Fanfics Brasil - 39 A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [Adaptada]

Fanfic: A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [Adaptada] | Tema: AyA


Capítulo: 39

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  -Não viveremos como marido e mulher.


 


  Anahí engoliu em seco, com os olhos fixos no rosto dele.


 


  -É - Deus, mas como podia dizer isto de uma forma delicada- impotente?


 


  Pela recriminação de seu olhar soube que não era.


 


Olhou para ele paralisada. Era como se não pudesse pensar.


 


  -Então o que é?


 


  Ele apertou a mandíbula.


 


  -Isto não é fácil para mim, Anahí!


 


  -E é para mim? - Ela estava de pé, como se alguém de repente tivesse colocado uma faca nas suas costas. Apertou os lábios. Os seus olhos ardiam- Por que, Alfonso? Acredito que mereço uma explicação. Por que não viveremos como marido e mulher?


 


  -Não posso ser um bom marido. -Seu tom era rouco- Fique tranquila, Anahí. Não é você. Sou eu. Não... não posso ser um bom marido para ninguém.


 


  "Fique tranquila", disse. Anahí sentia tudo menos tranquilidade. É mais, sentia-se indignada. Desconcertada. Ferida. Sentia-se flutuando em meio de uma dúzia de emoções diferentes.


 


  Mas, sobretudo, sentia-se humilhada. Além do racional. Além do que alcançava a compreender. Além de nada que tivesse conhecido então.


 


  -Então - disse lentamente-. Não compartilharemos a cama. Não compartilharemos o quarto. Não dormiremos juntos. É isso o que quer dizer? -Utilizou a consciência cada uma das palavras, com rebuscada precisão.


 


  Ele não disse nada.


 


  -Disse-me que é... necessário... que entenda. Assim, por favor, peço-te que fale com claridade.


 


  Mesmo assim, ele não disse nada.


 


  -Devo assumir então que, não faremos amor?


 


  Sua expressão se tornou sombria como a noite. Sua boca tinha uma expressão que partia o seu rosto.


 


  -Diga, Alfonso. Posto que estejamos sendo "francos"  um com o outro, diga.


 


  -Sim. Não... não faremos amor.


 


Anahí pensou em seus pais. Um aperto de mãos. Um olhar cúmplice quando pensavam que ninguém os olhava. Ela não era tão inocente, ao menos não nessa forma. Sabia o que era o amor físico. Sabia o que era o verdadeiro amor, que seus pais se professavam. Que Maite e Derrick compartilhavam. O tipo de amor que ela sempre tinha querido para si.


 


  Ah, sentia-se tão estúpida!


 


  Aparentemente seria lhe negado tudo. Seu coração deu um grito desesperado.


 


  E nesse momento, pensou em May e Derrick. Deus, era como se tivesse passado uma vida inteira desde que Izzie e Jack tinham vindo a pular sobre sua cama. Embora não lhe tinha dedicado muita atenção a este pensamento, nunca tinha duvidado de que algum dia teria seus próprios filhos.


 


  -E se eu quiser filhos? -perguntou fracamente.


 


  -Não quero filhos.


 


  Uma afirmação inexpressiva. Com uma esmagadora convicção. Não somente teria que enfrentar um casamento que era uma farsa. Negava-lhe também o que muitas mulheres desejavam acima de tudo.


 


  Sentiu uma dolorosa pontada no peito. Gostaria de não ter perguntado!


 


  Impotente, olhou para ele fixamente. Podia ver a dor em seu coração? Importava-lhe acaso? Não o entendia. Não "o"  entendia.


 


  -Esperaremos o tempo necessário -seguiu dizendo- e depois nos separaremos. Um ano será suficiente. Possivelmente dois. Uma vez divorciados...


 


  Anahí gemeu.


 


  -Divorciados? -gritou-. Nunca poderei voltar a me casar. Verei-me condenada ao ostracismo.


 


  -Eu levarei toda a culpa. Ninguém poderá dizer nada mau de você. Pode dizer o que quiser. Que te enganava.


