Fanfics Brasil - Capitulo 148 NOSSO AMOR E ÓDIO ETERNO

Fanfic:  NOSSO AMOR E ÓDIO ETERNO


Capítulo: Capitulo 148

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[alguns dias depois...]


 


Havia se passado quase duas semanas. Faltava apenas uma para as férias do meio do ano. Apesar de ainda chorar todas as noites e não querer ver Lúcio por perto, Larissa tinha se animado um pouco com a viagem em família. O jantar com a Andréia foi tranqüilo. Tantos os garotos, quanto Larissa haviam gostado dela. Claro, que houve ciúmes da parte da garota, mas a namorada do pai parecia entender aquilo. Pretendia ser uma amiga e não concorrente do amor de Hector.


 


Na ultima semana de aulas, as coisas estavam diferentes. Nando e Mateus voltaram a se falar, mas não falavam com Igor, que mal sabia o porquê. O garoto e Paula estavam saindo com mais freqüência. Finais de semana e durante a semana também, para programas calmos. As maiorias das vezes iam apenas os dois. Mesmo ainda ficando com algumas garotas na balada e dormindo com outras certas vezes, o lance com Paula estava legal. Eles se curtiam de um jeito diferente, não era apenas beijos ou pegação. O sentimento era diferente, não sabiam explicar. Gostavam da presença do outro, mas não eram apaixonados. Talvez fosse a forma que encontraram de um suprir a necessidade do outro em relação ao amor.


 


Já Júlio e Larissa estavam mais amigos. Sempre conversavam e o garoto lhe dava mais força a cada dia. A amizade havia se tornado mais forte até que as investidas dele, mas mesmo assim não desistia. Apesar de que vê–la ali, chorando por outro garoto, não era confortante para si. Encontrava–se um pouco estranho nessas ultimas semanas por conta disso. Doía saber que ela nunca seria dele como queria. Lúcio percebera como o irmão estava, mas não sabia o porquê. Afinal, ele próprio estava cada vez pior. Nunca havia chorado e se martirizado por qualquer menina que fosse, como estava fazendo agora. A dor de tê–la perdido era forte. Passou a faltar as aulas e passava as madrugadas fora com Muniz. Até de Liu, ele havia se afastado. Vê–la com Júlio na escola era difícil e não havia palavra que o confortasse. Seu celular passava mais tempo desligado do que funcionando. Beth e Ana ligavam insistentemente. Ele ligava o aparelho apenas para telefonar para Larissa que nunca atendeu nenhuma das suas ligações. Ana enviara várias mensagens, relembrando–se que mês seguinte seria a comemoração de um ano de “namoro” caso estivessem juntos. A garota queria a qualquer custo voltar com Lúcio, enquanto o garoto se quer pensava nisso.


 


[...]


 


Era sexta-feira e não haveria educação física e nem treino naquele ultimo dia de aula. Paula e Larissa estavam no quarto, vendo filme e comendo pipoca. Larissa chorava ao ver um filme romântico e Paula apenas consolava a amiga, mas no fundo ainda estava chateada pelas palavras de Nando. Depois daquele dia Mateus passou a insistir mais com Paula, mas era diferente da forma como fazia antes. Parecia estar mais cauteloso e muito mais ciumento. Elas estavam distraídas quando a campainha tocou e logo Olga subiu.


–– Larissa tem um rapaz querendo falar com você. Eu não conheço –– Olga disse.


–– hã? –– Lari disse se sentando na cama –– eu já vou lá Olga. Obrigada.


 


Larissa desceu e deu de cara com Liu sentado em sua sala. Ela deu um sorriso de lado e sentou ao lado do garoto.


–– oi Liu –– deu um beijo em seu rosto.


–– oi Lari. Como você ta? –– ele perguntou sorrindo.


–– ótima –– ela suspirou e Liu riu.


–– e de verdade, como você está? –– ele ergueu as sobrancelhas.


–– péssima Liu –– ela fez uma careta –– ainda não sei por que ele fez isso comigo –– algumas lágrimas começaram a cair e ela pôs uma almofada na cara –– que vergonha, não paro de chorar feito uma boboca.


–– ei, ei –– Liu tirou a almofada e a fitou –– Lari, não precisa ter vergonha de mim –– ele sorriu –– eu entendo bem o que você ta passando. Uma traição dessas machuca demais.


–– e como Liu –– ela limpou as lágrimas e abaixou a cabeça –– eu me entreguei pro Bonates de um jeito... –– o olhou e sorriu –– eu estava apaixonada. Pela primeira vez. Foi meu primeiro envolvimento mais sério e ele me faz isso...


–– olha –– Liu suspirou –– eu não vim aqui pra defendê–lo, nem pedir pra você o perdoar. Mas eu estava lá. Eu vi o que aconteceu. Ela realmente deu em cima dele e aquela não foi a primeira vez Larissa...


–– ela dá em cima de todos, Liu –– Larissa o interrompeu –– ela já ficou com quase todos meninos do time... –– disse enojada –– do grupo de vocês ela só não pegou você e o Souza.


–– e eu nem quero –– ele Liu fazendo careta –– confesso que ela é uma tentação, mas não faz meu tipo.


–– mas faz o tipo do Bonates –– ela disse revirando os olhos e se deitou no sofá –– me diz Liu, eles só ficaram mesmo? –– ela o olhou angustiada.


–– isso faz diferença, Larissa? –– ele a olhou e ergueu as sobrancelhas.


–– não... Nenhuma –– ela choramingou –– mas isso é um sim?


–– não. Isso foi apenas uma pergunta, mas não rolou não –– ele sorriu de lado.


–– me conta como foi –– ela pediu se sentando.


–– ah Lari, chega de ficar sofrendo, né? –– Liu disse balançando a cabeça negativamente e torcendo os lábios, mas ela lhe suplicava pelo olhar –– ta... Estávamos sentados na boate, eu tava ficando com a Áurea e ele sozinho. Quando eu olhei, a Beth estava dançando na frente dele e do nada a doida sentou no colo dele e o beijou. Depois ele a tirou do colo e foi para o carro. Eu fui atrás e ele estava arrependido, socando o volante.


–– aposto como ficaram maior tempo nesse beijo... –– ela disse fechando os olhos e suspirando –– eu vejo como ele olha pra ela, Liu. Ele olha com desejo... Não sei por que ele não transou com ela ainda...


–– porque ele gosta de você, Larissa. Para com isso –– Liu a interrompeu.


–– se gostasse não faria isso Liu. Para de defendê–lo –– ela retrucou.


