Fanfics Brasil - Anjo da escuridão {AyA} [Terminada]

Fanfic: Anjo da escuridão {AyA} [Terminada]


Capítulo: 1? Capítulo

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Capítulo 1


 


 


      —Se é que isto será uma surpresa para ti —murmurou Daisy Puente, apreciando a palidez de sua filha. —Te teria dito antes, mas não queria alterar-te.


      —Por todos os céus! —Anahí afastou da cara seu cabelo aver-melhado com um gesto de exasperação. —Faz cinco anos que te  divorciaste desse homem! Por que diabos voltaste a vê-lo outra vez?


Daisy estava inquieta. Era uma mulher bonita. Pequena e loira, de  uns quarenta anos.


      —Quando me inteirei de que Tomaso tinha sofrido um enfarte, eu... bom... pensei que devia lhe escrever para lhe expressar meus desejos por sua recuperação. Ele me respondeu que lhe permitisse ver-me... Não pude me negar...


      —Mas isso foi a três meses —protestou Anahí. —Estiveste vendo-o após isso e não me havia dito nada.


      —Ao princípio não me pareceu digno de lhe mencioná-lo indicou Daisy, ruborizada. —Só foram algumas visita no hospital. Tomaso estava tão sozinho. Não recebia mais que A... —titubeou ao ver a tensão crescente de sua filha e afastou o olhar para lhe dizer: —Ao Alfonso, é obvio.


O nome golpeou a Anahí com a força de uma bofetada. O fato de que sua mãe não a olhasse à cara ao pronunciá-lo não a ajudou. Voltou a reviver a vergonha que sentiu aquele fatídico dia, aos dezoito anos. Inexplicável. Indesculpável. Anahí bloqueou as lem-branças que a ameaçavam, negando-se a evocar essa fatídica noite e suas terríveis conseqüências.


      —Suponho que Alfonso te trataria com o mesmo desprezo que quando Tomaso se casou contigo e poluiu a família Herrera com uma vulgar cabeleireira —comentou Anahí, mordaz.


      —Tomaso e eu não devíamos nos casar com tanto pressa. Alfonso nem sequer me conhecia... É lógico que se surpreendesse.


      —Irei preparar o chá —Anahí tinha que sair da habitação antes de estalar e dizer o que pensava. Como era possível que sua mãe defendesse ao Alfonso? Quando Tomaso se casou com Daisy, onze anos antes, seu filho Alfonso se burlou dela e a tratou como se fosse uma avara aventureira.


A salvo na cozinha, Anahí aspirou várias baforadas de ar. As lem-branças do segundo casamento de sua mãe eram dolorosos. Ao descobrir que Tomaso tinha uma aventura com outra mulher, apesar da aparente devoção por sua mãe a afligiu. O divórcio foi um alívio. Liberou-a do segredo que nunca se atreveu a compartilhar com  Daisy. Como podia dizer-lhe agora? Não tinha mais prova que o testemunho de uma companheira de classe.


      —Parece como se não tivesse quebrado nunca um prato —tinha comentado Helena entre risadas ao ver uma fotografia do perió-dico. —Faz anos que tem uma amante, uma loira que leva a lugares afastados para passar com ela tórridos fins de semana. E embora faça pouco tempo que voltou a casar-se, segue vendo-a... meu pai os viu fazendo-se carinhos a semana passada. Todos estão desejando conhecer sua nova esposa.


      —Trata-se de minha mãe —lhe indicou Anahí, de forma cor-tante.


      —Oh, Deus, lamento-o. Não tinha idéia.


Diabos, por que não o disse ao Daisy depois do divórcio? Natural-mente, porque pensava que o divórcio era definitivo.


      —Não fomos compatíveis —lhe comentou Daisy então; ao pare-cer não estava inteirada da infidelidade de Tomaso. E agora ele se atrevia a lhe propor que tentassem de novo! Anhaí não queria pensar nisso. Já tinha suficientes problemas!


