Fanfic: Querido Diário Otaku | Tema: Comédia, Crossover, Adolescentes, Amizade

Quando entrei em casa minha mãe quase enfartou.

– LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ! – ela correu em minha direção e começou a passar a mão em busca do meu cabelo que foi cortado – Onde esta seu lindo cabelo? Roubaram-te filhinha? VAMOS FAZER UM BOLETIM AGORA MESMO NA POLICIA!

– Elise, deixe a Liz em paz – só quando ele disse isso notei a presença de meu pai na sala – Ela com certeza não teve o cabelo roubado ou coisa assim, ela só cortou.

Papai e Lucca se parecem muito. Meu pai tem cabelos loiros e é alto também, mas diferente de Lucca tem olhos azuis e é mais pálido que ele. Acho que meu pai é tão pálido quanto eu porque passa muito tempo confinado no hospital

– B-Boa noite – gaguejei – Vou para o meu quarto

Subi as escadas antes que minha mãe pudesse dizer mais algo sobre meu cabelo ou sobre a falta dele. Troquei minha roupa e entrei na internet para jogar um pouco mais de Katsu! Assim que entrei procurei pelo Gustav ou o Frank online, mas nenhum dos dois estava lá.

Comecei a jogar completando missões aleatórias com a cabeça ainda presa na cena que vivi há pouco com o Andy, até receber um convite de luta.

‘’ Meru quer batalhar com você ‘’                              

– Vamos lá Meru – sorri – Vou descontar minha frustração toda em você

Meru e eu éramos da mesma classe e do mesmo nível, eu o mataria facilmente se ele não fosse realmente bom, ficamos lutando por um longo tempo minhas pílulas de HP (pílulas que aumentam a vida dos jogadores ou o ‘’sanguinho’’) estavam acabando rapidamente, mas eu sei que as dele também, continuamos nesse ritmo até que eu decidi usar meu golpe especial nele. O golpe teve o efeito que eu queria, já sentia o sabor da vitória em seguida ele usou um golpe de nível alto enquanto eu deixei a guarda aberta, como resultado perdi.

– ARGH! – comecei a morder o travesseiro de raiva

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Acordei com mais vontade de voltar a dormir do que normalmente. Depois de perder ontem no jogo e babar em todo meu travesseiro voltei a pensar em Andy e no abraço que ele me deu

Por que Deus, por que eu não consigo esquecer ele?

Levantei-me da cama tropeçando logo em seguida na bolsa de panda que usei ontem com Andy, dentro da bolsa encontrei as fotos que tiramos na cabine, dois sanduiches que não comemos minha certeira e meu celular, deixei tudo dentro dela e fui tomar um rápido banho.

Quando estava vestida com o uniforme da escola quase completo, já que hoje vou sem a jaqueta, e terminava de prender meu cabelo em duas Marias-chiquinhas baixas, Lucca brotou no chão ao meu lado.

– Agora eu entendi porque a mãe estava gritando ontem

Dei um pulo pra trás assustada com a aparição dele

– Da onde você veio? – coloquei a mão sobre o meu coração que batia forte graças ao susto

– Do mesmo lugar que você

– Bitch please, eu vim de Nárnia – estralei os dedos como faziam as garotas populares da minha antiga escola.

Meu irmão apenas riu

– Certo, certo, tinha me esquecido que você não é desse planeta Anneba – desceu as escadas rindo.

Bufei irritada e desci também, cheguei à cozinha e logo cacei meus bolinhos recheados de chocolate e meu estoque nada secreto de toddynho tomei o café da manha em frente da TV vendo desenho.

– O que? Você está vendo o raposo? – perguntou a garotinha do desenho

– To sim, ele está do seu lado! - respondi

– Onde ele tá? – perguntou novamente

– Do seu lado vadia!

– Onde? Não consegui te ouvir

– Pelo amor de Zeus! Essa garota é cega por acaso?

– Muito bem, o raposo estava do meu lado.

– É por isso que o país não avança – coloquei a mão na cara – Zeus, me explique porque coisas assim existem.

– Você sabe que isso é um programa pra crianças de seis anos não é?

– Claro que eu sei Luccassauro

– Luccassauro? – ele fez uma careta engraçada

– Não gostou do apelido? – fiz biquinho fingindo estar magoada

– Achei horrível

– Então vai ser esse mesmo

– Certo Anneba – deu ênfase no meu apelidinho de infância

Hoje Lucca me deu carona quando chegamos procurei o carro do Andy, mas não o achei. Entrei na sala onde Michelle e Thomas estavam. Michelle falava de alguma coisa empolgadamente enquanto Thomas fazia sua clássica cara de entediado

– Bom dia - sorri para eles

– OOOOOOOOOOOOOOOOOOI JUJUBA – Michelle me abraçou com força – Que saudades

– Oi Jullie – Thomas disse calmamente

– Tudo bem com vocês?

– Tudo ótimo, eu estava contando agora mesmo pro Thomas que eu acho que tenho ótimas chances de entrar pras Lideres de Torcida esse ano.

– Você quer andar com aquelas desmioladas puladoras? – perguntei incrédula

– Elas não são ‘’desmioladas puladoras’’ – cruzou os braços – Elas são atletas incríveis que sofrem muito por sua arte

– Quem faz arte são artistas – corrigiu Thomas

– Elas também, já viu as pinturas que elas fazem no rosto são in-cri-veis – Michelle começou a dar pulinhos no mesmo lugar mostrando seu entusiasmo – Hoje eu vou à seleção pra tentar uma vaga, me deseje sorte.

– Sorte – disse Thomas e eu num pequeno coral

Michelle saiu andando e esbarrou em Gregory na porta que novamente estava em seu próprio mundo de videogame

– Oi Greg – um nerd de outra turma gritou – Parabéns por ter vencido a Ann ontem no jogo, tu foi muito bem.

Para tudo mundo, eu quero descer! Ann? Será que era eu? Existem milhões de Anns por ai nos jogos, talvez não seja eu.

Lembrando que eu disse ‘’ talvez’’

– Nunca pensei que alguém fosse vencer a Ann, na boa ela é lendária no KATSU! – disse outro nerd

Já entendi, eu fui derrotada por Gregory o nerd de óculos fundo de garrafa da minha sala, fiquei boquiaberta sentada no meu lugar.

Eu fui DERROTADA pelo nerd da aula de biologia. O cara que anda com os manes que pensam que garotas são alguma espécie de vírus da vida real. O cara que agora me encara porque eu não paro de encara-lo e só pra completar Andrew ainda não deu as caras na escola

Acho que estou numa realidade paralela, apesar de que é normal Andrew matar aula.

Andrew... O abraço...

‘’SAIA DA MINHA CABEÇA SENHOR CABEÇA DE PUDIM‘” gritei mentalmente enquanto enfiava a cara na minha bolsa de panda.