–– ta. Não tem nada que eu fale ou faça que mude isso. O lance é que vocês estão nessa depressão sem fim e eu não gosto disso –– ele disse chamando a atenção dela –– dá pra ver na tua cara que você está péssima. E ele não ta diferente –– Larissa abaixou a cabeça e voltou a chorar, logo Paula desceu e se sentou ao lado da amiga, sem interromper Liu –– ele ta horrível, Larissa. O Lúcio não vai mais pra aula. Ele passa a madrugada toda fora. Eu não sei com o que ele se mete, mas você sabe que é coisa pesada. O Júlio veio falar comigo, mas não sabemos o que fazer.


–– ele ta se machucando muito? –– ela levantou a cabeça e o olhou de um jeito assustada.


–– ta... –– ele franziu os lábios e respirou fundo –– todo mundo já percebeu que ele ta diferente no treino. Na verdade, ele ta pior do que era antes. Ta mais agressivo em quadra. Calado. Não tem um dia que não chegue machucado lá. E não tem um dia que ele e o Fernandes não brigam. Praticamente todo treino é troca de ofensas e empurrões. Só faltam se esmurrarem em quadra. O Júlio disse que conversou com o treinador da academia, que tentou conversar com Lúcio, mas ele também não quis. Ele chega, treina e vai embora... –– Liu falava tudo de uma vez –– ele até arrumou briga com o Mateus um dia desses por causa de um jogo amistoso.


–– com o Mateus? –– Paula perguntou assustada.


–– é, o Lúcio foi brigar com um cara do outro time e o Mateus foi separar e sobrou pra ele. O Lúcio foi expulso do jogo e tenho medo que ele não seja expulso do time –– ele fez uma cara de preocupação enquanto as duas o olhavam assustadas.


–– não imaginava que ele estivesse assim... –– Larissa disse boquiaberta –– mas não tem nada que eu possa fazer Liu. Eu não vou voltar pro Lúcio depois do que ele me fez –– ela o olhou com os olhos molhados –– sinceramente? Não queria nem conversar com ele. Eu evito vê–lo lá pela escola... Nem tinha percebido que ele não estava indo.


–– você gosta dele, Larissa? –– Liu perguntou intimidando–a, mas ela não respondeu –– tudo bem, não precisa admitir pra mim. Apenas pense nisso. Se você sente alguma coisa por ele ainda, vá lá. Fale com ele. Apenas converse. Não estou pedindo pra você voltar com ele. Só que tente entender a cabeça dele. Ele precisa de ajuda e não aceita que ninguém faça isso.


–– não sei se eu consigo –– ela disse apavorada.


–– se não for lhe fazer bem, não vá –– Liu disse compreensivo –– mas eu vim te procurar como a última alternativa. Júlio não sabe nada do que está acontecendo, apenas está preocupado com o irmão. Só que eu tenho notado também o Júlio estranho, por isso eu não quero afoitá–lo mais ainda.


–– eu também notei –– Larissa disse pensativa –– e quanto ao Lúcio, posso pensar?


–– claro –– Liu sorriu –– vou a casa dele agora.


 


As duas assentiram e o garoto saiu.


–– o que você vai fazer? –– Paula perguntou.


–– não sei. Sinceramente, to preocupada com ele –– Larissa disse pensativa –– acho que vou mais tarde lá.


 


[...]


 


Lúcio desceu para a cozinha próximo à uma hora da tarde para almoçar. Júlio o chamara e apesar de como estava agindo, resolveu ir comer com o irmão dessa vez. Os dois sentaram–se à mesa e se encararam. Poucos minutos depois Eduardo chegou. Lavou as mãos, cumprimentou Nair e sentou–se à mesa.


–– família reunida –– ele sorriu.


–– mas não completa –– Lúcio disse sem olhá–lo, referindo–se à sua mãe.


–– realmente... –– Eduardo sussurrou sem graça –– também sinto falta dela. Fui a casa dela de novo –– ele disse e se calou, os dois o olharam rapidamente.


–– e aí? –– Lúcio perguntou ansioso.


–– ela ta bem –– ele sorriu de lado –– a chamei pra vir aqui. Chamei pra jantar também. Mas ela não quis. Disse que não se sente preparada pra vocês, porque tem vergonha de tê–los abandonado.


–– nós entendemos que as coisas não funcionaram assim... –– Júlio disse esperando uma confirmação do irmão.


–– inicialmente não, pois ela não teve alternativa, mas depois... –– Lúcio disse fitando o prato enquanto mexia com a comida, já que estava sem apetite.


–– você não está preparado para perdoá–la Lúcio. Como vai querer revê–la com toda essa raiva? –– Eduardo perguntou.


–– eu queria vê–la –– Lúcio disse –– acho que um abraço já seria o suficiente pra mim –– sorriu fraco enquanto os olhos enchiam–se de lágrimas.


 


Eduardo e Júlio se olharam e depois olharam para Lúcio, que permanecia de cabeça baixa comendo. O assunto morreu ali. Nenhum dos três estava à vontade para continuar. Minutos depois o pai observou Lúcio e seus machucados.


–– o que aconteceu dessa vez? –– Eduardo perguntou de forma tranqüila, mas ele ignorou –– Lúcio! –– o chamou, fazendo–o erguer a cabeça.


–– nada –– Lúcio disse seco.


–– e esses machucados? –– ele ergueu a sobrancelha.


–– briguei com um moleque na rua –– ele se limitou a dizer –– coisa pouca.


–– isso nunca é coisa pouca, filho –– Eduardo disse preocupado –– você ta todo machucado. Já cuidou disso? Tenho medo dessas coisas que você se mete. Vai que algum louco faz alguma coisa contigo. Não sei do que eu seria capaz –– disse distraído servindo suco. Lúcio e Júlio o olharam impressionados pela forma carinhosa de como tratava o filho.


–– eu sei me cuidar –– ele sorriu de lado, sem mostrar os dentes. Pela primeira vez se sentiu bem vendo que o pai estaria preocupado com ele.


–– qual foi o motivo da briga agora? –– Júlio perguntou franzindo os lábios –– espero que não seja com ninguém do time.


–– não foi. Não foi nada. Ta tudo bem. Tudo do mesmo jeito... –– ele deu de ombros.


–– problema é esse Lúcio... Ta tudo do mesmo jeito de antes. Você havia melhorado. O que está acontecendo com você? –– Júlio perguntou um pouco impaciente.


–– já disse que nada. Ok? –– Lúcio disse irritando–se –– dá pra mudar de assunto?


–– ok Lúcio –– ele disse revirando os olhos e bufando.


–– e você, Júlio? Anda quieto –– o pai olhou para o filho.


