Fanfic: O Solteiro de Ouro (Adaptada) Herroni | Tema: RBD Herroni Maite y Poncho

CAPITULO 30

Esse era o problema. Maite desejava entregar a si mesma por inteiro, de corpo e alma, demonstrar quanto o amava com seus atos, ainda que não pudesse dizer com palavras. Mas... Tinha medo. De repente, sem querer, Maite recordou a expressão de seu rosto no dia em que lhe deram alta no hospital. No fundo de sua alma, temia no dia em que Alfonso encontrasse outra mulher, uma mulher que lhe recordasse Anahí que pudesse se apaixonar para valer. 
Maite esforçou-se por continuar com a mala. Não podia fazer nada a respeito. Nem sequer devia esperar que Alfonso fizesse com ela uma vida marital normal. Singelamente, tinha que recordar as condições de seu acordo matrimonial e proteger seu coração o melhor que pudesse. 
Maite ouviu o ruído da porta e deixou cair um montão de calcinhas na mala. 
— Missão cumprida — disse Alfonso da porta — As caixas estão no carro. Quer que leve essas malas? 
— Sim, quando terminar já terei preparada esta outra — assentiu Maite. 
Alfonso levou tudo a sua casa e pediu ajuda a Finn para desfazer as malas. Depois, foi ao escritório pretextando algo urgente que fazer. A tarefa tinha esgotado Maite, que se alegrou de poder descansar enquanto observava Finn, guardando tudo. 
— Ora! Este vestido é dinamite. Aposto que fica muito sexy com ele. 
— Comprei-o porque era solto na cintura. Pensei que me cairia bem, se tivesse que ir a algum lugar elegante. Não sei se me caberá. 
— Ah! — exclamou Finn contemplando sua barriga —. À velocidade que cresce, cedo não poderá se pôr mais que uma calça de moletom. 
— Ora, obrigada. É de grande consolo. 
— É um prazer. 
Maite e Finn tinham conseguido uma grande camaradagem, e ela estava encantada. Quando começou a se levantar da cama, ele lhe mostrou um a um os cômodos da casa. Jogavam cartas, jogos de mesa, e Maite deixava-o ganhar, para vê-lo contente. Finn cuidava-a e dava um escândalo, se necessário, contanto que ela descansasse. Maite adorava-o. 
— Finn... 
— Humm?

— Gosta de crianças? 
— Acho que sim — contestou ele saindo do armário —. Nunca tive muita relação com elas, era filho único. 
— E eu. O que sei sobre crianças caberia na cabeça de um alfinete. 
— Pois espero que aprenda depressa — sorriu Finn. 
— Sim, eu também — contestou Maite vacilando um momento —. Vai ficar conosco, quando esses dois pequenos terremotos correrem pela casa, quebrando tudo e deixando pedaços de vasos nos tapetes? 
— Pergunta sério, verdade? 
— Alfonso precisa de você. E eu. Não poderia me ocupar de uma casa tão grande como esta, com dois meninos e uma galeria que atender. 
— Não me vou ir a nenhuma parte — afirmou Finn —. Alfonso é ótimo. É amável e... tolerante. Deu-me uma oportunidade, quando a precisava, e isso não posso esquecer. Eu fui à Universidade — acrescentou olhando Maite nos olhos —. Meu colega sentimental tinha dez anos mais que eu, tinha dinheiro, era muito sofisticado... Jamais precisei trabalhar. Depois ele ficou doente, e quando morreu me senti perdido. Não tinha nenhuma habilidade especial, ninguém a quem cuidar... Quando minha tia me disse que Alfonso 

precisava de um mordomo, me senti imensamente agradecido, apesar de ser uma oferta temporária. 
— Finn... Nós estaríamos perdidos sem você. Suponho que tenha saudades de Anahí, tanto como ele.
— Anahí era uma mulher muito doce — afirmou Finn com os olhos fixos na roupa —. Foi terrível, quando morreu... 
— Sim, eu a conhecia — afirmou Maite incapaz de resistir o olhar —. Era perfeita para Poncho. 
— Não sabia, Alfonso me contou que são amigos desde meninos, mas não sabia que... — Finn enxugou as lágrimas sem ocultar sua dor —. Sinto muito, Anahí e eu estávamos muito unidos. 
— Claro — contestou Maite arrependendo-se de ter iniciado aquela conversa, sentindo-se num segundo lugar. 
— Parece cansada, por que não tira uma sesta? Posso terminar isto depois.

