Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

 I just wanna cry

Mansão Portilla Herrera, Quarta feira, ás 21h04min p.m.

Alfonso: Oi. – Respondeu a empregada, que batera na porta de seu quarto.

Empregada: A senhora Anahí está aqui. – Ele estacou. Um misto de alívio e medo tomou conta de seu corpo.

Alfonso: Tá, vou descer. – E em pouco mais de um minuto ela estava parada em frente ele.

Anahí: Oi, Poncho. – Disse, a voz rouca, resultado do dia que tivera.

Alfonso: Any... – Soltou num suspiro. Por mais difícil que fosse, vê-la lhe trazia paz. – Eu tentei falar com você durante o dia todo. – Deu um passo na direção dela, esticando o braço para abraçá-la. Ela não hesitou, mas também não correspondeu. Era como se seu corpo tivesse perdido a vida.

Anahí: Desculpe. Tive que desligar o celular. Precisava ficar sozinha. – Disse baixo.

Alfonso: Você não pode sair da nossa casa, Any. Não pode me deixar aqui sozinho. – suplicou num tom desesperado - Nós precisamos...

Anahí: Conversar. – Ela concluiu.

Alfonso: Como você está? – Perguntou receoso.

Anahí: Vou sobreviver. – Respondeu tentando um sorriso.

Alfonso: Any, me perdoa por fazer você passar por isso. – Segurou levemente seus ombros – Eu... Eu não sei o que fazer. Não sei... – Abaixou os olhos – Acredite, estou tão machucado quanto você... O que fiz matou o nosso bebê, e eu nunca vou me perdoar por isso! Nunca! - Annie observou-o abaixar a cabeça e vergar os ombros sob o peso da culpa. Não era justo que ele assumisse toda a responsabilidade pelo que acontecera.

Anahí: Você não tem culpa... Fui eu quem saiu correndo, Poncho.

Alfonso: Mas fui eu quem a fez correr. Eu sou um monstro, Any... Eu deveria morrer, não o meu filho.

Anahí: Não, Poncho. Não diz isso! – Levou as mãos ao rosto dele – Talvez o destino tenha decidido assim.

Alfonso: Eu não sabia que algo poderia doer tanto. Primeiro, pensei que fosse perder você. Depois, soube que havíamos perdido o nosso filho. Naquela noite, no hospital, chorei como não fazia desde criança. De repente, eu me vejo perdendo tudo.

Alfonso: Mas você vai ter que superar isso, Poncho. Sabrina está gravida... O bebê é seu filho, e... – Pausou. Doía dizer ‘Seu filho’, deveria ser ‘Nosso filho’, aquilo não estava certo. – E ele vai precisar de você.

Alfonso: Eu sei. – Assentiu com a voz trêmula. – Eu não vou rejeitar essa criança...

Anahí: Sei que não. – Esboçou um fraco sorriso – Conheço você, você é um ótimo pai pra Luiza. – Se afastou um pouco, encarando o chão, era tão difícil olhá-lo nos olhos – Seu filho tera muito orgulho de você. – Disse por fim.

Alfonso: Any... – Maneou a cabeça – Me desculpa. Eu sei que isso está te machucando muito e... – Foi interrompido.

Anahí: Está. Está me machucando muito. – Sentou-se na beirada do sofá. Poncho sentou-se na mesinha de centro, ficando exatamente na frente dela.

Alfonso: O que eu posso te dizer além de que eu não queria que nada disso tivesse acontecido? Que eu sinto muito, que eu fui um estúpido, e que eu daria qualquer coisa para que você não sofresse? – Disse alcançando as mãos dela.

Anahí: Eu sei de tudo isso, Poncho. Sei que não quer que eu sofra, sei que está sofrendo também, sei que sente muito. Mas isso não muda o que aconteceu. E por Deus, não há nada que você possa fazer a não ser encarar os fatos.

Alfonso: Eu estou tentando encará-los, Any. Estou tentando assimilar toda essa loucura... Mas eu não sei o que esperar daqui pra frente. Não sei... Não sei lidar com isso. – Levou uma das mãos ao rosto dela, tocando-o sutilmente – Só sei que eu te amo cada dia mais e que me dói saber que eu te machuquei dessa forma... – Um silêncio opressor se instalou naquela sala. Anahí olhava fixamente para o chão, Poncho a encarava esperando alguma reação, qualquer que fosse. Só depois de alguns minutos que pareceram horas ela veio a falar.