 


  Tudo girava ao seu redor. Tão boba foi que nem sequer tinha considerado essa possibilidade? Sua garganta ficou seca. Era uma prática comum, embora resistisse a acreditá-lo, mas nunca tinha imaginado que pudesse acontecer com ela!


 


  -Me será... infiel?


 


  Pareceu que ocorria uma eternidade antes de ouvir a resposta.


 


  -Não - disse ele em voz baixa- Não te serei infiel.


 


  Sua amargura a pegou despreparada. Pedia muito dela. Entretanto, não lhe deixava outra opção que aceitar.


 


  -Entendemo-nos então?


 


  Anahí tomou ar, tratando de guardar a calma, tanto por fora como por dentro. Por dentro tudo queimava. Mas não deixaria que ele visse, não deixaria que suspeitasse sequer.


 


Não se acovardaria. Não se arrastaria diante dele, não seria uma covarde, e por Deus, não choraria. Em vez disso manteve a cabeça alta, os ombros erguidos e o olhar destemido.


 


  -Parece que sim - disse, em voz muito baixa- Escolheu não pensar em mim como uma esposa. Por conseguinte, eu terei que me esforçar em não pensar em você como meu marido. Mas há algo que quero que você entenda também. Se pudesse escolher se quero dormir nos braços de meu marido noite após noite, o consideraria um privilégio... e não uma obrigação.


Acho que logo, logo vamos saber o que aconteceu com a família dele...=/

---


 


 


 


"Nunca pensei voltar a sentir... nada. Nem sequer voltar a desejar.


 


  Alfonso Herrera"


 


 


 


  Ela nunca saberia o efeito que suas palavras tinham produzido nele. Terei que pagar um preço, decidiu Alfonso com uma careta, um preço muito alto. Mas não pagaria Anahí, a não ser ele.


 


  "Não posso ser um bom marido."


 


  Tinha notado sua confusão. Tinha notado o momento exato no que se convertia em algo diferente.


 


  Admirou sua reação. Apesar de ter sido ferida em seu orgulho, não tinha saído correndo, não tinha se escondido, não tinha se retirado. Em vez disso o enfrentou com coragem e dignidade. Não se agradou do que ele havia dito, não, não tinha gostado absolutamente! Mas o tinha enfrentado, sem afastar os olhos nem um momento enquanto pronunciava essas palavras definitivas.


 


Alfonso sabia muito bem que o tinha por um bastardo insensível.


 


  Seria mais fácil assim, para os dois. Ela não podia entendê-lo agora, mas possivelmente o fizesse com os anos, quando ele não fosse mais que uma lembrança. Uma lembrança desagradável, ao menos.


 


  Inclusive agora que tudo estava claro, não podia evitar uma espécie de profundo arrependimento. Igualmente tinha a ver com sua consciência.


 


  Mas era melhor desta maneira, decidiu exausto. Era melhor achasse que ele era um ogro. Que não esperasse nada dele.


 


  Porque só podia ser desta maneira, disse-se a si mesmo. Não seria justo que ela esperasse algo que ele não podia dar.


 


  Se o fazia, sabia que só poderia decepcioná-la.


 


  "Bem-vinda a Rosewood", zombou uma voz em seu interior. Ah, mas não podia ser! E se estivesse equivocando? Estava condenado ao inferno. Porque o certo era que a encantadora Anahí seguia despertando nele um sentimento há muito tempo adormecido. Algo que não tinha sentido nestes cinco longos anos...


 


  E Alfonso estava seguro de não querê-lo.


 


 


 


  Tal e como estavam as coisas, Anahí pensou que não poderia dormir toda a noite. Entretanto, dormiu como uma criança, e não despertou até que a luz da manhã penetrou timidamente pelas cortinas. Através das cortinas, pôde ver que o dia prometia, embora talvez não chegasse a ser tão ensolarado como o anterior. Ficou um momento na cama, tentada a não se mover dali. Mas não. Não. Não era nenhuma fraca e nenhuma covarde. Fosse o que fosse o que o dia a tivesse reservado, estava disposta a confrontá-lo.


