Fanfic: Anjo da escuridão {AyA} [Terminada]
—E... isso não era mais que um truque —gaguejou Anahí.
—São do Cartier —Alfonso colocou uma mão no bolso da calça e deixou cair algo sobre o branco lençol em atitude negligente. —Eu as comprei.
A garota baixou a vista e descobriu o colar de esmeraldas e diamantes que brilhavam à luz do sol que se filtrava pela janela e pôde resistir a tentação de os tocar. Fazia seis anos que não o via.
Alfonso riu satisfeito ao ver sua expressão. Confiante, aproximou-se, tomou o colar e se sentou no borda da cama. Afastou-lhe o matagal de cabelo dourado e Anahí sentiu o peso das jóias em seu pescoço. Não podia respirar, não podia mover-se, não podia falar...
O fôlego masculino lhe acariciava a bochecha, seu coração pulsava amalucado e a garota seguia sem poder mover-se. Lhe acomodou o cabelo com a intimidade de um amante e com um dedo riscou um caminho até o início da coluna vertebral.
—Está tão tensa que até poderia dizer que está aterrorizada —lhe indicou Alfonso em tom de brincadeira antes de beijá-la no ponto sensível detrás da orelha direita. Anahí sentiu que se derretia. —Esta noite —lhe disse ele com tom sensual antes de levantar-se da cama com um movimento ágil.
A jovem só pôde estremecer-se.
—Quer montar comigo? —perguntou Alfonso da porta. —Não? Então te espero para tomar o café da manhã no pátio dentro de uma hora.
Quando desapareceu, ela se deslizou sob os lençóis. Estava na Toscana com Alfonso e ele a desejava desde fazia anos. Parecia disposto a cobri-la de jóias. Alfonso lhe pedia... Não, esperava fazê-la seu amante. Quando a tocou foi como despertar no paraíso... A fez sentir-se... Imoral e sensual por primeira vez em sua existência.
Alfonso havia dito que seis anos atrás estava disposto a casar-se com ela só para satisfazer seu apetite. Apetite... Saboreou o conceito com deleite. Tanto tempo e nunca imaginou que seu meio-irmão a desejasse. Durante vários segundos se sentiu poderosa... Esse era o Alfonso que sempre sonhou... De joelhos frente a ela.
Logo, o sentido comum começou a afirmar-se. Era uma batalha difícil, mas ao fim surgiu entre as quebras de onda de satisfação. Agradava-lhe que Alfonso a desejasse? Claro que sim. Era uma retribuição por tudo o que ele a tinha feito passar.
Mas era a adolescente a que falava, não a mulher amadurecida. Resultava impossível explicar que lhe tivesse permitido que a cobrisse de esmeraldas e diamantes. Levou-se as mãos ao pescoço com fúria súbita, mas cinco minutos depois, quando temia romper o colar, deu-se por vencida e desceu da cama de um salto. Muito acordada... Mas sem poder pensar com coerência.
Retornaria a casa no primeiro avião que pudesse. Alfonso tinha seu passaporte, mas não insistiria em retê-lo se ela o pedia... Céus virtualmente a tinha seqüestrada! Tinha-a levado ali com o pro-pósito de seduzi-la. Uma palavra tão antiquada e bastante inapropriada. O único poder de sedução que ele se propunha usar era sua riqueza.
«Porco arrogante» pensou de repente. Alfonso acreditava que o único que teria que fazer era deslumbrá-la com jóias e ela cairia rendida a seus pés. Ele sabia que ela estava à beira da bancarrota. Parecia disposto a pavimentar o caminho a sua cama com esme-raldas, diamantes e moedas. Era possível que esse homem a consi-derasse desejável e ela não podia reprimir a quebra de onda de calor que a invadiu ante essa imagem. Mas tinha que reconhecer que Alfonso a tratava como a uma prostituta de luxo.
Que tipo de feitiço lhe lançou que a fez permanecer imóvel escutando-o sem responder? Outros homens a tinham insultado antes, mas era típico de Alfonso ofendê-la como ninguém. Supunha que só tinha que pedir e receberia... Lágrimas ardentes de ira se deslizaram por suas bochechas, surpreendendo-a.
Não sabia por que chorava. Deveria estar rindo como louca. Alfonso fazia o ridículo. Ela não estava à venda, nem se achava tentada a fazê-lo, e jamais permitiria que Alfonso Herrera lhe pusesse um dedo em cima.
Seis anos... Tinha passado seis anos esperando-a, desejando-a, pensando nela, pendente de cada vez que aparecia nos periódicos e anúncios em revistas. Seis largos anos... Anahí não podia tirar isso da cabeça. Também ela tinha pensado muito nele nesses seis anos, disse-se.
E por que? Recordou algo que Christopher lhe havia dito recentemente.
—Viu o Alfonso na televisão ontem à noite? —tinha-lhe pergun-tado em tom de brincadeira.
—Não perco o tempo nessas coisas.
- Acredito que está obce-cada com ele.
—Porque o odeio.
Também essa era uma obsessão? O ódio podia chegar a esses extremos? E se era ódio, por que não reagiu com repulsão quando a beijou detrás da orelha?
Abriu toda a torneira de água fria da ducha. «Reconhece-o», ordenou-se com firmeza e desgosto. «Alfonso te fascina desde aquela noite.» Lhe tinha ensinado o significado do desejo com uma aterradora devastação dos sentidos. Imaginava que Alfonso recordava sua resposta com cruel diversão.
