Fanfic: Agradando Um Principe (Vondy) - TERMINADA | Tema: Vondy - Romance - Hot

- Por isso Anahí não aceitará os planos de meu irmão sem a devida permissão do visconde, porque respeita a opinião de lorde Uckermann.

- Sim, mas...

- Chist! - interrompeu-a Regina. - Escute.

A voz apagada do mordomo flutuou pelo ar até ocupar o vestíbulo agora em silêncio.

- Mas... Mas Senhor, o que quer que lhes diga?

- Diga que não me encontro bem - bradou uma profunda voz masculina. - Diga que estou de viaje pela Índia. Não sei. Não me importa a desculpa, mas quero que partam de minha casa agora mesmo.

- Sim, senhor - replicou o mordomo.

Dulce lançou um bufado. Assim lorde Uckermann se negava a vê-la, verdade? Pois não ia se sair com a sua. Quando viu que o mordomo iniciava sua descida pela escada, ela se dirigiu para ali.

Cicely a agarrou pelo braço.

- O que vai fazer? Não pode...

- Fique aqui e mantém ao mordomo ocupado. - Ordenou Dulce ao mesmo tempo em que escapava da débil garra de sua prima. - Vim para falar com lorde Uckermann e não partirei até que o tenha conseguido.

- Mas...          

Dulce não ficou para escutar nem uma só recriminação mais. Se o visconde pensava que podia ser tão irreverente com ela, depois de ter percorrido trinta quilômetros de Londres, e jogá-la como se tratasse de um credor inoportuno, estava preparada.

Uma vez em cima, no extenso corredor do primeiro piso, Dulce só necessitou de uns minutos para encontrar-se bisbilhotando os aposentos que se ocultavam detrás de cada uma das maciças portas de carvalho para achar o aposento que devia corresponder ao estúdio do visconde. Entreteve-se um instante, o suficiente para examinar sua aparência em um espelho com a moldura de mogno. As faces rosadas por causa da viagem, correto. O novo chapéu de cor marrom avermelhada perfeitamente colocado em seu lugar, correto.

Uma capa combinando, entreaberta que revelava tão somente a parte superior de seu peito, correto. Lorde Uckermann ia cair rendido aos seus pés antes que os nervos se apoderassem dela, abriu a porta e entrou na cova do dragão. Mas o lugar não estava decorado com rochas enegrecidas com aroma de sulfureto, mas com pele curtida dourada e cheirava a tinta. Livros, um milhar de livros adornava as paredes em sombras variantes de marrom e azul escuro, ressaltando ainda mais a grande cultura e riqueza do proprietário.

A sala era enorme; provavelmente abrangia a longitude completa da casa. Como podia alguém ter tantos livros e, além disso, lêem-os todos?

Nesse momento, Dulce se deu conta de que teria problemas. O visconde não só era um homem inteligente, mas, além disso, possuía uma sabedoria interminável. Afastou rapidamente esse pensamento incômodo de sua mente. Depois de tudo, era um homem, ou melhor, dizendo, um rato de biblioteca, com escassos conhecimentos da alta sociedade, da atualidade, e das mutretas femininas. Certamente seu encanto usual e seu sorriso sedutor seriam suficientes para aplacar à besta. Mas onde estava o personagem misterioso? A biblioteca parecia vazia. Fechou a porta a suas costas. Imediatamente, uma voz profunda e penetrante que parecia provir do céu encheu todo o aposento.

- Suponho que se livrou da irmã do Foxmoor.

Surpreendida, levantou a vista e descobriu uma galeria justo em cima de sua cabeça. Avançou um pouco mais para o centro do aposento e então divisou o próprio visconde Dragão. Lorde Uckermann estava de pé na estreita galeria que percorria de parede a parede a grande sala de teto alto e continha numerosas estantes abarrotadas de mais livros. O visconde lhe dava as costas, suas corpulentas costas. Tomou um volume e o abriu com o mesmo esmero com o que uma mãe sustentaria a um bebê entre seus braços.