Fanfic: A canção de Dulce::::: vondy::::::: | Tema: vondy
— Poderíamos manter em segredo a viagem a Portland — disse Christopher — Ninguém tem por que saber que um médico a examinou.
— Não darei minha autorização para que a submetam a nenhum exame — disse James com firmeza.
Christopher não necessitava a autorização do pai, e os Saviñóns sabiam. Entretanto, não acreditou que fosse prudente repeti-lo.
— Entendo.
— Por favor, tenha a certeza de que queremos nossa filha — adicionou James.
Com uma expressão séria no rosto, Christopher observou aquele homem, a quem alguma vez admirou tanto. Acreditava que queria sua filha, então deveria dar a palavra amor uma definição completamente diferente da de Christopher. Não só por sua relutância a deixar que examinassem a jovem, mas também por tudo o que tinha acontecido antes; a insossa cerimônia de casamento, a festa no jardim que teve prioridade sobre as necessidades de Dulce e muitas outras coisas que Christopher não pôde recordar nesse momento. Amor? Que Saviñón sequer se atrevesse a usar esta palavra era uma farsa.
— Se acreditássemos que os exames poderiam revelar algo novo, fosse o que fosse, — prosseguiu James — teríamos levado Dulce a Portland há muitos anos.
Silêncio. Um silêncio evidente e acusador. Naquele momento, Christopher soube que os Saviñóns se oporiam até o fim de seus dias a permitir que os médicos vissem Dulce. Se lhes contrariassem, as coisas ficariam feias. Muito feias. Precisava pensar nas coisas atentamente antes de tomar uma decisão, não porque lhe importasse particularmente proteger a relação que tinha com seus sogros, mas sim porque a felicidade de Dulce podia estar pendente de um fio. Se, como Maddy suspeitava, a garota podia sentir afeto, então certamente queria a seus pais, merecessem-no ou não. Por seu bem, Christopher não queria provocar um distanciamento, ao menos sem uma boa razão. Sem dúvida confundindo o silêncio de Christopher com uma mudança de atitude, Edie recuperou a compostura ligeiramente. Com um tom de voz mais tranquilo e moderado, voltou a falar.
— Sei o muito enganoso que pode ser o comportamento de Dulce, senhor Uckermann. De vez em quando pode fazer prova de certo grau do que poderia parecer uma inteligência normal, mas em seguida experimenta uma regressão. Acredite em mim. Embora odeie usar esta palavra, minha filha é uma idiota. Nada no mundo poderá mudar isso.
Tão esgotado que não poderia descrevê-lo com palavras, Christopher suspirou e voltou a esfregar o rosto com uma mão. Quase não tinha pregado o olho na noite anterior. Dulce... Com seu doce rosto e seus perplexos olhos castanhos. Não podia tirá-la da cabeça. Possivelmente Maddy e ele estivessem aferrando-se desesperadamente a uma falsa esperança. Mas tinha que certificar-se disso, maldição!
— Sinto muito. —Tentou escapar pela tangente — Acredito que não deveria vir aqui. Alterei os dois e se tiverem razão, o fiz sem motivo algum. É só que eu... — encolheu os ombros — Ontem a noite... Ao vê-la... Tive a segurança de que havia alguma esperança.
Olhou para Edie nos olhos e pôde ver sua dor, e soube que acreditava de todo coração que sua filha tinha herdado a loucura de sua família. Seria possível que fosse tal sua certeza a respeito e que tivesse tanto medo de que seu marido se divorciasse dela, que não queria ver nenhuma outra possibilidade?
— Não há nenhuma esperança — disse ela com voz trêmula — Bem sabe Deus que queria que a houvesse. Pelo bem de Dulce, tem o senhor que tirar todas essas dúvidas da cabeça.
Pelo bem de Dulce. Christopher mordeu a língua para não dizer nada que logo pudesse lamentar.
