Fanfic: A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [Adaptada] | Tema: AyA
Avançou pelo aposento e ouviu o eco de seus passos no chão de mogno escuro. Dirigiu-se para as janelas, tropeçando várias vezes pelo caminho. Puxou as cortinas com a mão e descobriu que a janela estava firmemente fechada. Tateou procurando o ferrolho até que por fim o encontrou.
Maldição! Estava emperrado. Armou-se de todas suas forças e zás! De um forte puxão a janela se abriu. Com as duas mãos puxou por completo as cortinas. Um instante depois teve que puxar um lenço e tampar com ele a boca. Levantou-se tanto pó que não pôde reprimir um ataque de tosse. Mas tinha valido a pena, pensou, quando viu que a luz alagava a estadia.
Tornando-se atrás, sacudiu as mãos de pó com satisfação e deu a volta.
A pura imensidão do aposento tirou o seu fôlego, embora de uma forma muito distinta como o fez o pó, que, é óbvio, alagava tudo. Algo muito comum nessa casa, pensou ao olhar a seu redor.
E na realidade, toda a sala parecia ajustar-se a tanta imensidão. Uma das paredes era circular. As torres das estantes se estendiam até o teto. Havia uma escada de caracol que permitia acessar às estantes superiores.
Era evidente que esta sala foi uma vez incrível. Não importava que não houvesse colunas corintianas sustentando um teto arqueado pintado à mão. De toda forma, estaria descartado, pensou. Em vez disso, as estantes de carvalho inglês chegavam até acima, firmes e contundentes, unindo-se com o teto revestido de madeira.
Em uma das esquinas havia um globo terrestre sobre uma mesa de ébano. Mais à frente da imensa escrivaninha situada no centro da sala, um par de cadeiras de biblioteca no estilo georgiano flanqueavam a lareira. Podia imaginar-se enroscada em uma destas cadeiras em um dia de chuva, o fogo crepitando calidamente na lareira e o relógio de bronze da sobremesa dando as horas.
Mas não foi a sujeira do desuso o que a impressionou. Não foi isso o que a deixou sem respiração... e paralisada.
Muitas das estantes estavam vazias. Havia literalmente dúzias de livros destroçados e atirados pelo chão, por toda parte. Não estavam empilhados de forma ordenada, à espera de serem colocados. Não, era como se tivessem sido surpreendidos por uma tormenta, uma tormenta que se cevou com eles e os tivesse feito sair disparados pela sala.
Havia um ligeiro aroma de umidade. Anahí passou um dedo pelo respaldo de couro da cadeira que estava junto à escrivaninha; o couro estava gasto. Alguém tinha passado ali muitas horas. E, entretanto, o suporte de livros estava vazio. Que triste. Que trágico que algo tão maravilhoso tivesse sido abandonado dessa maneira, esquecido para sempre.
Era como se o tempo se detivesse de repente, como uma porta que se deixa fechada e que nunca mais volta a se abrir.
Quem fez isto? Por quê? E por que se manteve nesse estado? Suspeitou que soubesse a resposta à primeira pergunta; mas ainda tinha que descobrir a resposta às outras.
Ao menos tudo tinha acerto. Ah, já podia vê-lo, as prateleiras enceradas e reluzentes, a madeira ricamente lustrada. E com o sol entrando de forma oblíqua através vidro das janelas, seria um lugar de retiro maravilhoso!
Um por um, começou a recolher os livros: poesia, clássicos, volumes de história, livros de viagens... Era uma grande biblioteca. Quando já não pôde carregar mais nos braços, empilhou os livros na longa mesa de cavalete e os agrupou por tamanhos. Voltaria a colocar mais tarde. Terminaram por causar dores nos seus braços e costas. Levantou-se, estirando-se.
Havia vários recantos escondidos nas prateleiras nos que alguém podia ler ou estudar. Seus olhos se dirigiram a um desses lugares. Em concreto, a um que tinha havido uma vez uma vitrine.