Com decisão, tratou de esquecer a má publicidade que tinha tido em seus últimos anos como modelo, dizendo-se que isso já tinha termi-nado. Não tinha porque chorar pelo passado. O problema de sua mãe era mais importante.


Anahí quis muito a seu pai, apesar de que apenas o recordava. Tinha cinco anos quando ele começou a passar largos espaços de tempo no estrangeiro. Só tinha um par de fotos delas e sua mãe sempre recorria às lágrimas quando tratava de fazê-la falar dele. Mas ainda conservava todas as cartas que lhe tinha escrito. O enfarte que segou sua vida quando a garota tinha doze anos destroçou a sua mãe naquela época...


Não obstante, quatro meses mais tarde, Daisy se recuperou e se casou com Tomaso Herrera.


A mãe de Daisy administrava um pequeno salão de beleza, Tomaso era um dos diretores do Banco Industrial Herrera e, segundo Daisy, fazia anos que ia a seu estabelecimento para cortar o cabelo. Entretanto, Anahí não o conheceu até depois do casamento.


A primeira notícia que teve do casamento foi no escritório da diretora da escola. Tirada da sala de aula sem prévio aviso do que ocorria, Anahí teve que enfrentar-se a um homem que tomava a sua mãe da cintura e lhe disse que era seu padrasto. Enfureceu-a que Daisy lhe ocultasse algo tão importante, por isso para ela não foi um princípio prometedor.


Nessa época, Anahí e Christopher, seu irmão, viviam com uma anciã tia avó no Liverpool e só viam sua mãe algum ou outro fim de semana. Daisy não tinha conseguido conseguir um bom trabalho fora de Londres e seu salário não lhe permitia pagar a alguém que cuidasse de seus filhos enquanto ela trabalhava. Negou-se a escutar a sua filha quando insistiu em que já tinha idade suficiente para cuidar de si mesmo e considerou que seus filhos estariam melhor com a tia avó.


      —Agora estaremos juntos! —exclamou Daisy, entusiasmada. —Tomaso quer que sejamos uma família unida e feliz. Comprou-nos uma casa no Surrey.


Anahí teria podido controlar a seu padrasto, mas ao Alfonso jamais pôde controlá-lo. Na cidade o chamavam o Anjo da Escuridão. O nome ia à perfeição, pois como um anjo vingador, destruía tudo o que ficava em seu caminho. Em marcado contraste, seu pai era um cavalheiro da velha escola que tratava às mulheres com muita cortesia e delicadeza.


Enquanto os recém casados viajavam em uma interminável lua de mel, evitando o pesado ambiente de sua casa na Inglaterra, Anahí ficou a mercê de Alfonso, o meio-irmão que a odiou desde que a conheceu. O sentimento era mútuo, aceitou ela. Ainda agora, cada vez que via o nome de Alfonso nas colunas de sociedade, o estômago lhe revirava.


Nesse momento, a razão lhe disse que deveria concentrar-se nos pecados de Tomaso, e não nos de seu filho. Tomaso devia ter ordenado a seus colegas de negócios que se mantiveram afastados do hospital enquanto ele se queixava das penas de sua vida solitária. Daisy era a vítima ideal de histórias melodramáticas.


Mas Anahí não estava disposta a consentir que voltassem a fazer mal a sua mãe. Asseguraria-se que ela pensasse bem antes de voltar a casar-se com ele.


      —Quando lhe pediu isso Tomaso? —perguntou ao Daisy ao servir o chá.


      —Ontem à noite, durante o jantar.


      —Então, já saiu que hospital —de algum jeito esperava que Tomaso ainda estivesse internado e que a expressão sonhadora de sua mãe fosse de compaixão.


      —Não foi um enfarte, a não ser um aviso. E Alfonso o convenceu que se retire. Sabe como falar com seu pai e foi tão amável...


      —Alfonso? Amável? —exclamou a garota, incrédula.


      —Pôs um carro a minha disposição para que me trouxesse para casa cada vez que visitava o hospital —manifestou Daisy.


      —Alfonso foi maravilhoso, Anahí. Até me convidou para almoçar. Tem muito caráter, mas se esforça por ser amistoso e consi-derado...


Alfonso amistoso e considerado? Anahí queria rir, histérica. Só sua mãe podia ser tão inocente. Mas também lhe doía que tudo isso estivesse acontecendo a suas costas.


      —Ele sabe que seu pai te tem proposto casamento novamente?


      —Sim —confirmou Daisy com um sorriso. —Inclusive, pergun-tou-me por ti. Mostrou-se muito pormenorizado por... bom, esse horrível assunto dos periódicos.


Pálida de ira e mortificação, Anahí voltou a cabeça. Era lógico que Alfonso se burlasse de seus problemas. Nunca lia as fofocas dos periódicos, mas estava segura de que fez uma exceção quando a imprensa sensacionalista a fez migalhas. Ainda se sentia suja e manchada pelas mentiras que se escreveram sobre sua pessoa e as entrevistas mordazes de antigos namorados que aproveitaram a oportunidade para vingar-se dela.


       —É uma lástima que não te liberasse de Danny Philips com mais gentileza —se lamentou Daisy,


       —Estava casado! —recordou-lhe Anahí. —Claro que me liberei dele quando soube.


       —Suponho que não era sua intenção apaixonar-se por ti —murmurou sua mãe.


       —Não estava apaixonado por mim. Só queria me colocar em sua cama como outros —protestou Anahí.


       —Mas devia estar destroçado, se não, não teria tentado suici-dar-se. Talvez se tivesse ido vê-lo no hospital...


       —Teria acabado com ele! —exclamou a garota. —Tratou de suicidar-se porque sua esposa se inteirou que saía comigo. O fez para voltar com ela e logo contou essa mentira para vingar-se de mim.


       —Foi cruel por sua parte dizer tantos embustes a respeito de ti —os olhos do Daisy se alagaram em lágrimas. —Disse ao Alfonso que nunca teve relações com ninguém...


       —P... perdão?


       —Queria que Alfonso soubesse que nada disso é certo. Não é essa classe de garota.


Anahí adorava a sua mãe, mas jamais tinha estado tão perto de matá-la. «Anahí se guarda para o casamento.» A imaginava pronun-ciando as palavras e ao Alfonso lutando por não afogar-se com o vinho, divertido pela defesa que fazia a mãe da virtude da filha.


      —E bem... o que opina?


      —A respeito do que?


      —De que volte a me casar com o Tomaso.


      —Cometeria o pior engano de sua vida, mas claro, é tua coisa.


      —Suponho que eu gosto da idéia de voltar a ter uma família —Daisy tratava de reprimir as lágrimas de decepção.


      —Já lhe deste uma resposta? —perguntou Anahí, sentindo-se culpado ao recordar que se tratava do bem-estar de sua mãe.


      —Não —manifestou Daisy, tensa.


      —Se te casar com ele, não me esquecerei de ti. Poderemos comer juntas de vez em quando.


       —S... sim —a mulher tragou saliva com dificuldade, com a cabeça inclinada, —mas você e eu estamos tão unidas... O que será dos fins de semana?


      —Nunca cruzarei a soleira de uma casa que tenha ao Alfonso como visitante regular —declarou Anahí com firmeza.



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Autor(a): theangelanni

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     —Diz que lhe disse isso sem razão? —seu irmão Christopher emitiu uma gargalhada. —Típico de Daisy. Estavam comendo em um restaurante perto da companhia de segu-ros em que trabalhava Christopher.       —Não é gracioso! por que não me avisou? —protestou A ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • jucirbd Postado em 09/04/2009 - 17:04:04

    muito linda sua web
    escreve uma segunda temporada

  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00

    MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00

    MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:58

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:43

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:42

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  • mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:41

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