Fanfic: NOSSO AMOR E ÓDIO ETERNO
Na semana seguinte na escola, o sinal do intervalo tocou e todos os alunos arrumaram seus materiais para sair. Lúcio andou até a mesa de Larissa, que ainda copiava a matéria do quadro.
–– atrasada –– ele disse sorrindo.
–– chato –– ela lhe mostrou a língua.
–– nem me ligou ontem –– ele disse se referindo ao domingo.
–– ah Bonates, desculpa –– ela pôs a caneta na boca e fez uma careta –– passei o dia com meu pai.
–– sem problemas –– ele deu de ombros –– só não liguei porque nunca sei se você pode atender.
–– eu também –– ela disse voltando a copiar a matéria –– às vezes penso se o Júlio não ta por perto, sei lá...
–– não se preocupe que meu celular fica muito bem guardado. Não corro esse perigo –– ele piscou pra ela que revirou os olhos –– o que? –– ele perguntou sem entender.
–– tudo seu é muito bem escondido –– ela disse sem olhá–lo –– tudo é um mistério.
–– claro que não –– ele franziu a testa –– vai querer discutir agora?
–– não... –– ela disse, mas fora interrompida por um apito de celular.
Era de Lúcio. Ele tirou do bolso e olhou no visor. Era mensagem de Ana.
–– mensagem? –– Larissa perguntou curiosa.
–– é... –– Lúcio disse distraído olhando para o celular.
–– de quem? –– ela perguntou ainda curiosa, mas sem intenção alguma.
–– ninguém não –– ele desconversou e pôs no bolso, sem apagar e sem ler a mensagem.
–– me deixa ver? –– ela esticou a mão pedindo o celular.
–– pra que? –– ele perguntou assustado.
–– ué, você mesmo acabou de dizer que não esconde nada –– ela deu de ombros e guardou o material dentro da mochila.
–– e por isso você vai querer ficar fuçando minha vida? –– ele perguntou nervoso e um tanto ignorante.
–– nossa –– ela o olhou assustada –– não precisa ser grosso Bonates.
–– não fui grosso... –– ele disse indignado.
–– claro que não –– ela fez uma cara de tédio e foi saindo da sala.
–– Ignachy, espera! –– ele disse puxando–a pela mão, mas ela se soltou e foi embora –– que merda! –– ele resmungou –– garota birrenta –– balançou a cabeça negativamente, suspirando.
Pegou o celular e abriu a mensagem, que dizia: “Saudades de você amor. Podíamos conversar? :(” Ele apenas ignorou, guardando o aparelho no bolso novamente.
[...]
Enquanto estava sentado em uma mesa afastada com Liu, observava Larissa com seus irmãos, Júlio e outros meninos do time, inclusive Fernandes, que havia voltado ir para a escola naquele dia.
–– Fernandes não para de olhar pra ela –– Lúcio disse irritado.
–– relaxa Bonates –– Liu revirou os olhos enquanto mastigava seu lanche –– ela não é tão burra, não vai ficar com ele de novo. Nunca mais.
–– ela não quer, mas ele quer... –– Lúcio sussurrou –– não sei se quer a Larissa ou se quer me irritar.
–– e como vocês estão? –– o amigo perguntou mudando o foco da conversa.
–– brigados –– ele olhou para Liu, que riu.
–– quando que você não estão brigados? –– disse balançando a cabeça negativamente.
–– realmente... –– Lúcio deu um sorriso e abaixou a cabeça.
–– quer falar sobre? –– Liu olhou atento para o amigo que estava um pouco triste.
–– a Ana me mandou uma mensagem –– ele ergueu a cabeça e fitou Liu –– a Larissa queria ver de quem era a mensagem e eu não deixei.
–– olha Bonates, não gosto de mentiras, você sabe. Então porque você não disse que era de uma ex? –– ele ergueu as sobrancelhas –– ela não poderia ficar chateada por ser ex.
–– porque a Ignachy queria ler a mensagem –– ele disse como se fosse obvio.
–– diria que era de uma ex sem importância e apagasse antes mesmo de ler –– Liu explicou –– talvez resolvesse e não teria briga.
–– não apaguei porque queria saber o que a Ana queria... –– Lúcio disse cabisbaixo.
–– ta em dúvidas quanto a troca que fez? –– Liu perguntou o olhando surpreso.
–– não, claro que não... –– ele respondeu de imediato –– sei lá... –– ele suspirou forte –– não sei por que me preocupo com a Ana... Ela deve ta lá se divertindo com aquele idiota do Fabrício.
–– uma coisa a Ana sabe fazer... –– Liu observou.
–– o que? –– Lúcio o olhou atento.
–– amolecer teu coração com esse draminha dela...
–– não me faça rir, né Liu? –– Lúcio disse fazendo careta.
–– e vai fazer as pazes com a Larissa quando? –– o amigo perguntou.
–– sei lá –– ele deu de ombros –– vou tentar agora.
Lúcio pegou o celular e lhe mandou uma mensagem. “Um sorvete de milho pra você me perdoar.” Ele enviou e Liu riu da mensagem. Ficaram observando a reação dela, que leu a mensagem e pôs o celular no bolso novamente.
