Fanfic: Querido Diário Otaku | Tema: Comédia, Crossover, Adolescentes, Amizade

Jullie desceu as escadas vestida com uma roupa simples como sempre.

– Vamos hoje você, minha cara Cinderela, vai virar uma princesa – disse pegando sua mão e depositando um beijo nela.

– Cala a boca cabeça de pudim – me bateu de leve – Tchau mãe, até mais.

– Até mais Liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiz – senti uma pequena dor na minha cabeça ao ouvir a Sra. Way falando o apelido da Jullie

É muito difícil tentar não gritar?

Fomos em silencio até o SPA, quando chegamos uma atendente separou Jullie e eu e disse que voltaríamos a nos encontrar no fim do dia. Sem escolha, concordei e fui para minha passear um pouco até dar o horário da minha massagem, sentei-me debaixo de uma arvore e resolvi me lembrar um pouco de como foi conhecer a Jullie.

‘’ Cheguei na hora de sempre na escola, antes de todos os outros alunos no caso. Cumprimentei o zelador que havia acabado de abrir o portão de entrada e fui para o lugar de sempre, uma arvore alta com galhos grossos ótimos para se sentar e folhas que te escondem, mas te permitem ver tudo a sua volta. E foi então que eu vi uma garota estranha, nunca tinha visto ela na escola, antes que pudesse ver melhor seu rosto uma voz conhecida me chamou.

– ANDREW! – Era Lucy Chase minha professora de biologia e minha vizinha – Saia já dessa arvore mocinho!

– Ah Lucy, vai encher outro vai – peguei meu material e desci da arvore jogando a bolsa sobre um ombro só.

A garota tinha ido embora

– Isso são modos Andrew? – me fulminou com os olhos – Ótimo ver que tipo de educação você usa. Vamos, vamos sua primeira aula hoje é comigo se esqueceu? – fez um sinal para que eu a seguisse e saiu andando

– Claro, claro vamos – resmunguei seguindo-a lentamente

– Antes que eu me esqueça – parou no meio do caminho, quase bati em suas costas – Hoje vai chegar uma nova aluna, espero que você seja amigo dela.

– Por que você espera isso?

– Andrew você se tornou um canalha. Essa é a verdade nua e crua, não sei nem como você ainda não engravidou nenhuma garota, pois deve dar uma aula de educação sexual melhor que eu – levantou o dedo indicador como sinal para que eu prestasse atenção – Entenda Andrew, ela é nova aqui e não sabe nada sobre seu passado, ela pode ser sua amiga – se virou e andando mais rápido foi pra sala fechando a porta após entrar.

Encostei-me à parede ao lado da porta, o corredor estava vazio e eu logo entraria na sala, só tinha que esperar ela soltar seus “cachorros” matinais.

– Boa Tarde turma – a ouvi dizer

– Ér professora? –alguém muito corajoso se manifestou para corrigi-la, provavelmente.

– Sim Gregory – então era ele

– Ainda é de manhã

– Ah, mas eu tenho certeza que em algum lugar do mundo agora devem ser umas três da tarde.

– Mas professora aqui ainda é de manha

– OH ME DESCULPE SENHOR NERD PHD EM GEOGRAFIA! –Começou a gritar – ME DESCULPE POR SER SÓ UMA PROFESSORA DE BIOLOGIA E NÃO DE GEOGRAFIA

– Mas professora não foi minha intenção – Gregory tentava se defender enquanto eu ria loucamente imaginando a cena

– VOCÊ SENHOR GREGORY TRUMPER É COMO TODOS OS HOMENS USAM AS MULHERES COMO BEM ENTENDEM E DEPOIS AS DISPENSAM PORQUE ELAS NÃO SABEM SE É DE MANHÃ OU TARDE OU ENTÃO PORQUE ELAS QUEREM QUE VOCÊ SEJA O PAI DOS FILHOS DELA NO SEGUNDO ENCONTRO –ouvi um barulho alto, acho que ela bateu em alguma mesa – VOCÊ É ESSE TIPO DE HOMEM SENHOR TRUMPER?

– N-Não Senhora – gaguejou Gregory, agora minha barriga doía de tanto que eu estava tentando conter o riso para não sair muito alto.

– MENTIROSO! Todos os homens são iguais, mentirosos, aprendam isso garotas – acho que agora é seguro entrar, toquei na maçaneta quando ela disse – Hum, vejo que temos uma nova aluna, senhorita Jullie Anne Elizabeth Way, por favor, apresente-se a sala.

