Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

Epílogo.

" Se sua pupila se casar com o homem adequado, então terá conseguido seu propósito. Mas se além disso é feliz em seu matrimônio, poderá se felicitar a si mesma pelo trabalho bem feito."

SENHORITA CICELY TREMAINE,

A preceptora ideal

Christopher ainda não conseguia ver nada dali. Levantou-se, embalando a seu bebê entre os braços, e cruzou o terraço que se estendia fora da sala de baile dos Iversley para aproximar-se das portas de vidro.

Quando Jasper babou na manga de seu casaco, Christopher sorriu.

- Não permita que tio Byrne te veja fazer isso, meu pequeno, ou não quererá segurá-lo nos braços nunca mais.

Christopher observou através das portas, então levantou o pequeninho de dois meses para que também pudesse desfrutar do espetáculo.

- Olhe como dançam tio Alec e tia Katherine na pista de dança. Não formam um casal invejável? E em algum lugar aí dentro, sua mamãe está dançando com tio Byrne. Pobre diabo. Ela se tem proposto lhe encontrar esposa, mas ele não quer nem ouvir falar disso.

Acomodou ao Jasper em um de seus braços e bisbilhotou com mais atenção através das portas, então soltou um resmungo.

- Se inclusive parece que a senhorita Tremaine encontrou a um pretendente, a julgar pelo modo em que o coronel a esteve perseguindo durante toda a noite. Isso de que lhe tenham publicado seu pequeno livro de conselhos para as preceptoras fez com que aumente sua fama dentro da sociedade.

Depois observou a sua irmã.

- E ali está tia Anahí, a ponto de entrar na pista de dança pelo braço de um bonito cavalheiro. Não é de estranhar. Sempre há um montão de jovens galãs pulando a seu redor, agora que é uma dama da Corte.

Custava-lhe acreditar que tivesse passado um ano desde que se encontrara nesse mesmo lugar, observando-a dançar com Foxmoor.

- Tia Anahí abandonou suas obrigações na Corte para vir à festa de seu batismo. O que lhe parece isso?

Christopher se deleitou observando os inteligentes olhos castanhos de seu filho, seu fino cabelo escuro, e seu diminuto tamanho. Não havia nem um só traço do príncipe nesse pequeninho; estava completamente seguro.

- Ninguém o chamará jamais dragão. Se atreverem, seu papai jogará fogo pela boca até que saiam espavoridos. - Então sorriu. - A não ser que sua mamãe os apanhe primeiro e os faça mingau com sua afiada língua.

- A quem está acusando de ter uma língua afiada? - recriminou-lhe uma voz feminina a suas costas.

- Olhe! - Christopher continuou falando com seu filho. - E falando da Batata de Roma aqui está sua mamãe com sua língua afiada.

- Muito engraçado - resmungou Dulce. - E o que está fazendo aqui, fofocando com nosso filho na escuridão?

Christopher sorriu.

- A idéia de oferecer esta festa em casa dos Iversley era que se divertisse e que se esquecesse do peso da maternidade durante umas horas, mas já que não se atreve a afastar-se muito do Jasper, pensei que o único modo de que passasse bem era tirá-lo dos braços um pouco e sair para dar um passeio. - Lançou-lhe um olhar irônico. - Embora não sei se valeu à pena. Estou certo de que desde o momento em que parti não deixou de exortar ao pobre Byrne sobre seu estado civil, quando se supunha que tinha que dançar e passá-lo em grande.

- Estava dançando - desculpou-se com os olhos sorridentes. - E se por acaso deixei ir algumas palavras sobre as vantagens do matrimônio, fiz meramente para manter uma conversa formal e educada com meu cunhado. Estou segura de que ele não se deu conta de meu plano.

Christopher se pôs a rir, depois inclinou a cabeça, se aproximou mais a seu filho e lhe disse em um tom confidencial:

- Não se preocupe, pequeno. Quando chegar o momento em que tenha que procurar esposa, manterei a sua mamãe bem ocupada em algum outro lugar.

Dulce se aproximou e contemplou a seu filho encantada.

