Fanfic: Anjo da escuridão {AyA} [Terminada]
A sinceridade em sua confissão era inegável. Anahí se ruborizou e encolheu as pernas. «Um laço que nada poderá romper.» Algo que ela se negava a reconhecer.
—Não acha que pelo bem do bebê deveríamos viver juntos? —perguntou Alfonso de repente com impaciência.
—É obvio que não! Não poderia lhe suportar. –espetou, apesar da umidade em suas pálpebras.
—Ofereci-te o divórcio como um paliativo para que aceitasse o trato. —reconheceu ele.
—Vá paliativo!
—Não teria por que te sentir apanhada. Daria-te o divórcio no momento em que quisesse.
—Alfonso, quando quiser um marido rico, discretamente infiel, em lugar de minha tranqüila independência e liberdade, porei um anúncio. —Anahí lutava por controlar sua voz. —A idéia de me casar contigo me atrai tanto como uma sentença de vinte anos a trabalhos forçados.
Ele tinha avançado à frente. A atmosfera vibrava com tensão. Negando-se a deixar-se intimidar, Anahí o olhou desafiante.
—Contigo em minha cama, jamais seria infiel.
Anahí lhe dirigiu um olhar triunfante de diversão forçada, embora o nó em sua garganta se apertava mais.
—Nunca voltarei para sua cama, Alfonso.
—Quer apostar? —ele se sentou na beira da cama. —Me basta te olhar para te excitar. Toco-te e arde em chamas. Leva o meu filho em seu ventre. Se te marcasse com um ferro, não poderia ser mais minha.
—Porco arrogante —lhe espetou a garota.
Alfonso a apanhou em um movimento rápido, inclinando o corpo para não machucá-la e lhe deu um beijo devorador, que a jovem sentiu até nos dedos dos pés. Reagiu como uma possessa. Com uma mão o golpeou, mas a outra foi a seu cabelo e o manteve contra ela.
O beijo a deixou sem fôlego, mantendo-a imersa em quebras de onda de excitação. A mão que tinha empunhado se abriu e se deslizou sob o suéter de Alfonso para deleitar-se acariciando a pele de suas costas antes de ir à frente, ao ventre plano, e enredar os dedos entre o pêlo que descia sob o cinturão.
Alfonso se arqueou com violência contra ela, e levou a mão de Anahí entre suas coxas. Gemeu, grunhiu, amaldiçoou e se esticou como se tratasse de controlar-se antes de tomá-la entre seus braços e deixar escapar um grito de satisfação.
Então alguém bateu na porta. Ele desceu da cama imediatamente, alisou-se o cabelo e dirigiu a Anahí um olhar de frustração e diversão.
A jovem se encheu de pânico ao ver que se tratava de Tomaso e Daisy.
—Suponho que devemos lhes felicitar —sorriu Tomaso com ironia.
—Eu diria que sim —confirmou Daisy, brincando.
Pela reação de seus pais, Anahí compreendeu que o golpe que ouviram não foi o primeiro que o casal tinha dado na porta para interrompê-los. Recordou as palavras de seu padrasto no sentido de que não estava disposto a deixá-los a sós nenhuma hora. Ruborizada como nunca, também recordou a ocasião anterior em que foram surpreendidos em uma cama.
—As felicitações seriam prematuras —declarou Alfonso.
—Anahí! —reprovou-lhe sua mãe.
—É minha decisão —a garota não se deixaria encurralar por ninguém.
—Quero falar com Anahí, a sós —afirmou a senhora com vigor.
—Não acredito que seja boa idéia —manifestou Alfonso, surpreendendo-a.
A visita foi curta e agradável. Daisy, cujo temperamento era difícil de alterar, voltou-se para sua filha quando pai e filho saíram da habitação.
—Em meus tempos, casava-te com o homem ao que não podia lhe tirar as mãos de cima —vaiou em um murmúrio. —Ao menos se tivesse a sorte dele ser livre! Vais arruinar sua vida só para salvar seu orgulho. Lamento lhe dizer isso mas, quem o fará, a não ser eu?
—Eu.
Anahí e Daisy voltaram a vista para a porta, onde descobriram ao Alfonso sorrindo. A garota se ruborizou e sua mãe saiu apressada.
—Verei-te amanhã —se despediu ele, ao pé da cama.
—Não tem sentido. Não quero voltar a ver-te.
Quando a porta se fechou, Anahí se sentiu muito sozinha. Reclinou-se no travesseiro e o bebê decidiu nesse momento lhe dar um chute. A jovem se passou uma mão possessiva sobre o ventre. Era uma estupidez amar ao Alfonso! Se estivesse em seu poder, arrancaria esse amor da raiz. Levava meses tentando-o e acreditava estar no caminho para a recuperação... mas tinha sido um esforço inútil.
Ele estava decidido a não retroceder em seu intento de casar-se com ela, mas Anahí não podia fazê-lo. Não podia fazer que compreendesse que nenhuma mulher estaria disposta a casar-se só porque ia ter um filho. As coisas tinham mudado da época de sua mãe. Uma mulher já não tinha que casar-se para salvar sua reputação.
Certamente tinha sido Tomaso quem convenceu a seu filho de que devia casar-se com ela. Era degradante. Não entendia como Alfonso se deixou convencer, mas de uma vez rechaçava a idéia de que ele pudesse casar-se com outra.
