Fanfic: De outro ângulo | Tema: Zavaría

    - Heeey, vai com calma ai garanhão!

Ela falou subindo novamente o zíper do seu vestido.

    - O quê? ...Eu fiz alguma coisa?

Ela fez uma pausa dramática antes de responder, o que quase o fez joga-lá contra o chão do pequeno barco. O olhar dele era quase assustador, dava pra perceber que em sua mente ele planejava mil maneiras de rasgar aquele vestido e devorá-la.

    - Não.. Nada, mas se você vai me fazer perder uma festa de ano novo incrível daquelas você tem que fazer isso aqui valer muito a pena.

As amigas de María já tinham desistido de procurá-la, cada uma das três tinha arrumado um par e provavelmente se alguém perguntasse-lhes onde está a María elas perguntariam quem é María.

Linda, Sol e Stacy tinham sido amigas dela desde que ela se entendia por gente, até a faculdade separá-las, elas não moravam razoavelmente perto umas das outras mas sempre que dava o quarteto fantástico se unia e fazia o mundo pequeno para suportá-las, foi assim por algum tempo até María começar a ser procurada por, digamos, pessoas altamente influentes para que ela os defendece em processos. Ela não gostava de defender pessoas como aquelas mas ficava difícil não aceitar o caso quando o cliente a procurava 14 vezes por semana só pra ter certeza de que ela pensaria na proposta... E de que não chamaria a polícia.

Já faziam quase vinte minutos que Peche tinha pulado no mar, só de cueca, com a água a provavelmente 0°C. Ele estava quase congelando mas mantinha as esperanças de convencer María a pular também, apesar do frio e do escuro da madrugada era indescritível a sensação de nadar naquelas águas tão cristalinas.

    - Vem logo, para de frescura!

    - Com um tarado que nem você ai? Nem sonhando!

    - Até me convenceria se eu não soubesse do seu tesão por certos... Tarados.

    - Engraçadinho

    - Mas se você não quiser eu posso dar meia volta no barco e encontrar meia duzia de garotas que dariam tudo para estarem aqui comigo... Agarradinhas... Tudo mesmo.

    - Você se acha o centro do universo né?

    - Hm... Depende do universo, porque se for o meu o centro é você.

Em três segundos ele só pôde ver o vulto das pontas do cabelo dela, esperou um ou dois minutos tentando entender qual era o joguinho dela dessa vez, ela era complicada de lidar... Pena que ele adorava cubo mágico. Quando teve a certeza de que se ficasse mais um segundo se quer naquela água ele congelaria nadou até as escadas na parte de trás do barco e quando ia subir viu novamente um vulto, dessa vez o vulto era cinza e ele sentiu a água espirrando em seu rosto. Ela tinha ido vestir uma camisa dele e acabara de pular na água. Quando o rosto dela surgiu em meio a toda aquela água tudo ao redor parou, não fazia mais frio, não se ouvia mais os sons das ondas se quebrando longe, nem os relógios faziam tic tac e por um milésimo de segundo até a respiração dele parou. Ele não era um cara que pensava muito no futuro, mas, aquela sensação ele iria querer sentir para sempre.

O mundo descongelou.

    - Não acredito que você já vai sair... Você é tão... Mulherzinha!

Ele ignorou a provocação e puxou-a até a escada, sentou-se no primeiro degrau e a encarou. O corpo dela se encaixava perfeitamente no meio de suas pernas. Uma estrela cadente atravessou o céu. Ele fechou os olhos.

    - Você fez um pedido? - Ela se apoiou no degrau e sentou na perna direita dele-

    - Pode-se dizer que sim.

    - Qual foi?

    - Que você seja minha, não só por esta noite, mas pelo resto da vida. - Ele abriu os olhos e olhou dentro dos dela - 

E foi assim que ela esqueceu como se fala.