Fanfics Brasil - cap.18 parte2 A canção de Dulce::::: vondy:::::::

Fanfic: A canção de Dulce::::: vondy::::::: | Tema: vondy


Capítulo: cap.18 parte2

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— Passa algo, Maddy?
— Como disse?
Christopher repetiu a pergunta. Maddy inclinou a cabeça.
— O que está dizendo?
Persuadido de que ela estava sendo sarcástica devido ao ruído que Dulce lhes brindava, Christopher se recostou em sua cadeira olhando-a nos olhos.
— Isto não me parece gracioso, Maddy.
Com uma expressão de contrariedade no rosto, a governanta colocou um dedo no ouvido, pinçou durante um momento e tirou um pedaço de algodão.
— Sinto muito, senhor. Não ouvi o que disse.
Christopher ficou olhando fixamente a mulher durante um momento, logo jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. Dulce, assaltando se afanosamente de comida para terminar o jantar e retornar ao escritório quanto antes, não levantou os olhos em nenhum momento. Na manhã seguinte, assim que se levantou da cama, Christopher pensou que já era hora de começar a dar aulas a sua esposa. Entretanto, no instante em que tentou obrar em consequência desta decisão, encontrou-se frente a uma jovem muito desventurada. Dulce, fascinada com todos aqueles troços produtores de ruído que lhe foi dado de presente, não queria fazer outra coisa que não fosse brincar com eles. Quando Christopher a levou a seu escritório e a fez sentar-se em sua cadeira, ela adotou uma expressão de rebeldia e fez uma careta. Uma inconfundível careta. Christopher compreendeu que seu anjo estava ficando um pouco mimada.
Aproximou uma cadeira, sentou-se junto a ela e estendeu a mão para agarrar as publicações que o doutor Muir lhe tinha conseguido. Um léxico de sinais mudos, de James S. Brown, e A linguagem de gestos dos índios, do W. P. Clark. O segundo, para grande regozijo de Christopher, tinha ao redor de mil entradas descritas verbalmente e relacionava cada uma delas com seu equivalente na língua de sinais norte-americana. Desta maneira, o livro se convertia em um dicionário, tanto dos gestos índios como dos americanos. Além dessas publicações, havia duas cópias em papel carvão de uns folhetos recolhidos especialmente para Christopher por uma mulher que vivia em Albany e trabalhava com surdos em um centro especializado.
— O trabalho vai antes do jogo — disse a sua esposa com voz firme
— Já é hora de que comece a encher essa tua preciosa cabecinha com alguns conhecimentos, carinho.
Abriu um dos livros e começou a folhear as páginas para encontrar o alfabeto datilológico. Quando voltou a levantar os olhos, Dulce pegou um aparelho de surdez de seu escritório e estava soprando com todas suas forças. Christopher ficou olhando-a durante um momento com um sorriso indulgente. Logo, tirou-lhe o aparelho das mãos e colocou um dos extremos do artefato em seu ouvido. Levantou sua mão direita, com os dedos dobrados sobre sua palma e o polegar estendido sobre eles, ele se inclinou para frente e gritou no outro extremo do aparelho de surdez:
— Ah!!
Dulce se sobressaltou como se a tivesse cravado com um alfinete e de um puxão, tirou a trombeta de seu ouvido para olhá-lo fixamente. Depois de uns instantes, voltou a colocar no ouvido com uma expressão de expectativa no rosto. Christopher compreendeu que ela pensava que o aparelho de surdez tinha feito o ruído por si mesmo.
— Não, não, Dulce, carinho. Fui eu. — Eufórico porque ela parecia ter lhe ouvido, Christopher se certificou de que a jovem mantivesse o artefato em sua orelha enquanto ele levava solenemente a boca ao outro extremo — Fui eu, Dulce — gritou ele.
A moça se sobressaltou de novo. Mas esta vez não tirou o aparelho de surdez do ouvido. Em lugar disso, agarrou o cabelo de Christopher e colocou a parte inferior de seu rosto no sino. Christopher começou a rir tão forte que, de havê-lo querido, não teria podido pronunciar palavra. Quando seu alvoroço decaiu, olhou-a nos olhos por cima do sino do aparelho de surdez. Naquele instante abandonou toda a vontade de rir. Os olhos de Dulce refletiam os sentimentos mais intensos que viu em toda sua vida. Esperança contida. Incredulidade. Alegria receosa. Sentiu uma opressão no peito. Jogando a cabeça para trás para que ela pudesse ver sua boca ao falar, declarou a voz em um grito:
— Eu te amo.
Ela ficou olhando-o durante um momento. Seus olhos castanhos se encheram de lágrimas, que lançavam brilhos como se fossem diamantes. Logo, para grande consternação de Christopher, as lágrimas passaram a suas pestanas e começaram a correr pelas bochechas em forma de gotas brilhantes. Enquanto a observava, pareceu-lhe que todo seu rosto tremia, primeiro a boca, logo o queixo e por último os pequenos músculos situados debaixo de seus olhos. Christopher se separou do aparelho de surdez.
— Não chore, carinho. Pensei que isto te faria feliz.
A trombeta voou pelos ares quando ela se lançou a seus braços. Perturbado por sua reação, Christopher lhe apertou as costas com uma mão e com a outra lhe acariciou o cabelo. Sentiu seu corpo sacudir-se por causa dos soluços. Logo, como se lhe estivesse partindo o coração, ela afastou seus braços com dificuldade e saiu correndo do escritório. Preocupado, Christopher a seguiu até seu quarto, só para descobrir que ela voltou a fechar a porta colocando uma cadeira sob o pomo, a maneira de calço. E, naquela ocasião, fizesse o que fizesse para tentar convencê-la, não a abriria.
Dulce se sentou no centro da cama, balançando-se para frente e para trás com as mãos sobre o rosto. Contendo inutilmente a respiração para sufocar os soluços, chorava desconsoladamente. Ele a amava. Já havia dito a duas noites. Mas até uns instantes, quando o olhou nos olhos enquanto dizia estas palavras, não tinha pensado nas consequências que teria um sentimento semelhante, não para ela, a não ser para ele.
Ele a amava. Ao ver a expressão de seu rosto ao dizer estas palavras... Ah, Deus! Dulce engasgou com sua própria saliva ao recordar a sensação de impotência que a invadiu quando não pôde lhe responder. Uma pessoa pela metade, isso era ela. Uma surda. Nada do que ele fizesse nada do que lhe desse poderia mudar isso. Nada. As pessoas normais a tinham recusado toda a vida. Era uma renegada da sociedade aonde fosse. Uma pessoa que não podia fazer amigos nem ir à igreja, e a quem também lhe proibiam aproximar-se do povoado.



