Fanfic: A canção de Dulce::::: vondy::::::: | Tema: vondy
Embora na realidade não quisesse fazer nenhuma destas coisas, pois ao fazê-las só lhe trazia dor. Não era divertido absolutamente que as demais pessoas a olhassem boquiabertas ou a martirizassem, nem tampouco que falassem dela em sussurros, pensando que não sabia o que estavam dizendo. Ela sabia perfeitamente, pois, embora falasse em voz muito baixa, ela podia ler os lábios. “Ali está a tal Dulce Saviñón, a idiota. Pobrezinha. Dulce, a idiota. Dulce, a idiota.” Seria este o presente que daria a Christopher? Nada mais que dor? Era com isso que ela contribuiria? Para evitar que lhe fizessem mal, ela tinha se contentado afastando-se das pessoas, conformou-se vivendo a vida pela metade. Tinha entendido à muitos anos que uma vida pela metade era tudo o que podia esperar. Mas Christopher podia ter muito mais. Os olhos de Dulce voltaram a encher-se de lágrimas, prendendo fogo ao fundo de sua garganta. Christopher era um homem maravilhoso. Não só era bonito, mas também doce e amável. Poderia ter qualquer mulher que quisesse. Dulce estava segura de que a todas as damas bonitas do povoado adorariam estar em seu lugar, ser a única destinatária de toda sua atenção. Por que teria que conformar-se com uma mulher surda?
Não só com uma mulher surda, mas também além disso não podia lhe dizer sequer que o amava. Dulce sabia o que aconteceria se permitisse que aquela situação continuasse. Em pouco tempo a pessoas começariam a recusar Christopher, não porque tivesse feito algo, mas sim porque se relacionava com ela. Antes que percebesse, ficaria sem amigos. Ninguém o convidaria a sua casa. E ninguém iria querer visitá-lo enquanto ela vivesse ali.
Dulce, a idiota. Para a única coisa que servia, era para que as demais pessoas tivessem algo que olhar. Dulce nunca conheceu ninguém como Christopher. Desde que chegou a Uckermann Hall, mudou sua vida. Nunca quis ninguém como a ele. Não podia suportar ver que começavam a lhe passar coisas más por sua culpa. Ele tinha que apaixonar-se por outra pessoa. De alguém que pudesse fazê-lo feliz e não o inverso. Depois de tomar esta decisão, Dulce chorou até ficar completamente esgotada e sem mais lágrimas que derramar. Logo, refletiu a respeito de qual seria a melhor maneira de comunicar a Christopher seus sentimentos. Ele ainda não era o suficientemente bom lendo os lábios como para que lhe contasse tudo isso e tentar representar o que queria lhe dizer seria impossível. Enquanto refletia sobre este problema, recordou de repente a noite em que lhe fez um desenho para lhe dizer que estava esperando um bebê. Christopher andava de um lado para outro do corredor. Subia e descia as escadas. Ia ao quarto das crianças. Logo voltava sobre seus passos.
Uma e outra vez. E de novo. Pouco tempo depois, perdeu a conta de quantas vezes subiu as escadas. Algo terrível estava passando. Tinha visto nos olhos de Dulce. Mas não conseguia imaginar do que se tratava. Tinha acreditado que os aparelhos de surdez a fariam absolutamente feliz. Mas, em lugar disto, começou chorar. Por quê? Apesar de dar voltas ao assunto uma e outra vez não podia encontrar uma resposta.
Quando finalmente ouviu o revelador chiado das dobradiças de uma porta, encontrava-se subindo as escadas. Aquela devia ser a milésima vez que o fazia. O leve som da porta abrindo-se fez com que subisse voando o resto dos degraus. Depois de correr pelo corredor, parou frente a sua porta. Dulce estava dentro do quarto, com sua pequena mão no pomo da porta e o rosto tão branco como leite. Pela mancha vermelha que se via ao redor de seus olhos, soube que a moça esteve chorando. Ela deu um passo para trás e com um gesto lhe indicou que entrasse. Christopher sentiu um mau pressentimento. Dulce esquivou seu olhar enquanto ele entrava. Logo, com um resolvido ruído seco, fechou a porta. Sem olhá-lo, dirigiu-se rapidamente à mesa, onde pegou uma folha de papel e a ofereceu.
