Fanfics Brasil - Capitulo 171 NOSSO AMOR E ÓDIO ETERNO

Fanfic:  NOSSO AMOR E ÓDIO ETERNO


Capítulo: Capitulo 171

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À noite Ana ligou para Lúcio, implorando para que ele viesse à casa dela para um jantar. Os pais estariam promovendo para uns amigos e ela fazia questão do namorado ali, alegando ter uma surpresa. Mesmo que contra a sua vontade, Lúcio se arrumou e foi lá. Na sala tinha alguns casais adultos e na sala de TV estavam Ana, Cássia, Fabrício, outro garoto, mais um casal de irmãos. A namorada o recebeu com um caloroso beijo e em seguida um apertado abraço. Ela o chamou para irem ao andar de cima com urgência. Assim que adentraram o quarto ela pegou uma caixa sobre a penteadeira e lhe entregou.


–– tome, me entregue –– ela sorriu.


–– o que é isso? –– Lúcio perguntou confuso.


–– uma jóia. Um colar lindo –– ela sorriu.


–– e por que eu tenho que te entregar? –– ele perguntou ficando mais confuso ainda.


–– por que é você que vai me dar –– Ana sorriu e pôs no bolso da calça dele.


–– continuo sem entender, Ana –– o garoto falou pegando a caixa do bolso.


–– deixe aí –– ela tirou a mão dele do embrulho –– lembra-se que você disse que eu poderia escolher qualquer presente de um ano de namoro que você me daria?


–– sim, acho que lembro –– ele deu de ombros.


–– então, eu comprei –– ela sorriu e caminhou até a cama onde sua bolsa estava.


–– ah, você comprou e eu vou te entregar na frente de todos fingindo que eu que estou lhe dando? –– ele perguntou rindo ironicamente –– que patético Ana.


–– é romântico –– ela falou indignada –– já que você não é, eu sou por nós dois –– deu de ombros e abriu a bolsa –– e olha, nem foi caro –– ela tirou algo da bolsa e caminhou em sua direção.


–– o que...? –– Lúcio perguntou chocado quando viu.


–– seu cartão –– ela lhe esticou –– sim amor, eu peguei, por que se fosse esperar por você, esse presente não sairia tão cedo –– ela sorriu.


–– que droga Ana, não gosto que mexam nas minhas coisas, muito menos sem minha autorização –– ele falou irritado.


–– não venha dar chilique agora –– ela disse com desdém –– vamos descer que logo iremos jantar.


 


A garota saiu do quarto o puxando pela mão. Lúcio estava furioso e chocado ainda com tamanho abuso vindo dela. Mas mal sabia que o pior ainda estava por vir. Desceram as escadas e foram para a sala. Depois de apresentar Lúcio para todos, foram para a mesa de jantar. Comiam comidas requintadas enquanto conversavam. Lúcio não queria ser mal educado com ninguém, mas também não fazia questão nenhuma de conversar. Vez ou outra trocava olhares com Fabrício, mas logo eram interrompidos por Ana falando alguma bobeira. Após o jantar, todos se deslocaram de volta para a sala, servindo-se de uma deliciosa sobremesa. Ana se aproximou dos pais puxando Lúcio pela mão e se posicionaram ao lado deles.


–– queridos amigos de meus pais –– Ana disse aumentando o tom de voz –– gostaria da atenção de vocês. Como eu já lhes apresentei, esse é Lúcio Bonates, meu namorado. E ele me disse que quer fazer uma surpresa pra mim. Não é amor? –– ela sorriu para Lúcio que estava com a pele esbranquiçada de tanta vergonha.


–– é? –– ele a olhou com duvida e ela riu para disfarçar.


–– é amor, você me disse, lembra? –– Ana falou ficando nervosa.


–– o presente? –– ele ergueu a sobrancelha e ela assentiu, ficando irritada.


–– há umas semanas completamos um ano de namoro e o Lúcio disse que precisaria de uma ocasião especial para me entregar o meu –– ela disse cheia de sorrisos ao ver o garoto tirar o embrulho do bolso da calça social.


 


O garoto lhe entregou a caixa enquanto os quatro casais, os pais de Ana e os demais jovens os olhavam atentos. Ana abriu o saco, tirando uma pequena caixa de lá, onde continha duas alianças. Ela fingiu surpresa enquanto Lúcio quase engasgou ao ver aquilo. Todos aplaudiram e a mãe da garota a abraçou.


–– ah gente, não é pra tanto –– Ana disse animada –– é apenas uma aliança de compromisso. Obrigada meu amor –– ela pôs os braços em volta do pescoço de Lúcio e o beijou no rosto.


–– que porra é essa, Ana? –– ele perguntou furioso no ouvido dela.


–– eu sabia que você ia gostar da surpresa –– ela falou cínica.


–– vamos lá fora agora! –– ele rosnou.


–– acalme-se, amor –– ela respondeu ao se afastar dele, ainda sorrindo –– mamãe, papai, vamos dar uma volta no jardim.


–– ah, mas antes, ponha as alianças, né? –– a mãe disse contente.


