Fanfic: The king`s daughter | Tema: Demônios, Vampiros, Bruxos, Fadas, Lobisomens
(Alguns meses depois)
O treinamento era doloroso, eu tinha que treinar noite e dia, matar demônios, por fogo em coisas. Eu quase não fazia nada, é claro. Apenas chorava e chamava a todos que chegavam perto de mim de monstros (coisa que eles eram, e uma pequena parte minha também) meu pai sempre assistia as tentativas frustradas de me treinarem e apenas assentia com a cabeça e dizia “Ela vai perceber”. E eu percebi. Eu era fraca, e se eu treinasse, conseguiria fugir dali. E a partir dali eu treinei até a respiração falhar, eu matava demônios em segundos e o treinamento foi ficando cansativo. Resolvi tentar fugir. A primeira tentativa foi pelo gramado, eu fui andando, ao chegar acho que na 4 arvore e na 7 lágrima de felicidade por sair dali, algo me acertou na cabeça e eu acordei de novo no meu quarto estilo princesa vampira, com cama de casal enorme, esculturas de uma pedra negra, tochas e quadros de pessoas que nunca vi me observando.
Acho que na décima primeira tentativa de fugir, eu pus fogo nos corredores ao ir para o treinamento. O fogo logo se espalhou e os funcionários tentaram apagar, mas eu pus toda minha raiva e ódio naquelas chamas. Eu havia aprendido que suas emoções mudavam seu poder, alimentavam ele deixando-o mais forte ou fraco. E foi o que eu fiz: pus todo ódio que eu sentia pela meu pai. E percebi que, o fogo lambia as paredes com facilidade. Meu pai ignorou, aquilo era bobeira para ele. Enquanto todos os funcionários da área focavam naquilo, tentei fugir pela porta frente, uma tentativa idiota, pode falar, mas qualquer um faria isso. Quando abri a porta, não me surpreendi em ver um brutamonte de terno e com pequenos chifres na testa sorrir pra mim e fazer um sinal negativo com a mão. O que o cara, e nem, esperava é que ele fosse acertado por um saco de lixo. Quando o homem caiu duro no chão, vi que era minha avó quem havia tacado o saco de lixo. Ela sorriu como havia sorrido para minha mãe aquele dia e me entregou uma mochila, me pegando pelo braço, me arrastou o jardim inteiro até parar de frente para o mesmo carro que eu havia vindo com minha mãe.
-Me decepcionei –ela disse. O carro deu uma engatada e fiz uma viagem de longas 5 horas. E foi a última vez que vi a casa de meu pai.
(1 ano depois)
Mike foi o primeiro desde que fugi da casa de meu pai que me fez sorrir verdadeiramente. O seu jeito de andar e até mesmo sua fala fazia tudo ficar mais engraçado. Mike e Holly me encontraram morrendo de fome na rua. Eles logo reconheceram que eu era diferente, já que eram bruxos. No início Holly tentou me matar, mas logo percebeu que eu não fazia nem iria fazer mal a ninguém, já que meu estado era lamentável: chorando, na chuva, como em filmes. Eles cuidaram de mim e me aceitaram como eu era: filha do rei demônio. Eles odiavam bruxaria, odiavam tudo que envolvia isso, pois pelo que entendi seu filho mais novo, Ted, havia morrido ao tentar fazer um simples feitiço. Então eles meio que me adotaram.
Holly percebeu que eu pensava e ergueu os olhos para mim.
-Não está com fome Kate? –perguntou ela.
-Ahnnn, não. Estou só pensando tia Holly.
-Em seu pai? –ela deixou a faca em que colocava manteiga no pão de lado e me olhou por um tempo.
-Estou pensando em como vocês são pessoas boas –Mike entrou na cozinha prestando atenção na conversa- Não me julgaram pela minha linhagem.
Mike pegou a faca de manteiga e passou os dedos e logo depois o lambeu.
-Não julgamos um livro pela capa. Mas as vezes um livro tem uma capa feia, porque o conteúdo é tão bom, que não é qualquer um que pode ler ele.
-Grande pensamento querido –Holly tomou a faca de sua mão- Agora vá tomar banho, você está fedendo!
Ele pegou um pedaço de sua manga e cheirou por um tempo com um sorrisinho.
-Eu estou fendendo? –exclamou- Kate, estou fedendo?
-Sim, você está tio Mike –Sorri quando ele fez um careta e meu deu um tapinha no braço.
Naquela noite, jantamos em silêncio. Holly sempre fazia isso as sextas-feiras, já que foi quando Ted morreu. Ao terminar a janta, ajudei Holly a lavar a louça e ela me deu mais uma explicação que se encontrasse outro ser como ela ou como eu, mantivesse minha identidade como anônima.
-É tão perigoso assim ser filha de quem sou? De Lúcifer?
Ela passou outro prato e eu sequei rápido demais, quase o deixando cair.
-Preste atenção no que faz, Katherine –ela disse- Sim. Como sabe, eu e Mike erámos bruxos especiais e poderosos antes de Ted. Conheci seu pai...
-Meu pai? –eu a cortei.
-Deixe eu terminar. Paciência –depois de um longo silêncio ela continuou- Seu pai ofereceu treinamento para Ted. Não o vi pessoalmente, mas Ted sempre dizia que um homem de terno parava-o na rua e o entregava uma carta. E nessa carta estavam os pedidos. Eu e Mike sempre as queimavam, depois de um tempo Ted percebeu que não era importante e queimava ele mesmo as cartas.
-Você acha que um dia meu pai vai vir me buscar?
-Talvez ele saiba que você vai aprender mais aqui conosco, do que lá alimentando mais ainda seu ódio por ele.
-Eu tenho saudades de mim mãe. Mas ela me odiava.
-Sua mãe nunca te odiou. O que aconteceu com você foi um terrível engano, foi um momento forte que nenhuma criança em sã consciência estaria preparada. Você viu coisas, Kate. Vá dormir.
Sequei o último prato e dei um breve abraço em Holly.
-Holly? –perguntei.
-Sim, Katherine?
-O quanto você amava Ted?
Depois de um constrangedor silêncio, ela respondeu.
-Quando você olha para o sol, você mal consegue ver o brilho que ele irradia, é impossível medir os raios solares, além de que o brilho que ele dá te cega, certo? Esse é o meu amor por Ted. Impossível de se medir –ela deu o seu sorriso mais bonito- Eu não “amava” Ted. Eu ainda o amo.
-Mas ele está morto –minha voz soou fraca.
-Ele não está morto, só não está ao meu alcance.
Autor(a): pensadora
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