Fanfics Brasil - 62 A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [Adaptada]

Fanfic: A Paixão Secreta de Alfonso Herrera - AyA [Adaptada] | Tema: AyA


Capítulo: 62

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-E assim era. Era um dia inesquecível. A vida era maravilhosa. Mais que maravilhosa, pensava eu. Deus nos tinha abençoado com dois filhos até o momento, meninos fortes que eu criaria para que fossem grandes e saudáveis, e boas pessoas. Estava extasiado com minha aquisição; minhas preciosas páginas foram bem guardadas em uma carteira sob o assento da calesa. O tempo estava divino. Ah, havia algumas nuvens quando deixamos o povoado. Mas nada do que preocupar-se, disse-me.


 


  A chuva chocava contra o vidro da janela. Os olhos de Alfonso estavam fixos em algum ponto longínquo. Anahí era consciente da respiração longa e profunda de Alfonso.


 


  -Íamos pelo caminho que sobe do povoado. Começaram a se ouvir alguns trovões que provinham do norte. Açulei os cavalos para que fossem um pouco mais rápidos. No alto da colina, Ellie viu meu rosto de preocupação. Não queria preocupá-la. Assegurei-lhe que estaríamos em casa antes que a tormenta nos alcançasse.


 


  -Mas não foi assim? -adivinhou Anahí.


 


  -Não -disse ele em voz muito baixa- Aproximava-se de uma velocidade trepidante. Ellie congregou aos meninos junto a ela. Ficou cantando para que não tivessem medo. O sol -sacudiu a cabeça- pareceu desvanecer-se em um segundo. As nuvens se aproximavam... muito rápido! Ellie e os meninos tremiam. Um vento gélido começou a soprar. Até então íamos já a galope, tentando escapar da tormenta e do vento. O banco de nuvens trocou de direção e ficou diretamente sobre nossas cabeças. Houve um grande relâmpago. Ellie deu um salto, Joshua o viu. Ficou muito nervoso. E Jack... Embora fosse o mais novo, não tinha medo. Nem sequer estava assustado.


 


  Ao escutá-lo, ao saber que todos tinham morrido, Anahí sentiu uma dor no peito.


 


Alfonso continuou.


 


  -A tormenta parecia vir de todos os lados. O céu se tornou da cor de chumbo, como se estivesse doente. Tinha visto céus assim antes. Tinha visto tormentas como essa antes, umas tormentas horríveis. Queria que Ellie e os meninos estivessem a salvo, assim que nos detivemos na casa das carruagens.


 


  Os cabelos de Anahí ficaram arrepiados.


 


  -O vento sacudia as portas, por isso nos custou muito conseguir inclusive que Ellie e os meninos entrassem. Quando conseguimos, Jack saiu disparado e se escondeu debaixo de uma carruagem. Eu me zanguei. Quando o segurei, repreendi-lhe bastante severamente e disse que não era nenhuma brincadeira. Pude ver seu rosto envergonhado enquanto subíamos as escadas que levavam ao mezanino. Mas assim era Jack, sempre se movendo, incapaz de estar quieto. O mezanino estava sujo e cheio de pó, mas havia uma mesa e cadeiras onde poderíamos nos sentar e esperar que passasse a tormenta.


 


  - Tinha pegado a carteira antes de sair da calesa. As portinhas estavam fechadas, por isso tudo estava bastante às escuras. Acendi uma vela e a pus na mesa, perto da carteira. Justo nesse momento houve um estrondo tremendo de trovões. O chão cambaleou por um momento a nossos pés. Joshua começou a chorar. Ellie tentou consolá-lo. "Não chore, querido" , disse-lhe. Eu despenteei o seu cabelo e brinquei com ele. "Os anjos do céu estão montando um pouco de animação", disse-lhe.


 


  Uma sombra pareceu abater-se sobre Alfonso então.


 


  -Olhei por cima do ombro. Vi que Jack tinha pegado a carteira. Era muito travesso, sempre inventando travessuras. Sentou-se no chão, entretido em tirar as páginas douradas do manuscrito, uma atrás de outra. Voltei a brigar, mas Jack tomava suas próprias decisões. Não me obedeceu. Aproximei-me dele e por fim deixou cair a carteira. Mais páginas saíram dela e se estenderam aos seus pés. Então perdi a paciência. ... Gritei, acredito. Lembro que Ellie me olhou, sem acreditar. Ele ficou em pé, segurando a borda da mesa para levantar-se. E então...


 


  Anahí conteve a respiração.


 


  -A vela caiu no chão. Jack me olhou, assustado. Eu... eu voltei a gritar. Não estou seguro. E então vi o manuscrito... as páginas estavam ainda no chão, e tinham acendido o fogo. Então a porta se abriu. Era Duffy. Tinha nos visto e tinha vindo ajudar com os cavalos. Mas a tormenta os tinha espantado e se foram.


 


  Ficou em silêncio.


 


  -Ainda segurava Jack - disse por fim Alfonso- Rodeando a mesa, sentei-o na cadeira junto a Ellie. "Não se mova", disse-lhe muito sério... muito sério, já que tinha a mente posta no manuscrito e que não queria que ele voltasse a tocar. Não queria que o danificasse. Havia raiva em meus olhos... em minha voz... "Não se mova até que eu volte", disse-lhe.