— O que é isto? — Christopher diminuiu a distância que os separava e agarrou o papel com mão tensa. Depois de estudar o desenho que ela fez, pronunciou-se — Dulce, isto é extraordinário. Tem muito talento. Fez seus retratos e sua atenção ao detalhe era incrível. Salvo no trabalho dos artistas profissionais, Christopher nunca viu tal domínio da técnica. Tinha dado vida ao desenho só com o lápis-carvão e o papel. Sorriu ligeiramente ao perceber a expressão que ela captou em seu rosto. Seria certo que ele a olhava daquela maneira? Com um sorriso calmo e um brilho lascivo nos olhos? Supôs que devia ser assim e não ficou mais opção que maravilhar-se de que não lhe tivesse dado um par de bofetadas por tal afronta. Embora a verdade fosse que Dulce não reconheceria a lascívia embora a tivesse frente a seu nariz.
Seu olhar posou na imagem de Dulce e lhe pareceu que esta não se ajustava de tudo a realidade. Depois de estudar atentamente o retrato, compreendeu que ela provavelmente reproduziu a si mesma no papel de uma maneira muito similar a como se via no espelho, séria, sem indício algum da inocente doçura nem das expressões cândidas que lhe roubaram o coração. Os olhos não refletiam nenhum sentimento nem mostravam brilho algum. Não havia covinhas em suas bochechas. Era Dulce, mas sem seu luminoso resplendor. Embora não deixasse de ser formosa, era só um rosto sem alma. Pareceu-lhe que havia algo mais que não estava de tudo bem. Que fazia falta algo mais. Mas durante uns instantes não pôde saber com exatidão do que se tratava. Depois de estudar o desenho um momento, Christopher finalmente percebeu qual era o engano e com o coração na garganta, levantou os olhos para ela.
Dulce tinha se desenhado sem orelhas.
Um pouco trêmulo Christopher deixou o desenho sobre a mesa. Estava a ponto de falar, mas ela rapidamente agarrou outro e pôs em suas mãos. O homem olhou e viu outro desenho perfeitamente executado do rosto de Dulce; mas a este, além das orelhas, também lhe faltava a boca.
Christopher quis romper o desenho em pedacinhos e lhe dizer que não fosse ridícula. Mas a expressão de dor que viu em seus olhos o impediu. Estava claro que era um assunto muito sério para ela e a julgar pela força com que apertava a boca, o fato de atrair a atenção para o que obviamente considerava suas inabilidades lhe resultava muito doloroso. Extremamente doloroso. Deixando cair o desenho, Christopher se sentou em uma das cadeiras. Deu uns tapinhas em um joelho para chamá-la.
— Venha aqui, carinho.
Autor(a): sötnos bebis
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 129
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stellabarcelos Postado em 28/01/2016 - 23:42:33
Li e amei muito! História linda demais
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toy Postado em 13/06/2015 - 21:58:57
Gostei da sua fic, se der passa na minha http://fanfics.com.br/fanfic/46181/geracao-2016-rebelde
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anevondy Postado em 14/01/2014 - 04:59:52
Apaixonante, emocionante, engraçada, linda demais!!
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bida Postado em 26/09/2013 - 09:43:10
Parabéns adorei o final...bjos e melhoras :)
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anapaulamaito2gmail.com Postado em 23/09/2013 - 13:33:46
que lindo o final da web.a dul gravida do ucker
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bida Postado em 17/09/2013 - 09:24:49
espero q vc esteje bem...bjos e volte
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carolinamarcos Postado em 07/09/2013 - 09:23:53
posta +++++++++++++++++
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:58:05
cara, eu tô aqui \o/ KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK continua esse epílogo logo, please T.T
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isajuje Postado em 16/08/2013 - 12:28:00
Essa é uma auto-message, não me mate depois de lê-la: Enfim, passando nas wn's pra dizer que estou fora do site aqui por uns tempos. Vou me internar numa clínica psiquiátrica porque não ta dando mais (Mentira, só comédia mesmo). KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK to o ó nos últimos tempos, mas depressiva do que nunca. Tenho vontade de chorar só de ver um comercial. Não estou conseguindo me controlar '-' eu tô dando um tempo, espero que entendam. Okay, um abraço, beijo e boa sorte <3' inté.
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anafernandesnanianagmail.com Postado em 15/08/2013 - 10:48:22
No final ja ? Ta pensando em escrever outra wn ? ............... Posta maisssssssssss