Seria a garota de hoje mais cedo?

Abri uma pequena fresta na porta olhando para dentro da sala, lá no fundo tinha uma garota com o rosto vermelho e cara de assustada, a mesma garota que vi hoje mais cedo. Por impulso abri a porta entrando na sala, queria e precisava falar com a nova aluna só não sabia por quê.

– Senhor Foster, posso saber por que chegou atrasado novamente? – Fudeu

– Sabe comé né Lucy, perdi o ônibus – menti na maior cara de pau, Lucy sabia muito bem que eu já dirijo e tenho meu próprio carro.

– Senhor Foster na sala de aula eu sou a senhora Chase – disse batendo os dedos na mesa de forma impaciente

– Vish, mas pra que eu vou te chamar assim? Pra mim senhora esta no céu, amém – fiz graça.

Todos da sala riram com isso, até mesmo a garota nova.

– Imagino se a sua mãe vai gostar de saber sobre as piadinhas que o filho faz na aula

– Imagino se a senhora vai gostar de ficar sem os biscoitos que minha mãe faz e lhe da com tanto carinho – novamente menti descaradamente, eu era quem fazia os biscoitos.

– Como se já não bastasse eu ter que aguentar a praga que você é como na escola ainda é meu vizinho senhor Andrew Foster

– Calma Lucy querida, brigou novamente com o Mickey? – provoquei, pelos gritos de ontem eles haviam terminado.

– Michael, não Mickey.

– Mas vocês eram um casal tão lindo, dava gosto de ver os dois juntos, parecia a Minnie e o Mickey – agora estava cavando minha própria cova.

– Senhor Foster sente-se agora se não quiser levar uma linda ocorrência com o senhor para diretoria

Pra não me ferrar de vez resolvi me calar e me sentar no meu lugar que por sorte, ou não, era ao lado da nova aluna. Ela estava me olhando quando sentei, sorri pra ela e comecei a ouvir músicas.

Durante uma boa parte da aula pude sentir seu olhar sobre mim , me analisando , gravando tentando me decifrar

No intervalo fui pro meu lugar de sempre, atrás da arquibancada um lugar isolado e privado em comparação com o restante da escola. No meio do caminho, avistei a garota da aula de biologia sentada sozinha na arquibancada observando as lideres de torcida.

– Como elas conseguem isso?

– Depois de alguns vários ossos quebrados, algumas fraturas básicas pelo corpo e muitos hematomas, acho que com trabalho duro – respondi me intrometendo em sua conversa consigo mesma.

– Andrew, acertei? – me olhou com seus enormes olhos que pareciam mudar de cor

– Acertou, mas odeio esse nome prefiro ser chamado de Andy – sorri – E você é a nova aluna...

– Jullie - respondeu

– Isso... Jullie é? Já tive uma namorada com esse nome – se é que eu posso chamar uma perseguidora maluca de namorada

– Nossa, que legal... Sempre fala das suas exs pra garotas que você acaba de conhecer? – Foi o que ela disse, mas acho que ela pensou ‘’ Que garoto sem noção e galinha ‘‘.

– Não só pra aquelas que têm o nome igual ou parecido – disse sorrindo

– Ah, e isso acontece muito? – perguntou com curiosidade em seu tom de voz

– Sim, mais vezes do que eu gostaria, diga-se de passagem – confessei “

– Senhor Foster, sua hora na massagista chegou – avisou a funcionaria.

– Obrigado, já estou indo.

Levantei-me e fui pra sala da massagista. Durante um bom tempo da minha massagem me lembrei de coisas bobas que eu e Jullie compartilhamos, uma delas foi o dia em que ela me jogou um pudim na cabeça. Outra foi quando eu emprestei pra ela uma jaqueta que havia pertencido a uma ex minha porque Jullie havia sido ‘’usada como alvo de passarinho ‘‘.

“Estava voltando do mercado quando vi Jullie sentada numa praça perto da minha casa

– Olha um coelhinho – disse pra si mesma

– Não, é um cogumelo - corrigi.

– Um coelhinho - insistiu

– Cogumelo

– É um coelhinho seu. Oh meu Deus, um estranho esta me respondendo, só pode ser um tarado! – tentei não rir

– Sou mesmo menininha

Ela se virou e me olhou

– Oi cabeça de pudim- cumprimentou

– Oi meninha – sorri – O que faz por aqui?

