Fanfics Brasil - CAPÍTULO 1 ROMANCE INESPERADO - AyA - Adaptada

Fanfic: ROMANCE INESPERADO - AyA - Adaptada | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO 1

3151 visualizações Denunciar


CAPÍTULO 1


— Ah, Hunter — resmungou Alfonso Herrera, enquanto olhava para a imensa mansão construída em pedra e madeira na margem do lago Tahoe — Eu juro que o mataria se você estivesse aqui.
É claro que isso era impossível, uma vez que Hunter, seu primeiro e melhor amigo, já estava morto.
Alfonso sentiu um aperto em seu coração ao pensar nisso, mas usou os seus longos anos de prática para ignorar aquela pontada de dor. Sentimentalismo era pura perda de tempo.
— Uma perda de tempo tão grande, aliás, quanto será esse próximo mês.
Ele saiu do carro que havia alugado e pisou num monte de lama formada pela neve derretida.
Com um suspiro de enfado, ele chutou a neve suja de cima da ponta de seu sapato reluzente e disse a si mesmo que deveria ter seguido o conselho da funcionária da agência e alugado um carro com tração nas quatro rodas, em vez daquele modelo esporte.
Mas quem é que poderia prever tanta neve em pleno mês março?
Um sorriso irônico curvou os seus lábios por um instante. Ele havia crescido no Leste e deveria ter se lembrado de que a neve podia cair a qualquer hora, em qualquer lugar, especialmente naquela altitude, em meio às montanhas. O lapso certamente fora fruto de seu exaustivo esforço para esquecer o passado.
O ar estava frio e o céu de um azul que chegava a lhe doer os olhos. Um vento forte sacudiu os pinheiros ao redor da casa, fazendo suas folhas farfalharem e fazendo novos montes de neve caírem ao chão.
Alfonso tremeu e se enroscou mais profundamente em sua jaqueta de couro marrom. Ele jamais permanecia em lugar algum por mais que alguns poucos dias. Não queria estar ali nem por um único momento, que dirá todo um mês. Tudo ali trazia à tona lembranças nas quais ele não havia se permitido pensar durante anos.
Relutantemente, ele seguiu até a frente da casa, deixando a bagagem ainda no carro. O som de seus passos era o único do lugar, como se o mundo inteiro tivesse repentinamente contido a própria respiração.
Ele não tinha idéia do que estava fazendo ali. Ainda deveria estar no Taiti, no hotel de sua família, analisando as contas, resolvendo pendências e tentando expandir cada vez mais os negócios. No mês que vem, passaria uma semana em Barbados, e então iria para a Jamaica. Alfonso jamais se permita uma chance de se estabelecer em algum lugar.
Até agora.
Se houvesse a menor possibilidade de ele se livrar disso, Alfonso a teria aproveitado. Deus era testemunha de como tinha tentado encontrar uma brecha no testamento de seu amigo. Algo que tivesse lhe permitido preservar tanto a sua sensação de dever cumprido quanto a sanidade mental intactas. Os advogados da família Barrister, porém, lhe afirmaram que Hunter Palmer havia feito tudo de forma a não permitir que seus amigos não cumprissem o seu último desejo.
— Você deve estar se divertindo muito, não é? — sussurrou Alfonso, pensando no amigo já falecido há muito tempo. Ele quase pudera ouvir o som de uma gargalhada quando o vento agitou os pinheiros.
— Muito bem, estou aqui. E pretendo permanecer o mês inteiro — resmungou.
Quem sabe depois, depois disso, seu melhor amigo deixasse de assombrar o seu sono.
Havia um grande envelope branco com o nome de Nathan preso na porta. Ao abri-lo, encontrou uma chave e uma folha de papel.


"Olá, eu sou Meri, a caseira. Estou muito ocupada, por isso não estou aqui no momento, e é bem provável que você não me encontre durante a sua estada por aqui. Esta é a chave da casa. A cozinha está muito bem abastecida. A cidade de Hunter`s Landing fica a apenas 20 minutos de distância, caso precise de mais alguma coisa. Espero que você e os outros que virão em seguida aproveitem muito bem o lugar."


