Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- Viu o último desenho do Purdey? - replicou Christopher, sentindo-se cômodo com tal conversa. - Ouvi que é superior ao que está usando o exército.

Continuaram conversando sobre armas de fogo até que uma das damas perguntou:

- Foi assim como se fez essa cicatriz, lorde Uckermann? Com um rifle?

Ele ficou tenso, mas antes que pudesse pronunciar alguma só palavra, Dulce respondeu por ele:

- A fez em uma queda de cavalo; nada incomum para um homem ativo como o visconde.

E dessa forma tão fácil, ela converteu um assunto que o tinha atemorizado durante toda sua vida em uma insígnia de honra. Dulce mudou de assunto com sutileza, iniciando um debate sobre a ópera a que tinham assistido, e para seu assombro, ninguém pareceu alterar-se.

Christopher lançou a Dulce um olhar de admiração. Ela não tinha expressado sua própria opinião sobre como fizera a cicatriz, uma versão que estava surpreendentemente perto da realidade. Por que não o tinha feito? Para protegê-lo de mais perguntas desrespeitosas?

A conversa continuou fluindo e os olhos dela toparam com os dele, e seu terno olhar o deixou sem fôlego. Assim seria sua vida se casasse com essa mulher. Ela o defenderia inclusive nas ocasiões em que ele não necessitasse que ninguém o defendesse. Iriam juntos a todos os eventos sociais, ela dançaria com ele sempre que ele quisesse, e de noite jantariam juntos compartilhariam a cama. E todo o resto, também.

Uma estranha sensação o invadiu da cabeça aos pés. Era possível formar parte desse mundo, deste mundo? Podia sonhar tendo um futuro real, uma esposa e uns filhos e também amigos? O que aconteceria se assumisse o lugar que lhe correspondia na sociedade e...?

Maldita fosse Dulce por lhe inculcar tais pensamentos. A idéia estava condenada ao fracasso. Não funcionaria, como sempre. Mas, entretanto, não podia deixar de pensar nisso. Gozar de uma vida completa, além do Castlemaine, uma vida como qualquer outro indivíduo. Todos seus planos de usar a Dulce para separar a Anahí e Alfonso se esfumavam quando pensava nessa possibilidade perigosamente tentadora.

"Calma", disse-se. Tais pensamentos eram claramente prematuros. A Belle me Dê tinha rechaçado a onze homens; por que ia aceitar ao décimo segundo?

E por que não? Ele era um bom partido. Seu título, sua riqueza e sua linhagem o convertiam em um personagem atraente para essa sociedade, se não fosse por sua falta de cavalheirismo. Agora que suas maneiras estavam melhorando, as coisas podiam ser diferentes.

No melhor dos casos era possível. Dulce gostava de seus beijos, ao menos isso era o que lhe parecia. E podia lhe oferecer todo o bem-estar que desejasse, se ela aceitasse viver longe da cidade durante uma parte do ano. Certamente se teria que esforçar mais para que ela quisesse estar com ele todo o tempo.

Dar-lhe um ou dois filhos, e com isso estaria irrevogavelmente atada a ele e ao Castlemaine.

"Isso não funcionou com minha mãe", recordou.

Não, mas sua mãe tinha sido tentada a pecar pelo próprio diabo. Se Dulce acabasse sendo sua, mantê-la-ia bem afastada desses ignominiosos demônios. Esforçou-se por concentrar a atenção de novo na conversa do grupo, que agora falava sobre as tarefas de reabilitação de uma propriedade de um dos cavalheiros ali presentes. Os comentários da Dulce eram surpreendentemente ardilosos. Jamais teria imaginado que ela soubesse o que era um mirante, ou que tivesse uma opinião formada sobre como projetar beirais. Possivelmente seus interesses eram mais amplos do que ele tinha pensado.

- Soube que seu pai realizou uma renovação extensiva do Castlemaine faz alguns anos - disse um dos cavalheiros a Christopher, para convidá-lo a entrar na conversa. - Conseguiu que as obras não se excedessem em demasia no tempo?

- Levou-lhe vários anos - respondeu Christopher. - De menino pensava que era normal ter a sala de refeições repleta de andaimes.

A moça espanhola, que agora estava ao lado da Dulce, olhou-o com uma enorme curiosidade.

- Castlemaine é seu lar, lorde Uckermann?

Ele assentiu.