Fanfic: Humilde Residência ▬ AYA | Tema: Anahí & Poncho

Poncho: Mas como assim trancada? Quem fez isso?

Anahí: Tá perguntando pra pessoa errada! Só sei que quem fez isso deve ser um sócio do cramulhão. Ai ninguém merece... – sentando no fardo de farinha e massageando as têmporas. Ficar presa nesse ambiente, ainda por cima contigo.

Poncho: E agora, o que a gente vai fazer? – perguntou tranquilo

Anahí: Aaah! Que tal sentarmos e acendermos uma fogueira? – ironizou ela. Poncho, você é tão imbecil que quem sofre são os outros. A pergunta não é o que vamos fazer, e sim, como iremos sair daqui.

Poncho: Não, a minha pergunta tá certa. Só que sentar e atear uma fogueira, não é bem o que eu tava planejando pra nós dois fazermos – falou ele com a voz carregada de luxúria.

Anahí: Se você insinuar mais alguma sacanagem eu vou dá um tubão bem em cima da tua lata.

Poncho: Joia, joia... Vou tirar a gente daqui. Você me chama de imbecil, mas age como se fosse acéfala – disparou seriamente. Pra sair daqui basta gritar pro meu patrão, e ele vai nos ouvir lá do caixa – se dirigindo até a porta.

Anahí: Pirou? – gritou correndo para alcançá-lo. Nem pense em fazer isso.

Poncho: E por quê? – indagou sem entender. Não... Vai dizer que tá pensando em ficar mais um pouquinho pra... – se interrompeu ao reparar no olhar que Annie lhe lançava. Er, eu não disse nada. Afinal, qual o problema d´ eu pedir socorro? É a solução mais lógica que temos.

Anahí: Pois vamos arranjar outra solução. Não vai pegar bem pra mim se eu for libertada contigo. A primeira coisa que os futricados vão indagar é: o que fazia a refinada e recém suburbana Anahí, presa com o balanceiro no depósito? Seria minha derrocada fatal.

Poncho: Então se contente em ficar por aqui mesmo – tirando sua camisa. Não nos resta outra alternativa.

Anahí: Mas deve haver outra, - desviando seu olhar do peitoral do moreno - tem que haver, e nós precisamos encontra-la rápido que nosso caso é uma emergência. Aff, - se abanando - mas esse calor só atrapalha o meu raciocínio. E esse depósito fétido mais parece uma estufa... Se ficarmos aqui por muito tempo, viramos torresmo.

Poncho: É... – girando sua camisa pra lhe ventilar. De uns tempos pra cá o sol tá botando pra sapecar. Se o calor tá tão agonizante assim, - franziu o cenho - tire a roupa pra se refrescar – sugeriu malicioso.

Anahí: Poncho, não to de brincadeira, eu vou te dá um coió. Como você consegue ser pervertido metido num angu feito esse?

Poncho: Não tá mais aqui quem falou Annie... – erguendo suas mãos como redenção. Foi só um palpite de amigo.

Anahí: Dispenso os seus palpites! Ai que ódio... – sentou-se no fardo com a expressão chorosa. Depois desse trauma, acho que vou adquirir claustrofobia.

Poncho: Eu acho que sei como nos tirar daqui.

Anahí: Sério? Que maravilha! Vamos, se avie... – se aproximou de Poncho e abaixou-se rente a ele. Conta logo, antes que eu derreta transpirando. Vai, fala!

Poncho: Eu bato na porta e grito pro meu patrão... – nem concluiu o que pretendia dizer, pois Anahí lhe deu um tabefe no braço.

Anahí: Chega de insistir nessa ladainha! Você tá querendo me ver arruinada não é?

Poncho: Será que eu posso terminar de falar, antes de ir descendo o cassete em mim? Eu grito pro meu patrão e ele vem nos “salvar”, - explicando para a patricinha que estava de costas virada - mas não é necessário ele saber que você também está aqui. Fica escondida sei lá, - olhando ao redor - ali atrás dessas caixas.

Anahí: É, faz sentido... Não acredito que não fui capaz de arquitetar algo tão idiota pra me livrar desse cubículo.

Poncho: Pode ser que tingir os cabelos de loiro tenha afetado os seus neurônios.

Anahí: Eu só não acabo contigo pela piadinha sem graça, porque preciso que você esteja vivo pra colocar nosso plano em prática. Anda, vai logo grasnando pro teu chefe. Eu vou me esconder.

Poncho: Beleza! – indo até a porta. Joca, - gritou pelo nome de seu patrão - Joca... – batendo fortemente na porta de madeira.

Joca: Poncho? – o moreno ouviu a voz dele.

Poncho: Aqui no depósito Joca.

Joca: Como tu ficou preso aí dentro cara?

Poncho: Alguém me trancou né... Sabe Deus quem foi!

Joca: Peraí, a chave do cadeado não tá aqui, to indo pegar... Já volto!

Dentro de instantes, Joca retorna com a chave correspondente ao cadeado e abre-o. Anahí se encolheu atrás das caixas para não correr o risco de ser flagrada pelo proprietário do mine Box. Se ela fosse vista por ele, Joca poderia espalhar várias difamações para o popularesco da periferia, e se Anahí ficasse na boca do povo estaria perdida.

Poncho saiu do depósito e felizmente Joca não desconfiou da presença da patricinha. O comerciante voltou ao seu posto de caixa, encafifado a respeito de quem possa ter prendido Poncho no estoque do estabelecimento.

Poncho: Anahí pode vim... A barra tá limpa.

Anahí: Finalmente! Pensei que morreria asfixiada. Graças a Deus, tudo terminou bem. Voltei a respirar normalmente e minha reputação está imaculada.

Poncho: Graças a Deus e a mim, você quis dizer... Por que se fosse depender de ti nós estávamos se lamentando ainda.