–– é amigo, acho que você vai precisar mais que sorvete de milho dessa vez –– Liu disse arqueando as sobrancelhas.
[...]
Depois que o sinal bateu para voltar para a sala de aula, Larissa saiu na frente, sem esperar pelos outros, já que nenhum deles era de sua turma. Nando e Liu eram de outro segundo ano e os demais eram do terceiro. Ela foi ao banheiro e depois beber água. Lúcio foi até a sala de aula e quando não viu Larissa lá, saiu pelo corredor à procura da mesma. Larissa estava no corredor do banheiro, voltando pra sala, quando Fernandes parou em sua frente. Ainda tinha o braço engessado, mas os ferimentos do rosto não eram mais tão evidentes.
–– me dá um minuto? –– ele pediu.
–– não me faça perder tempo Alex –– ela disse fria e tentou se afastar dele, mas ele bloqueou sua passagem –– dá licença? –– pediu sem olhar na cara dele.
–– me escuta? –– ele fez cara de dó.
–– não –– ela disse olhando para ele e levantando as sobrancelhas –– já disse que não quero e não tenho nada pra ouvir.
–– poxa Larissa, só quero me explicar –– ele disse em um tom de desculpas.
–– mas eu não quero suas explicações Alex –– ela disse em um tom de voz elevado –– não ta vendo? Se toca.
–– porque você é assim, hein?! –– ele perguntou parecendo inconformado –– que garota teimosa! –– falou cerrando os dentes –– você é geniosa demais Larissa.
–– e você sem vergonha demais –– ela retrucou –– eu deveria ter escutado meio mundo de gente que me disse pra eu não ficar com você porque você não prestava –– ela cuspiu as palavras na cara dele.
Algumas meninas que passavam no corredor olharam desconfiadas para os dois discutindo. Fernandes respirou fundo e olhou furioso para Larissa. Segurou em seu antebraço e saiu puxando–a para uma sala vazia ali próximo.
–– Alex, ta me machucando –– ela disse com dor –– para.
Ele a empurrou dentro da sala e fechou a porta com força.
–– caralho, só quero que você me escute. Que porra! –– ele disse alterado.
–– o que você quer, hein?! –– ela perguntou com os olhos marejados e cheios de fúria –– não já fez tudo o que queria comigo? Quer minhas desculpas agora por quê? Vai dizer que se apaixonou por mim, é? Que quer outra chance? Que quer se redimir e ficar comigo pra sempre? –– ela falava descontroladamente.
–– você ta com aquele babaca? –– Alex perguntou ignorando tudo o que ela havia dito.
–– minha vida não é da sua conta –– ela disse fria.
–– olha o que o Bonates fez comigo –– ele disse mostrando o braço engessado –– eu fiquei mal por semanas... E você ainda ta com ele. Você não tem noção das coisas sujas que ele faz.
–– você mereceu isso –– ela respondeu com os olhos amedrontados.
–– e você ainda fica do lado dele –– Fernandes disse inconformado –– sabia que ele tem namorada?
–– ele não tem namorada –– Larissa disse franzindo a testa.
–– para de ser idiota, garota! –– ele disse rindo –– ele não é quem aparenta ser. Ele não é só aquilo que você vê. E se superficialmente ele já é daquele jeito, imagine quando você descobrir as coisas que ele faz.
–– Alex me deixa –– ela falou chorando, mas ele a puxou novamente pelo braço, dessa vez com mais força –– ta me machucando de novo. Eu quero ir embora. Não quero saber sua opinião sobre o Bonates. Não quero te ver mais na minha frente. Por favor, me larga –– ela dizia em suplicas.
Ele soltou o braço dela e suspirou. A sua intenção não era machucá–la, mas ela estava o irritando pela teimosia. Larissa encostou–se a parede e foi escorregando seu corpo até cair sentada no chão, chorando.
–– Larissa, você tira qualquer do sério –– Alex disse se afastando dela –– e eu não sei o que você fez comigo, mas to louco por você. Quero você pra mim sim –– ele respondeu sorrindo –– você me deixa... Não sei nem explicar. Mas eu fico louco quando eu te vejo. Fico te desejando –– ele dizia enquanto passava a mão no próprio rosto. Ela estava tremendo de nervosismo –– eu queria não sentir isso, mas eu desejo que você seja minha a toda hora. É algo fora do comum, que eu mesmo não entendo.
–– você ta doido Alex –– ela balançava a cabeça negativamente –– não chega perto de mim. Isso é obsessão.
–– é isso. Você me deixou obcecado por você –– ele concluiu respirando fundo –– é isso... –– murmurou –– desculpa, não quis te machucar –– ele se aproximou dela e se abaixou em sua frente.
–– SAI! –– ela gritou e se levantou saindo da sala em seguida.
Lúcio já havia ido à biblioteca, cantina, banheiros e corredor. Larissa não atendia o celular de jeito nenhum e ele não a encontrava. Voltou pra sala de aula e entrou com a permissão da professora. Sentou–se em sua carteira e ficou impaciente enquanto Larissa não chegava. Minutos após, ela bateu na porta e pediu licença a professora. A mesma estava sentada em sua mesa, já que havia uma atividade no quadro para ser feita. Larissa entrou e foi direito para a mesa dela.