–– conta aí –– Lúcio pediu enquanto ainda comia mesmo que sem vontade.


–– algo me incomoda –– ele disse largando os talheres na mesa e apoiando os cotovelos –– eu achei que tinha superado, mas descobri que eu não superei.


–– superou o que? –– Lúcio franziu a testa.


–– a Larissa... –– Júlio abaixou a cabeça e Lúcio suspirou. Apenas em ouvir o nome da garota, seu coração acelerava e o corpo estremecia. Eduardo havia percebido a expressão de Lúcio –– ela ta mal pra caramba por causa de um garoto que a traiu e eu to dando uma força, sabe?


 


Lúcio abaixou a cabeça, voltando a mexer com os talheres no prato. Eduardo ergueu as sobrancelhas surpreso, sem entender bem de que garoto Júlio falava.


–– e quem é esse garoto? –– ele perguntou curioso.


–– não sei pai. Ela não me diz e eu também não faço muita questão de saber –– Júlio disse sem jeito.


 


O pai então olhou para o irmão que agora não tinha expressão nenhuma. Os olhares dos dois se encontraram e Lúcio tinha lágrimas prestes a escorrer. O clima tenso logo fora interrompido por Júlio.


–– eu gosto dela pra caralho. Vocês não têm noção –– Júlio sorriu e pôs as mãos no rosto –– é muito difícil ta ali ao lado, pagando de amigo, enquanto ela sofre por causa de outra pessoa. Isso ta me matando, sabe?


–– talvez eu entenda... –– Eduardo disse sem jeito, largando os talheres na mesa.


–– eu realmente poderia fazê–la feliz. Eu faria qualquer coisa pra isso... Bastava uma chance –– Júlio disse esperançoso.


–– já conversou com ela sobre isso? –– Lúcio perguntou amedrontado.


–– não, mas pretendo. Estou esperando ela melhorar –– Júlio disse encostando–se as costas na cadeira.


–– e se ela não quiser? –– Lúcio ergueu as sobrancelhas.


–– se ela não quiser... –– ele suspirou –– aí não posso fazer nada.


–– é complicado filho... –– Eduardo disse sem saber o que falar.


–– é, pai. Demais. Achei que eu fosse conseguir apenas ser amigo, mas não dá. Pra mim não dá –– Júlio suspirou, fez uma careta e se levantou –– vou deitar um pouco. Ta?


–– ta. Melhoras. E pensa bem no que você vai fazer –– o pai disse e Lúcio apenas assentiu com a cabeça para o irmão.


 


Assim que o irmão saiu da cozinha. Pai e filho se olharam. Lúcio se levantou, mas antes de sair da cozinha, o pai lhe chamou. Ele então parou e cruzou os braços, encostando–se no balcão. Nair que também estava na cozinha, saiu da mesma, entendendo o que aconteceria ali.


–– quer me contar algo? –– ele perguntou parando em frente ao filho.


–– não –– Lúcio disse com se fosse obvio.


–– Lúcio... –– o pai lhe chamou atenção.


–– Eduardo, por favor, ta? –– ele disse se chateando e virou–se pra sair.


–– você a traiu por quê? –– Eduardo falou mesmo que contra a vontade de Lúcio –– eu sei que você ama demais seu irmão e sempre abdicou de muitas coisas por causa dele, então não seria uma garota que faria você estragar tudo. Ela deve ser muito especial pra você –– ele despejou as palavras e Lúcio parou, ficando de costas.


–– eu sou apaixonado por ela –– Lúcio disse antes mesmo de virar–se –– foi algo idiota, inconsciente, um beijo sem sentindo nenhum, que completamente me fugiu do controle –– ele se virou e olhou para o pai –– eu escondi isso dela por dois meses, porque sabia que ela não ia aceitar.


–– porque não contou antes? –– o pai se aproximou dele.


–– pensei que ela não descobriria, já que isso não mudou meus sentimentos por ela –– ele respondeu chateado.


–– mas ai ela descobriu, foi isso? –– Eduardo perguntou e Lúcio assentiu –– e o que você ganhou escondendo? –– ele ergueu as sobrancelhas.


–– ganhei dois meses juntos dela –– ele sorriu –– e eu fui muito feliz nesse tempo.


–– mas foi egoísta –– o pai disse quase impondo aquilo –– você a enganou e mentiu para ela. Talvez a mentira tenha doído mais do que a própria traição...


–– você tem razão –– ele abaixou a cabeça e suspirou –– agora não importa mais. Eu a perdi.


–– e o Júlio? –– Eduardo perguntou curioso –– você acha que eles...


–– eles já tiveram algo, então não sei se rolaria. Mas se rolar, fico feliz por ele –– Lúcio disse sorrindo de lado.


–– você mente muito mal, menino –– ele riu.


–– ah... –– ele deu uma risadinha irônica –– não queria que eles ficassem juntos, mas acho que no momento ele vai fazer bem a ela. Então se for pra ela ser feliz, eu abro mão.


–– abrir mão? –– pai lhe olhou surpreso.


–– se ela tem algum tipo de sentimento por mim, logo ela vai esquecer... –– Lúcio suspirou –– deixarei o caminho livre pro Júlio.


–– mas... –– Eduardo iria falar algo que impedisse o filho.


–– não conta nada pro Júlio. Ta? –– Lúcio pediu virando–se para sair.


–– o que você vai fazer Lúcio? –– ele perguntou confuso.


–– tchau pai. Valeu –– disse franzindo os lábios e deu alguns passos –– desculpa. Eduardo –– se corrigiu e olhou pra trás.


 


Eduardo estava parado de braços cruzados sorrindo.


–– “pai e desculpa” em uma única frase é muita emoção pra mim –– ele disse e Lúcio riu –– só falta um abraço.


–– não exagera –– Lúcio revirou os olhos, mas mesmo assim o pai lhe puxou e lhe abraçou.


–– eu ainda acho que você deveria ir atrás dela... –– ele sussurrou.


–– o Júlio gosta dela –– Lúcio disse como resposta.


–– e você também, Lúcio –– o pai franziu a testa quando se separaram –– vai mesmo deixá–la pra ele? –– perguntou indignado.


–– ela vai ser mais feliz com ele... –– ele sorriu fraco.


–– você que sabe –– o pai disse desistindo –– é a sua felicidade que está sendo jogada fora. Eu acho que você a ama, mas se não você não quer lutar por isso... Ainda acho que o Júlio teria que concordar com isso, mesmo que demorasse pra aceitar. Acredito que ele não goste dela do mesmo jeito que você.


–– agora tanto faz –– ele deu de ombros –– não fala nada pro Júlio não, ta?