- Não confia em mim para encontrar à esposa adequada que necessita nosso querido Jasper?

- Nem por acaso. Entre você e Katherine e Anahí, a única garota que passaria a inspeção séria uma dama casta e pura como a neve recém caída, com a que Jasper se aborreceria até ter uma depressão.

Ela levantou o queixo, fazendo ver que estava zangada.

- E suponho que você lhe aconselharia que se casasse com uma mulher perversa e desavergonhada que lhe faria em migalhas o coração.

- O aconselharia que se casasse com uma mulher como sua mãe. - Christopher estirou o pescoço para beijá-la na face. - Ao menos, não me foi tão mal com uma mulher assim.

Adulada pela confissão de seu marido, Dulce esgrimiu um sorriso carinhoso.

- Desde quando se tornou um adulador tão excepcional?

- Desde o momento em que a mulher da qual estava apaixonado me disse que não me deixaria que lhe fizesse a corte a menos que me comportasse como um absoluto cavalheiro.

- Que mulher mais inteligente.

Christopher rompeu a rir a gargalhadas.

- Pois sim. É uma mulher muito inteligente. Cicely me contou que passou toda a manhã lendo Shakespeare.

Dulce arqueou uma sobrancelha.

- Bom, o que se diz ler não exatamente, mas estou fazendo grandes progressos. Esta semana consegui terminar uma de suas comédias. Agora que retornou à cidade desde o Castlemaine, animarei-o para que leiamos juntos a obra seguinte. - Um sorriso tímido coroou seus lábios. - A menos que esteja planejando nos levar a todos de retorno a casa.

- Nem me ocorreria tirá-la de Londres durante a temporada de festas.

Sua esposa deslizou os dedos sensualmente pela manga de seu casaco.

- Ah, mas existem algumas vantagens, se formos ao Castlemaine. Poderemos gozar de mais intimidade - baixou a voz até convertê-la em um sussurro. - E de uma cama maior.

Christopher sorriu.

- Soa efetivamente tentador, querida. Infelizmente, prometi a Anahí que você e eu jantaríamos no Carlton House esta semana.

Dulce o olhou com interesse.

- Está me dizendo que prometeu ao príncipe que lhe permitirá ver nosso filho?

- Alguma vez lhe escapa algo, não é verdade? Sim, tem razão.

- Bom, vê-se que às vezes não me engano. Como a vez que te comentei que seria positivo que Anahí se instalasse na Corte.

- Suponho que sim - murmurou ele.

Dulce lhe beliscou o braço de modo brincalhão.

- Admite-o, grandalhão. Ser a dama de companhia da princesa Charlotte foi realmente proveitoso para ela. Permitiu-lhe adquirir mais estilo e sofisticação.

Christopher suspirou.

- Assim é, embora ainda não encontrasse ao pretendente idôneo.

- Já o encontrará. É melhor que leve seu tempo e que não aceite a primeira proposta que lhe façam. - Levantou a vista e o olhou com os olhos resplandecentes. - Isso é o que eu fiz, depois de tudo, e me não me foi tão mal.

Ele a obsequiou com um cálido sorriso, que fez que o rosto da Dulce adotasse uma expressão romântica.

Era tudo o que podia fazer naquele momento, embora a verdade era que morria de vontade de arrastá-la até atrás dos arbustos.

- Tenho uma proposta, querido - murmurou ela, com essa voz sedosa que ainda conseguia acender as paixões mais escondidas de seu marido. Abriu as portas de vidro, entrou na sala e depois se voltou e olhou ao Christopher com olhos de gatinha.

- Por que não deixamos ao Jasper com algum familiar e nos entretemos com uma dança, os dois juntos?

Ele ficou pasmado uns segundos, com seu filho nos braços e a noite escura a suas costas, observando à mulher que mais queria no mundo. Tudo era diferente, agora. Acabaram-se os passos furtivos entre as sombras. Acabou-se ocultar-se em covas e cavernas. Já nada estava proibido.

- Pensei que jamais me pediria isso - disse ele com a voz rouca.

Então o visconde Dragão seguiu a sua esposa até a luz.

FIM