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Autor(a): sötnos bebis

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 129



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  • stellabarcelos Postado em 28/01/2016 - 23:42:33

    Li e amei muito! História linda demais

  • toy Postado em 13/06/2015 - 21:58:57

    Gostei da sua fic, se der passa na minha http://fanfics.com.br/fanfic/46181/geracao-2016-rebelde

  • anevondy Postado em 14/01/2014 - 04:59:52

    Apaixonante, emocionante, engraçada, linda demais!!

  • bida Postado em 26/09/2013 - 09:43:10

    Parabéns adorei o final...bjos e melhoras :)

  • anapaulamaito2gmail.com Postado em 23/09/2013 - 13:33:46

    que lindo o final da web.a dul gravida do ucker

  • bida Postado em 17/09/2013 - 09:24:49

    espero q vc esteje bem...bjos e volte

  • carolinamarcos Postado em 07/09/2013 - 09:23:53

    posta +++++++++++++++++

  • isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:58:05

    cara, eu tô aqui \o/ KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK continua esse epílogo logo, please T.T

  • isajuje Postado em 16/08/2013 - 12:28:00

    Essa é uma auto-message, não me mate depois de lê-la: Enfim, passando nas wn's pra dizer que estou fora do site aqui por uns tempos. Vou me internar numa clínica psiquiátrica porque não ta dando mais (Mentira, só comédia mesmo). KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK to o ó nos últimos tempos, mas depressiva do que nunca. Tenho vontade de chorar só de ver um comercial. Não estou conseguindo me controlar '-' eu tô dando um tempo, espero que entendam. Okay, um abraço, beijo e boa sorte <3' inté.

  • anafernandesnanianagmail.com Postado em 15/08/2013 - 10:48:22

    No final ja ? Ta pensando em escrever outra wn ? ............... Posta maisssssssssss


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