–– professora eu não to me sentindo bem, a Sra. pode me liberar pra ir pra casa? –– ela sussurrou para a professora.
–– aconteceu alguma coisa Srta Ignachy? Você está pálida –– a professora observou.
–– estou com muita cólica e dor de cabeça –– ela mentiu.
–– tudo bem –– a professora concordou e assinou o termo de dispensa para a garota –– mas tome um remédio, sua cara não está nada bem.
Larissa foi até sua carteira, recolheu seu material enquanto algumas lágrimas caíram ao lembrar–se das palavras de Alex. Ela limpou discretamente, pegou sua mochila e saiu da sala de forma desesperada. Lúcio a olhava assustado e curioso. Na verdade estava preocupado com a garota. Ninguém reparou o estado que ela se encontrava, estavam mais interessados em fazer suas atividades. Ele a viu sair da sala e levantou–se em seguida, mas logo a professora o chamou.
–– Sr. Bonates –– ela falou, fazendo–o ir até a mesa –– ela está bem, apenas coisas de mulher –– a professora explicou ao reparar como o garoto havia ficado preocupado.
–– a Sra. me deixa falar com ela. Por favor? –– ele pediu encarecidamente –– é rápido.
–– cadê sua atividade? –– a professora perguntou pensativa.
Ele pegou rapidamente em sua mesa a atividade já concluída e entregou para a professora, saindo da sala sem nem mesmo a permissão. Correu pelo corredor até chegar à frente da escola, mas não a encontrou. Voltou a percorrer toda a escola enquanto ligava para seu celular, mas ela não o atendia. Depois de quase trinta minutos a sua procura, ele desistiu. Voltou para a sala de aula e ficou até terminar o ultimo tempo.
[...]
Larissa chegou em casa depois de pegar um táxi e foi direto para o banheiro. Tirou apenas sua farda, entrando no box e sentando de lingerie no chão embaixo do chuveiro. Deixou que a água caísse sobre seu corpo por longos minutos enquanto chorava. Perto do horário do almoço ela se trocou, mandou uma mensagem para os irmãos dizendo que já estava em casa devido uma indisposição na escola e ignorou todas as ligações perdidas de Lúcio.
[...]
A noite chegou e assim que Lúcio saiu do treino de handebol do clube foi direto pra casa. Tomou um banho, lanchou e deitou–se na cama com seu celular em mãos. Já havia perdido as contas de quantas vezes ligara para Larissa e ela não lhe atendera. Queria ir a casa dela, mas saberia que isso não acabaria bem. Resolveu dormir cedo, mas logo fora desperto pelo seu celular tocando. Levantou–se e o pegou desesperado, mas a ligação não era de Larissa e sim de Ana. Hesitou um tanto em atender, mas por fim, ignorou.
[...]
No dia seguinte, Larissa inventou a mesma desculpa, mas dessa vez ao seu pai, para faltar a aula. Passou o dia deitada em sua cama vendo TV. Não sabia exatamente o que estava sentindo, mas no fundo tinha medo. Muito medo do que Alex Fernandes pudesse ser capaz de fazer. Sabia que se contasse a Lúcio, essa historia não terminaria bem. E a última coisa que ela queria, era o garoto brigando de novo.
Lúcio chegou à escola e foi direto pra sala. Esperou até o sinal tocar, mas Larissa não apareceu. Estava ficando mais preocupado ainda. Mal prestou atenção nas duas primeiras aulas. Mandava mensagem atrás de mensagem para a garota, que não respondia nenhuma. Seu celular agora só dava na caixa postal. Durante a troca de professores da primeira para a segunda aula, Beth trocou de lugar com uma amiga e sentou–se atrás de Lúcio.
–– bom dia –– ela disse sorridente com o rosto próximo ao ombro do garoto.
–– ah, bom dia Beth –– ele deu um meio sorriso ao se virar pra trás.
–– você ta bem? –– ela perguntou franzindo a testa.
–– preocupado com umas coisas –– ele deu de ombros –– e você, como está? –– perguntou simpático.
–– triste –– ela fez bico e apoiou o queixo em sua mão –– muito triste.
–– o que houve? –– ele ergueu as sobrancelhas e se virou totalmente para trás.
–– fiquei esperando você na Capital sábado, mas o “depois” –– ela deu ênfase fazendo manha –– não rolou.
–– ah –– ele deu uma risada sem jeito –– desculpa, tive um problema.
–– se tivesse ficado comigo, não teria esse tipo de problema... Te garanto que a noite teria sido mais gostosa –– ela piscou e sorriu com malicia, fazendo Lúcio erguer as sobrancelhas surpreso.
–– então... –– ele disse desconcertado –– ér... Foi mal –– deu de ombros.
–– não acha? –– ela fez um gesto esperando a resposta.
–– acho o que? –– ele perguntou confuso.
–– que teria sido gostosa –– ela sorriu e mordeu o lábio.
–– sem duvidas... –– ele disse um tanto quanto interessado enquanto trocavam olhares.
–– espero que não tenha me trocado por uma confusão –– ela comentou fingindo chateação.