Sua mente voltava uma e outra vez a algo que havia dito sua mãe: Que uma mulher devia casar-se com o homem ao que não podia lhe tirar as mãos de cima se fosse livre.
Havia um tom de amargura em sua voz e Anahí compreendeu que sua mãe devia ter se apaixonado por outro homem quando estava casada. Rapidamente desprezou esses pensamentos; não queria pensar mal de sua mãe. Daisy adorava a seu marido, recordou-se com firmeza.
Alfonso chegou à manhã seguinte com revistas, livros e duas caixas com roupa de cama para ela.
—Não tem nenhum direito a comprar isso —protestou Anahí.
—Te relaxe. O departamento de maternidade do Harrods não me inspirou maus pensamentos.
—De maternidade?
—Lamento lhe dizer isso mas nada que não provenha desse departamento ficaria bem.
Anahí abriu uma das caixas e fez uma careta quando viu a talha do objeto. Lhe teria servido bem a um elefante. Lhe formou um nó na garganta. Contemplou seu volumoso ventre e as lágrimas fluíram livres.
—Vá e me deixe sozinha! —soluçou.
—Agora o que tenho feito? —ele tratou de abraçá-la, mas ela o rechaçou.
—Nada!
Alfonso foi em busca de uma enfermeira, que não resistiu a tentação de ver o conteúdo das caixas. Ao levantar a camisola e a bata a jogo, não posso reprimir a risada.
—Isto é para você?
—Sim, embora pareça que é para um elefante —se queixou a garota.
—Para dois! —riu a enfermeira e chamou as outras colegas.
Anahí logo esteve rodeada de mulheres que riam a gargalhadas da ignorância de Alfonso. Imaginava no departamento de maternidade, incapaz de pedir ajuda, reconhecendo seu desconhecimento.
Daisy se ofereceu a ir trocar a roupa. A jovem esperava que ele a visitasse essa tarde, mas não foi assim. Tampouco a chamou por telefone. Dado que se tinha tomado a moléstia de vestir uma das camisolas que Daisy tinha trocado pela tamanho correto, estava irritada com ele. Queria compartilhar a brincadeira com o Alfonso, isso era tudo, disse-se decepcionada.
À manhã seguinte tampouco fez ato de sua presença. Quando Daisy e Tomaso chegaram esteve tentada a lhes perguntar por ele, mas se conteve. Não queria despertar a suspeita de que lhe importava se ele ia visitá-la ou não. Não lhe interessava, só a afetava ter que passar tanto tempo deitada, aborrecendo-se, e, apesar de todos seus defeitos, Alfonso não era aborrecido.
Ficou dormindo ao redor das dez horas até que um ruído ligeiro despertou. Descobriu Alfonso vestido de etiqueta do pé de sua cama.
—Em onde diabos estiveste? —exigiu-lhe com ferocidade.
—Me sentiste saudades? —perguntou ele com um sorriso provocador.
—Não!
—É evidente que sim.
—Têm-me aqui enquanto você te diverte —protestou a garota.
—Minha visita de ontem te alterou tanto, que decidi te dar um tempo.
—Em onde estiveste esta noite?
—Em um jantar beneficente com seus acostumados discursos aborrecidos e todo o resto.
Anahí riu de repente. Falou-lhe de seu engano com a roupa que lhe tinha comprado. Estava segura de que era a primeira vez que o via envergonhado.
—Volta a fazer que me sinta ridículo —lhe indicou Alfonso, incomodado. —Eu não gosto que o faça.
—Esperava que voltasse a me provocar —não era a intenção da jovem ser tão sincera, mas não pôde reprimir as palavras.
—Há-me feito muito, mas me acredite, mudei —Alfonso tinha empalidecido já caminhava inquieto pela habitação. —Infelizmente para ti, as idéias preconcebidas que tinha sobre seu temperamento estavam apoiadas no ocorrido aquela noite faz seis anos...
—Não quero falar disso —lhe indicou ela, desalentada.
—Foi necessário que te visse a ponto de morrer para ver-me obrigado a reconhecer a verdade —assinalou Alfonso com dureza. — Temia me encontrar diante uma relação que não pudesse controlar. Sei quanto sofreu meu pai por isso. Não queria que nenhuma mulher me fizesse o que minha mãe fez a ele. Foi mais fácil me afastar de ti que seguir a seu lado.
A garota afastou a vista das feições duras de Alfonso. Sabia o muito que essa confissão lhe custava.
—Faz seis anos perdi o controle —reconheceu ele. —Reagi muito mal nessa noite. Os prejuízos me dominaram. Embora tivesse estado fazendo amor com esse menino, não devia me pôr assim, são coisas de adolescentes. Mas, fui brutal contigo porque te queria para mim e ver-te com ele me enlouqueceu.
Autor(a): theangelanni
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—Alfonso... —Tinha vinte e quatro anos e você dezoito. Fazia quase um ano que não te via, pois me mantinha afastado de propósito. Retornava a casa com tantas esperanças... —Esperanças do que? —Anahí ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 14
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jucirbd Postado em 09/04/2009 - 17:04:04
muito linda sua web
escreve uma segunda temporada -
mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00
MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00
MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:58
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:43
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:42
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:41
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