Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

Si no estás aqui.

Instaurou-se novamente o silêncio. Uma lágrima escorreu contornando o rosto dela. Sentia-se tão insegura. Sem que esperasse, ele alcançou as suas mãos puxando-a num abraço. 
Alfonso a apertou em seus braços, e ai ela não pode conter as dezenas de lágrimas que caíram molhando o seu rosto. Anahí envolveu os braços na cintura dele, e afundou o rosto em seu peito. Podia sentir o seu coração batendo apressado sob a camisa branca. Ela fechou os olhos, aninhando-se à ele, sentindo o calor do corpo dele se misturar ao seu. Era uma sensação tão grande para um simples abraço. Era mágico. Os dois perderam minutos ali. Ele afagava-lhe os cabelos, mergulhando os dedos nos fios dourados, sentindo o perfume dela que o fizera tanta falta. Anahí recebia aquela carícia, permitindo-se perder no toque sutil. Talvez nada precisasse ser dito, aquele momento, o abraço terno, a respiração descompassada dos dois falavam por si. Mas Anahí precisava falar. Tinha a necessidade de colocar para fora todo o sentimento reprimido.

Anahí: Poncho... - Disse, levantando levemente o rosto a fim de encara-lo - Eu sinto muito. 

Ele tocou-lhe levemente o rosto, contornando suas bochechas, secando as suas lágrimas. Anahí fechou os olhos, sentindo a mão quente de Alfonso sobre a sua pele.

Alfonso: Eu também, Any. - Murmurou enquanto delineava-lhe os lábios com o polegar.

Ela abriu os olhos, encarando-o. Os olhos verdes a fitavam com ternura. Uma ternura que Anahí não via há muito.

Anahí: Me desculpe, Alfonso. Me desculpe por tudo o que eu fiz, por tudo o que eu disse. - Disse de uma só vez enquanto aquele abraço era desfeito.

Poncho demorou um pouco para responder. O que desejava era começar do zero, ignorando todos os erros do passado.

Alfonso: Esqueça isso. - Pediu, e um sorriso fraco brotou em seus lábios. - Você não precisa se desculpar.

Anahí: Não, Poncho. Eu não quero esquecer. Eu... - Respirou fundo - Eu sei que magoei você, e te devo desculpas. 

Alfonso riu de leve: Any, você teve os seus motivos. Tá tudo bem.

Anahí: Não tá tudo bem. - Tentou manter os olhos fixos nos dele - Tá tudo de cabeça pra baixo. Alfonso, eu... - Oscilou - Eu sinto a sua falta.

Alfonso fechou os olhos como se assimilasse o que acabara de ouvir. Há tanto tempo esperou por aquelas palavras, e agora, quando já não restava esperança alguma, elas foram ditas. 
Depois de um leve suspiro, ele voltou a olhá-la. Anahí esperava alguma resposta. Qualquer resposta, estava apreensiva, temerosa. Ele tomou o rosto dela entre as mãos, aproximando o seu corpo do dela.

Alfonso: Eu também, Anahí. - Grudou a sua testa à dela – Tanto que chega a doer.

Anahí abriu um sorriso tímido, evolvendo suas mãos no pescoço dele. Seu corpo parecia criar vida própria quando estava perto de Alfonso. Estremecia apenas ao sentir o hálito quente tocando-lhe a face. Ela cerrou os olhos, deixando a respiração dele se misturar à sua. Quando o nariz dele tocou o seu, ela já não pensava, um desejo insano de beijá-lo se apoderava de seu corpo. Com o coração quase saindo pela boca ela o sentiu roçar os lábios nos dela, sondando-a. A superfície macia causava arrepios em cada milímetro de seu corpo.

XXXX: Ponchooo... – Chamava a voz ao longe, quebrando todo o encanto daquele momento. Era a realidade chamando-o. Obrigando-o a despertar daquilo que parecia um sonho.