Anahí: Isso é mais do que eu posso suportar. – Disse, e a sua voz estava fraca, quase inaudível – É muito mais do que eu posso agüentar. – Por fim, levantou o rosto, encarando-o – É doloroso demais pra mim, Poncho. – Concluiu fazendo um esforço tremendo para não chorar.

Alfonso: Eu sei, meu amor, mas podemos superar isso juntos. – Inclinou-se ficando mais próximo dela.

Anahí: Não. Não podemos. – Se levantou, enchendo seus pulmões de ar – Poncho, você faz idéia de como eu me sinto? De como dói saber que Sabrina será a mãe do seu filho? Eu não estou tentando te castigar, eu apenas não posso. Eu...

Alfonso: Any... – Tentou.

Anahí: Por favor, me deixe terminar. – Interrompeu, voltando o seu olhar para ele que agora estava parado a alguns passos dela – E-eu me sinto tão destruida. – Ele abaixou os olhos. Deus, daria tudo para que ela não se sentisse assim. Aquilo não era justo. Não era justo que um deslize dele a fizesse sofrer tanto. Ela não merecia aquilo. – Você vai ser pai de um filho da Sabrina, um filho que vai precisar de você e do seu amor, meu Deus, eu nem sei explicar o quanto isso é doloroso pra mim. Não dá, Poncho. Eu simplesmente não consigo continuar.

Alfonso: O que você... – Tentou – Any, o que você quer dizer com isso? – Perguntou, e uma pequena lágrima ameaçava escorrer de seus olhos. Ele sabia o que ela queria dizer, só não conseguia aceitar que aquele era o fim. Anahí respirou fundo, abraçando o próprio corpo, queria tanto poder simplesmente fugir e não encarar seus sentimentos.

Anahí: Eu quero dizer que acabou. – E nesse momento ela tirou o anel de noivado que reluzia em seu anelar e o estendeu para Alfonso. – Eu sei que estou sendo covarde e fraca. – Confessou num suspiro doloroso – Mas eu não consigo, Alfonso. Só eu sei o quanto isso está me matando. Me desculpe. – Lamentou, a voz carregada de sofrimento e os olhos derretendo-se em milhares de gotas de água.

Poncho virou de costas para ela, procurando não encará-la. Ele encheu os pulmões de ar, seu coração parecia estar sendo arrancado. Não suportaria ficar sem ela, tampouco poderia pedir para que ficasse. Anahí esperou calada, sua mão continuou estendida, o anel ocupando um lugar que não era o seu.

Alfonso: Seria muito egoísmo pedir para que ficasse comigo? – Perguntou ainda sem encará-la. A resposta de Anahí foi um soluço pesaroso. – É, eu sei que seria.

Ela não tinha mais forças para continuar ali, silenciosa, colocou o anel sobre a mesinha de centro e saiu daquele apartamento. Aquilo era um adeus. Anahí havia ido embora, e tinha certeza de que seu coração já não estava mais consigo, o deixara naquela sala, e infelizmente, não voltaria para pegá-lo.

Alfonso ouviu quando a porta bateu atrás de si. Mas ele tampouco foi atrás dela. Não era falta de força ou de vontade de lutar por ela, mas a certeza de que Anahí sofreria muito mais se ele pedisse que ficasse, se tentasse fazê-la mudar de idéia. Sabia que a dor dela viria mais forte a cada vez que aquele filho fosse mencionado. E ele a amava, por Deus, como a amava. Anahí tinha o direito de ser feliz, e se fosse mais fácil fazer isso sem ele, assim seria. Ele não a esqueceria, ele apenas teria que suportar.

Comentários!!

nathycolucci: Calma! Daqui a pouco tudo se acerta... É que a historia deles é cheia de altos e baixos mesmo.

camillatutty: Infelizmente se foi... Ela vai ter um fim merecido por ser a cobra que é. Isso eu posso garantir. Também tô maléfica hoje. KKKK