– Não te interessa – respondeu e ai essa doeu – Você está me seguindo por acaso? Seu stalker, o que faz você por aqui?

– Sim, eu sou stalker mesmo Jullie, eu não tenho vida social então fico seguindo as garotas que jogam pudim em mim por ai num domingo de manha e vestido com meu pijama – revirei os olhos, ela é tão convencida ao ponto de achar que alguém a seguiria? – Eu fui comprar meu almoço no mercado, e você o que faz por aqui?

– Você não desiste? –neguei com a cabeça– Estou tentando esquecer os meus problemas

– E tem como esquecer os problemas olhando pro céu? Se fosse assim as pessoas iam desistir das coisas e passar o dia que nem você – Disse por experiência própria, quantas vezes não tentei isso e não aconteceu nada? Perdi a conta.

Levei-a pra minha casa e fiz um almoço para nós dois. Enquanto almoçávamos consegui fazer com que ela me contasse porque estava olhando pras nuvens. O resultado foi a historia mais clichê e saída de um livro para adolescentes que eu podia imaginar

– E só por isso você esta magoada? Qual o seu problema, você é cega? Eles NUNCA foram seus amigos! – Disse tentando abrir os olhos dela

– Claro que foram – respondeu com a voz nervosa – Eles eram meus únicos amigos naquela escola! Você não sabe nada sobre eles

– Sei o suficiente, eles preferiram te enganar a contar a verdade pra vocês, amigos de verdade não fazem isso – quase gritei.

– Fazem sim, isso é proteção.

Quase ri com isso

– Então me diga: Essa ‘’proteção ‘‘ deles, com eles mesmos devo adicionar, te impediu de ficar magoada assim que soube da noticia?

– Não admitiu

– Então pronto, acabou. Você não deve se magoar com isso pequena, você vai arrumar amigos melhores aqui – Na verdade queria ter tido ‘’ Então pronto, seja minha amiga e esqueça eles ‘‘.

– Pequena? - perguntou

– Eu chamo minhas amigas assim, algum problema? – Na verdade, nem amigas eu tenho, mas isso é só um detalhe.

– Nós somos amigos cabeça de pudim?

– Somos você não me considera seu amigo?- perguntei num tom brincalhão

– Não disse séria

– Vou ignorar isso - disse também serio “

Fui pro salão de beleza onde tentaria dar um jeito no meu cabelo que estava maior do que devia e quem sabe algum tratamento pra pele. Cheguei ao lugar sempre organizando e limpo e quase me assustei, nada estava assim, todas as moças que trabalhavam lá estavam ajudando uma moça, não consegui ver quem era, mas pelo que ouvi elas estavam tentando fazer uma plástica na mulher usando maquiagem e cera quente.

“– Uou, primeira garota que eu vejo se arrumar em nove minutos pra sair comigo! – comecei a bater palmas, isso era um feito histórico – Você merece uma estatua.

– Correção –parou tomando fôlego – Uma estatua e um país

– Ok, ok algum dia você ganha a Estranholândia pra você – disse brincando.

– Haha sem graça - fez uma cara engraçada que me fez rir

– Agora vamos pra minha casa... –alisei suas pernas brancas, ela tinha um pelo par de pernas brancas – Senhora Pernas De Folha Sulfite – ri da minha própria piada e sai com o carro.

Entrei em casa e peguei tudo que havia preparado no dia anterior para um piquenique e fui para o carro. Dirigi até chegarmos onde eu queria

Passeamos pela cidade toda, tiramos fotos, fizemos piadas e agimos como amigos normalmente agem o que me deixou muito feliz.

– Aqui é incrível – disse se sentando no escorregador de um parquinho infantil

– Eu também acho - me sentei no escorregador ao lado – Eu sempre venho aqui por isso, é um lugar incrível! Quando anoitece o parque de diversões daqui abre e é lindo o lugar é muito bem iluminado e divertido

– Quando eu era pequena adorava escorregadores. Ás vezes eu descia sentada com os braços ao redor das pernas, outras eu desci de barriga pra baixo e teve uma vez que eu desci até de cabeça pra baixo – riu – Foi muito legal.

– Essa última é mentira. Se você tivesse feito isso teria quebrado o pescoço e agora não estaria entre os vivos

– Vou te mostrar que foi verdade

– Eu te desafio – provoquei

Ela se arrumou jogando seu cabelo pra frente. O cabelo dela era a coisa que eu mais gostava nela, depois da sua personalidade, seu cabelo era lindo e perfeito tirando as pontas californianas que ela tinha aquilo havia acabado com seu cabelo.