–– pode ter certeza que eu não faria isso –– ele disse franzindo a testa confuso.
–– então isso aqui fez parte da resolução do seu problema? –– ela disse passando a mão no rosto dele próximo ao olho roxo.
–– digamos que sim –– ele disse constrangido –– foram apenas conseqüências.
Em seguida outro professor chegou à sala de aula já entregando apostilas com assunto novo a ser estudado.
–– depois a gente continua a conversa –– ela disse se levantando e piscando pra ele.
Lúcio permaneceu olhando para ela, vendo–a rebolar até chegar à sua cadeira. Beth sentou, cruzando as pernas em seguida e mandou um beijinho pra ele, que virou de frente logo para prestar atenção na aula. Quando o sinal do intervalo tocou, ele foi apressado para a outra sala do segundo ano à procura de Liu.
–– ei –– Liu disse ao encontrá-lo –– que cara é essa?
–– to preocupado –– Lúcio disse cabisbaixo –– preciso que você me ajude.
–– isso tem a ver com você está avoado ontem no treino? –– o amigo ergueu as sobrancelhas.
–– é –– Lúcio fez uma careta –– vamos lá pra cantina.
Os dois foram andando para a mesa afastada que sempre sentavam. Lúcio foi logo explicando para Liu o que acontecia.
–– não consegui falar com a Ignachy ontem –– ele disse –– ela não voltou pra sala depois do intervalo, quando entrou estava quase uma hora atrasada, pediu permissão pra ir embora e eu a vi chorando quando saiu da sala –– ele falava agoniado.
–– calma Bonates, explica direito –– Liu disse preocupando–se também.
–– ela não me atende Liu. Não retorna. O celular está desligando agora. To preocupado –– Lúcio disse suspirando no final.
–– realmente, é estranho –– ele disse pensativo –– vou perguntar ao Fernando. Ok?
–– claro –– Lúcio deu um sorriso de canto, sentindo–se feliz.
O amigo foi lá, mas a única coisa que Nando sabia, era que ela estava “naqueles dias” e indisposta.
–– não acredito nisso –– Lúcio disse negando com a cabeça –– eu preciso falar com ela.
–– sem os irmãos verem? –– ele perguntou desconfiado.
–– só se eu faltar o treino –– ele deu de ombro –– é o único horário que eles não estão em casa.
–– pode ser –– Liu concordou.
[...]
Lúcio foi à casa de Larissa na parte da tarde, mas ninguém atendeu a porta e o celular da menina continuava desligado. Ele desistiu de falar com ela e foi para a escola, chegando atrasado ao treino. Fernandes estava lá com o time, apenas assistindo e brincando, sem poder treinar. Os dois trocaram olhares tenebrosos, mas nenhuma palavra.
Larissa havia ligado para Paula e foi passar à tarde com a amiga e Alexandre. As duas combinaram de ir pra lá de carona com a mãe de Paula, quando fosse para o trabalho. Alguns minutos depois estavam lá. Assim que abriu a porta, Ale olhou Larissa com um brilho nos olhos e a abraçou. Um abraço apertado que durou em torno de três minutos.
–– muito bom te ver também Alexandre –– Paula revirou os olhos e entrou em sua casa.
–– ciumenta –– Larissa riu se afastando do amigo.
–– eu te vejo todo dia, trocinho –– ele cumprimentou Paula com um beijo em seu rosto e depois lhe deu um empurrão.
–– então, querem comer alguma coisa? –– Ale ofereceu ao vê–las entrar na sala.
–– to com vontade não –– Larissa disse cabisbaixa.
–– mas eu quero –– Paula disse animada –– posso invadir sua cozinha? –– ela perguntou ao Alexandre.
–– invada e ataque –– ele brincou e viu Paula sair correndo saltitante para o cômodo –– o que você tem minha pequena? –– ela perguntou se aproximando dela.
–– só chateada com uma coisa aí –– Lari deu de ombros sem querer mostrar preocupação.
–– quer me contar? –– ele abaixou o olhar quando parou em sua frente.
–– não quero te encher com meus problemas –– ela deu de ombros –– e também não vai adiantar de nada. Você não vai poder me ajudar –– ela disse levantando a cabeça e encontrando o olhar dele.
–– desabafar talvez ajudasse a melhorar essa cabeçinha –– ele disse sorrindo e bagunçando o cabelo dela.
–– pode ser –– Lari deu um sorriso torto e deixou que Alexandre a puxasse pela mão para o corredor onde ficava seu quarto.
–– quando a Paula terminar de comer ela dá um jeito de nos procurar –– ele disse ao entrar no quarto.
Ascendeu as luzes, a central de ar e ligou o som, colocando uma musica em um tom baixo. Larissa se jogou na cama do amigo, o que era de costume fazer antigamente. Deitou–se de barriga pra cima e ficou brincando com um travesseiro pequeno que enfeitava a cama. Alexandre sentou–se ao lado dela na cama, com as pernas esticadas e puxou Larissa para que ela pusesse a cabeça em seu colo.
–– quer falar só comigo ou prefere esperar pela Paula? –– ele perguntou enquanto afagava seus cabelos.
