Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

It`s been written in the scars on our hearts - part1

Anahi: Assim que eu comecei a namorar com Manuel a minha vida virou de pernas pro ar... Era muita pressão ser "A noiva do governador"...  A mídia me vigiando 24 horas por dia e torcendo por um deslize meu, a família dele me odiando por nãos ser a mulher ideal, os assessores o envenenando o tempo todo contra mim, os fãs me xingando e criticando por ter dado uma pausa e o Velasco? O Velasco, apesar de me amar, estava o tempo todo me cobrando uma postura mais adulta e madura. Eu não estava feliz...

Maite: Meu deus, Any... Eu não imaginava isso.

Anahi: Pois é... Quem imaginaria que a primeira dama que sorria o tempo todo nas fotos estava destruída por dentro...  O Velasco foi muito importante pra mim, meninas. Eu o amei, o admirei e me dediquei a ele de corpo e alma durante todo o tempo em que estávamos juntos – sorriu de canto - Acho que teríamos sido felizes se o mundo que estava ao redor dele não existisse.

Dulce: Que historia, Any... Nem sei o que dizer. Eu tô perplexa com tudo isso...

Maite: Quando que o Poncho apareceu nessa história toda?

Anahi: Bom, Tinha dias que eu queria sumir, ficava chorando trancada no quarto, queria estar com meus amigos...  Com vocês meninas, cantando ou viajando, queria meus fãs, minha família, a vida de antes...

Maite: E por que você não nos procurou? Por que nunca disse nada?

Anahi: Por que eu tive vergonha, Por que eu não queria que ninguém soubesse que eu havia feito a escolha errada e que eu esta infeliz. Eu queria que o Manuel aceitasse a Anahi que eu era... A menina mulher, que sou um cara conheceu e aceitou de verdade, o Poncho. Comecei a pensar nele...  Relembrar os momentos que passamos juntos, como casal, como amigos, como colegas... Certo dia a Maria me arrastou pra fora de casa, saímos pra almoçar e adivinha quem estava justamente no mesmo restaurante?

Dulce: Deixa-me ver... Deixa eu ver... deixa eu ver... PONCHO HERRERA. Acertei?

Anahi: É...

Dulce: Que coincidência, hen? Isso sim é o destino...

Maite: E como foi?

Anahi: Bom... ao chegarmos no restaurante eu só queria uma coisa... O que me curaria tinha um nome, tequila.  Foram 3 doses e eu olhei para a porta pensando ter alucinações. Poncho surgiu do nada. O que estava fazendo ali? Eu pensei...

Alfonso: Anahi Portilla, então é aqui que você tem se escondido? – Disse como se me condenasse.

Anahí: P-Poncho – Gaguejei colocando o copo sobre a mesa e nessa hora Maria já estava bem longe dali – O que faz aqui?

Alfonso: Não acho que tequila vá ajudar na sua dor. – brincou.

Anahí: Você nem imagina como tem ajudado! – Murmurei revirando os olhos e virei outra dose.

Alfonso riu da careta que fiz: Arriba! – Brincou sentando-se ao meu lado.

Anahí: Que surpresa te ver, assim... Logo agora que... que eu tenho pensado tanto no RBD... – Falei tentando puxar algum assunto.

Alfonso: Eu também penso ás vezes no RBD – Falou enchendo o meu copo.

Anahí: Você sente falta? – Soltei sem pensar – Digo, de estarmos todos juntos no palco...

Alfonso: É claro que sinto. – Pausou e depois prosseguiu – Você sente? – Assenti e ele soltou aquele sorriso de canto que me deslumbrava.

Naquele momento eu já estava perdida em seus olhos, em sua boca, desejando-o. Deixando meu coração acelerar sem culpa, e foi aí que ela chegou. Dama, a namorada feia e sem graça dele. Como pude me esquecer dela?

Anahí: Sua namorada chegou! – Disse irônica, enquanto a via se aproximando.

Alfonso: Não é mais minha namorada.

Como? Então ele já não estava com ela? Uau! Aquilo me soou como música.

Anahí: Não? – Indaguei para ter certeza do que acabara de ouvir.

Alfonso: Não. – Disse arqueando a sobrancelha.

Anahí: E o que separou vocês dois? Foram as suas brincadeirinhas excessivas? – Perguntei fazendo-o lembrar o quanto ele me irritava com as suas manias. E como essas manias me faziam falta agora. Queria-o fazendo-me cócegas, puxando-me o cabelo, cutucando-me quando eu estava brava, e até mesmo me atrapalhando enquanto eu me maquiava. Quanta saudade.

