondeu

Mesmo com a visão ruim notei uma expressão de surpresa no rosto dos amigos de Andy

– A Jessie não serviu aqueles drinks pra a gente – disse um garoto de cabelo azul – Ela disse que eles enfeites, todos recebemos os que tinham as rodelas de limão

– O que você está dizendo? – perguntei confusa

– Eu sei que pode não parecer, mas nós observamos o pessoal da festa, ninguém além de você recebeu o drink com morango, eu garanto – dessa vez foi a garota de cabelo verde quem respondeu

Eu e Andy nos olhamos. Algo estava errado

– Tem certeza disso? – ele perguntou

– Sim – ela afirmou – Eu mesma vi que quando o de limão acabou ela mandou umas garotas buscarem mais, mesmo com as bandejas cheias dos de morango

– Tô com um mau pressentimento – admitiu Andy

– Atenção, atenção – Andy me ajudou a ficar de pé para ter uma visão melhor de Jessie, ela estava no meio da passarela sobre a piscina segurando uma taça de vinho – Eu quero fazer um brinde em homenagem á garota mais sortuda de toda história do Santine Marie , muitos de vocês não devem conhecê-la, mas com certeza já a viram, pois ela anda , convive , sai , conversa e até come com os três garotos mais lindos da escola – as pessoas começaram a cochichar baixo coisas que eu não entendi – Eu estou falando de Thomas Bloom Lover, Andrew Foster e seu irmão, o mais gostoso da escola, Lucca Daniel Way, pra quem ainda não se tocou eu estou falando da nova aluna, Jullie Anne – apontou pra mim e um holofote iluminou a mim e á Andy que estava com uma expressão de assustado no rosto, o meu devia estar com uma expressão igual ou pior – Por favor, venham aqui garotos e Jullie

Com um pouco de dificuldade Andy praticamente me carregou ate o meio da passarela onde Jessie e meu irmão nos esperavam

– Tem algo que você queira declarar antes do brinde Jullie? – perguntou a anfitriã

– Eu quero agradecer á tia da minha mãe que eu não conheço – algumas pessoas riram da minha piada sem graça

– Então, vamos ao brinde – sorriu

– Espera Jess – uma seguidora gritou – Como você quer brindar se sua homenageada não tem nem uma taça ou copo?

– Muito bem lembrado Beth – sorriu maldosamente – Acho que seria assim – jogou o conteúdo da taça em mim

Automaticamente olhei pro vestido, havia algo errado com aquele liquido, não era vinho, já vi minha mãe derrubar vinho em roupas algumas vezes e a macha não era muito visível nas roupas pretas como a minha aquela macha era anormal. Os lugares onde o liquido tocou ficaram rosa e brancos

– O QUE VOCÊ FEZ? – gritei

– Ops, que falha minha acho melhor você limpar isso logo queridinha – então ela me jogou na piscina

No inicio não sabia o que fazer e tentei me debater, queria subir, mas não sabia nadar. A piscina era funda, conforme eu caia tudo ia escurecendo mais e mais até que meus braços e pernas se cansaram e então eu me entreguei completamente á escuridão.

E ela me acolheu como se fosse uma velha amiga.