Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

E Christopher tinha pensado que não conseguiria seduzi-lo. Se não fosse com cuidado, logo se lançaria irremediavelmente à água e se afogaria aos pés dessa sereia.

Contemplou-a enquanto descia a escada. A capa acetinada branca que mal cobria esse corpo escultural revoava travessamente deixando entrever suas sinuosas curvas. Um acetinado chapéu de cor rosa coroava sua bela cabeleira dourada, com umas borlas brancas que quase não se moveram de seu lugar quando ela se aproximou dos dois cavalheiros. Jamais tinha visto uma mulher que se movesse com tanta delicadeza, com tanta sensualidade, como ela. Inclusive sua expressão severa não conseguiu mitigar o vertiginoso ritmo do pulso do Christopher, que se tinha acelerado somente ao vê-la.

- Quer fazer o favor de se comportar como um cavalheiro? - ordenou Dulce, e durante uns segundos Christopher pensou que se referia a ele, pelo desassossego que tomou conta de todo seu corpo.Mas não, estava falando com o Foxmoor. - Me nego a passar a noite escutando como provoca à lorde Uckermann.

Dulce tinha pronunciado estas últimas palavras em um tom mais suave e calmo, que fez que o sangue de Christopher fluísse ainda mais depressa.

- Eu? - protestou Foxmoor.

- O visconde foi suficientemente atento para aceitar minha petição e te dar uma oportunidade, e não permitirei que o ataque com punhaladas a traição. Ou te comporta de uma forma civilizada, ou o deixamos aqui, e então terá que tomar sua própria carruagem.

- Uma idéia brilhante - murmurou Christopher.

Depois desse comentário desafortunado, Dulce encarou a ele.

- E quanto a você, senhor, suponho que não tenho mais remédio que fazer vista grossa a sua deplorável indumentária passada de moda. - Enquanto um lacaio ia com presteza para ajudá-la a colocar devidamente a capa, olhou ao Christopher de soslaio.

- Suponho que não teve tempo para comprar um novo traje de festa com o que celebrar sua reincorporacão à sociedade.

- Nem o tempo nem a vontade de gastar dinheiro tão frivolamente - replicou ele. Especialmente quando já disponho de um bom casaco.

- E eu que pensava que era você rico. Mas já vejo que me equivocava.

Antes que Christopher pudesse replicar esse insulto grosseiro, Dulce continuou com voz melodiosa:

- Embora uma lâmina de barbear não seja cara, assim, que razão alega para fazer caso omisso de meu conselho sobre tirar a barba?

Acaso essa maldita mulher pensava ensiná-lo sem lhe dar trégua? Christopher não estava disposto a consenti-lo.

- Olhe senhorita, o que se oculta debaixo de minha barba pode danificar a sensibilidade de uma dama. E você, precisamente você, deveria compreender isso, dado o interesse que professa pela aparência física.

Dulce não se alterou ante essa resposta impertinente e obviamente provocadora.

- Não me convence. Acredito que deveria me deixar julgar se o que se oculta atrás dessa barba pode realmente danificar a sensibilidade de uma dama ou não.

- Ah, mas se desse o caso de que você se amedrontasse ante tal visão, necessitaria várias semanas para trazer novamente uma barba basta, e durante todo esse tempo me veria privado de sua companhia.

Dulce sorriu.

- Claro, e isso lhe suporia um grande desconsolo.

- Fizemos um pacto, e não quero que você o rompa. - Christopher lhe ofereceu o braço, ignorando a rapidez com que se apagou o sorriso no rosto da Dulce. - Vamos?

Ao mesmo tempo em que Dulce agarrava seu braço, Christopher ouviu uma gargalhada apagada atrás dele, e quando olhou por cima do ombro viu que Foxmoor fazia enormes esforços para não cair na risada.

Dulce lançou a seu irmão um olhar seco e afiado.

- Passa-lhe algo, Alfonso?

- Não, nada - respondeu ele, com os olhos brilhantes. Realmente se estava divertindo muito.

- Irei procurar Cicely, que está na sala de música.