Fanfic: Um Conto Sobre Estrume [Terminada]

alguém?

IX – A “SUBNOVELINHA”

(Música: 130 anos – Agridoce)

Lembram daquele meu amigo Júnior? Aquele meio recalcado, que aparecia de vez em quando no início dessa doidice trama? Qualquer coisa, se você não lembrar, eu te dou um tempinho pra voltar ~risos~, ou então continue lendo, não importa.

Ivanilson Plínio Dantas Júnior, que gostava de ser chamado apenas de Júnior, e com razão, era o típico filhinho da mamãe. Faria dezoito anos em novembro daquele ano, mas quem o visse portando aquela camisa, “I ♥ you mom” diria que ele ainda estava no primário. Gordinho, suas bochechas rechonchudas eram a atração das suas tias e de sua avó, D. Carmélia Dantas, que estava passando uns tempos em sua casa. Como o único homem da casa, Júnior era tratado pela mãe, pelas duas irmãs mais velhas e agora pela avó como um bebezinho. E assim seria até ele terminar a faculdade, arranjar um emprego e se mandar.

E se ele não quisesse? Bom, todo mundo sabia que Júnior nunca largaria a barra da saia da mãe. Desde que perdera o pai num acidente de carro, para não se tornar um adolescente problematico (pois sempre fora muito ligado ao pai) , era submetido a tratamentos psicologicos pois, segundo alguns comentários, inclusive de pessoas de sua própria família, Júnior tinha pesadelos com o acidente e outras coisas do tipo.

Foi algo muito traumático. Mesmo. Júnior e o pai, que era policial, estavam vindo de carro depois de uma festa de aniversário. No meio da avenida, que estava deserta, um motorista bêbado, vindo na contramão, acertou o carro do pai de Júnior em cheio. O homem morreu na hora. Júnior, que tinha apenas 8 anos, escapara ileso.

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Ter o Júnior como amigo era legal. Ele tinha uma inocência ímpar, sei lá. Perto dele eu sentia que o mundo ainda tinha um pingo disso. Só que depois que a Débora entrou na minha vida, distanciamos-nos um pouco. Acontece.

Naquela noite, Júnior teve um pesadelo, como de praxe. Uma tempestade levava tudo dele. Suas irmãs, sua mãe, sua avó. Ele tinha medo de ficar sozinho. Seu pai, aparecia, lhe dava apoio, dizia que tudo ficaria bem, mas tão logo o vento o levava.

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— Sai daqui, seu pervertido! — dizia Débora, ainda trancada no banheiro.

— Eu não fiz nada com você, sua maluca!

— Por favor, vai. Eu agradeço pela sua preocupação e por ter passado a noite comigo, mas vá embora, agora!

Seu desejo é uma ordem. Nem insiti mais. Fui.

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Mamãe e papai insistiram muito para que eu dissesse onde eu havia passado a noite, mas achei melhor fingir que estava dormindo e pensar que, quando eu acordasse, todos haveriam esquecido do fato. Acontece que minha mãe é xereta, e com razão. Eu nunca havia passado uma noite fora.

— Lucas, abra a porta agora! Exijo uma explicação. — dizia ela, do lado de fora do quarto e batendo muito na porta, quase esmurrando.

— Calma, Karen. Um dia o LUCAS vai ter que sair do quarto. NÃO É LUCAS? Vamos, amor. —  disse meu pai.

A barra estava limpa e assim pude passar o domingo no quarto. Pensava na Débora, pra variar, e em como foi mágico tudo aquilo que aconteceu no telhado. Será que eu tinha alguma esperança?