Peche começou então a se aproximar com passos cautelosos. Cada centímetro que se aproximava suas mãos suavam mais, ele não sabia se ela ia querer ouvi-lo depois do que havia visto na praia. Colocou sua máscara preto fosco, abaixou a cabeça por alguns instantes e quase tropeçou na pessoa parada em sua frente.

  - Meu Deus! Eu tava te procurando!

  - Isabella? O que você ta fazendo aqui?

  - O mesmo que você? -Ela riu- Vem, quero te apresentar uns amigos.

  - Não, eu... 

Ele olhou em direção a María e, ei! O que aquele cara ta fazendo com a minh

  - Vem! -Isabella falou puxando-o-

O volume da música aumentou.

  - Essa rosa.. É pra mim?

  - O QUE? -Peche gritou, ele tinha entendido a pergunta, só precisava de mais alguns segundos pra pensar em uma resposta-

  - A ROSA! -Ela falou apontando-

  - Ah! CLARO! -Ele falou sem jeito e ela puxou a rosa da mão dele, fazendo um pouco de força pois ele não queria solta-la.-

E ela o puxou até uma mesa onde tinham três mulheres, dois homens sentados e mais um chegando. Espera, não era ele que tava com a Maria?

  - Peche esse é o Eugênio, um dos organizadores dessa festa. 

(eug): - Tudo bom cara? -Estendeu a mão para que Peche apertasse-

Ele apertou por educação, e ai Isabella continuou:

  - Na mesa estão Rafael e Cam, as meninas você não precisa saber quem são! -Ela riu-

Bom, mas se aquele cara tava ali, então a María estava.. Sozinha? Ele sorriu de lado.

  - Eu vou pegar alguma coisa pra beber, já volto! -E despediu-se de Isabella dando-lhe um beijo na bochecha (o que a deixou decepcionada)-

O lugar era um jardim cheio de enfeites e luzes piscando, parecia que cada passo que ele dava chegavam mais dez pessoas e iam superlotando o local. Peche sabia que se quisesse encontrar María teria que encontra-la agora, o fluxo de pessoas estava aumentando e mais tarde seria praticamente impossível acha-la no meio de tanta gente.

Ele olhava para os lados enquanto andava e passou pela mesma fonte de anjo cuspindo água umas quatro vezes, até olhar pra pista de dança e vê-la lá, soltinha, dançando com o vestido dourado tomara que caia que ele queria rasgar. Ela dançava ao lado de duas amigas, uma era morena e a outra tinha mechas vermelhas, as máscaras das três parecia combinar. Elas riam sem parar.

Peche começou a se aproximar, dessa vez mais rápidamente para não ter risco de perdê-la.

A música que elas estavam dançando acabou e Pop danthology 2012 (Daniel Kim) começou a tocar. Ele deu uma última ajeitada no cabelo, mais dois passos e lá estava ele na frente dela.

(Pop-Dan-thology)

Ele tentou se aproximar para susurrar um “surpresa” no ouvido dela mas ela virou-se e ficou de costas pra ele antes que ele piscasse. Peche passou um braço pela cintura dela a puxou e colou a frente do corpo dele com a parte de trás do corpo dela, as amigas dela o olhando como se estivessem o analisando.

(ooh baby baby, ooh baby baby)

Ele sentiu a respiração dela acelerar e seguiu os movimentos dela quando ela começou a dançar, as amigas rindo e apontando e dizendo algo como "uhh, hoje tem." Peche riu.

Colocou o rosto no pescoço dela e sentiu seu cheirou. E mordiscou. E beijou. E tentou deixar uma marquinha, mas ela não deixou.

  - Vamos pra um lugar mais calmo? -Ele falou mordendo a orelha dela.-

  - O QUE? NÃO TO TE OUVINDO. -Ela gritou e riu, indicando que tinha entendido mas a resposta era não.-

María virou-se para ele, sem parar a dança.