Já não ficava nada. As partes de vidro estavam todas esparramadas pelo chão. Foi então quando descobriu as páginas de um manuscrito, que tinham sofrido o mesmo destino que tantos outros livros. Supôs que tinham estado uma vez guardadas na vitrine. Algumas das páginas estavam agora debaixo dos cristais, outras em cima deles, espalhadas pelo chão como um baralho de cartas deixado a mercê do vento.
Aproximou-se para vê-las melhor, ficando de joelhos e agachando-se sobre elas. Com o maior dos cuidados segurou a que tinha mais perto. Como suspeitava, era papel pergaminho. Acariciou-a com reverência; era frágil e estava desgastada.
O texto estava em latim. No centro desta página em concreto havia um desenho com três homens montados em um burro. Percorriam um caminho que levava a igreja, enquanto anjos os sobrevoavam. Estava belamente adornada, com bordas douradas. Era fácil imaginar o tabelião, curvado sobre uma mesa iluminada com velas, trabalhando minuciosamente no manuscrito durante semanas, talvez inclusive meses.
Anahí tinha visto este tipo de manuscrito antes, mas só nos museus. Certamente teria centenas de anos, pensou sobressaltada. Uma vez mais, as perguntas a assaltaram. Por que o tinham deixado assim? Que razão podia haver para que...?
-O que faz?
A voz veio diretamente de detrás dela. Assustada, ficou em pé de um pulo. Para fazê-lo se apoiou na mão. Esquecendo os vidros quebrados. Sentiu uma dor aguda na mão, como se centenas de pequenas lascas se cravassem na pele.
Anahí ignorou a dor. Manteve-se erguida como pôde, virando-se para olhar seu marido.
Tinha as sobrancelhas franzidas, e o tom não era do mais tranquilizador. Olhou as páginas de papel pergaminho e depois olhou para ela, sem deixar que nada ficasse pelo caminho. Juraria ter ouvido o som de sua mandíbula ao fechar-se.
-É precisamente a pessoa que queria ver -disse alegremente-. Sua biblioteca é maravilhosa, mas temo que esteja muito descuidada. O que me impulsiona a perguntar... teria sua permissão para contratar uma governanta? Perdoa que seja tão direta, mas Rosewood Manor está muito necessitada de uma, e possivelmente de várias criadas também. E acredito que deveriam começar por limpar esta biblioteca. -A tosse de Anahí não foi de tudo exagerada-. Meu Deus, há trabalho suficiente para pôr a qualquer um em forma!
-Não -disse.
Anahí piscou.
-Perdão?
Autor(a): anninha_camillo_ponny
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-Não. -Desta vez disse com uma ênfase deliberada-. Não quero ninguém bisbilhotando nesta sala. "Não quero que você esteja bisbilhotando nesta sala." Isto era o que na realidade tinha querido dizer. Não havia nenhuma dúvida! Mas se ele parecia não ter ne ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 71
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jessicags Postado em 17/03/2015 - 01:08:14
cade? não tem mais? poxa!
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maria_cecilia Postado em 21/02/2014 - 16:54:22
postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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ligia Postado em 17/02/2014 - 23:42:27
Continua please!!!
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raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:18:49
Odeio dizer isso mas o Poncho só vai descobrir o que realmente sente quando perder a Any de alguma forma ou sentir que a está perdendo
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raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:17:25
Poncho têm que se libertar do passado e se permitir ser feliz.
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raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:16:11
O Poncho já ama a Any e não percebeu isso e fica lutando a todo momento pelos sentimentos que surgiram. Mas sinto muito em dizer Poncho, essa batalha esta perdida
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raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:14:37
Até que fiiiim a Any conseguiu. Nossa, maaais valeu super a pena a espera. Depois de um hot desses não falo mais nada
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ligia Postado em 09/12/2013 - 00:14:18
Que lindo!!! Finalmente eles ficaram r juntos, agora só falta parar de se torturar e reconhecer que esta apaixonado pela Anny.
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raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:32:38
Vai Any, se insinua o máximo que tu pode, joga todo o charme que existe em você para que possa fisgar logo esse homem
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raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:31:22
Não vejo a hora de ter a primeira vez deles *-*