Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

Capítulo dezesseis.

"As núpcias de sua pupila não têm por que interferir em seu futuro. Uma mulher inteligente terá realizado os preparativos indispensáveis com a família para quando sua pupila se case."

SENHORITA CICELY TREMAINE,

A preceptora ideal

Durante os últimos nove anos, Christopher tinha assumido que as bodas eram para outros. A filha do granjeiro se casava com o impetuoso jovem lavrador; a professora da escola, um pouco entrada em anos casava-se com o boticário; a dama de alta linhagem de quem tanto falava a imprensa se casava com um famoso cavalheiro cuja face não estava sulcada por uma detestável cicatriz.

E, entretanto agora se achava diante de um bispo, com cicatriz incluída. Sustentava a mão delicada da mulher mais bela de toda a Inglaterra, não, do mundo inteiro. E estava a ponto de convertê-la em sua esposa.

Incrível.

Sim, as bodas se levaram a cabo rapidamente graças a uma licença especial. Tratava-se de uma cerimônia privada, com poucos convidados, sem toda a parafernália a que Dulce provavelmente estava acostumada. Mas apesar de tudo era um casamento, e a noiva estava ali de boa vontade. Ao menos isso parecia.

As poucas ocasiões que tinha tido de vê-la na semana anterior, durante os preparativos para o casamento, comportou-se de um modo bem formal com ele. Agora, não obstante, Dulce estava dando o sim, aceitava casar-se com ele de boa vontade.

Embora sem evidentes mostre de estar radiante, tampouco. Quem podia culpá-la? As deslumbrantes filhas dos duques não se casavam com tipos desajeitados e solitários como ele, e aceitavam levar uma vida aborrecida no campo, afastadas da fina sociedade.

"Quero uma casa na cidade. E a liberdade de residir nela quando o desejar", tinha sido uma das condições que lhe tinha imposto Dulce.

Christopher resmungou. Essa mulher se enganava; confundia-o tudo. Ele pensava fazê-la feliz, muito feliz. Asseguraria de que se sentisse ditosa no Castlemaine, tanto na cama como fora dela, para que se esquecesse da cidade. Já tinha alugado uma casa na capital, tal como ela tinha exigido, mas não lhe parecia bem deixá-la residir nela a sós quando desejasse muito. Negava-se a seguir os passos de seus pais, inclusive se isso significasse tê-la a seu lado todas as horas do dia.

O bispo os benzeu como marido e mulher, mas quando ele foi beijá-la, ela baixou os recatadamente. Christopher notou um estranho nó na garganta. Dulce não era recatada. Possivelmente um pouco altiva sim, inclusive às vezes reservada, mas não recatada.

Era possível que a essas alturas ela já se estivesse arrependendo de haver-se casado com ele?

Pois pensava lhe pôr remédio.

Em lugar de lhe dar o beijo receoso nos lábios que todos os convidados provavelmente esperavam, agarrou-a entre seus braços e deu um sonoro beijo, com a firme determinação de demonstrar a todos o muito que a desejava.

Quando se retirou, em meio de vivas educadas por parte dos convidados, ela respirava com dificuldade, mas uma faísca havia tornado a conquistar seus belos olhos. Embora fosse uma faísca de ódio era melhor que sua repentina modéstia.

Não a deixaria ser modesta, não com ele e menos ainda nesse dia tão famoso.

Depois de uma semana de recordar o doce gosto de sua boca, Christopher desejava devorá-la. E ansiava que ela quisesse o mesmo. Nessa mesma noite pensava fazê-la sua, total e irrevogavelmente. Sua esposa. E que Deus tivesse piedade dela se o rechaçava.

O casal se deu a volta para os convidados e começou a descer o curto lance de escadas e a percorrer o corredor central da igreja do Saint James.

- Suponho que estará contente - murmurou ela entre dentes. - De verdade, não posso entender como às vezes me faz.

- Quer dizer que quantas vezes não pensei na sorte de que saísse detrás de mim essa noite no Almack"s? - cortou-a ele.

Dulce lhe lançou um olhar perplexo.

- Não. - E a seguir acrescentou: - Mas tem que mostrar a todos, de uma forma tão descarada, por que decidimos nos casar?

Um leve sorriso apareceu nos lábios do Christopher.

- Farei tudo o que for preciso para demonstrar a seus antigos pretendentes que já não está disponível.

- Certamente já perceberam com o casamento; não é preciso dar um espetáculo - replicou ela.

Mas a amargura tinha desaparecido de sua voz, e agora exibia um exíguo sorriso.