Alfonso amassou o bilhete sem pensar e o apertou com força.
Os outros.
Voltou então 10 anos no tempo, retornando a uma época em que ele e os seus amigos chamavam a si mesmos de Os Sete Samurais. Haviam acabado de se graduar em Harvard, depois de quatro anos difíceis que os haviam tornado mais próximos que irmãos de sangue. Tinham a vida inteira pela frente com uma gloriosa estrada rumo ao sucesso. Ele se lembrou da noite em que haviam tomado umas cervejas a mais e jurado construir uma casa juntos para voltarem a se encontrar nela 10 anos depois. Cada um deles passaria um mês na casa e depois todos se reuniriam no sétimo mês para brindar as suas conquistas.
Pelo menos aquele era o plano…
Alfonso balançou a cabeça, tentando afastar as imagens do passado. Colocando a chave na fechadura, ele abriu a porta, entrou na casa e se deteve logo no foyer. De lá, pôde ver uma sala enorme, com paredes de madeira brilhantes, uma grande lareira, onde o fogo já crepitava, e vários móveis que pareciam bem confortáveis.
Aquilo era melhor do que uma cela, pensou ele. Lembrou-se então da caseira e da cidade que ficava próxima e torceu para não ser incomodado por muita gente durante a sua estada. Já era suficientemente ruim ter que ficar enfiado ali. Ele não precisava de companhia para piorar ainda mais as coisas.
Seu intuito não era o de fazer amigos, e sim honrar o desejo de um amigo que havia perdido tanto tempo atrás.
Cerca de uma hora depois, Anahi Portilla pegou a enorme cesta que havia trazido consigo no banco do carona e saiu de seu carro, batendo a porta. Suas botas escorregaram no chão lamacento, mas ela enterrou os saltos na neve e conseguiu se equilibrar. A última coisa de que precisava agora era encontrar o primeiro convidado da casa de Hunter Palmer toda suja e molhada.
— Que bela primeira impressão eu causaria — murmurou ela, enquanto olhava para a casa.
A luz vertia das altas janelas para cair sobre o chão em raios douradas. A fumaça que saía da chaminé de pedra subia em espirais ao sabor do vento gelado que soprava do lago. A neve havia se acumulado no teto inclinado da casa e nos numerosos pinheiros do jardim da frente.
O frio e o silêncio que a neve trazia consigo sempre haviam parecido mágicos para Anahi. Tudo o que ela queria, naquele exato momento, era estar no conforto de sua casa, em Hunter`s Landing, sentada ao lado de sua própria lareira, com uma taça de vinho branco e um bom livro.
Em vez disso, porém, ela estava lá para cumprimentar o primeiro dos seis homens que passariam 30 dias, cada um, na mansão do lago. Anahi sentiu um frio na barriga, mas lutou para superar a própria ansiedade. Aquilo era importante demais para a sua cidade, e para ela, pessoalmente.
Segundo a carta oficial que recebera há duas semanas, referente ao espólio de um homem chamado Hunter Palmer, nos próximos meses, seis homens diferentes chegariam à cidade de Hunter`s Landing para passar, sucessivamente, trinta dias na linda mansão. Caso todos cumprissem o acordo e passassem, cada um deles, um mês inteiro na casa, a cidade receberia uma doação de 20 milhões de dólares, além da própria casa, que seria transformada num centro de recuperação para pacientes em tratamento de câncer.
Anahi respirou fundo mais uma vez para acalmar os seus nervos. Como prefeita de Hunter`s Landing, era seu dever assegurar-se de que os seis homens se ativessem às regras estipuladas no testamento de Hunter Palmer. Ela não podia permitir que a sua pequena cidade perdesse a oportunidade de ganhar uma soma em dinheiro que lhe permitiria reformar a clínica, construir uma nova cadeia…
Ela sorriu em meio aos seus devaneios. Agarrou então a cesta com mais força, puxou as lapelas de sua jaqueta preta, e se empertigou, preparando o seu melhor sorriso para conhecer o primeiro dos homens que poderia mudar o destino de sua cidade.
Determinada, ela inspirou o ar frio e rumou para a porta da frente. No caminho, porém, tropeçou num pedaço de gelo e escorregou.
— Oh, não!
Com os olhos arregalados, ela se agarrou à cesta e agitou os braços numa tentativa desesperada de recuperar o equilíbrio. Seus pés, porém, não conseguiram se firmar.
— Oh! — gritou ela, ao cair no chão com tanta força sobre o traseiro que seus dentes trincaram. A cesta caiu para o lado e ela chegou a rosnar, esperando que ao menos o seu conteúdo estivesse bem embalado.
— Ora, ora, mas isso não é mesmo perfeito?
A porta da mansão se abriu, lançando luz sobre Anahi. Ela piscou várias vezes, olhando para o homem cuja silhueta se delineava na entrada. Meu Deus! Não era assim que ela havia planejado se apresentar a Alfonso Herrera.
— Quem é você? — perguntou ele, sem fazer nenhuma menção de ajudá-la a se levantar.
— Eu estou bem. Muito obrigada pela sua preocupação — disse ela, encolhendo-se ao sentir o frio se infiltrar em seu jeans. Lá se ia a boa impressão que ela queria causar. Talvez fosse melhor rastejar de volta até o carro e começar tudo de novo.
— Se você veio pedir alguma coisa, fique sabendo que não sou o proprietário desta mansão — disse ele.
— Uau! — Por um momento, Anahi esqueceu completamente de fazer qualquer tentativa de se levantar… e que aquele homem, assim como os outros cinco que viriam depois dele, poderia significar uma herança inesperada para Hunter`s Landing. Ficou simplesmente sentada, olhando para ele com espanto. — Que imbecil!
— Como?!
— Eu falei em voz alta?
— Sim.
— Sinto muito.
Droga! Nada estava saindo conforme o planejado.
— Você se machucou?
— Não, só o meu orgulho — admitiu ela, embora seu traseiro estivesse doendo bastante e o gelo que se derretia embaixo dela não ajudasse muito também. Ela, contudo, tinha que tirar o melhor proveito daquela situação. Anahi ergueu uma das mãos na direção dele. — Pode me dar uma ajuda aqui? Ele resmungou alguma coisa, desceu os degraus com cuidado e a ergueu num único e rápido movimento.Os dedos dele eram fortes, quentes e muito agradáveis ao toque. Bem, ela não esperava por isso. Ele soltou sua mão como se tivesse sido queimado, e ela ficou se perguntando se ele também havia sentido aquele lampejo de algo quente e interessante ao tocá-la. Anahi deu umas batidinhas para limpar a sujeira enquanto olhava para ele. Por algum motivo, ela havia esperado um homem mais velho, mas não era o caso. Alto e esbelto, ele tinha uma cintura estreita, ombros largos e pernas longas. Considerando a facilidade com que a havia erguido do chão, ele devia ser forte também. Não que ela fosse pesada, mas certamente não era do tipo magricela como certas mulheres tão na moda hoje em dia.
Um homem como aquele normalmente era mais do que suficiente para fazer seu coração saltar pela boca. A expressão séria em seu belo rosto, porém, bastava para fazer com que até mesmo ela pensasse duas vezes. Seu cabelo preto chegava até o pescoço, num corte moderno. Seus olhos verdes estavam apertados e focados nela, cheios de suspeita. Seus lábios estavam cerrados numa linha implacável, deixando bem claro o quanto ela não era bem-vinda ali.
— Nossa! Você está mesmo tão mal-humorado ou isso é só comigo?
Ele bufou.
— Quem quer que você seja — disse ele, resmungando baixinho —, eu não a convidei para vir aqui, nem estou interessado em conhecer os vizinhos.
— Isso é muito bom — disse Anahi, sorrindo diante da óbvia irritação dele —, uma vez que você não tem nenhum vizinho. A casa mais próxima daqui fica a quilômetros, ao norte.
Ele franziu as sobrancelhas.
— Então quem é você, afinal?
— Anahi Portilla — disse ela, estendendo a mão e mantendo-a assim até que um mínimo de boa educação o forçasse a tomá-la na sua.
O novo contato com a pele dele lhe provocou uma nova comichão. Será que ele tinha sentido o mesmo? Se tivesse, não parecia exatamente feliz com isso. De sua parte, porém, Anahi estava apreciando muito a sensação. Já fazia muito tempo que não sentia a menor atração por alguém, e de propósito. Seus sentimentos em relação a qualquer perspectiva de romance podiam ser resumidos numa única frase: "Já vi este filme antes e sei como acaba."