—Sim, o farei. 
Depois da saída de Finn, Maite demorou muito para dormir.

Alfonso não voltou a tocá-la por muito tempo, exceto por alguns castos beijos no rosto. Maite foi à consulta do médico ao completar doze semanas de gravidez, e este lhe reduziu a medicação. Para desgraça de Maite, as náuseas não diminuíram. Ao completar as catorze semanas, o médico voltou a prescrever-lhe o tratamento completo. Também lhe fizeram outra ecografia. Então, os fetos tinham já forma humana. 
— E não só isso — disse o técnico— Querem saber o sexo? 
— O que acha? — perguntou Maite a Alfonso. 
— Não sei se poderia suportar o fato de não saber — sorriu Alfonso — E você? 
— Não sei, gosto das surpresas, mas temos muitas coisas que comprar. Não seria ruim saber a cor, antecipadamente. De acordo — repôs Maite respirando fundo —. Diga. 
Alfonso tomou a mão de Maite e entrelaçou os dedos de ambos com força. O técnico sorriu e contestou: 
— São meninas. Rosa. 
— Meninas! — exclamou Maite —. Sapatilhas de balé. Fivelas para o cabelo. 
— Bolas de futebol — contra-atacou Alfonso —. Não sejas feminista — acrescentou se inclinando para beijá-la — Felicidades, mamãe. 
— Digo-lhe o mesmo papai — contestou ela lhe devolvendo o beijo. 

Ao sair do hospital, não foram diretamente a casa. Alfonso levou-a às compras. Tinham comprado móvel infantil semanas atrás, de maneira que foram diretamente ao departamento de roupas. 
— Escolha o que quiser. Em rosa, com fitas, laços, o que seja. Eu vou buscar um par de trajes de beisebol que vi por aí. 
Em lugar de voltar com trajes de beisebol. Alfonso voltou com dois gorros de beisebol pequenos da equipe de Rede Sox. Maite tinha escolhido alguns vestidos, mas nem estavam cheios de laços e, tecnicamente, nem sequer eram rosa. Enquanto pagavam Maite contou entusiasmada ao caixa que acabavam de se inteirar de que iam ter gêmeas. 
— E já sabem que nomes lhes darão?

— Não, ainda não — contesto Maite olhando Alfonso — Nem sequer falamos disso. 
Naquela noite Alfonso comunicou a Maite que jantariam na sala de jantar. Ela se levantou da sesta e se vestiu. Sempre tinham jantado no quarto ou 

na cozinha, de modo que aquilo era uma novidade. Alfonso esperou-a ao pé da escada, sorrindo e oferecendo-lhe a mão. 
— Muito linda, ainda que suponho que precisará de um vestuário novo. 
— Só calça de moletom, segundo Finn. Você também está muito lindo. 
— Pensei que devíamos celebrar — explicou Alfonso — Saber que são meninas parece que se faz ainda mais real. 
— Sim, é verdade — contestou Maite admirando a mesa que Finn tinha preparado, com candelabros, e a vela acesa — Sinto-me decadente, quando alguém me serve o jantar assim. 
— Eu já superei — riu Alfonso —. Gosta de como cozinha Finn? Se você prefere preparar a comida posso lhe pedir que... 
— Não, céus! — sorriu Maite —. Acredite, jamais desejaria que eu cozinhasse. Por que acha que saía sempre pra comer fora, quando vivia sozinha? 
— Ah, nesse caso seguiremos tal e como até agora. A Finn encanta-lhe cozinhar. Se disser o contrário, é mentira. 
— Acho que está tão entusiasmado com a ideia de ter bebês como nós. 
— E falando de bebês... — Alfonso pôs-se em pé para atingir um velho e empoeirado livro e voltar depois à mesa. Afastou o prato de Maite e deixou-o diante dela —. No outro dia, quando trouxe essas três caixas de sua casa, uma delas se rompeu pelo fundo. Ao ir recolhê-lo, isto me chamou a atenção. 
Maite observou o livro. Era uma Bíblia, evidentemente muito antiga. 
Acariciou sua coberta e perguntou: 
— Tem folheado-a? 
— Sim, sinto muito. Senti curiosidade. Mas encontrei uma coisa muito interessante.