–– claro que não –– Eduardo sorriu –– mas saiba que eu apoio você se decidir fica com ela.


 


Lúcio sorriu e saiu da casa, indo para o quarto dos fundos. Sentia–se melhor após a conversa com seu pai, mas estava decidido. Abriria mão de Larissa par que ela pudesse ser feliz com Júlio. Independente de qualquer coisa.


 


[...]


 


No final da tarde Larissa resolveu ir procurar Lúcio. Ligou para Liu e fez com que a certificasse que ele estaria em casa, no quarto dos fundos. Ela caminhou até lá e bateu na porta. Segundos depois Lúcio abriu. Ele vestia apenas um short e tinha alguns machucados espalhados pelo corpo e rosto. Ela o olhou surpresa e ele mais ainda. Encararam–se por quase dois minutos, quando ele resolveu quebrar o silencio.


–– entra... –– disse sorrindo fraco.


–– oi Lúcio –– ela disse e entrou, encostando–se à estante de livros e DVDs.


–– oi Larissa –– ele disse parando em sua frente.


 


Olharam–se por mais algum tempo, até ela desviar o olhar até o sofá.


–– o que aconteceu com você? –– perguntou Larissa.


–– nada –– ele deu de ombros.


–– está machucado de novo... –– ele sussurrou e sorriu pra ele.


–– é que não tenho mais com quem ficar de madrugada e muito menos alguém pra cuidar de mim... –– ele disse esboçando um sorriso sem jeito.


–– eu... Eu... –– ela disse atrapalhada –– eu vim aqui pra saber como você ta. Nunca mais te vi pela escola.


–– ultimamente você tem estado o tempo todo com o Júlio –– ele falou com semblante sério –– talvez por isso que não tenhamos nos visto.


–– isso não é verdade –– ela riu franzindo a testa.


–– não? –– Lúcio ergueu a sobrancelha e ela revirou os olhos.


–– ta difícil, ok Bonates? –– Larissa disse impaciente –– ta doendo, não to legal e o Júlio tem me dado muita força.


–– não to recriminando –– ele deu de ombros como se não ligasse.


–– mas não ta rolando nada, antes que você pense alg... –– ela começou a falar como se quisesse explicar aquilo.


–– não to pensando nada –– ele a interrompeu falando grosso –– e mesmo que pensasse, porque me interessaria? –– ergueu a sobrancelha parando em sua frente.


–– desculpa, eu... –– Larissa disse assustada.


–– você quis terminar, não foi? –– ele ergueu as mãos, gesticulando–as e alterou o tom de voz –– não temos mais nada. Então você faz o que quiser da sua vida.


–– ok, Lúcio. Entendi –– ela disse com a voz tremula.


–– e está me dando explicação por quê? –– perguntou sorrindo irônico.


–– por que... –– ela riu sem acreditar naquilo –– porque eu sou uma babaca –– balançou a cabeça negativamente –– eu vim aqui ver como você estava, porque tenho escutado coisas ruins de você. Fiquei preocupada. Mas pelo visto, foi à toa –– ela sorriu e abaixou a cabeça –– não vou ficar levando patada desnecessária. Você errou e ainda está cheio de razão.


–– com certeza foi à toa –– ele respondeu ríspido –– não preciso que você tenha pena de mim.


–– não tenho pena –– ela disse incrédula –– eu me preocupo mesmo com você, Lúcio. Afinal, não é porque fez o que fez, que meu sentimento por você sumiu –– Larissa falava enquanto ele andava até o sofá.


–– você ainda gosta de mim? –– ele parou e se virou de frente à ela.


–– não importa –– ela respirou fundo enquanto segurava as lagrimas, devido a grosseria dele.


–– realmente... Isso não importa mais agora –– ele sorriu cínico.


 


Os dois ficaram em silêncio mais um tempo, enquanto ele jogou seu corpo sobre o sofá, deitando–se.


–– vai dar uma chance ao Júlio agora? –– Lúcio perguntou querendo parecer desinteressado.


–– porque você acha isso? –– ela o fitou de repente.


–– ele merece –– ele deu de ombros.


–– não terminei com você pra ficar com ele –– Larissa respondeu ríspida.


–– ok... –– ele murmurou –– porque me procurou agora? –– perguntou curioso.


–– eu já disse... –– ela ergueu as sobrancelhas –– fiquei preocupada.


–– então já sabe que eu estou bem –– Lúcio respondeu –– se puder me dar licença agora...


–– certo –– ela suspirou e revirou os olhos –– faça da sua vida o que quiser –– disse mal humorada.


–– eu sempre fiz –– ele deu de ombros.


–– trouxa fui eu em acreditar que você mudaria –– Larissa sorriu cínica, o olhando incrédula.


–– e mudei –– ele sorriu de lado –– temporariamente.


–– não parece... –– ela retrucou.


–– Larissa... –– ele suspirou –– Você não me conhece. Você apenas vê o que eu quero que você veja.


–– você tem razão... –– Larissa disse se aproximando dele –– eu não te conheço Lúcio. Eu me apaixonei por um garoto que não me dá brecha pra entrar na sua vida. Você me enganou direitinho por esses dois meses.


–– não enganei –– ele riu franzindo a testa –– as coisas fugiram do controle...


–– concordo –– ela disse com os olhos marejados –– não era pra termos ido tão longe com esse sentimento. Só fez piorar as coisas agora.


–– eu disse pra você ficar com o Júlio –– ele amoleceu o corpo e desviou o olhar.


–– não era ele quem eu queria... –– ela disse em um sussurro.


–– só que há uma diferença entre o que você quer, e o que é bom pra você –– Lúcio disse se levantando e indo até o frigobar –– nunca deveríamos ter nos envolvido.


–– e quem é você pra dizer o que é bom pra mim? –– Larissa perguntou se irritando –– eu sei o que é bom e o que não é.


–– com o Fernandes não foi assim... –– ele ergueu uma sobrancelha, irônico enquanto caminhava pelo quarto bebendo um refrigerante.


–– ok Bonates... Ok –– ela reclamou impaciente, o olhando encostar–se à mesa –– pra mim já deu –– virou–se de costas para sair do cômodo.


–– espera –– ele a segurou pelo braço.


 


Larissa virou–se de frente a ele enquanto ele deslizava a mão pelo seu braço, até segurar sua mão. Os olhos estavam no mesmo nível e o olhar era intenso. Os dois respiravam pesado devido excitação da proximidade. Um silêncio se instalou no ambiente por cercar de uns três minutos.


–– sabe o que é pior? –– ela disse quebrando o silêncio –– que você ficou com ela, mentiu pra mim e mesmo depois que eu descobri, nem me pediu desculpas.