A lembrança a fez estremecer-se. Tratava de ocultar o fato de que, apesar de que horas antes tinha sido submetida a um assalto brutal, fundiu-se nos braços desse homem sem nenhum temor. Isso lhe ensinou quão frágil era sua própria sensualidade. Mas só com ele... só com ele, murmurou uma voz interior. Só com o Alfonso.
«Reconhece-o, você também o deseja.» Não era mais que química, algo sobre o qual não tinha controle algum. Mas, é obvio, agora teria controle absoluto sobre essa debilidade. De um ponto de vista físico, Alfonso era muito atraente. Mas não era mais que isso, uma forte atração física.
Tendo posto a Alfonso no lugar que lhe correspondia, Anahí se vestiu, penteou-se e nem sequer se ocupou de procurar o estojo de cosméticos. Não queria que ele pensasse que se esmerava em sua aparência para impressioná-lo. «Pobre Alfonso», refletiu, nessa ocasião na verdade se excedeu.
—Meu passaporte, por favor —ensaiou frente ao espelho e riu.
Não encontrou a mesa posta no pátio pelo que tinha entrado a noite anterior. Retornou ao vestíbulo e começou a percorrer os corre-dores. O lugar era um verdadeiro palácio. Talvez Alfonso tivesse pago pouco por ele e se gastou uma fortuna em arrumá-lo, luxo que podia dar-se com sua enorme riqueza, reconheceu molesta, tocando o colar de esmeraldas que ainda levava no pescoço. Mas, onde estavam os serventes desse castelos feudal?
Ao fim encontrou um pequeno pátio interior. E ali estava Alfonso sob os raios do sol. Anahí se deteve um momento na soleira da porta. Era-lhe difícil respirar. Estava muito atrativo.
Viu-o ficar de pé. Suas maneiras sempre foram perfeitas. Alfonso era o único cavalheiro que conhecia capaz de abrir uma porta e lhe ceder o passo com toda cortesia, apesar de estar em meio de uma discussão tremenda.
—Quero meu passaporte —anunciou ela.
—Não.
—Isso é tudo o que tem que dizer, não? E a dama deve pedir desculpas por exigir o que é dela?
—Não assinou um contrato com Vilas St. Saviour?
—Sim, mas não acredito que seja válido...
—Posso te assegurar que Max o fará valer se eu pedir —murmurou Alfonso. —Será sua palavra contra a tua quanto a que jamais existiu a atribuição. Encarregarei-me de que te demande por descumprimento de contrato. Direi que partiu. Pode correr esse risco neste momento?
—Não te acredito capaz disso!
—Nunca digo o que não posso cumprir. Pensa-o... Retorna a Londres e diz as pessoas da agência que foi... o que?
—Enganada por um louco e seu cúmplice! —estalou furiosa.
—Acredito que minha reputação e minha influência são maiores que as tuas, cara. Quem me acreditaria capaz de algo assim?
—Eu!
—Mas ninguém acreditaria que eu, Alfonso Herrera, seria capaz de fazer algo como isso para apanhar a uma mulher... —insistiu ele.
Anahí o olhou frustrada. Apertou os punhos com força.
—Minha reputação é melhor que a tua —a desafiou Alfonso.
—Maldito calculista!
Lhe ofereceu um pãozinho quando a garota se desabou na cadeira frente a seu interlocutor.
—Alfonso, você não seria capaz...
—Me acredite... seria capaz!
Meia hora antes, Anahí se sentia como um manso cordeiro. Tudo era um jogo. Agora se sentia doente e tremente. Alfonso praticava um jogo muito perigoso, até suicida.
—Por que mentiria o tal St. Saviour por ti?
—Não poderia dar o luxo de não fazê-lo se eu o peço.
—Demônio! É capaz de pressionar ao pobre homem só para me castigar?
—Eu não gostaria de fazê-lo. —Alfonso tomou um gole de seu café. —Mas o faria se não tivesse mais remédio. Sempre luto quando me encurralam. Não importa que armas deva usar.
—Direi tudo a minha mãe!
—E ela acreditará que renasceu seu amor e que atua assim porque se sente rechaçada. A fará sofrer outra vez...
—Minha mãe sabe que não é certo. Nunca estive apaixonada por ti!
—Nós sabemos, mas, ela?
Anahí lutava com o broche do colar que a estrangulava.
—Me tire isto! —exclamou.
—Tem um broche especial.
—Romperei-o!
—Valoriza muito o belo para fazê-lo —preguiçoso, Alfonso deslizou um polegar sobre os lábios suculentos da garota. —Eu também —adicionou em tom íntimo. —Deve deixar de me subestimar, cara. Desperdiça suas energias.
A jovem se separou dele, levantou-se e deixou a mesa.
Autor(a): theangelanni
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Capítulo 4 TOMANDO goles de seu café no balcão, Anahí, aflita, contemplava a paisagem. Quando Alfonso falou de um «lugar solitário» não exagerava. Rodeavam a mansão grandes extensões de terras cultivadas e alguma granja ocasional. Não existia nenhum povoado próximo. E o que ganharia s ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 14
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jucirbd Postado em 09/04/2009 - 17:04:04
muito linda sua web
escreve uma segunda temporada -
mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00
MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:58:00
MAIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:59
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:57:58
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:43
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:42
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mariahsouza Postado em 30/03/2009 - 17:56:41
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