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): ayaremember

Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Mas não havia como negar que era muito bom sentir aquele frisson novamente.Ainda apertando a mão dele, Anahi sorriu em direção à expressão sisuda dele. Um rosto lindo, mas muito sério. Já tinha lidado com pessoas irritantes antes, e nada ia fazer com que ela deixasse que a atitude grosseira dele afetasse as chances de H ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 70



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • debyguerra0208 Postado em 31/07/2019 - 19:16:01

    Simplesmente, lindo! Amei.

  • nathmomsenx Postado em 06/07/2013 - 03:29:21

    Amei o final! <333

  • lyu Postado em 29/06/2013 - 03:42:14

    quero segunda temp, perfeita!

  • isajuje Postado em 27/06/2013 - 11:54:17

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA-AMEI! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' muito bonito o final, muito bonito o Alfonso, *u*' KKKKKKKKKKK' e já tô acompanhando a outra web, bora lá. Vou sentir saudades desses dois mas vida que segue né K

  • raquel_bermanelly Postado em 27/06/2013 - 09:12:56

    Awn *---------* AMEI, AMEI ><

  • cristiany_15 Postado em 26/06/2013 - 23:08:15

    Awwwwwn que lindoo,AMEII S2

  • cristiany_15 Postado em 26/06/2013 - 17:44:21

    Já vamos para o final??? aaa que tistii :c

  • isajuje Postado em 26/06/2013 - 10:07:42

    De todas as fics AyA que eu já li esse é o meu 2º Alfonso favorito *u* mesmo ele sendo um bruto, insensível (mais ou menos), ele só precisa de uma ajudinha da Anahí pra ficar lindo de viver *u*' HAHAHAHA eu sei que isso vai doer mas eu vou dizer mesmo assim: PODE POSTAR O ÚLTIMO CAPÍTULO, EU DEIXO :/

  • ponnyaya Postado em 25/06/2013 - 22:22:48

    penúltimo já?! Nem percebi...posta mais!

  • cristiany_15 Postado em 25/06/2013 - 18:10:37

    E O AMOR ALFONSO E O AMOR?? Puts ele é um idiota kkkkkkkkkkkk Tava acostumado a ter tudo de maneira fácil,se ferrou ao se apaixonar pela Anahí u-u Quero maaaaais


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais