Fanfics Brasil - 2 Another Life (adaptada e creditada)

Fanfic: Another Life (adaptada e creditada) | Tema: One Tree Hill


Capítulo: 2

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- Você vai gostar de York, é um lugar lindo. - John comentou quando nos acomodamos nas cadeiras quinze e dezesseis. – Eu sinto muito, Haley. Sinto muito. - Ele colocou a mão em cima da minha brevemente, mas eu não relutei aquele toque. Mantive meus olhos fixos lá fora, ainda chorando.
Eu não estava feliz com isso e não fazia questão nenhuma de esconder. A ideia de morar com ele e sua família não me agradava, mas o que eu podia fazer? E mesmo que eu não queira admitir, eu precisava dele. John era meu pai e responsável pelo meu bem estar, mesmo que depois de tanto tempo. E ainda tinha a história dos calmantes. John me dopava por todos os dias desde que chegara e eu ainda me pergunto se era para evitar que eu assistisse os preparativos para o enterro ou se apenas me dopava por medo de que eu pudesse fazer alguma coisa.

FlashBack dois dias atrás. 

A cabeça de John preencheu minha visão. Deveria estar frio, pois ele segurava o mesmo casaco grosso preto de quando chegara. Parou perto do armário, encostando-se nele, me encarando. Suspirou algumas vezes, passando a mão nos cabelos, como eu fazia quando estava preocupada, nervosa, ansiosa ou tudo junto. Irônico pensar na nossa semelhança não só fisicamente.
- Você está bem, Hale? – Foi tudo o que ele disse, ou melhor, perguntou. Não gostava do fato dele me chamar pelo apelido, só as pessoas íntimas me chamavam assim, mas deixei pra lá.
- Não. – Eu respondi francamente, desviando meus olhos para as paredes do meu quarto. Elas pareceriam ridículas com aquele tom alegre e feliz. Elas deveriam estar pretas.
- Precisamos conversar, você e eu, – Ele dizia enquanto voltava a mexer nos cabelos. – sobre como as coisas vão ser agora.
- O que quer dizer? – Perguntei aumentando o meu tom de voz, encarando-o. Parecia que uma pedra de gelo estava descendo pela minha garganta e caindo com estrépito no meu estômago.
- Você sabe o que eu quero dizer. - John falou num tom calmo e cauteloso. Totalmente diferente do meu. - Você não pode ficar sozinha aqui e eu não posso vir pra cá pra ficar com você, então, você vai voltar comigo...
Eu levantei abruptamente, ficando de pé, com os olhos semicerrados.
- Você só pode estar louco por pensar uma coisa dessas. - Cruzei os braços como uma criança faz quando é contrariada, mas que se foda! Naquele momento eu não ligava por estar parecendo infantil.
- Haley... – Ele voltou a falar em tom de quem vai começar a fazer uma concessão.
- Não! – O interrompi, protestando, quase batendo o pé. – Não! Não vou com você! Eu tenho uma vida aqui, tenho meus amigos, e além do mais, está é minha CASA!
- Não Haley, não é mais. – Ele balançou a cabeça pra mim, falando o meu nome como se estivesse explicando uma coisa muito difícil a um retardado. – Você não vai ficar aqui sozinha, você vai pra minha casa, porque você é minha filha.
- Você deixou de ser meu pai desde que largou a minha mãe há dez anos e voltou para a Inglaterra para se casar com outra mulher! – Berrei, e eu acho que isso não deve ter machucado o bastante os sentimentos dele, se é que ele tinha algum sentimento por mim. John apenas balançou a cabeça, em sinal de negação.
- Você sabe muito bem que eu não larguei a sua mãe, apenas voltei para o meu país e lá conheci outra pessoa. Mas não vamos discutir isso, não nesse momento. - Ele soltou um suspiro longo antes de continuar. - O fato Haley, é que você vai pra Inglaterra comigo. Já consegui uma transferência de colégio pra você e Helen já está providenciando o seu quarto.
Eu abri a minha boca para protestar mais uma vez, mas nenhum som saiu dela. Eu estava chocada, a raiva borbulhando na minha corrente sanguínea como a mesma velocidade de um carro de fórmula um. Minha vontade era pular na garganta daquele desgraçado, e apertá-la com toda a minha força até que seu o último estoque de oxigênio acabasse.
- Você não fez isso... – Foi tudo o que eu consegui dizer quando minha voz voltou. – Eu não acredito que você fez isso...
- Haley... – Ele começou de novo, e novamente o interrompi. Não ia desistir sem lutar.
- Você fez tudo nas minhas costas, você me dopou e brincou com a minha vida como se eu fosse uma boneca!
- Nosso vôo parte segunda de manhã. – John anunciou como se não fosse uma bobagem tudo aquilo. Como se ele estivesse apenas dizendo o dia que sairíamos para viajar com a família.
- Não vou a lugar nenhum com você. – O desafiei, voltando a estreitar meus olhos.
- Eu sou seu pai, você querendo ou não, e vou exercer o meu direito como tal. Não posso e não vou deixar você a cuidados dos outros. Segunda pegaremos um avião para Londres e não há nada que possa fazer pra mudar isso, já foi decidido! - Ele falou de uma vez só, sem parar nem para respirar, despejando tudo em cima de mim ainda com seu tom irritantemente calmo.
E agora? O que eu iria fazer? Eu o odiava a cada segundo que nos fitávamos. John estava lá, calmo, agora longe do meu armário, segurando o casaco, com seus olhos me perfurando, me desafiando a dizer que não iria com ele, me desafiando a não ir com ele. E foi aí que eu explodi. Eu achei que não seria capaz, mas lá estavam as lágrimas que pareciam ter secado. Lá estavam elas descendo sem parar, mas eu não estava triste, eu estava me rasgando de raiva e John sabia que era dele. Ele sabia que as minhas lágrimas eram de ódio e não de tristeza, dei um último berro, batendo a porta do meu quarto com força. Desci as escadas, derrubando tudo que aparecia na minha frente. Precisava descontar toda aquela raiva que estava contendo desde que soube a morte da minha mãe. Todos aqueles sentimentos ruins afloraram dentro de mim, e eu não vi mais nada diante dos meus olhos. Quando me dei conta, estava na sala, pegando o abajur favorito da minha mãe, jogando-o contra a parede, gritando de fúria. A próxima coisa que foi meu escape de raiva foi um vazo de flores do campo, ao que teve o mesmo destino do abajur; a parede. Eu estava pouco me importando com o que estava fazendo, eu só queria quebrar tudo, gritar e chorar. Escutei passos vindos da escada, e John apareceu diante de mim, mas não ousou entrar na sala e tentar me impedir. Apenas assistia enquanto eu estava tendo minha crise histérica. Eu berrei mais uma vez, procurando como uma leoa procura sua caça, mais algum objeto que eu pudesse quebrar e logo vi a mesinha de centro. Bati com toda a minha força contra a mesa, tendo sorte por nenhum caco de vidro me cortar. E mesmo que isso acontecesse, eu duvido que pudesse sentir. Nenhuma dor poderia ser comparada com a dor gigantesca que estava despedaçando o meu coração. Eu não queria ir! Não queria deixar Sam, Jennifer, nem muito menos a minha vida para trás. Eu precisava deles, por que John não entendia isso? Eu estava revoltada porque minha mãe havia morrido e havia me deixado com aquele homem horrível.
Minha raiva não passou, e quando vi, estava atacando a estante de livros, tirando as prateleiras do lugar, quebrando os objetos dali, abrindo os livros e rasgando-os sem pensar duas vezes. Rasguei até mesmo os meus prediletos, sem remorso algum. Tinha completa e absoluta certeza que não era uma cena agradável de ver, mas eu continuei destruindo cada parte da sala que conseguia que minhas mãos eram capazes de tocar. Meus olhos baixaram para uma foto, que agora se encontrava com o porta-retrato quebrado, meu e da minha mãe que havíamos tirado nas férias do ano passado na capital, em Berlim. Ver aquilo foi como se minha mãe estivesse morta na minha frente. Tudo estava acabado, e eu estava desesperada. E então, eu caí de joelhos no chão, sem gritos ou mais ataques loucos. Apenas chorava, chorava e chorava, sem saber o que fazer diante da realidade que se opunha para mim sem nenhum pouco de delicadeza. Senti braços em volta de mim, mas dessa vez não era Sam, pois logo eu escutei John me pedindo desculpas, em tom quase tão desesperado quanto eu me encontrava. Eu não iria desculpá-lo. Nunca

Fim do FlashBack


 


*Oi gente, o que vocês estão achando da fic? Preciso que comentem e divulguem para eu postar o próximo capítulo*



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Autor(a): tatafic

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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