— Nos últimos três anos, sua condição começou a deteriorar-se. — destacou Edie — Tanto é assim agrediu fisicamente a pessoa que você contratou para cuidar dela. Se permitirmos que siga tendo esse tipo de comportamentos, será necessário interná-la em um hospital psiquiátrico, senhor Uckermann. Sei que veio aqui esta manhã com as melhores intenções e que não é uma má pessoa. Mas deve você confiar totalmente em mim. Eu não imaginei por prazer todas essas regras que Dulce deve seguir. Fiz isto para proteger seu futuro. Por esta razão, o senhor deve cumpri-las, tal e como prometeu que o faria. Do contrário, não haverá quem a controle e todos meus anos de trabalho terão sido em vão. Não quero que minha filhinha termine em um manicômio.
— Eu tampouco quero isso. Acredite em mim, por favor.
— Certamente que acreditamos — interveio James.
Christopher ficou de pé.
— Sinto muito lhes haver importunado desta maneira.
— Tolice — o repreendeu Edie — Dulce é nossa filha e a amamos.
Aquela palavra de novo. Amor. Christopher queria perguntar aquelas pessoas se entendiam seu significado. James se levantou e abraçou sua esposa.
— Assim é. Alegra-me que tenha vindo nos ver para falar das inquietações que tinha. Não teríamos esperado que fosse de outra maneira.
Enquanto Christopher se despedia dos Saviñóns e partia de sua casa, milhares de perguntas lhe davam voltas na cabeça e nenhuma delas se podia responder de uma maneira simples. Estavam os pais de Dulce tão absortos em seus próprios assuntos que não podiam ver os de Dulce? Ou acaso Maddy e ele estavam se arremetendo em riste contra moinhos de vento?
— Senhor Uckermann! Senhor Uckermann! Espere um momento, por favor!
Christopher ouviu esta voz justo ao chegar à rua, depois de sair do caminho de entrada da casa dos Saviñóns. Puxando as rédeas de seu cavalo negro para que parasse, voltou-se ligeiramente sobre a sela e viu Edie sair correndo da sombra de um frondoso carvalho para atravessar o jardim. Usava uma saia muito ampla que caía até o tornozelo e se agitava atrás dela como uma bandeira azul. Na distância, ele quase poderia acreditar que aquela mulher era Dulce, com seu cabelo azeviche e seu corpo magro. Este pensamento fez com que secasse a garganta. Sentiu uma pena infinita. Se Edie estava certa, Dulce nunca poderia falar, e muito menos chamar alguém.
Autor(a): sötnos bebis
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Ela parou ao chegar no canal de deságue que se encontrava junto à rua, apertando o ventre com uma mão como se tentasse recuperar o fôlego penosamente. Christopher esperou com paciência até que ela pudesse falar. Ele notou que inclusive depois de correr para diminuir a distância que os separava, a mulher ainda estava pálida ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 129
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stellabarcelos Postado em 28/01/2016 - 23:42:33
Li e amei muito! História linda demais
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toy Postado em 13/06/2015 - 21:58:57
Gostei da sua fic, se der passa na minha http://fanfics.com.br/fanfic/46181/geracao-2016-rebelde
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anevondy Postado em 14/01/2014 - 04:59:52
Apaixonante, emocionante, engraçada, linda demais!!
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bida Postado em 26/09/2013 - 09:43:10
Parabéns adorei o final...bjos e melhoras :)
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anapaulamaito2gmail.com Postado em 23/09/2013 - 13:33:46
que lindo o final da web.a dul gravida do ucker
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bida Postado em 17/09/2013 - 09:24:49
espero q vc esteje bem...bjos e volte
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carolinamarcos Postado em 07/09/2013 - 09:23:53
posta +++++++++++++++++
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:58:05
cara, eu tô aqui \o/ KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK continua esse epílogo logo, please T.T
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isajuje Postado em 16/08/2013 - 12:28:00
Essa é uma auto-message, não me mate depois de lê-la: Enfim, passando nas wn's pra dizer que estou fora do site aqui por uns tempos. Vou me internar numa clínica psiquiátrica porque não ta dando mais (Mentira, só comédia mesmo). KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK to o ó nos últimos tempos, mas depressiva do que nunca. Tenho vontade de chorar só de ver um comercial. Não estou conseguindo me controlar '-' eu tô dando um tempo, espero que entendam. Okay, um abraço, beijo e boa sorte <3' inté.
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anafernandesnanianagmail.com Postado em 15/08/2013 - 10:48:22
No final ja ? Ta pensando em escrever outra wn ? ............... Posta maisssssssssss