–– a dor da traição vai diminuir se eu pedir desculpas? –– ele perguntou franzindo os lábios –– vai sumir?


–– não Lúcio, não vai –– ela balançou a cabeça lentamente.


–– e desculpa adianta de que? –– Lúcio perguntou cheio de razão.


–– pelo menos eu vou saber que você se sentiu culpado por ter feito isso comigo...     Que se preocupa em eu te perdoar ou não... Sei lá –– ela fechou os olhos e abaixou a cabeça –– mas pelo visto, isso não importa pra você.


–– não é bem assim... –– ele apertou a mão dela e a puxou para um pouco mais perto. Quando começou a falar, Larissa interrompeu.


–– olha, apesar de tudo que aconteceu, eu não me arrependo de ter ficado com você –– ela deu de ombros –– eu gosto... Quer dizer, gostava –– disse constrangida –– bastante de você. Fui feliz enquanto estivemos juntos.


 


Lúcio respirou fundo e lembrou–se do irmão. Não queria ver Larissa sofrendo por causa dele e muito menos o irmão do jeito que estava por saber que Larissa gostava de outro. Parou uns segundos pensando se faria aquilo mesmo. Precisava fazer a garota esquecê–lo para poder ceder a Júlio.


–– mas eu não –– ele disse fitando o chão.


–– como? –– ela o olhou assustada.


–– eu não gostava de você –– ele falou sem encará–la –– pra mim foi apenas uma distração passageira –– suspirou forte.


–– ta brincando, né Bonates? –– ela puxou sua mão da mão dele e ficou olhando incrédula.


–– não Larissa. Não estou –– ele disse a olhando de forma cínica –– foi bom, mas sem importância alguma pra mim –– deu de ombros –– eu nunca levaria a sério uma garota como você.


 


Larissa o olhou boquiaberta e lhe deu um tapa no rosto.


–– você ta pensando o que Bonates? –– ela gritou com as lágrimas escorrendo pelo rosto –– que isso é um jogo de The Sims? Que você pode brincar com as pessoas e seus sentimentos?


 


Ele não respondeu, continuou olhando para o lado oposto ao dela.


–– não sei como eu fui me apaixonar por alguém como você... –– ela cuspiu as palavras –– definitivamente eu começo a acreditar quando você diz que era melhor eu ter ficado com o Júlio. Ele jamais faria uma coisa dessas comigo. Ele não seria capaz –– ela gritou


–– realmente, ele nunca faria... –– Lúcio disse com a voz baixa –– mas... –– ele a olhou, mas não completou a frase. Ela o interrompeu.


–– não fala mais nada, por favor. Fica longe de mim –– ela disse por fim e saiu dali batendo a porta com força.


–– mas ele também não seria capaz de te amar como eu amo... –– Lúcio disse por fim, como um sussurro para si mesmo.


 


Permaneceu escorado à mesa por alguns minutos pensando no que tinha feito. Era isso que queria, mas sentia um vazio por dentro. Imediatamente seu coração apertou e as lágrimas caíram incessantemente.


 


[...]


 


Era sábado à tarde e os garotos estavam na casa dos gêmeos, tomando banho de piscina. Larissa havia passado a noite toda chorando pelas palavras de Lúcio, mas agora estava decidida a acabar com os sentimentos que possuía por ele. Paula havia ido pra casa arrumar sua mala, já que nesse dia à noite pegariam a estrada para uma cidade no interior. Larissa resolveu aceitar o convite de Nando e ir para casa de Júlio. tentaria se distrair com os meninos, acreditando que Lúcio não estaria ali, mas se enganou. Assim que os dois trocaram um olhar, o garoto saiu dali imediatamente para dentro de casa. Nair preparou um lanche para os meninos e ele resolveu ir à cozinha buscar.


–– eu nem fiz suco porque sei que esses adolescentes só tomam besteira mesmo –– Nair deu de ombros.


–– não exagera Nair –– Lúcio sorriu de lado –– eu tomo teu suco, ok?


 


A mulher sorriu e pôs alguns sanduíches sobre uma bandeja. Logo Eduardo entrou na cozinha e sorriu ao ver Lúcio ali.


–– ta tudo bem? –– perguntou ao lado dele.


–– é... –– ele fez uma careta e voltou a olhar para a bandeja.


–– não me convenceu esse “é” –– o pai riu –– o que foi?


–– ela ta aí –– Lúcio respondeu de cabeça baixa.


–– ela? Ela? –– o pai perguntou surpreso –– e aí? Conversaram já?


–– sim –– ele deu de ombros –– e não foi a coisa mais fácil do mundo...


–– para de ser durão Lúcio –– Eduardo reclamou e puxou um banquinho pra sentar –– fala... –– pediu o olhando atento.


–– conversamos... –– ele revirou os olhos –– aliás, discutimos. Eu disse que nunca tinha gostado dela, ela me deu um tapa na cara e disse que realmente o Júlio valeria mais à pena.


–– não acredito que você disse isso –– o pai exclamou abismado –– Lúcio, você não precisava ter falado essas coisas pra garota...


–– precisava sim –– ele interrompeu o pai –– eu gosto dela o suficiente pra não querer que ela sofra. Ela vai ser mais feliz com o Júlio.


–– e se ela não quiser o teu irmão? –– ele ergueu a sobrancelha.


–– o que é isso? –– Júlio entrou na cozinha e franziu a testa –– conversando?


–– to só falando pro Lúcio que amanhã de manhã eu vou viajar –– Eduardo disse disfarçando.


–– pra onde? –– os dois perguntaram ao mesmo tempo.


–– pro litoral –– sorriu –– tirei férias.


–– fala sério pai –– Júlio gargalhou –– férias, é? Que avanço.


–– querem ir? –– Eduardo perguntou –– vão ficar sozinhos em casa mesmo... –– deu de ombros.


–– só vou se o Lúcio for –– Júlio olhou para o irmão –– não vou só com o Sr e com a Aline.


–– vou nada... –– Lúcio riu alto.


–– por favor, meninos –– o pai pediu sorrindo.


–– nossa pai... –– Júlio sorriu mais ainda –– antigamente o Sr iria nos obrigar e não pedir.


–– realmente –– Lúcio concordou rindo.


–– antes que pensem besteira, não vamos sozinhos. Vou com outros casais de amigos –– ele explicou.


–– swing? –– Lúcio ergueu a sobrancelhas, zoando e Júlio gargalhou.


–– me respeita, seus moleques –– Eduardo empurrou Lúcio enquanto também ria.


–– e aí, vamos? –– Júlio perguntou.


