Fanfic: Um Conto Sobre Estrume [Terminada]
(Música: Marcelo Camelo e Mallu Magalhães – Janta)
Horas depois, um espelho estava sendo quebrado no meu quarto. Mais precisamente, jogado no chão. O que são sete anos de azar quando se tem uma vida amorosa tão infeliz quanto a minha?
─ Porra! ─ gritei ─ Por que ela finge que eu não existo? E por que eu não faço o mesmo com ela?
Comecei a chorar. Sentei-me na cama, e olhei para o monitor do computador. Acreditem ou não, mas eu estava tão louco por ela que o papel de parede era a própria foto da Débora.
─ Já sei. É porque eu gosto de sofrer. DE SOFRER! ─ chorei. Chorei muito, desligando o computador.
Abracei meu travesseiro e com ele chorei a noite toda. Eu precisava acordar para a vida esquecer aquela garota, os problemas dela, e focar nos meus estudos e no vestibular. Mas era impossível. Quase impossível.
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Acharam Débora desmaiada no banheiro muito tempo depois. Seu pai, acho que o único com juízo naquela casa, ficou preocupado com tamanha demora da filha.
Deitada na cama ela estava agora. Sua mãe, super preocupada com o limite do cartão de crédito, xingava uma atendente pelo telefone.
─ Eu já chamei o médico, filha. Pedi para que a nossa cozinheira fizesse uma sopa bem forte. Nossa, que pai eu sou? ─ Sr. Zimmermann passou a mão nos cabelos da filha, que ainda estava gelada e com muita dor de cabeça. ─ Nunca mais eu vou deixar as coisas chegarem a esse ponto.
─ Acho... acho que não vai precisar. ─ fraca, a menina desmaiou novamente.
─ Amor! Amor! Eliana! A nossa filha tá muito mal! Solta esse celular e me ajuda! Eu não vou esperar o Dr. Fabrício! Eu a levarei até o hospital. ─ gritou ele, desesperado, e levando Débora nos braços.
XVII – PARECE QUE TUDO ESTÁ PERDIDO
O médico plantonista pediu que Débora fizesse um hemograma e que ficasse internada no hospital por tempo indeterminado. A menina tomava soro pela veia enquanto seu pai tentava tomar o celular e o cartão de crédito da mão daquela compradora compulsiva que era sua esposa.
─ Dá pra você ser mãe pelo menos por vinte e quatro horas? ─ os dois brigavam no corredor do hospital.
─ Se você tivesse pago os cartões, eu estaria desocupada.
─ Eu os cancelei. Todos! Não temos mais dinheiro para gastar com besteiras desnecessárias. Eu já havia lhe avisado!
─ Leonardo Zimmermann, eu lhe juro que pego minhas coisas e vou embora de casa!
─ Vá, Eliana. Vá mesmo. Será melhor para a Débora. Agora eu preciso ir em casa buscar algumas roupas para ela. Afinal, até sabermos o que ela tem, ficará internada. E mil desculpas se o estado de saúde da sua filha não te interessa! ─ ironizou.
Sr. Zimmermann deu um pequeno empurrão na esposa para que ela saísse da frente e foi em direção ao estacionamento do hospital. Sem mais o que fazer, Eliana Zimmermann o seguiu.
─ Espere! Espere! Temos muito o que conversar! ─ disse ela, correndo atrás do marido.
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Os pais de Débora, ainda discutindo muito, fizeram uma pequena mala com algumas roupas para melhorar a estadia da filha no hospital cujo estava internada. Leonardo Zimmermann pegou as chaves do carro e foi até a garagem. Eliana tentava falar sobre o futuro divórcio.
─ Então você quer se separar mesmo? Quer dizer que você não me ama mais? ─ Eliana estava em frente à porta do carro, impedindo que o marido entrasse.
─ Você não me ama mais, Eliana. Você ama os meus cartões de crédito. E agora eu não os tenho mais. Quer me dar licença? Minha filha precisa de um pai.
Leonardo entrou no carro e a esposa, em seguida, entrou e sentou-se no banco de passageiros.
─ Esta conversa ainda não terminou, Leonardo.
─ Você, Eliana, está doente e precisa de tratamento.
