Fanfic: Despertar do coração | Tema: Rebelde - AyA

Tantas mañanas que no quise despertar – part 2

Apartamento de Alfonso, Quarta- Feira, às 07hs e 52min

Alfonso: Merda! Merda! Merda! - Cerrou os punhos socando a própria perna. - Estúpido! - Afundou os dedos nos cabelos, como se quisesse afastar àquela imagem. Desejando absurdamente que aquilo não passasse de algum tipo de pesadelo ou que ela fosse uma miragem ou algo assim.

Então a miragem acordou, um sorriso largo no rosto, e ele teve a terrível certeza de que sim, aquela noite havia acontecido. Longe de ser um pesadelo e muito perto de ser a maior besteira que ele já fizera na vida.

Sabrina: Bom dia! - Disse espreguiçando-se para depois engatinhar até ele. Alfonso se levantou no mesmo instante, colocando a sua calça. Jogou a camisa que usara na noite anterior para que Sabrina se cobrisse. - O que há? - Perguntou vestindo a peça.

Alfonso: O que há? - Repetiu a pergunta naquele tom de indignação misturado com desespero - Há que isso jamais poderia ter acontecido, Sabrina! - Disse duro, enquanto caminhava de um lado para o outro na sala.

Sabrina: O que? - Levantou-se parando na frente dele - É assim que você me trata depois de...

Alfonso cortou-a: Sabrina, por Deus, eu estava bêbado!

Sabrina: Mas sabia exatamente o que estava fazendo, Poncho. E convenhamos que você gostou, e muito. - Poncho respirou fundo, estava prestes a perder a cabeça, como pôde ser tão irracional?

Alfonso: Sabrina, eu... Você não... Nós não podíamos!

Sabrina: E por que não?

Alfonso: Porque eu estava bêbado, porque não tinha o menor controle sobre mim...

Sabrina: Ah não, Poncho! Você não pode colocar toda a culpa do que aconteceu em mim. Se você não se lembra, você teve uma participação muito ativa em tudo o que fizemos. Então não se faça de vítima. - Bem, ela estava certa. Ele lembrava, ele sabia, fora conivente com aquilo. Ainda que estivesse bêbado, o álcool não o isentava da culpa.

Alfonso: Eu não estou te culpando. - Disse baixo - Só que entenda, que se eu estivesse em condições normais, isso jamais teria acontecido.

Sabrina: Assim você me ofende. - Rebateu, e ali não havia fingimento, ela realmente estava ofendida.

Alfonso: Me desculpe, Sabrina! - Soltou depois de um longo suspiro - Eu só não quero que você crie qualquer tipo de esperança a meu respeito. 

Sabrina: É só isso que você tem a me dizer depois de transar comigo? É isso? Então eu fui mesmo usada e levei um fora na manhã seguinte, como se eu fosse algum tipo de boneca inflável? – Disse, dessa vez dramatizando. A verdade é que Sabrina não se importava em ser usada, ou coisa do gênero, mas o que ela queria naquele momento é que ele se sentisse culpado e de alguma forma responsável pelo sofrimento dela.

Alfonso: Sabrina, não tem nada a ver com isso. Eu nunca pensei em usar você, por Deus. Acontece que... – Segurou as mãos dela tentando falar aquilo da maneira mais sutil possível – Sabrina, nós dois simplesmente não podemos ficar juntos. Não podemos porque meu corpo, minha mente, meu coração, tudo em mim já é de outra pessoa. E ainda que eu tenha me deixado levar e tenha ficado com você, isso não mudou em nada o que eu sinto. – Os olhos de Sabrina se encheram de lágrimas e mais que tristeza, havia ódio ali. Maldita Anahí, se não fosse por ela as coisas seriam tão diferentes. – Me desculpe se criei algum tipo de expectativa em você. 

Sabrina: Me sinto um lixo agora, Poncho. – Ele ameaçou dizer algo, mas ela prosseguiu – Mas eu sou paciente e vou saber esperar.

Alfonso: Sabrina, por Deus, eu não quero que espere. Siga a sua vida, procure alguém que te faça feliz...

Sabrina: Eu vou esperar, Poncho. – Repetiu – Talvez você esteja cego demais pra ver isso agora, mas Anahí nunca vai te fazer feliz. E eu vou estar aqui quando você descobrir isso. 

Alfonso: Sabrina, isso que você sente já está se tornando obsessão. – Alertou – Será que não percebe que esperar por alguém que não te ama não vale à pena? – Sabrina não respondeu, vestiu as suas roupas o mais rápido que pôde, pegou a bolsa jogada no chão e se dirigiu até a porta. – Sabrina, por favor...

Sabrina: Chega, Poncho. – Disse já do lado de fora do apartamento – Eu estou bem, e eu vou esperar. Só espero que você fique bem também. Não vou exigir de você mais do que pode me dar. – Deu um beijo demorado na bochecha dele. E ele sinceramente não entendeu aquilo. Sabrina a pouco segundos o acusava de tê-la usado e agora estava sendo compreensiva.... – E não se preocupe, eu não direi a ninguém o que aconteceu entre a gente. – E não que aquilo tirasse de fato algum peso das costas dele, mas de certa maneira o aliviou. O que ele não sabia é que Sabrina não diria nada até que aquilo lhe fosse útil.

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