Alfonso se levantou e abaixou-se aproximando a sua boca do meu ouvido, no mesmo instante senti-me arrepiar: Outro dia eu te conto. – Depositou um beijo estalado na minha testa e fora cumprimentar Dama que já nos vira.

Coincidência ou destino, eu e Alfonso nos encontramos no estacionamento daquele restaurante. Realmente Dama e ele não estavam mais juntos, visto que ela foi embora muito antes dele.

Alfonso: O que faz aí sozinha? – Perguntou-me intrigado, ele ao contrário de mim estava sóbrio.

Anahí: Esperando... – Disse sem conseguir completar uma frase com muito nexo.

Alfonso: Me esperando? – Brincou.

Anahí: Sim, você disse que me contaria sobre você e a Dama. - Respondi divertida.

Alfonso: Sempre curiosa! Quer que eu te leve pra casa?

Anahí: Sabe o caminho ainda? – Engraçado como mesmo alterada eu nunca perdia a minha ironia.

Alfonso: Gracinha! – Deu-me um apertão na bochecha e me pegou pela mão levando-me até o seu carro.

Céus, foi só ele tocar na minha mão para eu perceber como sentia a falta dele. Senti uma descarga elétrica percorrer o meu corpo, e logo me imaginei em seus braços. Foi preciso alguns segundos para eu voltar à realidade.

Anahí: Mas meu carro está aqui! – Reclamei.

Alfonso: Você fala para o motorista vir buscar!

E foi aÍ que eu fiz o que não deveria ter feito. Porém confesso que se tivesse a oportunidade de voltar no tempo, eu faria de novo.

Estava encostada no carro quando ele se aproximou para abrir-me a porta. Estava tão perto...

Não pensei duas vezes, deixei o medo de lado, rompi a barreira da razão e me virei para ele, encarei-o, e agarrando-o pelo colarinho colei o meu corpo ao dele. Então o encostei no carro enquanto ele me olhava um pouco perdido e segurando a sua nuca alcancei os seus lábios.

E que lábios! Os lábios quentes e macios que me faziam tanta falta. Foi instantâneo, meu coração começou a bater tão forte que podia senti-lo sob o meu peito. Invadi-lhe a boca, buscando a sua língua e ele enfim retribuiu o meu beijo. Choquei a minha língua a dele, enlaçando-a, massageando-a, quanta saudade! Poncho segurou-me pela cintura, as mãos firmes puxaram o meu corpo, aproximando-nos ainda mais. Afundei os meus dedos em seus cabelos, deixando-me perder naquele momento. Suguei-lhe o lábio inferior, mordiscando-o, retomando o fôlego, e então ele levou uma das mãos ao meu cabelo, puxando-o e deslizou os lábios até o meu pescoço, depositou ali uma leve mordida e voltou a tomar a minha boca, explorando-a, degustando-a. Foi exatamente nesse momento que eu percebi que ele sentia tanta falta quanto eu, e foi também nesse momento que ele terminou aquele beijo, de repente. Não o entendi.

Alfonso: Any, isso não devia ter acontecido!

Depois dessas palavras eu não pude dizer nada. Não vou mentir, durante aquele beijo criei a esperança de que pudéssemos enfim ficar juntos. Cheguei até a acreditar que ele me queria tanto quanto eu. Mas estava enganada. E isso me rasgou a alma. Engoli o choro preso na garganta. Tratei de me recompor o mais rápido que pude.

Anahí: Finjamos que não aconteceu então. – Virei às costas e fui em direção ao meu carro. Precisava sair dali, precisava sair do alcance dos seus olhos antes que desabasse.

Alfonso: Any! Espera! – Disse e ouvi seus passos apressados atrás de mim. – Sabia que me alcançaria, então virei para olhá-lo, e aí senti uma pequena lágrima queimar-me o rosto – Any, vamos conversar!

Anahí: Escuta Poncho... – Respirei fundo tirando forças de cada pedaço do meu ser – Não precisamos conversar. Aquilo não devia ter acontecido. Foi só um impulso meu. Bobagem, eu bebi demais, perdi completamente a noção. Finjamos que nada aconteceu, simples! – E então eu entrei no carro e arranquei sem que ele pudesse dizer qualquer coisa.