 


Alfonso fechou os olhos um momento, como se tentasse reconstruir o passado. Olhou o ombro de Anahí, e em seus olhos havia tanto desespero que deu vontade de chorar.


 


  -Pude ver a dor em seu rosto. Tremiam-lhe os lábios. "Papai", chorou, levantando os braços para mim. "Papai" .


 


  -"Fique quieto!", disse-lhe. "Fique quieto e não se mova!" , gritava, acredito. -Alfonso passou a mão pelo cabelo- Jack começou a chorar. Não me importou. Estava muito furioso com ele.


 


  Anahí olhou seu rosto. Havia uma horrível tensão que percorria o seu corpo. Como gostaria de tocá-lo, abraçá-lo e tirar tanto dor! Mas algo a impedia.


 


  -Duffy e eu chegamos ao alto da colina. De repente me detive. Nun... nunca saberei por que. Mas de repente tive um estranho pressentimento. Passou de uma forma muito estranha... Tantas imagens. Tantos sons. O avanço dos cavalos, o som de minha respiração me golpeando nos ouvidos, o trovão... Dei a volta e olhei à casa de carruagens. E então vi...


 


  Anahí sentiu que sua garganta ficava seca. Só podia olhar para ele. Seu corpo ficou frio. Uma sensação de horrível impotência tomou conta dela. Não. Não era possível...


 


  -Algo golpeou o telhado. Lembro que fiquei olhando-o como um estúpido. Pensei que era névoa. -Falava em voz muito baixa, por isso Anahí teve que fazer um esforço para ouvi-lo- Não me dava conta de que era fumaça até que vi as chamas saindo pelas janelas.


 


  O controle rigoroso que até agora tinha mostrado sobre seus sentimentos pareceu derrubar-se.

 Anahí estava conhecendo um pequeno pedaço de seu passado. Mas doía vê-lo assim. Doía escutá-lo. Tinha os olhos tão cheios de lágrimas que não podia enxergá-lo.


 


  -Corri... corri como um louco, mas não havia sinal de Ellie e dos meninos. Nunca esquecerei... quando começou a chover. Não era suficiente. E era muito tarde. -Sua voz ficou rouca- Não podia abrir a porta. Tentei, mas... dava-me conta então de que Ellie e os meninos estavam presos. Presos e impotentes...


 


  Na janela, Anahí podia ver o reflexo de seu rosto. Sofrido. Cansado. Havia tanta raiva contida...


 


  Tanta angústia...


 


  -Tinha que ter acontecido comigo e não a eles! -Golpeou a parede com a mão- Por fim consegui abrir a porta... Mas não podia ver nada. Havia muito fumaça, e então algo me golpeou. Uma parte do teto, acredito. Fez-me cair ao chão, mas me levantei. Segui gritando. Chamava Ellie, Joshua,  Jack. -Olhando uma vez mais a Anahí, respirou profundamente- Juro que podia ouvi-los. Juro que era assim! Mas... não pude chegar até eles. Não pude salvá-los.


 


  Sua expressão partia seu coração. Podia escutar a tortura em que vivia com cada uma das palavras que pronunciava.


 


  -Nunca poderei me perdoar por isso. Falhei com eles. Com Ellie e Joshua. Jack. Oh, Meu Deus! Jack... nunca o esquecerei... A última vez que o vi estava chorando. Estendendo seus braços para mim. Como pude ser tão insensível! O fiz chorar. Fiz que meu filho chorasse. E Jack nunca chorava. Nunca chorava...


 


 


  Houve um silêncio dilacerador. E depois sussurrou:


 


  -Gostaria que nunca tivesse acendido aquela vela... Oxalá não tivesse acendido nunca aquela vela.



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Autor(a): anninha_camillo_ponny

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As noites seguem me perseguindo. Agora mais que nunca.    Alfonso Herrera       Os músculos de sua garganta se contraíram, por isso não podia falar. Tinha o coração esmigalhado. Anahí não parou para pensar. Não quis parar para considerar as coisas. Simplesmente, fez tudo o que o corpo lhe ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 71



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  • jessicags Postado em 17/03/2015 - 01:08:14

    cade? não tem mais? poxa!

  • maria_cecilia Postado em 21/02/2014 - 16:54:22

    postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • ligia Postado em 17/02/2014 - 23:42:27

    Continua please!!!

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:18:49

    Odeio dizer isso mas o Poncho só vai descobrir o que realmente sente quando perder a Any de alguma forma ou sentir que a está perdendo

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:17:25

    Poncho têm que se libertar do passado e se permitir ser feliz.

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:16:11

    O Poncho já ama a Any e não percebeu isso e fica lutando a todo momento pelos sentimentos que surgiram. Mas sinto muito em dizer Poncho, essa batalha esta perdida

  • raya_ponchito Postado em 16/12/2013 - 02:14:37

    Até que fiiiim a Any conseguiu. Nossa, maaais valeu super a pena a espera. Depois de um hot desses não falo mais nada

  • ligia Postado em 09/12/2013 - 00:14:18

    Que lindo!!! Finalmente eles ficaram r juntos, agora só falta parar de se torturar e reconhecer que esta apaixonado pela Anny.

  • raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:32:38

    Vai Any, se insinua o máximo que tu pode, joga todo o charme que existe em você para que possa fisgar logo esse homem

  • raya_ponchito Postado em 05/12/2013 - 00:31:22

    Não vejo a hora de ter a primeira vez deles *-*


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