–– pra que você quer ir, hein?! –– Lúcio resmungou.


–– litoral, praia, sol, meninas de biquíni... –– o irmão dizia com malicia.


 


De repente ouviram duas batidas na porta de vidro da cozinha. Os três olharam e depararam–se com Larissa. Ela vestia um short preto curto e uma regata. Tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo e no rosto a tristeza é evidente.


–– Júlio, os meninos tão pedindo o lanche... –– ela disse diminuindo o tom de voz quando viu Lúcio ali.


–– ah ta Lari. Vim buscar e me distrair –– Júlio sorriu.


–– é que todos estão na piscina e estão molhados, ai me pediram pra vir aqui –– ela explicou –– tudo bom Sr. Bonates?


–– Larissa, por favor, né? –– Eduardo revirou os olhos e se aproximou dela –– sem essa de sr.


–– certo, Eduardo –– ela deu um sorriso fraco e lhe cumprimentou com dois beijos –– já vou indo –– disse ao se afastar.


–– vai pra onde? –– Júlio a olhou surpresa.


–– pra casa –– ela fez uma careta –– não to legal.


 


Lúcio desceu do banquinho onde estava sentado e foi até a geladeira, ficando de costas para a menina. Não agüentava vê–la daquele jeito. O sofrimento estava estampado em sua cara e isso lhe matava.


–– eu vou –– Lúcio disse virando–se de frente.


–– vai? –– Júlio perguntou sorrindo de lado e foi até o irmão, pulando em suas costas –– eu já disse que eu te amo?


–– sai fora Júlio –– ele respondeu mal humorado –– vou dormir um pouco. Falô.


 


[...]


 


Júlio atravessou a rua para deixar Larissa em sua casa e voltou para a piscina. Estavam apenas Fernando, Mateus e Igor sentados na borda.


–– vamos viajar com o papai –– Júlio disse se sentando em uma cadeira próxima a eles.


–– você e o Lúcio? –– Igor perguntou.


–– é. Vão fazer alguma coisa nas férias? –– perguntou aos meninos.


–– vamos com o papai pra um hotel no interior –– Nando respondeu –– vão pra onde?


–– pro litoral –– Júlio respondeu –– e você Igor?


–– nada... Vou ficar em casa. Meus pais vão pra casa da minha avó e eu vou ficar sozinho –– ele sorriu com malicia.


–– já até imagino o entra e sai de mulher da tua casa –– Mateus comentou rindo.


–– que nada... –– Igor balançou a cabeça negativamente –– eu não levo mulher pra casa não.


–– ah ta! –– Mateus gargalhou –– duvido.


–– é sério pô. Só uma entrou lá até hoje –– ele disse sorrindo de lado.


–– quem? –– Nando o olhou atento.


–– porque quer saber? ––Igor o fitou.


–– porque não pode dizer? –– ele insistiu.


–– fala aí, quem foi pô –– Mateus pediu.


–– to a fim não –– Igor deu de ombros.


–– por quê? –– Nando ergueu as sobrancelhas.


–– ele não quer falar... Deixa –– Mateus disse desistindo.


–– e porque não quer falar? –– Nando perguntou cínico –– é alguém que conhecemos, por acaso?


–– Nando, não força, ta? –– Júlio disse se metendo.


–– ué, to curioso pelo motivo de ele não poder contar... Sempre pega tantas meninas –– Nando deu de ombros sorrindo falso.


–– não quero contar porque ela é especial pra mim. Que saco Fernando –– Igor disse se exaltando –– não quero sair falando dela por aí...


–– você fala como se fosse apaixonado por ela... –– Nando sorriu irônico e o olhou –– engraçado é que na primeira oportunidade você tira a virgindade da garota sem se importar o quanto isso é importante na vida delas.


–– virgindade? –– Igor o olhou assustado –– ta falando de quem Nando?


–– não se faz de desentendido, Igor –– Nando disse gargalhando.


–– ô vocês dois, que merda, hein?! –– Júlio reclamou e puxou Igor pelo braço.


 


Mateus se meteu no meio dos dois que se olhavam ferozmente.


–– Nando dá um tempo, vai... –– Mateus disse afastando–o dali –– já aconteceu e pronto.


–– do que vocês estão falando? –– Igor perguntou rindo –– não to entendendo.


–– Igor, brigar por isso não vai adiantar... –– Mateus se virou para falar.


–– impressionante a cara de pau de vocês –– Nando gritou e foi para cima do outro –– ela ficou se fazendo de vitima depois daquela merda que fez com o Mateus, mas vai lá e comete o mesmo erro.


–– ta falando da Paula mesmo? –– Igor ergueu as sobrancelhas.


–– claro Igor –– Nando revirou os olhos –– o Mateus tem razão. Só depois de um bom tempo que to vendo que realmente ela não vale nada.


–– não fala assim dela, Fernando –– Igor franziu a testa.


–– Nando, eu falei aquelas coisas de cabeça quente –– Mateus tentou amenizar a situação.


–– mas é a verdade –– ele respondeu dando mais alguns passos à frente –– ela ficou comigo e com você, ficou fazendo maior draminha, mas na primeira oportunidade foi pra cama com o Igor. Alguém que não dá a mínima importância pra ela.


–– ei, eu me importo com ela. E muito –– Igor disse furioso.


–– fica com ela só pra você então... Não era o que você queria? Então ela é toda sua, Igor. Leve–a pra sua casa e transe com ela quantas vezes você quiser. Porque eu não quero uma garota rodada desse tipo na minha vida... –– Nando gritou e virou de costas para sair dali.


 


Igor passou por Júlio e deu um empurrão em Nando.


–– você mede as palavras pra falar dela –– Igor gritou.


 


E nenhuma palavra a mais fora trocada. A partir daquele momento era apenas socos e murros. Os dois caíram no chão brigando, enquanto Júlio e Mateus tentavam separar e assim foi feito. Júlio segurava Igor e Mateus segurava Nando. Os dois tinham ferimentos pelo rosto, onde escorria sangue. Olhavam–se ferozmente e trocavam insultos ainda.


–– você fala como se fosse o certo, né Fernando? –– Igor disse irônico –– cata um monte de mulher na noite e não admite que a Paula fique comigo.


–– se ela quiser ficar com você, que fique –– ele respondeu –– mas fazer drama de garota arrependida comigo e depois fica com você, é muito vagabunda mesmo.


–– acorda Nando. Ela gosta de você. Vai fazer o que? Deixá–la ir embora por orgulho como o Mateus fez –– Igor disse incrédulo.


 


Mateus soltou o irmão e respirou fundo.


