Fanfics Brasil - 1 Another Life (adaptada e creditada)

Fanfic: Another Life (adaptada e creditada) | Tema: One Tree Hill


Capítulo: 1

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Aeroporto Tegel - Berlim, Alemanha.
Uma voz feminina anunciou que o meu vôo e de John iria partir. Fomos até o portão de embarque cinco. Despedi-me de todos, demorando em especial em Jennifer, minha melhor amiga, que agora, chorava como um bebê, e Sam, que me apertava contra si a todo o segundo. Ele não queria que eu fosse e eu não queria ir.
- Não se esquece de mim, Sam. - Eu pedi, quando ele segurou meu rosto em suas mãos. Sentindo as lágrimas brotarem dos meus olhos e deixei que elas saíssem.
- Eu não vou esquecer, eu prometo. - E então ele me beijou. Me beijou como nunca. Um beijo de despedida. Um beijo de adeus.
Enquanto a funcionária do aeroporto verificava os meus documentos, olhei para trás, dando uma última olhada nas pessoas que me amavam, e John colocou a mão nas minhas costas, me encorajando a entrar no corredor que nos levaria para o avião.
Eu não pude mais vê-los. Meu coração se partiu.

FlashBack – Uma semana atrás. 

– O que houve, Sam? O que aconteceu com você? – Perguntei, vendo Sam com uma cara horrível, branco feito papel. Uma mescla de medo, horror e.. Pena. Ele ficou olhando para mim sem dizer nada. Pude ver que seu peito subia e descia rapidamente. Aquilo me assustou.
- Você não viu o noticiário das oito? Não está sabendo de nada? – Perguntou receoso, ainda olhando fixamente pra mim.
- Claro que não Sam! – Falei como se fosse uma coisa óbvia. - Eu acabei de acordar. – Não estava entendendo nada do que ele estava falando. Por que ele não me contava logo o que tinha acontecido?
- Hale, a sua mãe. – Ele disse com a voz carregada, totalmente diferente da sua voz carinhosa. - Ela sofreu um acidente.
- Minha mãe? – A mensagem demorou a processar, estava confusa. Eu tinha escutado bem? – Onde ela está?
Ele não respondeu. Ficou olhando pra mim como antes. E uma angústia no meu peito surgiu com uma força abrupta. Meu coração acelerou, e o desespero começou a crescer dentro de mim.
- Sam.. – Comecei, tentando ficar calma. – O que aconteceu com a minha mãe? Onde ela está?
- Ela.. – Ele respirou fundo, olhando para outra coisa em vez de mim. – Houve um acidente de estrada para o aeroporto de Dublin. Vários carros bateram e o da sua mãe foi um deles e acabou não sobrevivendo.
Eu não podia acreditar no que Sam estava dizendo. Era mentira! Minha mãe num acidente de carro? De repente, foi como se o chão se abrisse sob meus pés, e eu fosse engolida por um buraco negro sem ter onde me segurar. Meu peito doía, meu coração estava mais acelerado do que um dia eu podia imaginar que fosse possível. Fiquei paralisada, olhando para Sam a minha frente. Ele estava receoso, esperando uma reação minha, mas a única coisa que eu consegui fazer foi começar a chorar desesperadamente. Grossas lágrimas desciam para minhas bochechas, pela minha boca, deixando um gosto de água salgada nela. Minhas pernas ficaram bambas, frágeis, como se eu não tivesse ossos para sustentá-las. Eu sabia que elas não agüentariam muito tempo e quando me dei conta, estava no chão, tremendo compulsivamente. A dor no meu peito estava aumentando de uma forma assustadora, me corroendo por dentro, tomando cada parte do meu corpo, entranhando pela minha pele. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados, descompassados, era como se o meu coração fosse parar a qualquer momento. Depois de algum tempo, pude sentir a respiração de Sam do meu ouvido. Ele estava sentando ao meu lado, me abraçando de lado com certa força, com o rosto perto do meu, dizendo palavras que eu não conseguia entender. Minha audição não estava boa, meu tato e o resto dos meus outros sentidos também não. Mas eu não poderia prestar atenção em mais nada.
Eu estava sozinha agora.
As lágrimas desciam com mais força e em mais quantidade a cada segundo, a cada instante que eu me lembrava que não teria mais minha mãe comigo.
Uma tristeza tão grande, tão profunda se apoderou de mim, que eu pensei que nunca mais fosse ser feliz. Quando me deu por conta, estava chorando aos berros, e Sam, sem saber o que fazer, continuava me abraçando, me consolando, mas nada daquilo faria diferença agora porque nunca mais eu iria ver minha mãe. De repente aquela sensação que eu senti o dia inteiro fazia algum sentido pra mim como se fosse uma intuição e percebi que a última vez em que eu havia visto a minha mãe, nós estávamos conversando no meu quarto, dias antes, sobre nossa viagem de férias de natal. Nós nunca mais faríamos planos de viagens ou de qualquer outra coisa. Nunca mais riríamos juntas, contaríamos coisas uma pra outra. Nunca mais o cheiro do seu café de manhã antes de ir pro colégio invadiria minhas narinas, nunca mais sentiria o seu perfume ou seu abraço de consolo.