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Eu nunca tinha chorado tanto, e ainda por aquele motivo tão torpe. Dizem que sempre chove quando uma tragédia acontece. Sendo assim, porque não chovia sempre? Eu sou um desastre como homem, pensei, encostando a cabeça na janela do quarto e vendo a água escorrer pelo vidro.
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O carro do casal Zimmermann seguia deslizando na pista molhada em direção ao hospital. Leonardo Zimmermann ouvia as lamentações da esposa enquanto dirigia, tentando não surtar de vez. Trovejava, chovia forte, porém o pai de Débora precisava ficar com a filha naquela noite.
─ Pois é Leonardo. Você pensa que foi fácil ter que conviver com você esses anos todos, te servindo, te dando tudo o que você queria em suas mãos? Ah, me poupe, Leonardo. Você só quer estar com a razão e...
─ CALA A BOCA, ELIANA! JÁ CHEGA! JÁ CHEGA! ─ gritou ele, desviando de uma moto que estava bem a sua frente. À propósito, quase que o pai de Débora batia seu carro no motociclista.
─ Você gritou comigo, Leonardo? Pois fique sabendo que nem o meu pai me mandou calar a boca. Isso é um absurdo. Pare este carro, largue este volante e me peça desculpas.
Tal absurdo quase fez com que Leonardo Zimmermann risse. Todavia, ele apenas fingiu que não ouviu e continuou dirigindo, lutando contra a tempestade. Eliana, por sua vez, posicionou-se na frente do marido, impedindo com que ele pudesse ver a estrada.
─ Sai da frente, sua louca!
─ Você me deve desculpas, Leonardo. Eu não sou nenhuma cachorra para ser tratada deste jeito.
Eliana só calou a boca quando, por azar, um caminhão vindo na contramão bateu no veículo onde ela e o marido estavam. Foi fatal.
Autor(a): Manolo
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XVIII – FORA DE ÓRBITA (Música: Jake Bugg – Slide) Sentia-se um pouco melhor. Estava sob os melhores cuidados naquele hospital. Débora abriu os olhos aos poucos e, também aos poucos, conseguia enxergar um homem completamente vestido de branco à sua frente. Tratava-se do médico que estava cuidando do seu caso. ─ S ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 78
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manolorhcp Postado em 12/07/2013 - 17:44:57
Obrigado pelos elogios e também por ler, bryan. Fico feliz por vc conhecer Submissão, logo eu lanço o livro tanto dela quanto essa web :))
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bryan Postado em 12/07/2013 - 17:09:17
Lindo final!! *-* Parabéns Manolo, você é um excelente autor, adorei a história, já está entre as minhas favoritas. Inclusive, ao lado de outra fanfic sua, Submissão, que eu também adorei.
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manolorhcp Postado em 12/07/2013 - 16:37:11
Obrigado ellen_ eu te agradeço muito por ter lido até o final, e ainda por ter gostado pq minha web não segue muito o padrão que tem aqui de fanfics, rbd's e afins... Muito obrigado mesmo, vc faz parte dessa história ^^
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ellen_ Postado em 12/07/2013 - 14:34:53
Velho que lindo acho que você foi o melhor escritor que eu já vê cara você é de mais!! como minha irmã fala você é o cara kkkkk.
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manolorhcp Postado em 11/07/2013 - 23:14:06
sophiannie:, foi pura sorte, hein? bryan:, eles vão se amar pra sempre :3 ellen_: Já tava mas do que na hora mesmo ^^
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ellen_ Postado em 11/07/2013 - 16:12:20
Até que fim esses dois ficaram juntos!!
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bryan Postado em 10/07/2013 - 23:51:06
Débora e Lucas!!! <3 Finalmente ela percebeu que ele é quem sempre vai estar ao lado dela, dando força e a apoiando em tudo!
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sophiannie Postado em 10/07/2013 - 23:08:14
Anw, que fofinho os dois :3 O Junior é muito sortudo e que bom que ele realizou mais um dos sonhos dele antes de voltar pra casa!
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manolorhcp Postado em 10/07/2013 - 17:50:37
:3 agora ela está in love com o Lucas shuasuh
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sophiannie Postado em 09/07/2013 - 21:04:43
HAHA' Simplesmente amei que a Débora voltou a viver! :3