–– a Paula vai me entender melhor... –– Larissa respondeu fitando o travesseiro.
–– então esperaremos Paula destruir minha despensa e depois conversaremos sobre isso –– ele disse observando–a.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, até ele resolver quebrá–lo.
–– como ta na escola? –– perguntou.
–– nada demais –– ela deu de ombros –– preferia estar junto de vocês ainda –– Lari respondeu em tom de voz triste.
–– nenhuma chance do seu pai te transferir de volta pra nossa escola? –– Ale perguntou franzindo o cenho.
–– acredito que não –– ela disse sem interesse –– o fato dos meus irmãos estudarem lá e me levarem, buscarem todos os dias...
–– eu te busco e te deixo –– ele disse interrompendo–a.
–– de bike? –– ela perguntou rindo e ele fez careta.
–– meu pai, oras –– ele deu de ombros –– passaríamos pra te buscar todos dos dias.
–– não quero incomodar seu pai, Ale –– Larissa revirou os olhos.
–– faria qualquer coisa pra ter você pra mim de volta –– ele disse olhando hipnotizado para ela, distraído.
–– hã... –– ela murmurou constrangida –– Ale, por favor...
–– desculpa –– ele balançou a cabeça quando se deu conta do que havia falado –– eu quiser dizer pra escola. A Paulinha e o Bruno também estão com saudades de você lá –– ele disse atrapalhado.
Larissa apenas sorriu concordando e se levantou do colo do amigo. Havia ficado um tanto constrangida e chateada pela forma como ele havia falado.
–– desculpa –– ele pediu novamente com cara de dó –– de verdade, eu não falo mais essas coisas.
–– ta, ta tudo bem –– ela disse olhando sem jeito pra ele –– só não me acostumei com você agindo desse jeito.
–– deita aqui então –– ele pediu.
Ela deitou–se na cama novamente, mas dessa vez ao seu lado e não em seu colo. Poucos minutos depois Paula entrou no quarto.
–– atrapalho o casal? –– ela disse sorrindo e com uma bandeja em mãos.
–– Paula! –– Larissa a repreendeu.
–– ah, desculpa –– a amiga lhe mostrou a língua –– mas é que seria tão lindo ver vocês dois juntos.
Larissa revirou os olhos com impaciência enquanto Alexandre deu um sorriso. Ele também queria aquilo. Paula se sentou na cadeira da escrivaninha e esticou–lhes um prato.
–– brigadeiro com biscoito –– ela disse sorrindo.
–– to precisando mesmo –– Larissa disse se sentando na cama e pegando um pouco.
–– fale então –– Ale pediu.
Larissa suspirou e começou a contar para os amigos sobre a briga com Fernandes. Alexandre ficou horrorizado, mas não entendeu nada.
–– perai Lari –– ele disse confuso –– você tava ficando com ele, aí terminaram e ele te ameaça assim? Do nada? –– ele olhou para as duas garotas.
–– não foi do nada... –– ela olhou desconfiada para Paula –– ele tentou transar comigo...
–– transar? –– ele perguntou assustado –– você foi pra cama com um cara desses Larissa? –– disse indignado.
–– não Ale, não fui –– Larissa se defendeu –– mas ele tentou... A força –– ela fez uma careta e deixou algumas lágrimas escorrerem pela face.
–– Larissa, isso é sério? –– Ale disse chocado.
–– promete não falar pra ninguém? –– ela pediu.
–– teus irmãos deveriam saber disso. Teu pai também –– ele disse alterando o tom de voz –– você sabia disso Paulinha? –– perguntou olhando para outra amiga que apenas assentiu com a cabeça –– vocês são doidas?
–– para Alexandre, olha como a Lari ta –– Paula disse se levantando e indo até a cama para abraçar a amiga que chorava incontrolavelmente.
–– desculpa –– Alexandre disse sentando–se ao seu lado –– mas vocês foram muito irresponsáveis.
Os três continuaram ali conversando até o anoitecer. Quando o pai de Ale chegou em casa, o garoto foi deixar as amigas. Primeiro Paula e por fim Larissa. Estacionaram em frente à sua casa e desceram do carro. Ela já estava mais calma e ria de algumas brincadeiras que ele fazia. Pararam próximo à porta da casa e se abraçaram.
–– obrigada Ale –– ela disse.
–– não precisa agradecer. Você sabe –– ele disse lhe dando um beijo no rosto.
Os dois se afastaram e ele lhe acariciou o rosto, ainda estando próximo dela. Os olhos se encontraram e ela ficou constrangida por aquilo. Abaixou a cabeça com um sorriso torto, mas ele levantou segurando em seu queixo e aproximando do rosto dela.
–– Ale... –– ela sussurrou querendo o impedir.
–– Ignachy –– uma voz grossa soou atrás de Alexandre, fazendo a garota estremecer.
–– oi Bonates –– Larissa disse atônita.
–– o que ta acontecendo aqui? –– ele perguntou de testa franzida, muito irritado.
–– hã... –– ela ficou imóvel, não sabia o que falar.
–– era só o que faltava... –– Alexandre sussurrou bravo.
–– ta rolando alguma coisa e eu não to sabendo? –– Lúcio cruzou os braços fitando a garota.
