Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- E falando de música - interveio Alfonso - O que lhe pareceu o número da Anahí tocando harpa, Dulce?

- OH, não ouvi. - Muito tarde quando recordou por que perdeu essa atuação. - Estava... Bem... Bom...

- Estava-lhe mostrando a biblioteca que possuem os Iversley - apontou Christopher.

Dulce o fulminou com o olhar, mas a expressão do visconde era ininteligível na semi escuridão que reinava dentro da carruagem. Em questão de segundos se sentiu invadida pelo pânico. Pretendia esse louco arruinar sua reputação? Se atrevesse a insinuar o que tinham estado fazendo no estúdio...

- Iversley possui uma ampla coleção de livros que Dulce queria ver - continuou Christopher, obsequiando-a com um sorriso de cortesia - Assim me ofereci como guia.

Dulce respirou aliviada. Graças a Deus esse sujeito demonstrava ter um pouco de bom senso.

Cicely se havia posto tensa, mas Alfonso se limitou a soltar uma gargalhada.

- Que minha irmã desejava ver uma coleção de livros? Não me faça rir. Jamais a vi abrir nem um conto.

- Ah, não? - Christopher mantinha a vista cravada no rosto da Dulce. - Pois parece muito esperta para ter repudiado a leitura durante toda sua vida.

O coração da Dulce deu um salto. Seriamente a considerava esperta?

Não, claro que não. Por esperta ele entendia calculista. Christopher jamais lhe lançaria um cumprimento.

- Bom, de vez em quando pode suportar ouvir um relato - asseverou Alfonso - Mas sempre demonstrou um escasso interesse pelas coisas e as pessoas que não podem entretê-la fazê-la dar voltas na pista de baile levá-la a passear pelo parque ou levá-la a fazer compras.

A humilhação fez brecha em seu rosto, morta de quente pelo terrível calor que sentiu de repente.

Cicely lhe pôs a mão sobre o braço, como a querendo reconfortar, mas Dulce se desembaraçou de sua prima e se preparou para soltar a seu irmão uma dura reprimenda.

Mas Christopher se adiantou.

- É possível que sua irmã não seja amante dos livros, mas esta noite demonstrou um enorme interesse por assuntos verdadeiramente apaixonantes como a música, por exemplo.

Ela ficou rígida e o olhou desafiante, como o desafiando a que se atrevesse a mencionar a horrível cena da sala de música.

- Canta como os anjos - prosseguiu o visconde, - e foi capaz de apreciar a atuação da Anahí.

Além disso, ouvi que toca harpa muito bem. Só me causa pena não ter podido ouvi-la tocar esse maravilhoso instrumento esta noite.

Dulce o olhou atônita. Definitivamente, isso era um cumprimento. Parecia ser que a besta sabia comportar-se como um perfeito cavalheiro quando se propunha. Incrível.

E agora que pensava nisso, por que tinha escolhido levá-la à ópera? Não lhe dava a impressão de ser o tipo de homem que adora esse tipo de música, mas no estúdio tinha comentado que gostava da ópera.

Era possível que lorde Uckermann estivesse fazendo algo para agradá-la?

Ou se tratava meramente de uma armadilha? Uf! Já não sabia o que pensar. As repentinas mudanças de humor do visconde balançavam sua cabeça. Christopher possuía certos atributos: riqueza, um título, uma mente privilegiada. Podia alcançar uma posição respeitável na sociedade se agisse como era devido assim por que persistia em comportar-se de uma forma tão abominável, inclusive ante a presença de sua irmã?

A carruagem diminuiu a marcha, e Dulce desviou a vista para a janela. Tinham chegado a casa. Os cavalheiros desceram primeiro, e Dulce deixou que Cicely descesse antes para que Alfonso tivesse que acompanhá-la até o alto da escadaria.