Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- Ele já sabe que não pode ler? - mugiu Cicely a suas costas.

- Sim - replicou Dulce. - Me disse que não supunha um grave problema para ele, mas está claro que me mentiu.

Os olhos do Christopher se abriram como um par de laranjas.

- Não lhe menti. Não tem remédio! Mistura tudo! E aposto o que quiser que a seus amigos tampouco importaria averiguar seu segredo. O que está claro é que prefere estar com eles antes que com seu próprio marido.

- Não, Christopher, escolho viver sem correntes, que não é o mesmo. - Observou o rosto iracundo de seu marido. Era teimoso como uma mula. Mas então detectou um pouco de medo nesses olhos. Se fosse com ele agora, Christopher nunca poria fim a essa loucura.

Mas se escolhia ficar, seria capaz de perdoá-la?

Não havia mais remédio que arriscar-se. Desejava mudar esse desalmado, e se tinha proposto ganhar, sem importar o que tivesse que pôr em jogo.

- Passou a vida se ocultando em sua toca para evitar enfrentar à parte mais desagradável deste mundo no qual nos é tocada viver. Mas com isso também perdeu sua parte mais bela. Pois bem, não estou disposta a fazer o mesmo. Quando decidir voltar a se integrar no mundo, estarei esperando-o. Mas quero muito a você para lhe permitir que me arraste consigo a uma morte segura em sua toca.

Sem dizer nenhuma palavra mais, deu meia volta, abandonou a sala e se dirigiu às escadas. Não estava certa de aonde se dirigia, mas sabia que não podia suportar que esse desumano fizesse em migalhas seu coração nem um minuto mais.

Ouviu os enérgicos passos do Christopher atrás dela.

- Ordeno-lhe que venha comigo!

Dulce continuou subindo as escadas.

- Maldita seja! É minha mulher!

Sim, e Christopher parecia havê-la recompensado bem por isso. As lágrimas inundaram seus olhos, e ela afastou-as com brusquidão.

Um rude silêncio encheu o vestíbulo a seus pés. Quando chegou acima das escadas e seguiu andando como uma sonâmbula, em busca de um lugar onde poder chorar tranqüila, ouviu-o gritar:

- De acordo. Se isso for o que quer, então apodreça em Londres. Não me importa. Mas aviso-a: - Apodrecerá sozinha.

Dulce ficou paralisada enquanto as lágrimas continuavam seu curso sem parar. Escutou o estrondo das botas se afastarem- pelo vestíbulo até a porta principal. Ato seguido, escutou o inconfundível som dos cascos dos cavalos se chocando contra a rua empedrada. A carruagem se afastou cada vez mais, até que o estrépito se confundiu com outros ruídos da rua.

Só então se derrubou. Deixou-se cair ao chão e começou a chorar desconsoladamente. Era certo que o tinha perdido para sempre? Conseguiria que retornasse junto a ela?

Passos ressonou nas escadas, vozes murmuraram a seu redor, mas Dulce continuou soluçando, incapaz de parar, incapaz sequer de levantar do chão e sentar-se em uma cadeira.