Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

Katherine fez gestos ao criado para que se aproximasse e este entregou a carta a Dulce.

Quando ela tomou, notou que pesava mais da conta. Um nó se instalou em sua garganta enquanto rompia o selo e abria a carta. Duas chaves caíram em sua saia.

Perplexa, ficou olhando fixamente a folha escrita com a letra nada delicada do Christopher.

- Quer que a leia? - perguntou-lhe Cicely.

Ela desejava desesperadamente dizer que não. Por muito que amasse e confiasse em sua prima, e também em Katherine, odiava que ambas averiguassem o conteúdo de uma nota tão pessoal. Mas se não fosse assim, necessitaria pelo menos meio-dia para decifrar mais ou menos a carta, especialmente com essa caligrafia tão pouco agraciada do Christopher. Além disso, estava segura de que ele sabia que Cicely se encarregaria de lê-la, assim tampouco podia ser tão excessivamente pessoal.

O nó da garganta pareceu fechar-se mais.

- Sim, por favor.Leia me respondeu ao mesmo tempo em que passava a nota a sua prima.

Cicely pegou as lentes e começou a ler:

- "Querida esposa: ouvi que está passando estes dias em casa de meus amigos. Perdoa por não ter sido mais explícito, mas jamais quis que ficasse sem um lar. Remeto-te as chaves da casa da cidade. Pode se instalar ali com o Cicely, se o desejar."

Dulce soltou um suspiro desconsolado.

- Maldito seja. Tenta que nossa separação seja para sempre.

- Não acredito - apontou Cicely secamente. - Na carta escreve: "diga aos criados que preparem a casa para a Anahí e para mim, chegaremos à cidade amanhã".

O coração da Dulce se acelerou. Tinha entrado em razão? Mas então, por que tinha enviado uma carta em lugar de vir ele mesmo?

- Amanhã? - exclamou Katherine. - Acaso acredita que pode apresentar-se na cidade como se nada tivesse acontecido, e que você o receberá com os braços abertos?

- Ainda há mais - acrescentou Cicely. Mas antes que pudesse prosseguir, uma voz colérica encheu o piso inferior da casa.

- Me importa um nada o que tenha que me dizer. Sei que está aqui. Faça o favor de chamar a Minha irmã. Diga que desça em seguida, ou senão eu mesmo subirei para buscá-la.

- Meu deus! - balbuciou Cicely. - Mas se é Alfonso.

Katherine franziu o cenho.

- E parece que está bêbado.

- Dulce! - gritou Alfonso. - Maldita seja! Desça agora mesmo!

- Ou bêbado ou é que se transtornou - murmurou Dulce de mau humor enquanto se precipitava para as escadas. Dali de cima, observou a seu irmão.

- Parte daqui!

Alfonso conseguiu subir três degraus cambaleando.

- Não ir  irrrei até que não me diga que acontece.

Estava ébrio, disso não cabia a menor duvida. E Alfonso rara vez se embebedava. Dois lacaios apareceram e o agarraram pelos braços; ele começou a lutar para que o soltassem.

- Soltaddddme, idiotas! Estou aqui por um assssunto do Essstado, juro-lhes isso, um assunto do Estaaado!

Assunto de Estado?

Os dois criados começaram a levá-lo para a porta de saída.

- Soltem - ordenou Dulce. A aparição de seu irmão lhe parecia muito estranha, e mais tendo em conta o anúncio do Christopher de que tinha decidido vir à cidade de forma tão precipitada.

Os lacaios o liberaram, e Alfonso fez um enorme esforço para manter-se em pé. Alisou-se o casaco e começou a balbuciar algo mal-humoradamente.

Sua irmã desceu as escadas e se plantou diante dele.

- O que está fazendo aqui? Achava que tinha ido passar uma temporada em uma de suas casas fora da cidade.

- Pelo aviso do Iversley? Puesss não. Não tenho que escapar de nada nem de ninguém. Estou preparado para me bater em duelo com seu maldito marido. Penso arrancar a cabeça a esse bastardo.

- Agora mesmo não está em condições de arrancar a cabeça a ninguém. - Agarrou-o pelo braço e o arrastou até a sala de estar.

Antes de encerrar-se na sala com ele, Dulce ordenou a um dos lacaios que trouxesse um recipiente com água bem fria. Possivelmente se inundava a cabeça de seu irmão nela...