(Some nights I stay up cashing in my bad luck)

As mãos dele apertando a cintura dela contra a dele, ele tentou beija-la, uma, duas, cinco vezes, e em todas ela desviou. Ela provocava, mordia os lábios e passava a língua por eles.

María mordeu a pontinha da orelha dele e continuou pela bochecha, uma mordida e um beijo até chegar no canto da boca dele.

(Now I`m at a payphone)

Ele virou o rosto e tentou beija-la novamente e ela mais uma vez desviou, passou os braços pelo pescoço dele e gargalhou da cara de bobo dele.

  - Você é uma vadia sabia?

  - Ué, não é das vadias que você gosta?!

Ela riu novamente e colocou sua perna entre as pernas dele, em resposta ele a apertou mais forte e olhou para o relógio.

  - A cinderela vai virar empreguete a meia noite? -Ela arqueou uma de suas sobrancelhas-

Ele colocou a mão entre os cabelos dela, encostou sua boca no ouvido dela e sussurrou:

  - Eu quero te mostrar uma coisa, mas você tem que vim comigo. Agora!

María deu um risinho no ouvido dele.

  - Esse é o seu truque pra me levar pra cama? Suas cantadas já foram melhores...

Peche viu as amigas de María se afastarem. Perfeito.

  - Você vem comigo, e vem agora!

Ele abaixou e agarrou em suas pernas, levantou e fez o corpo dela cair sobre seu ombro. Ele tentou andar o mais rápido que pode, mas ficava meio complicado correr quando se tinha uma mão pesada socando suas costas a todo momento.

  - Me larga!

  - Você precisa iniciar uma dieta urgente!

E quando ele estava quase chegando no carro um homem apareceu em sua frente

  - Ei! O que você ta fazendo com ela?

Pessoas. Elas se entromentem demais onde não foram chamadas. É por isso que o mundo não vai pra frente.

  - Ela bebeu demais, não ta conseguiundo nem andar, tadinha, vou levar ela pra casa!

  - Ah, assim sim, boa sorte com a ressaca! -O homem falou e saiu permitindo que peche continuasse a andar-

E María continuava com os socos nas costas dele, mais alguns passos, ele tirou a chave do bolso e apertou o controle para destrancar, abriu a porta, jogou-a no banco do carona, bateu a porta e correu para o banco do motorista, entrou e trancou o carro.

  - Qual o seu problema?

  - Meu problema é não conseguir parar de pensar em você, então fica quietinha ai que eu não vou te fazer nada de mal, a não ser, é claro, que você queria.

Ele sorriu perversamente.

  - Ridículo!

Peche olhou para o relógio, 23:15, ele teria que correr. Ligou o carro, deu ré e segiu pela estrada.

  - Posso pelo menos saber onde é que você vai me matar e jogar meus restos mortais?

  - Shhh! Não estraga a surpresa!

Foram longas meia hora tentando puxar conversa e ela o ignorando até chegar ao destino deles, ele destrancou as portas.

  - Chegamos! -Sorrio-

Ela desceu do carro. Um cais cheio de barcos.

  - Então -ela falou batendo a porta do carro- quer dizer que você pretende jogar meus restos mortais no mar, achei bacana a ideia.

Ele riu do sarcasmo dela e puxou-a pela mão.

  - Vem logo, se não não vai dar tempo!

Eles correram pelo cais até parar em frente a um barco pequeno, mas bem bonito. Ele entrou primeiro e estendeu a mão para ajuda-la. O barco tinha duas cabines de tamanho rasuável e a proa (parte da frente) era simplesmente bela. María pegou a mão dele e subiu, ele rápidamente começou a desamarrar o barco do cais.

  - Bem vinda -Ele olhou novamente o relógio, 23:49, terminou de desamarrar o barco- a minha casa!

 - O que? -Ela não conteu o riso- Você mora num barco? Por que será que isso não me surpreende?

Ele sorrio.

  - Vou tomar isso como um elogio!

Ele correu para a cabine de comando e acelerou o barco o mais rápido que pode.