Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- É claro, irmãzinha; prometo-lhe gratidão eterna.

- E deixa de me chamar irmãzinha - grunhiu ela. - Faz anos que sou uma mulher feita e direita. Sabe que odeio que me chamem assim.

Mas esse era precisamente o motivo pelo que Alfonso se referia a ela com dito apelativo. Lorde Uckermann não era o único que desfrutava fazendo-a enfurecer.

Antes que Alfonso pudesse alegar algo, um dos criados anunciou que o jantar estava servido.

Dulce lançou um sonoro suspiro. Esquecera-se do jantar. Quem sabia a que classe de travessuras ou rabugices os submeteria lorde Uckermann.

Ao menos desta vez não se sentaria a seu lado. Como convidado de categoria por seu título de nobreza, o visconde devia ocupar o assento à esquerda da anfitriã enquanto que a Dulce tocava sentar-se à direita de lorde Iversley, na outra ponta da mesa.

Um calafrio lhe percorreu as costas. Supôs que lorde Iversley ocorreria emitir algum julgamento sobre o que tinha presenciado no estúdio. Quando passaram vários minutos e ele não fez menção alguma, Dulce relaxou e deu graças a Deus de que esse homem fosse um cavalheiro.

Limitou-se a falar das terras que o conde possuía no Suffolk, do amor que o pai da Dulce professava pelos cavalos. Dulce tentou mudar de assunto rapidamente quando o conde começou a falar do interesse de lady Iversley pela poesia, já que ela podia contar com os dedos de uma mão o número de poemas que conhecia.

Ocasionalmente lançava olhares furtivos para o outro extremo da mesa, onde lorde Uckermann se sentava perto de Alfonso, o convidado masculino de mais alta categoria, unicamente separado dele por lady Iversley.

Pensava lorde Uckermann comportar-se de forma mal educada com seu irmão? Saltar-se mais normas de etiqueta? Podia ao menos jantar tranqüilamente, sem organizar nenhum escândalo e com boas maneiras?

Aparentemente, sim. Usava o garfo em lugar de cravar a comida com a faca, como faziam outros personagens rústicos. Comia devagar, sem engolir como um porco, e apesar do que ela tinha temido pelo perceptível aroma de uísque em sua boca, não se excedia com a bebida que serviam os criados; só um pouco de vinho, e em moderação.

A única coisa que a preocupou foi que o visconde estava desfrutando de forma evidente do bate-papo que mantinha com lady Iversley, a que se dirigia em um tom muito familiar e quem chamava pelo nome. Dulce não queria que isso a incomodasse, mas, entretanto, assim era.

Tinha levado lady Iversley alguma vez a sua famosa masmorra? Provavelmente, não. De algum modo Dulce não podia imaginar a essa mulher amante da poesia nas garras da paixão desmedida do visconde, especialmente quando tinha um marido novo muito bonito que parecia beber os ventos por ela.

Lorde Iversley ficou calado, assim Dulce se aventurou a lançar um comentário impertinente.

- Sua esposa e lorde Iversley são bons amigos, não é?

- Uckermann se converteu em um de nossos melhores amigos durante este último ano - acrescentou ele, com um traço de ironia. - É como se fosse parte de nossa família.

- Por isso você e sua esposa decidiram apresentar a Anahí em sociedade?

- Sim; e a verdade, é uma garota tão doce que para nós fazê-lo supõe um prazer.

- Devo lhe confessar que não sabia que o visconde tivesse amigos, como freqüenta tão pouco os círculos sociais, e que quando o faz é tão... Tão...

- Descortês e desalinhado?

- Eu haveria dito sério, mas sim, expressou-o muito bem. Tem muita sorte de ter encontrado um amigo como você, que fiscalize seu comportamento.

O conde começou a brincar com o garfo.

- Como fiz antes, quer dizer? Acaso meu amigo fez... Fez algo no estúdio pelo que devesse me preocupar?

O sorriso que coroava a boca da Dulce se petrificou.

- Não, claro que não. Sou perfeitamente capaz de me arrumar com os homens quando... Quando não sabem como comportar-se.