Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

O mundo dá voltas, não posso mais parar é só correr atrás. Nem tudo mudou. Não quero mais pensar no que ficou pra trás

Dias depois

Anahi já está de volta ao México, após viajar a Paris.

Tudo certo e definido. Durante o tempo que passaria no México deixou o apartamento de Paris sob os cuidados de Emily, sua amiga. E enquanto não encontrasse um apartamneto e um boa babá iria morar com sua mãe, por insistência da mesma. Luiza já estava matriculada em uma escola bilíngüe perto da casa da Marichello. A menina era a  pessoa mais eufórica com toda essa mudança, já que agora viveria perto de toda sua família.

Mansão Portilla – 14h50min p.m.

Tisha: Vai deixar a Lu na casa da Marichello ou vai busca-la?

Anahí: Não sei – se encaminhou para o banheiro, onde começou a guardar todos os produtos de higiene intima, dela e da filha – eu preciso ir ao mercado ainda hoje, comprar as coisinhas da Lu.

Tisha: Que coisinhas? – seguiu a filha e ficou parada na porta do banheiro.

Anahí: Essas besteirinhas de criança. Biscoitos, achocolatado... – voltou para o quarto, sempre com Tisha atrás – não tem nada disso pra ela aqui. Talvez eu passe lá e a pegue quando estiver voltando.

Tisha: Quer que eu vá com você? – se ofereceu.

Anahí: Não precisa. Pede pro motorista tirar o carro pra mim?

Tisha: Quer que ele te leve?

Anahí Não. Quero ir dirigindo.

Já no supermercado Anahí andava distraidamente por entre as prateleiras. Pegava os produtos necessários que mais agradariam Luiza, só que não exagerava. Nada de muito doces e baboseiras. Apenas, como havia dito horas antes à mãe, necessidades de criança. Guiando cuidadosamente o carrinho, preparava-se para fazer a curva em uma das prateleiras quando esbarra, sem querer, em alguém.

Anahí: Perdão! – levantou a cabeça e encarou a pessoa, com os olhos confusos – Poncho?

Alfonso: Any! – sorriu e a cumprimentou com dois beijos rápidos no rosto – que coincidência...

Anahí: Que surpresa – pousou uma mão na lateral do carrinho – o que faz aqui uma hora dessas?

Alfonso: Um dos pontos negativos de morar sozinho e ainda por cima parar pouco em casa – riu – Acredita que abri a geladeira e não tinha nada dentro? Tive que vir comprar.

Anahí: Sei bem como é isso. Antes eu até deixava faltar algumas coisas, mas com criança é impossível – o acompanhou no riso e apontou para o carrinho com a cabeça.

Alfonso: Luiza é uma princesinha, merece todos os cuidados mesmo – sorriu – Preparada para começar o trabalhar? – fez um gesto com a mão, indicando que ela andasse.

Anahí: Acho que ansiosa seria a palavra mais adequada. – voltou a andar, e enquanto conversava com ele, observava os produtos na prateleira.

Alfonso: Vai ser muito bom... Também não estou me aguentando de ansiedade...

Anahí: Não duvido. – virou o rosto para ele e sorriu, antes de pegar três pacotes de biscoito e por no carrinho.

E os dois ficaram em silencio. Mas não era um silencio constrangedor e sim tranqüilo. Enquanto Anahí andava Alfonso ia a acompanhando, lado a lado. Ao mesmo tempo em que a observava, Alfonso se lembrava de toda a história que viveram juntos. Por diversas vezes, desde aquele dia da discussão com Perla, ficava pensando em Anahí e tudo que se passou naquela época.

Mas apesar do tempo ter passado, não tinha como não reparar no corpo esbelto dela, que se mantinha exatamente igual. Era tudo na medida certa, devidamente distribuído. Quando a loira levantou os braços e esticou um pouco o corpo para poder pegar um produto que estava em uma prateleira mais alta, Alfonso não pode deixar de dar uma secada básica no corpo dela. Disfarçou rapidamente quando a viu voltar a posição normal e encará-lo.

Anahí: Pega pra mim? - tinha a carinha dengosa e um sorriso de menina do rosto. Alfonso riu e balançou a cabeça, antes de pegar o produto.

Alfonso: Este? - observou o shampoo infantil primeiro para depois mostrá-lo a Anahí.

Anahí: Sim. - olhou para ele e sorriu - obrigada.

Alfonso: Por nada.

