Fanfic: A canção de Dulce::::: vondy::::::: | Tema: vondy
Quando outra espetada com o garfo não animou Dulce a abrir a boca, a senhora Perkins optou por outras formas de persuasão que seu patrão não notaria com tanta facilidade. Puxou-a pelo cabelo, bateu-lhe com força nas costas e logo recorreu a beliscá-la em lugares nos quais a roupa esconderia as manchas roxas resultantes. Dulce permaneceu sentada enquanto aguentava toda a tortura, fulminando a mulher com o olhar e com os dentes fortemente apertados.
Pouco antes do amanhecer do dia seguinte, Dulce desceu sigilosamente da cama e atravessou o quarto andando nas pontas dos pés. Fazia um gesto de dor cada vez que sentia uma tábua do solo ceder sob seu peso. Uma das desvantagens de ser surda, entre muitas outras, era que resultava muito difícil mover-se as escondidas. Não podia saber com precisão se estava fazendo ruído. Isso era terrivelmente molesto, especialmente quando desejava fazer algo e tinha medo de que a castigassem se chegassem a pegá-la despreparada. Como poderia acontecer naquele instante...
Ao chegar à janela, Dulce afastou a mesa com cuidado. Viu que havia espaço suficiente frente à janela, tirou o ferrolho e apoiou as bases de suas mãos na travessa. “Sem fazer ruído, Dulce, sem fazer ruído”.
Esquecendo momentaneamente a ferida que lhe tinha causado o garfo no dia anterior, mordeu-se o lábio inferior. Ao sentir uma forte dor, optou por morder, melhor, a parte interior de sua bochecha. Não sabia muito bem por que, mas segundo sua experiência, para fazer algo perfeitamente bem, tinha que fazer algum gesto com a boca, e morder a parte interior de sua bochecha parecia funcionar as mil maravilhas.
Lentamente, abriu a janela. Fazer isto a aterrou, temendo inclusive respirar. Só podia esperar que Christopher Uckermann fosse um desses tipos suscetíveis que mantinha as portas e janelas de sua casa bem lubrificadas.
Se não, o mais provável era que estivesse fazendo ruído suficiente para despertar os mortos. Mas os mortos não eram os que lhe preocupavam. Era a senhora Perkins a quem não queria despertar. Antes de ir-se deitar na noite anterior, a muito desconsiderada a tinha amarrado à cama; com tiras de linho, nada menos. Pelas coisas que lhe havia dito, Dulce sabia que essa mulher acreditava que era uma completa idiota.
E possivelmente fosse.
Mas inclusive um bobo tinha a capacidade suficiente para soltar nós. O ar fresco entrou através dos barrotes de ferro, fazendo agitar a camisola de Dulce no seu corpo. Antes que permitisse se relaxar, ficou atenta para ver se “ouvia” algum movimento proveniente do quarto contíguo. Nada. Não sentiu passos vibrando no chão. Nem comichões em sua nuca. Nada. Permitiu-se esboçar um sorriso de satisfação. A gorda continuava dormindo.
Agarrando as barras com força e deixando que suas mãos se deslizassem ao longo destas, Dulce se ajoelhou no chão de madeira. Ignorou a areia fina que arranhava seu joelho descoberto e fixou a vista no céu.
O amanhecer. Para ela, esta era a parte mais formosa do dia e, a menos que estivesse doente, o qual rara vez acontecia, nunca perdia a oportunidade de contemplá-lo. Naquele instante o céu estava de um azul escuro, como a altas horas da noite; mas soube pelo apagado brilho das estrelas que já quase despontava o dia. Este espetáculo nunca deixava de assombrá-la. Ficou sem respiração, viu uma greta de cor rosa ziguezaguear através do horizonte.
Uns poucos minutos mais tarde, gloriosos raios de luz emanaram dela, dando a tudo o que tocavam uma luminosidade mágica. Quando as montanhas ficaram visíveis, seus picos estavam envoltos em uma bruma da cor das pétalas de uma pálida rosa. Logo, como um sorriso que pouco a pouco ficou radiante, os raios de luz que fendiam o céu começaram a adquirir uma cor dourada brilhante. Extasiada, Dulce apertou com força as barras de ferro, pensando que, em lugar da música, Deus lhe tinha dado os amanheceres. Até surda, podia ouvir a canção em seu coração; e não por isso era menos comovedora. Bela música feita de luz.
Autor(a): sötnos bebis
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Dulce fechou os olhos e recordou todos os sons que geralmente chegavam com a alvorada: o canto de um galo, as estridentes explosões dos passarinhos, o latido distante de um cão, o sussurro da brisa matutina ao repontar. Nunca mais poderia gozar desses sons. Não obstante, tinha os guardado em sua memória. Eram dela, e podia recordá-los e des ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 129
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stellabarcelos Postado em 28/01/2016 - 23:42:33
Li e amei muito! História linda demais
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toy Postado em 13/06/2015 - 21:58:57
Gostei da sua fic, se der passa na minha http://fanfics.com.br/fanfic/46181/geracao-2016-rebelde
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anevondy Postado em 14/01/2014 - 04:59:52
Apaixonante, emocionante, engraçada, linda demais!!
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bida Postado em 26/09/2013 - 09:43:10
Parabéns adorei o final...bjos e melhoras :)
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anapaulamaito2gmail.com Postado em 23/09/2013 - 13:33:46
que lindo o final da web.a dul gravida do ucker
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bida Postado em 17/09/2013 - 09:24:49
espero q vc esteje bem...bjos e volte
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carolinamarcos Postado em 07/09/2013 - 09:23:53
posta +++++++++++++++++
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:58:05
cara, eu tô aqui \o/ KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK continua esse epílogo logo, please T.T
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isajuje Postado em 16/08/2013 - 12:28:00
Essa é uma auto-message, não me mate depois de lê-la: Enfim, passando nas wn's pra dizer que estou fora do site aqui por uns tempos. Vou me internar numa clínica psiquiátrica porque não ta dando mais (Mentira, só comédia mesmo). KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK to o ó nos últimos tempos, mas depressiva do que nunca. Tenho vontade de chorar só de ver um comercial. Não estou conseguindo me controlar '-' eu tô dando um tempo, espero que entendam. Okay, um abraço, beijo e boa sorte <3' inté.
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anafernandesnanianagmail.com Postado em 15/08/2013 - 10:48:22
No final ja ? Ta pensando em escrever outra wn ? ............... Posta maisssssssssss