Fanfics Brasil - 14° Capítulo Um Conto Sobre Estrume [Terminada]

Fanfic: Um Conto Sobre Estrume [Terminada]


Capítulo: 14° Capítulo

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─ Ele não é um pão?! Pode admitir, Lucas...


Arizinho olhou o cara dos pés à cabeça, abaixando o seu par de óculos escuros com armação cor-de-rosa para facilitar a visão.


─ Ei, cara! Vai me ajudar ou não?


─ Tem certeza de que não quer voltar atrás com essa ideia Avenida Brasil de vingança a qualquer custo? Olha que eu sou expert em destruir relacionamentos. ─ disse Ari.


─ Bom, se você não quiser ir, tudo bem. Eu penso em outra coisa.


─ NADA DISSO, QUERIDINHO! ─ berrou, fazendo um charme (querendo fazer), meio Beyonce Knowles  ─ Nunca, jamais voltarei com a minha palavra.


Bom, a bala já estava no canhão...


 



Júnior abriu os olhos. Estava em um local totalmente diferente. Parecia um carro, um trailer para ser preciso. Levantou-se daquela espécie de “cama improvisada”, olhou pela janela e viu que era noite. Saiu do leito e andou, procurando a saída. Desceu do carro e viu uma família sentada em volta de uma fogueira. Era uma garota, ruiva, parecia ter mais ou menos a sua idade. Junto com ela, um casal. Deveriam ser seus pais. Os dois usavam cabelo com dreads. O moço balbuciava alguma música do Gilberto Gil em seu violão. A mulher fumava muito e, assim como a filha, ria.


─ Olha, gente, ele acordou!


A menina ruiva se levantou e correu até Júnior, puxando-o pelo braço e o levando até perto da fogueira.


─ Oi, como vai? ─ perguntou a garota ─ meu nome é Zoe. Zoe Navarro. Como você se chama?


─ Meu nome é Júnior. ─ respondeu, assustado com tamanha felicidade e esquisitice daquela família de hippies.


─ Uau! Que demais. Júnior, “jovem para sempre”! Que vibe esse nome! ─ disse Zoe ─ olha, Júnior, estes são meus pais, Irma e Bartolomeu. A gente é do Rio Grande do Sul, mas vive viajando por aí. E você?


─ Eu... eu sou do Ceará. Saí de casa pra realizar meus sonhos de infância.


─ Que demais! Que história, velho! Me arrepiei ─ disse Bartolomeu. Júnior entendera aquilo como ironia, mas depois percebera que aquilo era típico da família


─ Cara... senta aí. ─ disse Irma Navarro. Júnior se sentou e ela lhe ofereceu uma tragada. ─ Quer?


─ Não, valeu.



(Música: Christina Aguilera – Let There Be Love)


O casal do momento deu um selinho. Estavam sentados em um banco na praça de alimentação do shopping.


Arizinho parou na frente deles e, com as duas mãos na cintura, deu um grito, começando um escândalo:


─ EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO COM ESSA VELHA!


O namorado da diretora que, claro, nunca havia visto o garoto, se assustou e tentou entender do que se tratava. A diretora, que estava feliz da vida com o seu garotão surfista, arregalou os olhos e a boca, deixando cair nada mais, nada menos que sua dentadura!


Acho que você está me confundindo com outra pessoa. ─ disse o surfista, ainda assustado. A diretora procurava seus dentes postiços no chão da praça.


─ Tá negando o nosso amor, querido? ─ berrou Aristofo ─ você usa e abusa de mim e depois me joga fora como se eu fosse um monte de papel higiênico? Eu vou dar na sua cara!


Percebi que o Arizinho estava se empolgando até demais e que o coitado do pretendente da D. Ruth iria apanhar sem ter nada a ver com a história, mesmo sendo um aproveitador de senhorinhas “indefesas”. Mas, pensando bem, eu deixei.


Ruth achou a dentadura e a pôs de volta na boca (eca, duplamente “eca”!) levantou-se e enfiou o dedo na cara do Arizinho, dizendo:


─ Com que direito você vem aqui estragar a minha folga? Seu fedelho! Eu vou te dar uma suspensão que você jamais vai esquecer!


─ Ele é meu namorado, Dona Ruth ─ mentiu, fazendo-a acreditar cada vez mais na lorota ─ Mas pode ficar. Fica com o bofe. Quer dizer, os restos do bofe. Beijinho, beijinho, fui!


Quando Ruth olhou para o lado, seu “bofe” já havia ido embora há bastante tempo.



As aulas foram retomadas dois dias depois. D. Ruth fez questão de espalhar, ligando, postando na página da escola, que tudo voltaria ao normal, desculpando-se também por ter decretado luto em nome de um aluno que nem ao menos morreu.


Deduzimos então que o maior motivo pelo recesso decretado pela diretora, foi apenas para ela ter mais tempo para se encontrar com o (agora ex) namorado.


Cheguei à escola. Alguns alunos da minha sala estavam sentados nos banquinhos perto da porta e antes do pátio. Um deles era Arizinho que, ao me ver, gritou meu nome, correu e me arrastou até nossos amigos e amigas.


─ Lucas, o nerd dos nerds da sala vai agora pagar o meu favor. ─ dizia Arizinho, fiquei com medo ─ Aluno exemplar, faz de tudo para que haja aula. Vai, Luquinhas...


Minhas pernas começaram a tremer. Coisa que vinha dele, na maioria das vezes, não era boa.


