Fanfic: Por Um Filho | Tema: Laliter

Capítulo para vocês todos entenderem como a história chegou a esse ponto.

POV Lali

Peter pegou algumas roupas no closet e seguiu para o quarto de hospedes. Isso para ele, eu já via o lugar decorado à espera do nosso bebê. Toda essa raiva estava me deixando ansiosa, mas eu sabia do grande coração que ele tinha e o quanto era amada. Ele não ia levar isso até o fim. Essa certeza, no entanto, não impedia que as lágrimas voltassem aos meus olhos enquanto ouvia ele bater a porta do apartamento. O que fazer? Não tinha ânimo para nada e preferi ficar em nossa cama, sonhando com os bons tempos do casamento.

Conheci Peter em um show nos EUA. Naquele tempo eu não tinha um lar, vivia rodando o mundo na companhia de dança. Sou bailarina clássica, mas minha paixão é o tango. Sou filha de uma argentina e um americano e a dança sempre esteve presente em minha casa. Minha mãe, Gimena, largou a dança para casar com Nicolas, meu pai, mas sempre ensinou alguns passos a eu e meu irmão, Vico.

Quando conheci meu marido estava em uma fase complicada. Não profissional, já que era realizada dançando, mas familiar. Eu rodava o mundo por não ter para onde voltar. Nicolas é engenheiro e não aceitava que os filhos escolhessem profissões menos nobres que advocacia e medicina. Com Vico foi tudo bem. Ele resolveu seguir na engenharia e trabalhava com papai, mas eu não tinha vocação alguma para nada que não a dança. E comprei a briga com Nicolas. Ele disse que se eu resolvesse seguir na companhia, jamais teria contato com eles novamente e eu fui sem realmente acreditar que ele cumpriria a palavra. Mas nunca nenhum e-mail foi respondido ou ligação foi aceita quando minha voz soou. Vico falou comigo uma vez:

–Não liga mais Lali. É melhor assim. Você escolheu.

Eu deixei tudo de lado quando conheci meu inglês. Ele seria minha família. Peter viajava muito para me encontrar e eu também fui bastante a Londres naquele início de namoro. Chegou num ponto que não conseguíamos ficar longe e fui pedida em casamento. Estava no céu. Até mandei convite da cerimônia de casamento aos meus pais, mas ninguém apareceu. O início até teve suas dificuldades principalmente com minha sogra. Emilia nunca escondeu que eu não era seu sonho de nora, mas como sempre moramos em nosso apartamento, ela nunca pode interferir na vida diária de casal. Como ela trabalhava na editora da família Lanzani, via o bastante o filho por lá e pouco nos visitava. Melhor assim. Com o restante da família tenho uma relação melhor. Rocio é uma graça, estilista e editora da revista feminina da empresa, ela vive em torno do namorado e não se intromete na nossa vida. Mariano é tio de Edward, mas sempre o tratou como um verdadeiro pai.

Não tenho queixas de meu casamento. Fazem sete anos que sou plenamente feliz, mas algo começou a me fazer falta de uma forma indispensável. Eu e Peter temos uma forte amizade com Euge e Nico. Os três foram colegas de faculdade e eu entrei no grupo logo que comecei a namorar Peter. No início até achei o clima com Euge um pouco estranho, mas ela contou depois que ficou maravilhada com nosso romance, assim Emilia iria parar de tentar atirá-la em Peter. É, minha sogra não é fácil! Mas agora eles estão muito felizes e até já tiveram uma filha, a Yasmin. Isso sim mexeu comigo.

Muitas vezes toquei nesse assunto com Peter, mas ele sempre se irritava e nunca dava um motivo sequer para não termos o nosso bebê. Na primeira vez cheguei até a me assustar:

– Já pensou em ser pai?

– Não! E não vou pensar! – Seus olhos ficaram vermelhos. – Lali eu sempre te disse que nossa família seria apenas nós dois. Eu não quero filhos e nunca vou querer.

Tentei tantas formas doces de convencê-lo e nenhum resultado. Aí parti para a prática. Fui ao médico e parei de tomar pílula. Só quando tive a confirmação foi que realmente parei para pensar em como daria a notícia à ele. Só que não tinha mais como esperar. Estava com três meses e ele já tinha comentado que eu havia engordado um pouquinho. Tive de dizer a verdade e um raio passou por nossa casa. Agora eu estava ali chorando e ele ainda mandou que eu deixasse a casa.

Algum tempo depois decidi que só outra atitude radical seria capaz de resolver essa situação. Procurei meu crachá para entrar na empresa sem ter que avisar a secretária dele e fui. Vamos ver se eu não serei recebida.

Apesar de eu não vir muito aqui, fui reconhecida por todos e bem tratada. O local era grande e cada andar respondia pela redação e diretoria de uma publicação do grupo. O último era a diretoria geral. Peter odiava ficar lá, sempre tendo preferência pela agitação da redação, mas como dono tinha obrigações administrativas e às cumpria. Quando cheguei a sua sala fui impedida de entrar pela secretária. Era uma senhora e parecia muito envergonhada de ter de dizer para eu não entar na sala onde sempre tive acesso livre.

- Por que eu não entraria? Ele não está?

- Não senhora, está, mas um pouco irritado e disse que ninguém podia entrar.

- Quem sabe eu não resolvo a irritação dele.

Entrei sem pensar duas vezes. Sua expressão era triste, mas logo a raiva tomou conta de seus olhos.

– Devo deduzir que minha secretária é incompetente ou que você é mal educada? Por acaso alguém convidou você a entrar em minha sala?

Continua............? 

Comentem.

Obrigado pelos comentários,está ai outro capítulo.

Dedicado aos 10 que favoritaram,e aos 3 pessoas que comentaram,mdani,daniilanzani,tais_grande,

Créditos:Grazi_Olivera - escritora original.