- Estou bem - replicou ele ao mesmo tempo em que escapava do braço da Dulce. - Não é preciso que me trate como a um pirralho. Posso me valer por mim mesmo. E agora me diga: O que faz aqui? Supõe-se que deveria estar ocupada com seu maldito marido.

- Infelizmente, não lhe assentou nada bem que tentasse seqüestrar a sua irmã - enunciou-a friamente. - Então ficou iracundo e me proibiu voltar a pôr os pés em suas terras.

- O que? - Alfonso sacudiu a cabeça repetidas vezes como se quisesse limpá-la do inchaço que sentia. - Não pode ser. Se você também está citada. Não tem sentido. Não se ele está zangado.

- Santo céu! - balbuciou ela. Embora fosse incapaz de compreender completamente as divagações de seu irmão, sabia que Christopher estava tramando algo. Aguardou até que, uma vez sós na sala de estar, Alfonso esteve deitado em um dos sofás antes de tentar lhe surrupiar nada mais. - Vejamos, o que é isso de que eu tenho que ir a não sei onde?

- Ao Carlton House. Para uma reunião. Com seu marido e com a Anahí.

Katherine apareceu na soleira da porta.

- Seu irmão diz a verdade. Na nota do Christopher escreve que espera que lhe permita acompanhá-la ao Carlton House amanhã pela tarde, para assistir a uma reunião privada entre Sua Alteza e Anahí.

- E eu - soltou Alfonso. - De que diabo vai tudo isto? Que carta oculta Uckermann tem sob a manga?

- Não tenho nem a menor idéia. - Sua mente procurava processar a informação a toda velocidade.

Christopher não tinha visto o príncipe desde há um montão de anos, e se tinha gabado de que jamais permitiria que Anahí estivesse perto de Sua Alteza, assim que o que significava essa nova decisão de seu marido?

- E escreve algo mais na carta? - perguntou a Katherine.

Algo como "a quero", ou "me Perdoe"?

Cicely apareceu atrás de Katherine e declarou:

- Não, sinto muito.

- Uckermann tem a clara intenção de arruinar minha amizade com Sua Alteza, sei - grunhiu Alfonso.

- Por isso quer levar a Anahí. E se conta ao príncipe que... - Fechou os olhos. - Que Deus tenha piedade de mim. Então sim terei um problema sério.

- É o que merece.

Dulce só podia pensar no Christopher. O que sua ação significava para seu matrimônio. O que estava tentando lhe dizer através de sua nota, se é que tentava lhe dizer algo.

- Veio no faeton? - perguntou a seu irmão.

- Sim.

- E suponho que o conduzia você mesmo, não? Pois se não se importa, tomarei emprestado.

E sem dizer uma palavra mais, dirigiu-se para a porta.

- O que? - Alfonso quis levantar-se mas cambaleou e esteve a ponto de dar-se de cara contra a mesinha de chá. - Não pode...

- Não está em condições de conduzir pela cidade, e eu tenho a clara determinação de ir ao Castlemaine agora mesmo.

- Alguma vez conduziu um faeton? - perguntou Katherine.

- Sim. Alfonso me deixou tomar as rédeas em várias ocasiões.

Katherine arqueou uma sobrancelha.

- Talvez fosse mais prudente esperar que Alec retorne do Tattersall e que te leve em nossa carruagem.

- Não, embora lhe agradeça isso. - Passou por diante de Katherine e Cicely. - Se for sozinha, Christopher não se atreverá a me proibir o acesso. Não será capaz de me obrigar a retornar à cidade só e de noite.

- Não acreditará que seu marido manterá essa absurda ameaça - insinuou Katherine enquanto a seguia pelo corredor.

- Não sei, depois de sua nota e das chaves... - Deixou que o lacaio lhe ajudasse a pôr o casaco. - Só sei que não posso permanecer sentada aqui nem um minuto mais, me perguntando o que está pensando. Tenho que acabar com isto de uma vez por todas.

Mas quando Dulce se dirigia ao faeton, notou como os nervos a consumiam. O trajeto até o Castlemaine duraria aproximadamente duas horas, assim teria tempo suficiente para pôr em ordem algumas idéias.


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Já que essa acaba em no maximo duas semanas =/ 
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