–– ô meu irmão, não ta vendo que você ta atrapalhando –– Ale disse irritando–se também.
–– fica na tua, que meu papo não é com você –– o garoto respondeu fazendo Alexandre ficar de frente a ele.
–– ah não gente, não comecem –– Larissa disse chateada.
–– o que você tava fazendo com esse babaca? –– Lúcio perguntou olhando–a –– hein Ignachy? –– ele insistiu –– to te ligando há três dias e você não me atende, não me retorna...
–– eu não quero falar com você Bonates –– ela disse interrompendo–o.
–– por quê? O que eu fiz? –– perguntou indignado –– o que aconteceu contigo na escola? Eu te vi chorando antes de sair.
–– ficou surdo mané? Não ta ouvindo que ela não quer falar com você? –– Alexandre disse indo para cima de Lúcio e o encarando.
–– acho que o único tapado aqui é você. Vai demorar pra perceber que ta sobrando? –– Lúcio disse o fitando também.
–– Ale para –– Larissa pediu, segurando em seu braço, mas o amigo não se virou para olhá–la –– você também Bonates.
–– segura o teu amiguinho aí, porque depois ele vai se arrepender de ser valentão –– Lúcio disse contendo a raiva.
–– Alexandre –– ela o chamou –– Ale –– chamou novamente e o garoto se virou de frente a ela –– tudo bem, vou conversar com ele –– disse olhando para Lúcio e depois para o amigo.
–– tem certeza? –– o amigo perguntou preocupado.
–– sim –– ela concordou séria e ele a olhou como se quisesse perguntar mais uma vez –– tenho certeza Ale, preciso mesmo falar com ele.
–– ainda diz que não é moco –– Lúcio disse rindo com ironia –– quer confirmar mais uma vez?
–– Bonates, para! –– Larissa o repreendeu irritada.
–– deixa Lari –– ele disse um tanto decepcionado, ignorando Lúcio –– se você quer, vai lá. Mas ainda acho desnecessário –– ele insistiu.
–– se liga que a única coisa desnecessária aqui é você –– Lúcio retrucou sorrindo cínico.
–– meu deus! –– Larissa resmungou impaciente –– depois a gente se fala Ale –– ela lhe deu um beijo no rosto e foi até ao lado de Lúcio.
–– certeza que ta bem, né? –– Alexandre insistiu a fitando.
–– to sim –– ela assentiu com a cabeça –– obrigada por hoje –– deu um sorriso de lado.
–– de nada minha pequena –– ele se aproximou e passou a mão no rosto de Larissa, fazendo Lúcio bufar –– quando precisar é só me ligar que eu venho ficar com você ou te buscar pra fazer o que quiser –– Ale disse sorrindo.
–– eu sei que posso contar com você –– Larissa sorriu e o abraçou.
–– você sabe que eu faço qualquer pra ver um sorriso lindo nesse rosto –– ele sussurrou no ouvido dela, mas Lúcio ouviu já que estava ao lado.
–– valeu Ale –– ela sorriu sem jeito.
–– acabou o drama? Então vaza moleque –– Lúcio resmungou impaciente e Larissa o repreendeu com o olhar.
–– não sei como você consegue conversar com um animal desse –– Alexandre disse revirando os olhos.
–– ela já está acostumada a falar com você –– Lúcio deu de ombros.
Alexandre o olhou furioso e estava prestes a apontar o dedo na cara de Lúcio quando Larissa o puxou pelo braço.
–– vamos Ale –– ela disse e foram até o carro.
Deram um beijo no rosto e ele entrou no carro, mas antes que saísse, abaixou o vidro e chamou Larissa que já estava se aproximando de Lúcio novamente.
–– quer que eu espere você entrar em casa? –– Ale perguntou.
–– não precisa se preocupar não amiguinho, que na minha casa, quem cuida dela, sou eu –– Lúcio piscou pra ele e puxou Larissa pela mão.
Alexandre ficou os olhando com ódio enquanto Lúcio e Larissa atravessavam a rua apressadamente.
–– porque você fala desse jeito com as pessoas, hein?! –– ela perguntou nada contente.
–– como eu falo? –– ele franziu a testa sem olhá–la.
–– sempre com sarcasmo –– ela disse revirando os olhos –– só falta dizer que não percebe. Porque faz isso?
–– porque o sarcasmo é a forma de insultar idiotas sem que eles percebam... –– ele respondeu se divertindo e ela só balançou a cabeça negativamente.
Os dois adentraram o quarto dos fundos e ela foi logo sentando no sofá, pondo a mão no bolso para pegar o celular que vibrou.
–– esse babaca já mandou msg? –– Lúcio perguntou sentando ao lado dela.
–– para de chamá–lo assim, Bonates –– ela disse irritando–se.
–– “Qualquer coisa me liga. Te amo” –– ele leu a msg com voz de nojo –– cara grudento, chato, abusado –– Lúcio resmungava –– pede pra ele fazer um favor? –– falou pra Larissa.
–– o que? –– ela perguntou entediada.
–– se matar –– ele falou levantando–se.
–– aí Bonates, você sabe muito bem que Alexandre é só meu amigo. Meu melhor amigo –– Larissa explicou deitando–se no sofá.
