Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

Skies are crying, I am watching. Catching teardrops in my hands... part 1

Apartamento de Alfonso – Sexta- Feira 20h12min

Chegou o dia que Anahí jurava para si mesma que nunca enfrentaria: contar a Poncho que ele tem uma filha. Ela estava apavorada, mas Chris, Mai e Dul a tranquilizaram dizendo que essa era a decisão correta, com os dois e com Luiza. Ao chegar na portaria do prédio de Alfonso, ela parou respirou fundo e subiu para enfrentar seu destino. Estava consciente de que Poncho poderia não reagir muito bem, mas ela agiu de forma errada quando escondeu Lu dele, então só a restava enfrentar o que viesse, mas não podia negar que a ideia dos três juntos a fascinava. Assim que abriu a porta, percebeu que ele não estava lá, mas sua pasta com os textos estava em cima do sofá, então ele voltaria. Aproveitou para pensar, enquanto o esperava. Ouviu a porta, virou-se e ele estava lá, com uma garrafa de vodka na mão e quando a viu, seu olhar era furioso.

Anahí: Oi, meu amor, o que hou...

Alfonso: Cala a boca! Não me chama de amor, você não sabe o que significa essa palavra!

Anahí: Poncho, você está bêbado?

Alfonso: Ainda não, mas essa é a ideia. Depois que você sair daqui e nunca mais voltar.

Anahí: Você está me assustando. O que aconteceu?

Ele começou a rir, mas era um riso estranho, triste. Logo depois ele tinha lágrimas nos olhos.

Alfonso: Aconteceu que eu descobri quem você realmente é... Uma criatura cruel, dissimulada e sem coração. Como você pode fazer isso comigo?

Anahí: Você vai me dizer do que está me acusando ao menos, para que eu possa me defender? - O coração de Any iria sair pela boca a qualquer momento.

Alfonso: O que você fez não tem defesa, Anahi! - A cada frase, ele bebia mais um pouco da garrafa - Não tem perdão.

Anahí: O que quer que seja eu...

Alfonso: Ela é linda. - A mágoa podia ser ouvida na sua voz.

Anahí: Quem é linda? Meu Deus, Poncho... – sussurou ao perceber do que se tratava, abaixou a cabeça e fechou os olhos - Como você...?

Alfonso: Como eu descobri que você é a pior criatura desse mundo? Que eu tenho uma filha de cinco anos que cresceu acreditando ter outro pai?

Anahí: Poncho, você se lembra que ontem eu queria conversar com você... Era isso. Eu iria te contar hoje, mas...

Alfonso: Ah é? Sério, Any? - Ele sorria e chorava ao mesmo tempo.

Anahí: Poncho, por favor me escuta?

Alfonso: Nada do que você possa me dizer irá mudar a situação. Você acabou com a minha vida, mas eu queria saber o motivo. Isso você pode me dizer?

Anahi deu dois passos em direção a Alfonso, mas ele se afastou como se ela tivesse uma doença contagiosa.

Anahí: Eu fiquei grávida naquela noite em que agente ficou junto, mas quando eu descobri, já estava com dois meses, e já havia me casado com o Velasco. Eu não podia me separar dele e falar que estava gravida de outro. Isso acabaria com a imagem de governador dele, e até pra nossa carreira ia ser péssimo... Sei lá... Eu fiquei com medo e preferi esconder esse segredo - Ela teve que parar e respirar fundo.

Alfonso: E? - Ele a olhava como se o que ela falava fosse alguma piada.

Anahí: Poncho, eu ouvi uma conversa sua com a Perla. Ela dizia que estava gravida. Você nunca havia me dito nada sobre ela... eu me senti traída, insegura, além disso, eu não queria ser um empecilhou na sua vida. Foi por isso que eu me casei. Quando eu me separei, eu quis ir pra longe pra tentar fugir um pouco disso tudo, desse segredo que me torturava. E preferi ir morar em Paris e lá criar a Luiza.

Alfonso: Acabou? Pode ir então.

Anahí: Poncho, por favor, eu ia te contar...

Alfonso: Você não percebe que isso não muda nada, droga? Você me privou de acompanhar o crescimento da minha filha e isso eu não vou perdoar nunca. Eu tinha esse direito e você arrancou de mim e deu pra outro, mas agora que eu sei eu vou fazer de tudo para compensar o tempo perdido. Quanto a você, pode ir. Não quero mais te ver na minha frente.

Anahí: Poncho, não faça isso, por favor... Eu te amo!

Alfonso: Coloca uma coisa na sua cabeça. Eu... – Respirou fundo retomando a coragem – Eu não te amo mais!

Anahi sentiu uma lágrima queimar-lhe o rosto. Uma facada no peito doeria menos do que aquelas palavras.

Alfonso: Isso é tudo, Anahi - Ele falou de costas para ela, olhando ao longe pela janela. Chorando como ele, ela deixou a chave reserva no aparador e saíu, deixando sua vida despedaçada dentro daquele apartamento.

Assim que a porta fechou, ele olhou ao redor e tudo o que via o fazia lembrar os momentos que passaram juntos ali. E tudo era tão vivo, como se tivesse acontecido há poucos instantes. Ele amava aquela mulher, mas descobrir que ela intencionalmente o negou o direito de ter sido pai para sua filha era algo que superava qualquer outro sentimento. Ele viu a sinceridade do sofrimento nos olhos dela, mas as coisas entre eles haviam sido quebradas além do reparo e a única coisa que os unia agora era a linda garotinha que ele havia acabado de descobrir ser sua filha.

Olhou para a garrafa na mão e percebeu que de nada adiantaria fugir da sua vida bebendo. Ele necessitava da sua lucidez para fazer o que tinha de ser feito.

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