Então ela se jogou, mas logo notei que algo havia dado errado.

– Ai – choramingou

– Eu disse que ia dar merda-fui até o seu lado e a ajudei a ficar de pé – Isso pode doer um pouco

– O qu- antes que ela pudesse terminar a frase coloquei seu pulso deslocado no lugar

– Sente-se melhor? – perguntei

– Sim, e por falar nisso. NUNCA MAIS ME DESAFIE A FAZER COISAS ESTUPIDAS! – gritou

Comecei a rir, ela achava que eu precisava desafia-la para que ela fizesse coisas estúpidas? Eu discordo disso

– Você que aceitou o desafio estúpido, menininha - passei a mão pelo seu cabelo parando onde começavam as californianas, aqui estava sujo e quebradiço – Taquepariu –pus a mão sobre a boca

– O que aconteceu Andy? –perguntou passando em seguida a mão por seus cabelos - Não me diga que... Oh meu Deus! Por favor, me diga que isso é só lama, MERDA!- gritou

Levei Jullie para um cabeleireiro e conversei com a moça que cuidaria de seu cabelo em particular sem que ela visse

– Corte aquelas malditas mechas californianas, por favor,

– Mas querido, se tirarmos o chiclete e a lama uma boa parte delas ainda pode ser mantida.

– Por favor

Ela fez o que eu pedi, se soubesse como a Jullie iria ficar triste com isso nunca teria pedido. Parece que ela só melhorou ao ver o por do sol na praia, aquele era o por do sol mais bonito que eu já havia visto e não era só pela sua beleza e sim porque pela primeira vez eu o via com alguém com quem me importava.

Fomos pro parque de diversões onde eu logo avistei uma barraca de pintura facial

– Olha um lugar de pintar a cara - falei

– Pode ir lá se quiser Andy, eu vou te esperar ali perto do carrinho de bate-bate - Concordei e fui pintar meu rosto.

Tentei ficar parecido com o Jack Skellington, o rei das abóboras de Halloween.

– O que é isso?

– Eu sou o Rei do Halloween – fiz uma pode estranha e comecei a rir acompanhado por ela

Depois de irmos á vários brinquedos resolvi leva-la na roda gigante, mas Jullie não parecia animada com a ideia.

– Vamos lá Jullie vai ser legal – insisti

– Andy eu não quero, e se essa coisa quebra com a gente no lugar mais alto?

– Você acha que a gente consegue sentar no banquinho mais alto? –disse com tom de expectativa – É brincadeira, não vai me dizer que esta com medo menininha – provoquei.

– Eu não preciso ir nesse brinquedo estúpido pra te mostrar se estou ou não com medo Andy, e eu quero ir pra casa agora! – bateu fortemente o pé no chão

– Mas nós mal... – ela me interrompeu com um ataque de raiva

– Não importa! ME LEVE PRA CASA AGORA! –gritou

Obedeci com medo de que pudesse irrita-la o suficiente para perder sua amizade. Fui o caminho todo pensando no quão idiota eu havia sido hoje. Tentei fazer algo legal e o resultado foi o cabelo cortado dela e uma “briga” por besteira, quando a deixei em casa ainda estava pensando em como pedir desculpas por isso. Corri atrás dela e a abracei

– A-Andy?

Ela tinha um cheiro estranho, era gostoso e bom nunca havia sentido um cheiro assim antes. Era viciante

– Me desculpe Jullie – disse no seu ouvido – Fui um idiota – admiti

Não sei ao certo o que ela pensou, mas essas desculpas eram por tudo que eu fiz com ela de bom e de ruim. Também não sei ao certo o que senti naquele momento ou naquele diz, sempre que ela sorria meu coração acelerava e coelhos pulavam na minha barriga.

Isso seria paixão? Eu estava apaixonado por ela? “

Sai do salão, fui até a academia e depois a piscina de lama. Quando o dia chegou a fim a recepcionista que havia separado eu e Jullie veio sorridente me encontrar.

Meus cabelos ainda estavam molhados do banho que havia tomado e acho que ainda tinha cheiro de sabonete pelo corpo quando ela me puxou da recepção e me arrastou ate o salão

Quando eu vi mal a reconheci, o que eles fizeram com a Jullie Anne Elizabeth Way por quem eu, provavelmente, me apaixonei?