Fanfic: Life, changes, fear, solutions or errors. And ... love? | Tema: One Direction

4 meses atrás - Quando as coisas começaram a mudar

Eu estava na cozinha terminando de preparar o café da manhã, logo deveria estar na escola. Enquanto preparava as torradas meu pai me chamou lá do escritório:

-Filha, me faça um favor e vá até o armário do corredor. Pegue aquela caixa preta na prateleira de cima, preciso dos documentos que estão lá dentro.

- Sim, papai - disse eu largando os pães e indo em direção ao armário.

Peguei um banquinho que estava ali enconstado e subi em cima dele para poder alcançar a prateleira. Percebe-se que não sou tão alta não é mesmo? Puxei a tal caixa preta e junto com ela uma pasta vermelha veio junto. Perdi o equilbrio e acabei caindo no chão. A caixa de um lado, eu no meio e a pasta do outro lado com seus papéis todos espalhados. Levantei, peguei a caixa e a pus de lado. Depois peguei a pasta e comecei a reorganizar os papeis. Enquanto os guardava parei meus olhos e uma papelada que dizia respeito a uma tal adoção. Meu nome estava lá. Adoção. Meu nome. Eu.. SOU ADOTADA!

-PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI! - gritei.

-O que foi? - ele perguntou aparecendo à minha frente.

-O QUE SIGNIFICA ISSO? EU SOU ADOTADA? - apontei os papéis.

Ele então pegou a papelada da minha mão, analisou e me olhou .

-Sinto muito - murmurou.

-SENTE MUITO? VOCÊ SENTE MUITO? É ISSO QUE VOCÊ DIZ?

-Tem razão, não sinto. E não sei para que tanto escândalo, acho que isso já era algo de se esperar - disse a criatura até agora pouco denominada de pai por mim se abaixando para pegar a caixa e jogando os papéis em algum canto do cômodo.

Ele saiu voltando para o escritório me deixando ali, parada e incrédula.

___________________________________________________________________

Peguei a papelada, a minha bolsa as chaves do carro e sai. Dirigi sem rumo por mais ou menos 2 horas, pensando e recapitulando tudo.

Nunca reclamei sobre meu pai porque, mesmo ligando só para o trabalho e chegando em casa bêbado todos os finais de semana e sempre com uma mulher diferente, de qualquer forma ele me criou sozinho - já que minha mãe morreu no acidente de carro que sofremos quando eu tinha 9 anos.

Você pode dizer que ser adotado não é um problema tão grande mas foi o suficiente para que eu explodisse de vez. Uma garota que não se lembra da sua infância, que perdeu a mãe e foi criada por um cretino. Acho que esse são bons motivos para que eu fique brava, ou revoltada.

Tentei me concentrar na estrada e parar de pensar um pouco, estava chuvendo. Meu celular tocava dentro da bolsa. Peguei e na tela vi uma lind agarota com o dedo médio levantada e em baixo o nome "Nathy". Ela provavelmente queria saber o porque deu não estar na escola. Não atendi.

E de repente, um flash se passou pela minha cabeça.

"Eu estava em um carro no banco de trás brincando com uma bonequinha de pano. Na frente meu "pai" dirigindo e uma mulher ao seu lado. Minha "mãe". Eles estavam discutindo e ao meu ver o distinto dirigindo não estava nem um poco feliz com a minha presença.

- Eu já disse que não quero essa garota na minha casa, muito menos usando meu sobrenome! Nós vamos voltar lá agora!- ele gritava fazendo uma curva um tanto perigosa para poder voltar ao orfanato.

- E eu já disse que pouco me importa! Eu vi o quanto Rebeca estava sofrendo naquele orfanato, não vou mais deixar que ela fique lá! - a mulher gritou de volta voando em cima do volante para que ele comtinuasse o caminho para casa ao invés de voltar. 

Por um instante desviei meu olhos molhados dos dois e olhei pela janela. Um carro veio em nossa direção. Eu me afastei indo pro outro lado do banco e gritei. Tudo se apagou."

Quando abri os olhos novamente e olhei para frente vi que estava na contra-mão. Uma luz forte se acendeu à minha frente e percebi que se tratava de um farol. Tentei desviar. Tarde demais. Ouvi o tranco e minha cabeça foi direto em direção ao vidro da frente, eu estava sem sinto. Senti o sangue escorrendo e minha visão ficou turva. Meus olhos se fecharam.