–– ah Mateus, só você mesmo pra achar que não é interessado nela –– Igor disse o fitando.


–– concordo –– Júlio disse cauteloso –– dá pra ver como você a olha. Como sente ciúmes...


–– não exagerem, ta? –– Mateus disse revirando os olhos –– não tem nada disso –– mentiu.


–– bom, se você quer continuar com esse joguinho idiota, continue sozinho –– Igor disse a Nando –– se ela quiser ficar comigo, eu vou ficar com ela porque eu gosto. Você que vai sair perdendo mesmo.


–– ainda dizia que gostava de mim –– Nando sorriu lembrando–se.


–– e ela gosta, seu imbecil! –– Igor berrou –– que merda. Cansei dessa discussão idiota.


–– claro que gosta. Ai na primeira oportunidade ela vai e dá pra você –– Nando disse furioso –– e aposto que não foi só uma vez.


–– não foi nenhuma vez –– Igor franziu a testa –– nunca transei com a Paula.


–– como? –– Nando, Júlio e Mateus o olharam assustados.


–– ela dormiu na minha casa umas três vezes, mas não rolou nada –– ele explicou –– ficamos, rolou uns pegas mais animados, mas não passou disso. Ela gosto de você Fernando –– disse se aproximando do garoto –– e em momento algum, ela quis me dá, do mesmo modo que eu não quis forçar a barra. Eu a respeito. Diferente de você que fica ofendendo a menina.


 


Igor limpou o rosto que sangrava e saiu dali entrando na casa de Júlio. o amigo foi atrás enquanto Igor e Mateus se olhavam abobados.


–– não to acreditando... –– Nando disse –– eu falei um monte de merda pra ela, achando que eles tinham transado.


–– é... –– Mateus sorriu de lado –– talvez seja tarde demais.


–– e você ta bem feliz por isso, né? –– Nando o olhou feio e se levantou dali.


–– eu já te expliquei –– Mateus falou indo atrás do irmão –– eu ficaria com ela sim, tenho vontade. Mas não sou apaixonado como você. Então não me importa. Deixo–a pra você –– disse mentindo.


 


Já era à noite quando Hector saiu no carro que alugara para pegar a estrada. Era um Fiat doblô, para que coubessem todos os seis. Andréia sentava ao seu lado, atrás estavam Paula, Larissa e Mateus, enquanto Nando sentava sozinho mais atrás. Chegaram em algumas horas em um grande resort. Estavam todos cansados e foram para os quartos. Nando e Mateus ficariam em um enquanto Paula e Larissa ficariam em outro. Quando foi pela manhã, levantaram, mas Nando não quis nem sair da cama.


–– o que você tem, hein?! –– Mateus perguntou ao sair do banho.


–– ah, nada... Sei lá –– Nando deu de ombros, fitando o teto do quarto.


–– vai descer para tomar café? –– perguntou ao irmão enquanto vestia um short e uma blusa.


–– sem fome. Depois eu desço –– ele respondeu.


–– então ta –– Mateus deu de ombros e terminou de se vestir.


 


Chegou ao restaurante do resort e encontrou Paula e Larissa comendo. Serviu–se e sentou–se com elas. Conversaram um pouco sobre o que faria ali durante aqueles dias.


–– vou por meu biquíni –– Larissa disse se levantando –– to doida pra entrar na piscina.


–– eu falei pra você se vestir logo –– Paula revirou os olhos –– agora to com preguiça de subir –– fez bico.


–– então fica aqui comigo –– Mateus disse erguendo o corpo e lhe dando um selinho no bico.


–– Mateus! –– Paula disse em tom de voz alto e lhe deu um tapa.


–– caralho Paula, isso dói! –– ele disse passando a mão no local do tapa.


–– ai vocês dois... –– Larissa revirou os olhos –– não to a fim de ser vela, não, viu?!


–– Mané vela –– ela revirou os olhos –– vai lá se vestir então, que eu vou te esperar na piscina, ta? –– Paula disse e Larissa assentiu, saindo dali.


 


Ele se levantou e sentou–se ao lado dela. Sorrindo cínico.


–– saí daqui Mateus –– ela falou irritada.


–– ta a fim de dar umas voltas na praia comigo não, Paulinha? –– Mateus perguntou manhoso passando a mão no braço dela.


–– ah Mateus, nem começa! –– ela resmungou, olhando–o de lado.


–– poxa Paula. É só uma voltinha, vai... –– choramingou.


–– conheço bem essas tuas voltinhas –– ela cruzou os braços e encostou–se à cadeira.


–– se conhece, me diz se não gosta –– ele piscou e sorriu de lado para ela que corou.


–– olha, me deixa, ta? –– ela virou–se para ele, olhando–o –– eu não quero ser um brinquedo pra você. Não quero ser qualquer uma dessas que você pega em qualquer lugar.


–– mas você não é. Para com isso Paulinha –– ele disse realmente se chateando.


–– vou pra piscina –– ela disse se pondo em pé.


–– espera, vai... –– ele amoleceu o corpo e segurou em sua mão –– dá pra não me dar tanta patada? –– ele perguntou ficando de pé.


–– é difícil Mateus, depois de todos os foras que você já me deu –– ela disse cínica e saiu.


 


Ele bufou, mas permaneceu ali. Serviu–se de mais algumas coisas e comeu, até avistar o pai com a namorada e ir lá conversar.


 


Larissa pôs um biquíni, com um short jeans por cima, pegou sua bolsa com algumas coisas para o sol e desceu. Quando passava pelo saguão do hotel, ouviu alguém lhe chamando. Virou para o lado e surpreendeu–se quando viu Lúcio e Júlio parados no balcão. Ela caminhou até lá e cumprimentou Júlio com dois beijos e Lúcio com um aceno de cabeça.


–– não sabia que vocês vinham... –– ela disse sorrindo sem jeito.


–– nem eu. Ontem o papai nos chamou pra vir, mas não sabia que você estaria aqui –– Júlio disse.


–– Larissa –– Eduardo disse se aproximando dela e a cumprimentando.


–– oi Eduardo –– ela sorriu –– o papai sabe que você está aqui?


–– claro, combinamos de vir juntos. Tem outro casal amigo nosso que deve ta chegando hoje também –– ele explicou enquanto Aline se aproximava.


–– ah sim –– ela sorriu –– papai nem havia descido ainda pro café. Tava no quarto com a Andréia –– Larissa fez uma careta e Eduardo e Júlio riram.


–– conheço a Andréia –– Eduardo disse sorrindo –– eu que a apresentei para teu pai. É uma amiga minha de muitos anos.