 


  Haviam-lhe trazido o baú com suas coisas a noite anterior enquanto jantavam. Depois de uma rápida lavagem no lavabo, ficou a rebuscar entre o conjunto de vestidos. Ao final se decidiu por um de musselina leve adornado sem muita ostentação. Era impossível que pudesse amarrar sozinha o espartilho, por isso se limitou a vestir as anáguas. Depois de um bom momento puxando e dando voltas ao vestido, conseguiu vesti-lo. De pé ante o espelho, arrumou o cabelo fazendo um coque solto na parte alta da cabeça e o assegurou com várias forquilhas.


 


  Duffy estava no salão quando ela entrou.


 


  -Bom dia, milady -saudou alegremente- Quer que eu traga alguma coisa para tomar o café da manhã?


 


  Respondeu a ele com um sorriso.


 


  -Obrigada, Duffy. Seria maravilhoso.


 


  O "alguma coisa para tomar o café da manhã"  resultou ser comida suficiente para alimentar todo um regimento escocês, pensou Anahí ao ver os pratos que o criado trouxe.


 


  Anahí comeu sozinha, à exceção de Duffy, que colocava a cabeça na sala para assegurar-se de que tinha tudo o que necessitava. Uma vez mais, o cardápio era simples, mas forte. Anahí comeu com prazer as suculentas salsichas, as batatas e o pão com manteiga.


 


  Quando Duffy voltou a aparecer, Anahí levantou a vista com um sorriso.


 


  -Está meu marido por aqui?


 


  -Não, milady. Saiu logo esta manhã para atender alguns assuntos.


 


  -Que assuntos, Duffy?


 


  -Bom, milady, tem um pouco de tudo. Terras, arrendatários, grãos -Duffy sorriu- e as ovelhas mais gordas do condado, se me permite dizê-lo.


 


  Justo o que havia dito ele que era. Um cavalheiro de campo. Anahí olhou para fora. Sentiu-se quase desiludida de ver que o dia era luminoso. Teria preferido estar fora que enclausurada em casa. Tinha esperado passar ao menos parte do dia caminhando ou cavalgando. Mas agora era uma mulher casada, recordou-se com convicção, com a responsabilidade do cuidado diário de uma casa. Não importava o papel que lhe tinha reservado na cama de Alfonso(ou a falta dele, para ser mais exato), era uma tarefa da que devia responsabilizar-se. E podia muito bem começá-la hoje mesmo.


  Não se podia negar que havia muito que fazer ali.


 


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Autor(a): anninha_camillo_ponny

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    O primeiro que fez foi apresentar-se à cozinheira, a milady Wilder. Era uma mulher de rosto corado e um coração tão grande como a comida que preparava. Anahí simpatizou com ela no primeiro momento. Os elogios de Anahí eram sinceros; e a Senhora Wilder resplandeceu ao escutá-las.     Passou ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 71



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  • jessicags Postado em 17/03/2015 - 01:08:14

    cade? não tem mais? poxa!

  • maria_cecilia Postado em 21/02/2014 - 16:54:22

    postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • ligia Postado em 17/02/2014 - 23:42:27

    Continua please!!!

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:18:49

    Odeio dizer isso mas o Poncho só vai descobrir o que realmente sente quando perder a Any de alguma forma ou sentir que a está perdendo

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:17:25

    Poncho têm que se libertar do passado e se permitir ser feliz.

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:16:11

    O Poncho já ama a Any e não percebeu isso e fica lutando a todo momento pelos sentimentos que surgiram. Mas sinto muito em dizer Poncho, essa batalha esta perdida

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:14:37

    Até que fiiiim a Any conseguiu. Nossa, maaais valeu super a pena a espera. Depois de um hot desses não falo mais nada

  • ligia Postado em 09/12/2013 - 00:14:18

    Que lindo!!! Finalmente eles ficaram r juntos, agora só falta parar de se torturar e reconhecer que esta apaixonado pela Anny.

  • raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:32:38

    Vai Any, se insinua o máximo que tu pode, joga todo o charme que existe em você para que possa fisgar logo esse homem

  • raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:31:22

    Não vejo a hora de ter a primeira vez deles *-*


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