–– melhor amigo de mulher não existe, Ignachy –– Lúcio revirou os olhos enquanto bebia água –– ou ele é gay ou ele quer você.
–– uma hipótese anula a outra e gay ele não é –– ela deu de ombro distraída.
–– hum? –– ele ergueu as sobrancelhas –– vocês já ficaram?
–– não Bonates. Eu o considero só meu amigo –– ela disse sem interesse.
–– pensamentos contraditórios. Adoro isso –– Lúcio disse com um meio sorriso.
–– detesto quando você é sarcástico –– ela disse com cara de tédio.
–– vou tomar um banho. Espera aí –– ele disse pegando uma toalha que estava sobre a cadeira –– to imundo do treino.
–– é o jeito, né?! –– ela deu de ombros e ligou a TV.
Minutos depois Lúcio saiu do banheiro, com o corpo molhado, cabelos bagunçados, apenas enrolado com a toalha na cintura. Larissa o olhou de cima a baixo e corou. Ele sentou–se ao lado dela no sofá e a olhou.
–– aff, vai se enxugar, vai –– ela resmungou.
–– precisa não –– ele disse sorrindo –– você já ta me secando –– piscou pra ela que revirou os olhos.
–– vai por uma roupa então –– ela disse olhando pra TV.
–– Ignachy, do que você tem medo? –– ele perguntou se ajeitando no sofá.
–– não tenho medo –– ela disse o olhando com receio.
–– parece –– ele deu de ombros.
–– a respeito do que? –– ela perguntou interessada.
–– de mim –– ele disse pensativo –– eu já disse que não vou fazer nada que você não queira, mas você parece ter medo de me ter por perto.
–– com esses trajes eu tenho medo é de mim –– ela sussurrou e ele gargalhou.
–– vou me vestir –– ele balançou a cabeça negativamente e se levantou.
–– no banheiro, por favor –– ela pediu.
Ele fez uma careta e foi. Voltou trajando um short de elástico, que ficava abaixo do cós da cueca, mostrando a barra, e uma regata branca. Tinha os cabelos penteados de forma aleatória e exalava um perfume que chamou atenção da garota.
–– então –– ele disse deitando ao lado dela.
–– então o que? –– ela o olhou franzindo a testa.
–– o que aconteceu na escola? –– ele ergueu as sobrancelhas.
–– me chateei com uma coisa –– ela disse sem querer entrar em detalhes.
–– com o que? –– ele insistiu –– ou melhor, com quem?
Ela não respondeu, continuou a ver TV e a mudar de canal.
–– Ignachy? –– ele chamou sua atenção, mas ela não o olhou.
Lúcio então segurou em seu rosto e o virou delicadamente para si. Os olhos azuis de Larissa estavam vermelhos e úmidos.
–– não quero falar –– ela choramingou.
–– to preocupado contigo pequena –– Lúcio disse calmo –– me conta o que foi.
Larissa abaixou a cabeça e começou a chorar, deixando–o mais assustado do que estava. Ele aproximou–se dela e a puxou para si. A garota encaixou a cabeça em seu peito e permaneceu chorando enquanto ele lhe afagava os cabelos. Depois de um tempo as lágrimas foram cessando e ela as enxugando.
–– posso te perguntar uma coisa? –– ela o olhou.
–– claro –– ele lhe deu um selinho e sorriu.
–– você tem namorada? –– ela perguntou amedrontada.
–– hã... Não –– ele franziu a testa, falando a verdade, já que atualmente não estava mais com Ana –– porque isso? De onde tirou isso?
–– nada... –– ela deu de ombros.
–– fala Larissa –– ele pediu cerrando os olhos.
–– é só uma curiosidade Bonates –– ela falou se alterando –– já que você não quer assumir nada entre a gente esse poderia ser um motivo.
–– nada a vê –– ele disse chateado.
Ela voltou a deitar–se sobre o peito dele e ficaram abraçado um tempo em silêncio. A cabeça de Larissa dava voltas com as palavras de Fernandes sobre Lúcio. “ele não é quem aparenta ser. Ele não é só aquilo que você ver. E se superficialmente ele já é daquele jeito, imagine quando você descobrir as coisas que ele faz.”
–– você confia em mim? –– ela perguntou do nada.
–– o que você quer dizer? –– ele a olhou surpreso.
–– você confia em mim Bonates? –– ela insistiu.
–– confio... –– ele disse sem ter certeza.
–– então me diz com que tipo de coisa você se mete? –– ela falou respirando fundo.
–– vai começar? –– ele resmungou, sentando–se na cama.
–– se você confia em mim, me fala –– ela implorou.
–– não é coisa pra você Ignachy. Não quero você envolvida nisso –– ele disse fitando chão.
–– não entendo... –– ela balançou a cabeça negativamente –– diz que confia e não me conta nada.
–– só faço isso pra te proteger –– ele a fitou –– não sei o que seria capaz de fazer se algo de ruim acontecesse com você –– disse com a voz doce, fazendo–a derreter–se.
–– acho que eu sei o que você faria... –– ela entortou os lábios –– mais de um mês e o Fernandes ainda ta mal.
