Fanfic: Anjo da escuridão {AyA} [Terminada]

       —Amo-te, Alfonso —lhe indicou com expressão brilhante. Era estranho o grande esforço que teve que fazer para dizer-lhe. —Apaixonei-me por ti na Toscana. Talvez foi graças às esmeraldas —brincou, lhe beijando o pescoço e aspirando seu aroma. —Ou possivelmente levava seis anos apaixonada sem sabê-lo. O fato é, Alfonso, que estou louca por ti.

       —Não tem que me dizer isso! —exclamou com voz rouca, estreitando-a até machucá-la.

       —Acreditei que quão único queria de mim era meu corpo...

       —Espero que vá incluído no trato —a garota passou uma mão possessiva sobre seu peito. —E a propósito —adicionou, sentindo-se generosa, —nunca tive outros amantes.

Alfonso se esticou antes de esmagá-la contra seu peito e beijá-la acalorado. Passaram um par de horas antes que pudessem pensar com claridade. Anahí se soltou de seus braços de repente e exclamou:

       —Meu deus, Alice!

       —Não se preocupe. Inga está com ela —ele a apanhou de uma mão e voltou a abraçá-la.

       —Inga?

       —Veio comigo de Genebra. Foi a babá dos filhos de meus amigos durante muitos anos e já não a necessitam. Ante tão boas recomendações, falei com ela e a contratei no ato.

       —Inga? Uma sueca?

       —Seu inglês é excelente.

       —Danny Philips fugiu com a babá de seus filhos. É loira?

       —Gatita ciumenta —murmurou Alfonso a seu ouvido. —Tem cinqüenta anos e é robusta como um tanque.

       —Oh —Anahí se relaxou.

       —Lamento sobre seu pai —adicionou ele. —Não foi o criminoso desumano que descreve o periódico. Nunca participou de um ato violento...

      —Mas o assalto ao banco...

      —Ele conduzia o carro e até nisso se equivocou. Estacionou em  fila dupla na rua oposta, vestiu uma meia na cabeça para ocultar suas feições, mas não se deu conta de que estava diante de uma delegacia de polícia e arruinou a fuga de seus cúmplices. Bastante inepto, diria eu.

Anahí se precaveu de que Alfonso tratava de não rir. Ainda lhe doía, mas a realidade era melhor que um conto de fadas. Se seu marido suportava viver com esse conhecimento, ela também o faria com a cabeça em alto.

       —Amo-te —declarou, olhando-o com firmeza.

       —O bastante para permanecer aqui para sempre? —Alfonso lhe acariciava uma bochecha.

       —Será um bom investimento?

       —Muito rentável —lhe assegurou ele, apoderando-se de seus lábios. —Serei leal, afetuoso e estarei em constante estado de excitação estando perto de ti.

      —E a próxima vez que tenha um bebê...

      —Estarei contigo  para compartilhar tudo.

      —Aprende rapidamente —provocadora, Anahí passou uma mão sobre seu ventre plano e sorriu ao ver sua resposta instantânea.

      —Também me movo rapidamente —entre risadas, sujeitou-lhe as mãos. —O que te parece a idéia de passar seis semanas na Toscana?

      —No horta de cerejeiras —suspirou ela, luxuriosa.

      —Sim —durante um longo momento, ambos esqueceram do resto do mundo, perdidos em seu amor.

FIM