Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

My pride, my ego - part 2

Ele a acolheu em seus braços, quieto, e o único ruído que se podia ouvir era o do choro abafado de Anahí. Poncho afundou os dedos nos cabelos de Any, abaixou o rosto pregando os lábios em sua testa, sentindo o perfume dela, deixando que as lágrimas tomassem conta de seu rosto.

Anahí: Eu tenho raiva de mim por amar você. – Deixou escapar entre soluços – Raiva de mim por não conseguir esquecer você.

Alfonso: Você não precisa esquecer...

Anahí interrompeu: Não só preciso, como vou. Como eu posso não esquecer alguém que me fez tão mal?

Alfonso respirou fundo sentindo aquelas palavras ecoarem em seus ouvidos: Me desculpe. – Pediu apenas.

Anahí: Não consigo.

Alfonso: Ao menos tente.

Anahí: Não quero tentar, Alfonso. Não quero.

Poncho ficou quieto, o que poderia dizer contra aquelas palavras? Depois daquilo nada mais foi dito. Anahí fechou os olhos, sua cabeça latejava, estava cansada, confusa. Não demorou muito e ela adormeceu. Poncho a deitou cuidadosamente na cama, a cobriu, e depois de depositar um suave beijo em sua testa, saiu do quarto.
Jogou-se no sofá, a casa estava silenciosa, provavelmente estavam só ele e Anahí. Fechou os olhos deixando o rosto cair numa almofada. Reviveu na memória toda a conversa que tivera com ela, como faria para sanar a ferida que havia causado? Eis a pergunta que não queria calar. E foi pensando em Anahí que ele adormeceu.

Passava das quatro da madrugada quando a dor de cabeça obrigou Any a acordar.

Anahí levou as mãos à cabeça: Droga. – Resmungou. Ela abriu os olhos procurando ver Alfonso, o que era meio difícil com o quarto todo escuro.

Anahí levantou colocando-se sentada na cama: Alfonso? – Chamou sem resposta.

Ela se levantou devagar, saiu do quarto caminhando a passos lentos para a sala. Sua intenção era ir até a cozinha procurar por algum remédio que amenizasse a dor, mas parou em frente ao sofá. Alfonso dormia pesadamente, estava de bruços, um braço caído para fora do móvel escuro. Ela se deteve um tempo olhando-o, e então seguiu para a cozinha, a dor era forte demais e irritantemente fazia-se presente. Vasculhou alguns armários e nada. Droga, ela precisava de um remédio. O efeito do álcool ainda corria em suas veias, deixando-a zonza, fora do seu estado normal.

Anahí: Poncho? – Chamou-o. Provavelmente não faria isso se estivesse com o cérebro funcionando normalmente. Poncho se virou no sofá, ainda dormindo. – Poncho. – Chamou outra vez, cutucando o seu braço.

Alfonso abriu vagarosamente os olhos: Hm? – Disse sonolento sem entender direito o que acontecia.

E vendo aqueles olhos esverdeados fitando-a, por um instante ela esqueceu o motivo pelo qual o acordara. Como estava bonito, como estava sexy...

Alfonso: O que aconteceu? Você está bem? – Perguntou tirando-a daqueles pensamentos.

Anahí: Eu não queria te acordar... – Desculpou-se – Mas minha cabeça está me matando...

Alfonso prontamente se levantou: Eu vou buscar um remédio pra você!

Anahi: Obrigada. – Sentou-se vendo-o se afastar. Logo voltou com um comprimido e um copo d’água em mãos.

Alfonso: Esse deve ajudar. – Anahí levou o comprimido á boca, seguido de um gole de água – O estômago está melhor? – Perguntou sentando-se ao lado dela.

Anahí: Aparentemente sim. – Virou o corpo para fitá-lo, ficou algum tempo em silêncio, olhando-o como se o sondasse e então soltou –  Porque decidiu viajar e se afastar de mim?

Alfonso: O que?

Anahí: Por que depois de me dizer as coisas lindas que me disse aquele dia na sua casa você quis se afastar de mim? – Perguntou retomando o assunto de horas atrás.

Alfonso suspirou: Any... – Pediu tentando evitar falar sobre aquilo, ela ainda não se mostrava sóbria o suficiente para uma conversa. E se soubesse que mais uma vez ele havia desconfiado dela poderia piorar a situação...

Anahí: Vamos Poncho, me diga. Por que decidiu se afastar? Desconfianças de novo? – E ao contrário de tudo o que se podia esperar, sua voz não demonstrava raiva ou mágoa, Anahí falava como se aquilo não lhe importasse, como se quisesse saber mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa.

Alfonso: Any, não vamos falar disso agora...

Anahí: Vamos Poncho! – O incentivou com um sorriso – Apenas diga! O que aconteceu?

Alfonso ficou quieto por um momento, pensando na melhor resposta, por fim resolveu ser sincero: Alguém me disse que você estava namorando com o... Com aquele cara e... – Tentou se explicar, mas foi interrompido.

Anahí: Então você preferiu tirar suas próprias conclusões. Desconfiou da mulher que dizia amar. – Repetiu como se analisasse a frase.

Aquilo dito pela boca dela parecia ainda mais cruel. Como fora tão estúpido a ponto de fazer algo assim? Era lamentável, era ridículo.

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