–– ela é legal, só não quero que ela roube o lugar da minha mãe –– Larissa deu de ombros.


 


Os três conversaram mais um pouco enquanto Larissa e Lúcio trocavam alguns olhares nada agradáveis. Logo os quatro subiram para seus quartos e Larissa foi para a piscina. Encontrou Paula tomando sol.


–– adivinha quem ta aí –– ela revirou os olhos enquanto se sentava.


–– só falta dizer que é o Bonates, aí eu vou ri da sua cara –– Paula brincou rindo.


–– ele e o Júlio –– ela bufou quando se deitou.


–– sério? –– Paula riu –– não acredito... E aí, falou com ele?


–– não –– ela fitou Paula –– não quero papo com aquele idiota.


–– calma Lari –– a amiga fez uma careta –– vai ser tenso ficar aqui com ele por perto. Ainda mais depois das idiotices que ele te falou.


–– estragou minhas férias... –– Larissa disse deixando algumas lágrimas escorrer e as limpou –– que merda! –– ela bufou –– ainda não acredito que ele disse pra mim que eu era uma distração...


–– sabia que eu não acredito nele? –– Paula disse se sentando e olhando para a amiga –– eu acho que ele inventou isso por algum motivo.


–– pois eu não acho. Ele é um idiota mesmo –– Larissa falou irritada.


–– se você quer achar isso... –– ela deu de ombros –– só que eu acho que pelo jeito que ele é e do jeito que ele te tratava, ele tava apaixonado. O Bonates não tem cara de ser romântico e bobo com qualquer uma...


–– vamos parar de falar nele, ta? –– Larissa fez uma careta e deitou–se de costas –– quero pegar sol em paz.


–– ok então –– Paula riu e deitou–se também.


 


Minutos depois Júlio apareceu ali e sentou–se no chão ao lado de Larissa. Os três ficaram conversando um bom tempo até irem para a piscina. Jogaram bola, conversaram e riam. Lúcio estava sentado no bar, bebendo, sozinho, enquanto olhava a cena. Já poderia imaginar que aquilo iria acontecer, mas não sabia que iria doer tanto vê–la feliz e ao lado do irmão.


 


Os dias se passaram e Mateus prosseguia com as investidas em Paula, que fugia. Nando tentava puxar assunto com a garota, que lhe tratava com desdém devido a raiva da última briga. Era sábado à noite e eles souberam de uma balada que havia ali perto. Convenceram os pais a ir e foram se arrumar. Mateus entrou no quarto das meninas enquanto a irmã estava no banho. Paula estava de calçinha e sutiã passando maquiagem.


–– ai Mateus, ta doido é? –– ela se assustou e puxou um travesseiro para se cobrir.


–– cadê minha irmã? –– ele perguntou olhando para o corpo de Paula de forma descarada.


–– no banho. Agora vaza –– ela pôs as maquiagens sobre a cama e foi até ele ainda se cobrindo –– saí, saí –– disse o empurrando.


–– calma Paula –– ele disse rindo e a segurou pelos ombros –– ta com medo de mim?


–– não Mateus. Só não quero você encostando-se a mim –– ela revirou os olhos.


–– porque isso? –– ele cruzou os braços e sorriu de lado.


–– o que? –– ela ergueu as sobrancelhas –– só não quero ficar com você. Simples –– deu de ombros e virou–se de costas para ele.


 


Mateus deu dois passos e a agarrou pela cintura, beijando–lhe o pescoço.


–– duvido que não queira... –– ele disse fungando em seu ouvido.


–– para Mateus... –– ela choramingou.


 


Ele a virou de frente com rapidez e lhe beijou. Paula deixou o travesseiro cair e aos poucos foi colocando os braços no pescoço dele. Mateus lhe agarrou pela cintura, mas em pouco tempo, ela o empurrou.


–– não faça mais isso! –– ela disse irritada.


–– você gostou que eu sei –– ele disse sorrindo.


–– seu idiota! –– Paula foi para cima dele, distribuindo tapas em seus braços.


–– aí, vocês dois de novo –– Larissa revirou os olhos ao sair do banheiro e ver a briga.


 


Paula se afastou dele, entrou no banheiro e bateu a porta com força.


–– Mateus, deixa a Paula. Que droga! –– Lari resmungou.


–– não to fazendo nada –– ele disse fazendo cara de inocente.


–– sei muito bem –– ela o olhou de cara feia –– cadê o Nando?


–– pois é... Problema é esse... –– ele franziu os lábios –– vai lá conversar com ele, Lari. Ta depressivo na cama.


–– por quê? –– ela ergueu as sobrancelhas, assustada.


–– porque ele brigou com o Igor antes de nos viajarmos e ele descobriu que a Paula não transou com o Igor –– Mateus explicou.


–– eu já sabia, mas o que tem demais nisso? –– Larissa perguntou enquanto se vestia.


–– o que tem é que ele não sabia e chamou a Paula de um monte de coisa, achando que eles tinham transado. Entendeu? –– ele concluiu.


–– peso na consciência? –– a irmã ergueu as sobrancelhas –– eu o vi puxando assunto com a Paula esses dias, mas eles parecem estar conversando até normal.


–– acho que não ta sendo suficiente pra ele –– Mateus falou com tédio.


 


[...]



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Autor(a): raquel_gomes

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Depois de ir ao quarto de Nando e convencê-lo a ir à festa, os quatro desceram até o saguão. Mateus ia resmungando quanto à roupa das meninas. Encontraram com Júlio e Lúcio na saída, à espera deles.    Look de Paula      look de Larissa      –– adiant ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 111



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  • kaytibatista Postado em 29/03/2019 - 16:36:36

    alguém sabe de a piu tá escrevendo ainda web novelas e aonde ?

  • thceles Postado em 11/09/2015 - 13:08:33

    Aonde encontro capítulos anteriores?

  • mahri Postado em 17/09/2013 - 19:24:40

    vai postar a outra quando? Coloca o link aqui quando começa ok?

  • samandra Postado em 17/09/2013 - 18:30:45

    Adorei a web *-*

  • mahri Postado em 17/09/2013 - 15:59:15

    Aí que lindo *-* pena que acabou :,( eu amei

  • mahri Postado em 16/09/2013 - 23:12:20

    ownt *o*

  • samandra Postado em 16/09/2013 - 18:53:51

    Que lindo *-*

  • mahri Postado em 15/09/2013 - 00:46:52

    o que esta acontecendo que vc nao postou?...

  • mahri Postado em 14/09/2013 - 21:22:43

    Menina posta maissss!!!

  • samandra Postado em 13/09/2013 - 16:05:08

    Nossa posta mais!!


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