─ E o que você quer que eu faça? ─ perguntei.


─ Bom, como o meu plano foi po-de-ro-so e você teve o que queria, que era ter aula de novo, que tal você dançar uma coisa bem leve, tipo...


─ Tipo?


─ O show das poderosas!


─ Mas eu não sei!


Ígor Cipriano adorava ver os outros pagarem micos e, assim que Arizinho falou o nome da música, ele logo pôs no celular. Fizeram uma roda e eu estava no meio. A música tocava e todos pediam para que eu dançasse.


Vai, Lucas! Dança! Dança! Dança!


Pre-para, que agora é hora do show das poderosas... (todos cantavam) Que descem, rebolam, afrontam as fogosas...


Coloquei as duas mãos para cima e bati palmas. Lembrei da dança da Macarena que, por sinal, não tinha nada a ver e misturei com outra coisa das Rouge, só pra encher linguiça e me livrar logo daquilo tudo. Todo mundo começou a rir, cantar também. Lembrei da Débora no meio daquilo tudo e percebi que ela não estava ali. Ainda.


O que é isso? Que ridículo! ─ ouvi Débora dizer, enquanto chegava ao local.



(Música: Agridoce – 130 Anos)


Júnior Dantas acordou à tarde, pois entrara pela madrugada conversando com os hippies Navarro. O almoço que lhe esperava era uma comida totalmente vegetariana.


─ Tudo o que a gente come vem da terra, da natureza, sacou? ─ disse Zoe, colocando algumas folhas e pedaços de maçãs numa espécie de “banda de coco”, que servia como prato.


Júnior, de início, achou ruim o gosto da comida, pois não havia nenhuma espécie de tempero, nem ao menos sal pra disfarçar o gosto esquisito das folhas. Depois acostumou.


─ Posso perguntar uma coisa?


─ Óbvio que sim, Lucas. ─ disse Irma.


─ Então... como vocês fazem para se manter?


─ Como assim?


─ Dinheiro. Não se dá pra viver sem grana, tipo, mesmo vocês comendo as coisas que a natureza lhes oferecem, ainda tem o dinheiro do combustível do trailer, produtos de higiene pessoal, essas coisas...


─ Ah, Júnior, a gente pede por aí. Acredite ou não, tem gente boa no mundo. ─ Bartolomeu falou.


─ Tendi...


─ Ei, Júnior! Vem comigo. Preciso te mostrar uma coisa. ─ disse Zoe.


─ Claro.


A ruiva puxou Júnior pelo braço e o levou até um local no campo onde haviam muitas árvores. Dentro dela havia um pote cheio de cogumelos.


─ Pega um. Vai, homem, pega! ─ ofereceu Zoe.


Júnior, instintivamente, comeu. Zoe pegou um punhado de dentro do pote e pôs para dentro também.


─ Caramba, que gosto bom!


─ Melhor que o gosto, só a viagem! ─ respondeu a ruiva ─ mamãe e papai adoram, mas não me deixam comer muito. Agora curte a viagem mais emocionante da sua vida.


            Junior viu o rosto de Zoe começar a ficar colorido, assim como a paisagem de onde eles estavam. As árvores inchavam e, como balões, flutuavam. Júnior estava tonto. Zoe começou a rir e se deitou no chão. O garoto fez o mesmo.



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Autor(a): Manolo

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 78



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  • manolorhcp Postado em 12/07/2013 - 17:44:57

    Obrigado pelos elogios e também por ler, bryan. Fico feliz por vc conhecer Submissão, logo eu lanço o livro tanto dela quanto essa web :))

  • bryan Postado em 12/07/2013 - 17:09:17

    Lindo final!! *-* Parabéns Manolo, você é um excelente autor, adorei a história, já está entre as minhas favoritas. Inclusive, ao lado de outra fanfic sua, Submissão, que eu também adorei.

  • manolorhcp Postado em 12/07/2013 - 16:37:11

    Obrigado ellen_ eu te agradeço muito por ter lido até o final, e ainda por ter gostado pq minha web não segue muito o padrão que tem aqui de fanfics, rbd's e afins... Muito obrigado mesmo, vc faz parte dessa história ^^

  • ellen_ Postado em 12/07/2013 - 14:34:53

    Velho que lindo acho que você foi o melhor escritor que eu já vê cara você é de mais!! como minha irmã fala você é o cara kkkkk.

  • manolorhcp Postado em 11/07/2013 - 23:14:06

    sophiannie:, foi pura sorte, hein? bryan:, eles vão se amar pra sempre :3 ellen_: Já tava mas do que na hora mesmo ^^

  • ellen_ Postado em 11/07/2013 - 16:12:20

    Até que fim esses dois ficaram juntos!!

  • bryan Postado em 10/07/2013 - 23:51:06

    Débora e Lucas!!! <3 Finalmente ela percebeu que ele é quem sempre vai estar ao lado dela, dando força e a apoiando em tudo!

  • sophiannie Postado em 10/07/2013 - 23:08:14

    Anw, que fofinho os dois :3 O Junior é muito sortudo e que bom que ele realizou mais um dos sonhos dele antes de voltar pra casa!

  • manolorhcp Postado em 10/07/2013 - 17:50:37

    :3 agora ela está in love com o Lucas shuasuh

  • sophiannie Postado em 09/07/2013 - 21:04:43

    HAHA' Simplesmente amei que a Débora voltou a viver! :3


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