Alfonso abriu os olhos, afastando-se um pouco de Anahí. Ele soltou um suspiro profundo, e por fim a encarou nitidamente frustrado. 

Alfonso: Eu... – Tentou dizer algo, mas foi interrompido.

Anahí: Tudo bem Poncho. Vai. – Disse, a voz fraca. Procurando esconder o quão irritada ficara. Mas não era culpa dele. E ela podia ver que ele ficara tão decepcionado quanto ela.

Alfonso: Droga. - Praguejou - Me desculpe.

Anahí: Não precisa se desculpar. – Falou e sua voz condenava o quanto lamentava.- Vai lá, você é o aniversariante, esqueceu?

Alfonso tomou o rosto dela entre as mãos: Any, vou ver o que querem e já volto. – Ela assentiu. E ele se afastou, indo em direção à voz que o chamava. 

Anahí: Merda! – Sussurrou – Que merda! – Ela sinceramente achava que ele já havia ido, por isso tomou um susto quando sem mais, Alfonso se aproximou dela, envolvendo a sua cintura.

Ele não esperou ela dizer nada, colou o seu corpo ao dela, e tomou a sua boca. Seus lábios alcançaram os dela vorazmente, explodindo em saudade. Anahí sentiu o corpo oscilar, agarrou-se ao pescoço dele, procurando sustento, e acolheu a língua quente que a sondava. Era como se seu corpo pegasse fogo. Sentia uma falta absurda dele, cada parte de si clamava por Alfonso. As línguas se entrelaçavam em movimentos lentos e intensos. Aproveitando cada segundo. Os lábios se encaixavam, se completavam. Como se fossem feitos um para o outro e para ninguém mais.  Anahí subiu uma das mãos pelo pescoço dele, afundando os dedos nos cachos negros. Deleitando-se com aquele momento. Alfonso parecia apertar cada vez mais ela, trazendo-a mais para si, se é que isso era possível. Ele mordeu-lhe o lábio inferior, sugando-o, levando as mãos ao rosto dela.

Alfonso: Any... – Disse entre uma mordida e outra – Eu te amo tanto. – Any sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto, era tão bom poder ouvir aquilo.

Anahí: Poncho... – Sussurrou – eu tive tanto medo de que você pudesse deixar de me amar! – Confessou recebendo os beijos que ele depositava em seu queixo.

Alfonso: Jamais, Any! – Voltou sua boca á dela – Jamais! – Repetiu.

Anahí: Eu amo você! – Soltou em meio a um suspiro. E ele voltou a beijá-la, induzindo-a a abrir os lábios lentamente. Logo as línguas se moviam saudosas. Parecia haver uma força maior ali, que não permitia que os dois se afastassem. Anahí brincou com a língua dele, provocando-o. Mordiscou seus lábios, puxando levemente o seu cabelo. Era tão bom tê-lo em seus braços. Nenhuma sensação no mundo era comparada à que sentia naquele momento. 

Os dois estavam entregues, o coração batendo rápido, a respiração falha. Já haviam se esquecido, quando ouviram a voz chamar mais uma vez. Agora parecia mais perto.

Alfonso fechou os olhos franzindo o cenho: Mas que droga! – Reclamou, fazendo-a rir. 

Any tomou certa distância dele, se estivessem assim tão perto sabia que não conseguiria deixá-lo ir.

Anahí: Vá, Poncho. É melhor que você ir lá ver o que querem, antes que venham procur...

Poncho não deixou que terminasse de falar e roubou-lhe um selinho. A boca dela parecia uma espécie de ímã para ele.

Alfonso: Eu vou. Mas a nossa conversa não terminou aqui! – Disse, um sorriso de canto surgindo em seus lábios.

Anahí entendeu exatamente o que ele quis dizer com aquilo: Temos muito o que falar. – Completou, puxando-o pela gola da camisa e lhe dando um último beijo.

Após alguns minutos Poncho retornou e encontrou Anahí no mesmo lugar observando o horizonte.

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