Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- Contar o que?

Christopher suspirou. Agora Dulce era sua esposa, assim o mais conveniente era não lhe ocultar nada.

- Que existem dúvidas sobre quem é seu pai, pelo menos isso é o que opina o príncipe, que assegura ser seu pai.

Dulce não pareceu nada surpreendida ante tal declaração.

- Mas você não está de acordo, não é assim?

- Não é a filha do príncipe, diga o que disser esse rufião.

- Tem certeza?

- É impossível, pelas circunstâncias desses anos. E o príncipe sabe, também. Se pensasse que Anahí é sua filha, me teria desafiado para me tirar à custódia faz muito tempo, como ele e a senhorita Fitzherbert fizeram com a filha de lady Horária Seymour.

- Mas Minney não tinha nenhum familiar direto que pudesse reclamá-la depois da morte de sua mãe, só os tios e primos.

- E nenhum deles achava que o príncipe fosse seu pai, embora a mãe da moça tivesse sido uma de suas amantes. Entretanto, o príncipe se encetou em uma batalha legal até que ganhou a custódia da jovem.

- Talvez não se atreva a lutar contra você porque sabe que Anahí está em boas mãos.

Christopher a observou com atenção.

- Ele sabe o muito que o desprezo. Só esse insulto seria suficiente para animá-lo a lutar contra mim.

Dulce ficou pensativa durante uns instantes.

- Seria um anúncio atroz que Anahí fora a filha de Sua Alteza?

A ira se amotinou no estômago do Christopher.

- Passei quase toda minha vida sabendo que era filho ilegítimo; nem um verdadeiro herdeiro de um príncipe nem tampouco um verdadeiro herdeiro de um visconde. Sabia que era o fruto ilícito de uma união repudiada pela Igreja e desdenhada pela gente respeitável, o símbolo de tudo aquilo que é repulsivo em nossa sociedade. Não quero que ninguém tenha que carregar com a mesma cruz, e menos Anahí.

- Mas agora ela é uma mulher. Pode assumir essa verdade.

- Seriamente? Pois não vejo que você a esteja acautelando de que seu irmão é um miserável que só a quer por motivos políticos.

Dulce ficou pálida e desviou o olhar.

- Porque não é verdade - acrescentou em um sussurro. - E se o fosse, lhe partiria o coração.

- Exatamente. Por isso não quero que saiba nada deste turvo assunto. Prefiro separá-los. Posso suportar o papel de irmão tosco e super protetor, se isso for o que se necessita para afastar ao Foxmoor durante um tempo até que se canse de sua manobra e atire a toalha.

- E se não se cansar? - Quando Christopher arqueou uma sobrancelha e a olhou, ela acrescentou.

- Quero dizer se não se cansar de cortejá-la, claro.

- Se persistir em sua atitude asseguro que o matarei. - Então lançou a Dulce um olhar impávido. - E se você ajudar a seu irmão, te juro que também a matarei.

- Não tenho nenhuma intenção de ajudá-lo, se isso significa ferir sua irmã - acrescentou ela em uma voz calma cheia de tristeza. - Acredite ou não, sempre pretendi o melhor para a Anahí.

- Perfeito.

Mas essa conversa deixou ao Christopher um mau gosto na boca, que não conseguiu eliminar com todos os deliciosos manjares que se serviram no banquete. Dulce lhe ocultava algo, sabia, mas não podia averiguar do que se tratava.

Esse mal-estar se prolongou até que terminou o banquete e ambos subiram na carruagem de Christopher para empreender a viagem de núpcias. Os dois estavam um pouco altos por causa do champanhe, e ela tinha trocado seu fabuloso vestido de noiva por um traje de viagem bem formidável. Tratava-se de uma blusa de cor pêssego grampeada até quase o queixo com um considerável número de bolas, e estava debruada em sua parte superior com uma gola com pontinhos nas pontas. Parecia gritar: "Não tocar!"

Essa questão não o teria preocupado tanto se ela não se sentasse no assento diante dele, em lugar de seu lado. A tarde não começava nada bem.

Tentando acalmá-la, rebuscou em seu bolso e tirou algo que Anahí lhe tinha dado umas horas antes.