O nosso laço inquebrável que eu pensei que existisse, não estava mais ali. Ele tinha se partido em milhões de pedacinhos e estavam espalhados pelo ar, invisíveis.
Senti ódio. Ódio de todas as pessoas, das envolvidas no acidente ou não. Ódio de mim por não ter tempo de me despedir dela, de dizer o quanto a amava, o quanto ela era importante de mim. Isso só fez meus gritos ficarem mais e mais altos, minhas lágrimas mais grossas, mais pesadas e mais dolorosas. Senti-me sufocada com aquela dor que não cessava, não parava de aumentar, apertando meu coração de uma forma esmagadora.
Meu peito doía a ponto de eu querer arrancar meu coração. Angústia, medo, tristeza, desespero, ódio.. Tudo junto num só corpo. No meu corpo. Fechei meus olhos com força na intenção de fingir que tudo era mentira, abraçando minhas pernas, querendo que aquela dor passasse, mas eu sabia que ela passaria nunca. Ela só aumentava e aumentava, tomando conta de todas as partes do meu corpo. Eu queria que aquilo parasse, que tudo fosse uma brincadeira horrível que Sam tinha feito.
Parei de gritar. Não porque não tinha mais vontade, mas sim porque não havia mais forças. Meu corpo foi sendo erguido por mais braços além do de Sam e quando vi, Jennifer estava me segurando. Ela e Sam me carregavam com certa dificuldade porque meu peso todo estava nos braços deles. Eu estava paralisada a tal ponto que não sentia nenhum dos meus membros.
Fui colocada no sofá, eles se entreolharam na minha frente, conversando baixinho, enquanto eu voltava a abraças minhas pernas. As lágrimas continuavam descendo sem pedir permissão, sem aviso prévio. Minha cabeça girava como se eu tivesse acabado de sair de uma daquelas xícaras de parques de diversão, senti uma náusea muito forte, uma louca vontade de vomitar, mas não tinha nem forças para tentar colocar algo para fora.
Entrei em um estado de choque desesperador.
- Hale.. – Jennifer se ajoelhou na minha frente, acariciando meu braço. – Precisamos falar com o seu pai. – Ergui meus olhos nublados de lágrimas, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo. – Você sabe onde podemos encontrar o número dele?
- Na gaveta da estante. – Respondi com a voz fraca. Fraca demais.
Sabia que minha mãe guardava um caderno com todos os números dos meus amigos, clientes e é claro, de John. Jennifer discava os números enquanto Sam sentava ao meu lado, me abraçando como antes.
- Vai ficar tudo bem, Hale - Ele beijou minha testa, colocando minha cabeça em seu ombro.
Eu duvidava muito que isso fosse acontecer, mas não respondi nada. Deixei me levar pelo seu consolo.
Olhei de soslaio para Jennifer e vi que ela estava ao telefone falando freneticamente com alguém. Podia ser John, mas eu não pensei muito sobre isso.
- Ele vai pegar o primeiro vôo e vai vir o mais rápido que puder. – Ela avisou, sentado do meu outro lado.
Sabia que ela e Sam trocavam olhares. Estavam com pena de mim, odiei-os por isso. Não queria que sentissem pena de mim, porra!
Sam levantou, dizendo que teria que ir em casa e mas que voltaria logo. Jennifer continuou sentada, segurando minha mão.
Meu choro foi diminuindo gradativamente, só restando os soluços fortes e altos, e minha respiração ainda acelerada, também foi diminuindo. Fechei os olhos, descansando minha cabeça numa almofada qualquer. Jennifer sentava, olhava para mim com um olhar tão estranho que mal a reconheci.
Não era pena, nem tristeza. Era frieza, pura e simples frieza.
A porta de entrada foi fechada e Sam apareceu no hall, chamando Jennifer.
Fiquei perdida em pensamentos, alheia a todos ao meu redor. Meus olhos estavam abertos, mas era como se não estivessem.
Sam voltou e nem me dei conta de quanto tempo ele estivera fora. Ele deu um sorriso fraco para mim, sentando no espaço vazio, fazendo carinho na minha cabeça. Não dissemos nada. Não havia nada para ser dito.
Jennifer voltou trazendo uma caneca, entregando-a a mim, dizendo que me faria bem. Os meus sentidos estavam de volta e eu pude sentir um gosto estranho na bebida, mas continuei entornando-a para dentro. Depois de colocar a caneca em cima de mesinha de centro, me ajeitei no sofá, e Sam saiu para me deixar deitar direito. Alguns minutos depois meus olhos começaram a ficarem pesados, me obrigando a fechá-los. Eu estava cansada demais para lutar para deixá-los apertos. Minha cabeça ficou pensada e por fim, adormeci.

Fim do FlashBack



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Autor(a): tatafic

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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