–– aquele idiota... –– Lúcio bufou –– esquece ele. Deita aqui comigo –– ele a puxou pela mão.
Larissa caiu em seu colo e ele passou a acariciar seu braço.
–– eita sujinha –– Lúcio disse rindo ao ver uma pequena mancha escura em sua pele.
–– suja? –– ela franziu a testa enquanto ele ainda ria.
–– aqui ô –– ele passou o dedo com força para limpar e ela gemeu de dor, puxando o braço em seguida –– o que foi? –– ele perguntou confuso.
–– machucou –– ela disse com os olhos amedrontados e se encolhendo no sofá.
–– me deixa ver isso –– ele pediu e ela não se moveu –– Ignachy você ta me escondendo alguma coisa? –– perguntou já se irritando.
Ela abaixou a cabeça e respirou fundo. Sabia que não iria conseguir esconder isso de Lúcio por muito tempo. Ele se aproximou dela e puxou sua blusa pra cima, fazendo–a tirar. Olhou no braço da garota e tinha cinco marcar roxas. Lúcio olhou atônito e pôs a mão sobre o braço de Larissa verificando se as marcas correspondiam ao o que ele imaginava. Eram dedos.
–– quem? –– ele perguntou olhando–a incrédulo.
–– Alex –– ela sussurrou com as lágrimas caindo novamente.
–– o que ele fez contigo? –– Lúcio perguntou com calma.
–– me trancou em uma sala e falou muitas coisas pra mim. Inclusive de você –– ela falou ainda sem olhá–lo.
–– e essas manchas apareceram como? –– ele insistiu.
–– ele me puxou para a sala e depois apertou meu braço porque eu não queria me aproximar dele –– Lari enxugou as lágrimas e vestiu sua blusa –– disse que me quer pra ele. Que eu o deixo louca. Que você mexia com coisas sujas. Que tinha namorada. Que não aparentava ser o que era –– ela falava tudo pausadamente enquanto chorava mais.
–– meu deus! –– Lúcio exclamou –– esse cara não tem noção das coisas... –– disse impressionado.
–– promete não fazer nada? –– ela o olhou com suplica –– não quero que nada aconteça a você.
–– claro, claro... –– ele disse mentindo –– deita aqui.
Lúcio deitou–se no sofá e Larissa deitou em seu braço. Ele acariciou seu rosto, enquanto ela tinha os olhos fechados. Aos poucos ele se aproximou, resolvendo matar a saudades de sua boca. Deu–lhe um selinho e em seguida a garota entreabriu os lábios, dando passagem para a língua dele. Os corpos se uniram, mas o beijo continuava calmo. A mão dela entrou pela blusa dele, acariciando as costas e a dele acariciava seu pescoço. Durante o beijo, algumas lágrimas dela escorreram, fazendo–o parar com selinhos.
–– o que foi? –– ele perguntou.
–– me desculpa –– ela disse franzindo os lábios.
–– pelo o que? –– ele ergueu a sobrancelha.
–– por como eu lhe tratei. Fiquei chateada pelas coisas que o Alex falou, aquilo me afetou demais –– ela sorriu torto –– e obrigada por ter se preocupado comigo.
–– eu sempre vou cuidar de você, ta? –– ele disse lhe dando um selinho e depois mordendo o lábio inferior dela.
–– saudades disso –– ela disse olhando para aos lábios carnudos dele.
–– você não imagina o quanto –– ele disse voltando a beijá–la.
Permaneceram naquele doce beijo por alguns minutos, mas em questão de meia hora, ela pegou no sono. Lúcio a observou dormir, reparando nas marcas em seu braço. Um ódio por aquele garoto lhe consumia. Alguma coisa ele faria. Qualquer coisa, na verdade.
[...]
Autor(a): raquel_gomes
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No dia seguinte Larissa saiu cedo da casa de Lúcio, mas nenhum dos dois foi pra escola. Ele esperou pelo horário dos treinos para se acertar com Fernandes. Não deixaria aquilo barato. Assim que deu o horário, Lúcio estacionou seu carro no estacionamento da escola e desceu com sua mochila. Os garotos do time já estavam dentro de quadr ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 111
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kaytibatista Postado em 29/03/2019 - 16:36:36
alguém sabe de a piu tá escrevendo ainda web novelas e aonde ?
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thceles Postado em 11/09/2015 - 13:08:33
Aonde encontro capítulos anteriores?
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mahri Postado em 17/09/2013 - 19:24:40
vai postar a outra quando? Coloca o link aqui quando começa ok?
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samandra Postado em 17/09/2013 - 18:30:45
Adorei a web *-*
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mahri Postado em 17/09/2013 - 15:59:15
Aí que lindo *-* pena que acabou :,( eu amei
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mahri Postado em 16/09/2013 - 23:12:20
ownt *o*
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samandra Postado em 16/09/2013 - 18:53:51
Que lindo *-*
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mahri Postado em 15/09/2013 - 00:46:52
o que esta acontecendo que vc nao postou?...
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mahri Postado em 14/09/2013 - 21:22:43
Menina posta maissss!!!
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samandra Postado em 13/09/2013 - 16:05:08
Nossa posta mais!!