Já na fila do caixa Anahí e Alfonso aproveitaram para prolongar ainda mais a conversa. Conversaram muito, riam de tudo, apesar de terem ficado distantes tanto tempo a amizade parecia não ter mudado. Durante todo o tempo que ficaram rodando pelo supermercado, Anahí mordeu a língua para não perguntar o que tanto queria saber. Mas, chegou um momento em que não conseguiu segurar mais a curiosidade.

Anahí: E você e a Perla? Como estão? – escorou-se no carrinho e cruzou os braços enquanto esperava sua vez.

Alfonso: Estamos bem – coçou a nuca e mirou a loira – brigamos às vezes só que nada muito serio. Brigas normais.

Anahí: Que bom. – sorriu.

O silencio predominou entre eles. E assim permaneceu ate que os dois já estivessem com as compras pagas e empacotadas, se encaminhando até o estacionamento.

Anahí: Obrigada pela ajuda – disse assim que Alfonso guardou a ultima sacola no banco de trás do carro da loira.

Alfonso: Por nada. – fechou a porta e virou-se para ela – Any...

Anahí: você é um amor, Ponchito – o interrompeu, sorrindo.

Alfonso: obrigado – sorriu junto com ela – então... Eu queria te falar uma coisa... Não sei bem se você vai se importar, mas... É uma curiosidade que está me corroendo há alguns dias...

Anahí: Para de enrolar e fala logo – se escorou no carro e Alfonso se posicionou bem a sua frente.

Alfonso: Ok, ok. É que, bem... – começou a falar um pouco sem jeito. Afinal, aquela historia não tinha absolutamente nada a ver com ele – Por que seu casamento não deu certo?

Ao contrario do que Alfonso esperava Anahí não reclamou, não gritou e muito menos demonstrou surpresa. Apenas virou o rosto para o lado e permaneceu com o olhar vago, focado em algo. Colocou as mãos dentro dos bolsos da frente da calça e voltou a olhar para Alfonso.

Anahí: Eu já imaginava que fosse perguntar isso.

Alfonso: Se incomoda?

Anahí: Na verdade, não gosto de falar – balançou a cabeça devagar – é passado, não importa mais.

Alfonso: Você guarda magoas? – cruzou os braços, interessado.

Anahí: Não sei – confessou, sem se importar – talvez sim, talvez não. É bem relativo.

Alfonso: Como assim? – indagou bastante curioso.

Anahí: Nem eu mesma sei explicar. E sinceramente – continuou depois de alguns segundos em silencio – como eu disse, é um assunto que eu não gosto muito de ficar falando. Se você não se importa...

Alfonso: Tudo bem – afirmou com a cabeça – deve ser realmente uma coisa muito difícil.

Anahí: Você não imagina o quanto – suspirou pesadamente – mas já passou, não tem pra quê ficar lembrando disso.

Alfonso: Tem toda razão. Mas então, onde está a Luiza?

Anahí: No apartamento da minha irmã – sorriu enquanto agradecia mentalmente por ele ter mudado de assunto – tô indo lá buscar ela agora.

Alfonso: Essa hora? – ergueu uma sobrancelha, olhando o relógio no pulso – já passa das dez!

Anahí: Não brinca! – assustou-se – Sem duvida ela já deve estar no milésimo sono. Pelo visto vou ter que deixa-la dormir lá.

Alfonso: E tem algum problema nisso?

Anahí: Nenhum. Mas ela não é muito acostumada a dormir sem mim. E nem eu sem ela.

O sorriso de Anahí se alargou mais ainda quando viu Alfonso soltar uma gargalhada. Não sentia vergonha alguma em admitir isso. Afinal, qual o problema de uma mãe não conseguir dormir longe de sua única filha?

Alfonso: Você sem duvida é uma mãe maravilhosa...

Anahí: Obrigada. – sentiu as bochechas arderem levemente devido ao elogio inesperado e, aparentemente, bastante sincero. Cruzou os braços e encarou Alfonso – Acho melhor eu ir, mesmo que não pegue a Lu, vou dar uma passada na casa da minha irmã.

Alfonso: Claro, não vou mais te prender aqui.

Anahí: Que é isso – sorriu descontraída – Vejo você na festinha do reencontro?

Alfonso: Com certeza.

Alfonso piscou e Anahí riu. Trocaram um rápido beijo no rosto e Anahí entrou no carro. Deu partida e seguiu direto para a casa da irmã.