Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

Miles de heridas que quedaron sin sanar

Prédio de Marichello - Terça - feira, as 22hs e 40min.

Após o jantar, Anahí pediu a Eleazar que passasse com ela no apartamento de Marichello para pegar algumas coisas que Luiza havia deixado lá durante a tarde.

Os dois saíram do elevador cheios de entrosamento. Ela estava prestes a rir, quando viu àquela cena. Anahí piscou os olhos seguidas vezes para se certificar de que não era uma miragem. Merda, o que eles estavam fazendo ali, juntos?
Foi inevitável não sentir raiva, e foi impossível tentar escondê-la. Estava estampado em seu rosto. As bochechas levemente avermelhadas, os lábios cerrados.

Eleazar: O que aconteceu? - Perguntou confuso vendo a seriedade repentina. Não reparou para o que, ou melhor, para quem Anahí olhava.
Os olhos de Any faiscavam fixos em Poncho e Perla que acabavam de sair do apartamento dela, estavam a umas 10 passos de distância, conversavam distraídos.
Parece que o destino gostava de brincar com Anahí. Quando as coisas pareciam ir bem, ou pelo menos ir `não tão ruim`, alguma coisa acontecia e a fazia lembrar de todas as suas mágoas e cicatrizes. Isso chegava a ser cruel.
E o pior é que Poncho, na sua total ignorância, continuava a manter uma amizade com Perla. Depois do ocorrido com Tulia, eles sempre se encontravam e se falavam. Desde então Perla vinha se mostrando a amiga exemplar. Mudara de tática para conquista-lo. E o que Alfonso não percebia é que apesar das armas serem diferentes, seu objetivo ainda era o mesmo, tê-lo.
A primeira coisa que veio à cabeça de Anahí foi caminhar até os dois e esbofeteá-lo até a morte. Como tinha coragem de estar com Perla, depois das coisas que disse na noite anterior? Era um idiota! No entanto, ela respirou fundo, rompendo o seu impulso. Vingança é um prato que se come frio. E havia outras coisas que machucariam mais Alfonso do que uma série de tapas. Então ela não pensou duas vezes e encarou Eleazar voltando de seu devaneio.

Anahi: Não aconteceu nada.

Eleazar estava de costas para Alfonso e Perla, não havia como vê-los: Você ficou tão séria de repente. No que está pensando? - Disse levanto a mão ao cenho franzido de Anahí.

Any: Estava pensando que você poderia me beijar agora. - Insinuou aproximando-se dele. Se era ruim para ela vê-lo com Perla, seria ainda pior para ele vê-la beijando outro.

E como responder àquilo senão beijando-a? Eleazar soltou um sorriso de canto, envolvendo-a pela cintura. Uma das mãos caminhou vagarosa até o rosto de Anahí, acariciando-lhe, enquanto a boca se aproximava à dela no mesmo ritmo. Anahí fechou os olhos, sentindo a respiração dele tocando-lhe a face, procurou afastar a imagem de Poncho de sua mente, como era difícil. Quando os lábios de Eleazar tocaram os seus, seu ímpeto foi o de deixar as lágrimas caírem, Deus, como estava magoada. O que sentia por Alfonso era tão intenso que chegava a doer-lhe (literalmente) o peito. Já não era apenas algo psicológico, era físico.
Mas claro, ela não chorou. Intensificou o beijo, buscando a língua de Eleazar na tentativa de mandar Poncho e todas as suas lembranças ao inferno. O beijo era rápido, quase violento. E foi extremamente agressivo aos olhos de Alfonso. Quando ele a viu sua garganta imediatamente secou. Ele ficou paralisado, e ao contrário do que se possa imaginar, não foi tomado pela raiva, mas por uma terrível decepção. Christopher tinha razão ela estava mesmo com Eleazar. Estava o enganado, dando-lhe falsas esperanças. Vê-la com outro, depois de tantas confissões na noite anterior era pior do que qualquer castigo.

Os olhos de Poncho perderam a vida, seu rosto ficou apático diante do que vira. Perla tagarelava tão freneticamente que nem percebeu. Ele não sabia se ia até ela e a arrancava dos braços dele, se ia embora sem dizer uma única palavra , se esbravejada, se chorava. Alfonso abaixou os olhos, totalmente sem reação. Estava perdido, e toda aquela cena parecia impossibilitá-lo de qualquer atitude. Seria humilhação demais exigir uma explicação a respeito daquilo? Ele não pensou. Quando deu por si, estava descendo pela escadaria do prédio. Perla vinha atrás correndo, tentava alcançá-lo.

Perla:  O que houve? Espera! - Falando com falsa inocência.

Poncho: Você sabe muito bem o que houve, Perla.

Perla: Você ficou chateado, não foi? - Disse, fingindo-se de amiga.

Poncho: E preciso responder?

Perla: Poncho... - Repousou a mão sobre o ombro dele - Você precisa esquecer! Precisa superar. 

Poncho: Eu a amo.

Perla sentiu raiva, muita raiva, mas obviamente não demonstrou: Poncho...

Poncho: Me deixa. Ok?! Eu só quero ficar sozinho. – Disse e deu as costas indo embora.

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