 


Ana puxou a mão de Lúcio e enfiou o anel ali. Em seguida lhe entregou o outro para o garoto que mesmo muito irritado, pôs no dedo dela. Em seguida caminharam com pressa para o lado de fora, encostando-se ao carro dele.


–– que merda é essa? –– ele disse com tom de voz alto.


–– shiu, fala baixo! –– ela disse balançando as mãos.


–– to pouco me fudendo se vão ouvir ou não –– ele continuou –– eu disse que não quero usar essa porcaria e você faz tudo isso escondida de mim? O que você tem na cabeça, Ana Marcela? –– ele dizia irritado andando de um lado para o outro.


–– amor, eu achei que você fosse ficar feliz quando visse e... –– ela falava fingindo estar incrédula.


–– eu disse que não queria. Não disse? –– ele perguntou parando e respirando fundo.


–– disse –– ela cruzou os braços e fez bico –– mas é só um anel, por que tanta resistência a isso?


–– por que eu não gosto dessas coisas, Ana. Respeita a minha vontade –– Lúcio respondeu tentando tirar o anel que não saia –– e ainda ta apertado.


–– com o tempo você acostuma –– ela deu de ombros.


–– você sabia que eu não posso jogar com isso no dedo? –– ele apontou para a aliança –– como eu vou jogar se essa porcaria não sai?


–– droga Lúcio, não fala desse jeito comigo –– Ana falou chorosa e logo algumas lágrimas caiam pela face.


–– eu vou pra casa –– ele falou bufando.


–– não vai –– ela o segurou pelo braço –– fica comigo mais um tempo.


–– Ana, eu preciso ir embora –– Lúcio respirou fundo tentando se controlar.


–– ta chateado comigo? –– ela perguntou.


–– muito. Muito mesmo! –– ele respondeu grosseiro e entrou no carro, saindo dali em seguida.


 


Assim que viu o carro cruzar a esquina, Ana limpou suas lagrimas e pôs o melhor sorriso em sua cara, adentrando a casa. Quando chegou ao jardim, sentou-se ao lado de Cássia que a esperava em um banco de cimento.


–– eu achei que ele fosse te bater –– a amiga comentou assustada.


–– logo ele se acostuma –– Ana cruzou as pernas e sorriu –– isso é pra aquelas duas loiras azedas aprenderem de uma vez por todas que eu e o Lúcio estamos sérios.


–– a cara que ele fez quando viu as alianças foi impagável –– Cássia riu.


–– não to nem aí. Ele usando é o que me interessa –– Ana riu –– elas vão ficar furiosas. E depois, se ele reclamar demais, eu derramo algumas lagrimas e ele continua me amando como sempre fez.


 


[...]


 


Já era quarta feira quando Larissa conseguiu encontrar por acaso com Lúcio na escola. Estavam no bebedor antes de voltar do intervalo quando se cruzaram.


–– oi sumido –– Larissa disse o cutucando.


–– oi Larissa –– ele disse assustado quando a viu –– nem to sumido.


–– não, imagina –– ela ironizou –– você não veio nesses dois dias.


–– ah, tive uns problemas aí –– ele deu de ombros –– nada demais.


–– hum, depois te passo a matéria –– ela comentou sem saber o que falar.


–– ta –– ele assentiu.


–– você ta estranho –– Larissa falou ao reparar.


–– to não, impressão sua –– ele disse de um jeito seco e virou-se de frente para o corredor.


–– é, deve ser –– ela fingiu concordar –– vou pra sala então –– sorriu fraco e saiu andando na frente dele.


 


Ela entrou na sala de aula e sentou-se em seu lugar. Logo em seguida Lúcio entrou e fez o mesmo. A feição de ambos era desanimadora e Beth havia reparado nisso. Assim que Lúcio se sentou, Larissa percebeu uma careta de dor que ele fez, pondo a mão sobre o abdômen. Pra ela só tinha uma explicação para o jeito que ele estava agindo, a dor que estava sentindo e o sumiço em dois dias de aula: ele havia se metido “naquelas” coisas novamente. Beth arrastou sua cadeira para perto de Lúcio e lhe enviou um bilhete. “o que aconteceu? Onde passou o intervalo?” O garoto leu e respondeu no verso. “precisava ficar sozinho e pensar um pouco.” Beth o olhou e sussurrou.


–– quero falar com você depois.


 


Larissa observou a cena de onde estava sentada e viu quando Beth a olhou sorrindo fraco. Quando as aulas acabaram, todos se dirigiram até a saída da escola, menos Lúcio e Beth que foram até a cantina. Larissa os observou indo e mandou uma mensagem para a outra loira. “o que ta acontecendo?”. Logo Beth lhe respondeu. “ele ta estranho. Quero saber o que houve.” Larissa leu a mensagem e suspirou pensando no modo como ele a tratou no bebedouro. Antes de sair da escola enviou a ultima mensagem para Beth. “Ele me tratou super frio hoje. Promete me contar tudo que ele falar?”. Assim que recebeu a confirmação da amiga, caminhou até o pátio, esperando pelo sinal de saída tocar, já que ainda faltavam vinte minutos para o fim das aulas. Beth e Lúcio sentaram nos banco de ciumentos onde costumavam ficar, mas o garoto nada falou. Ele apenas entrelaçou as mãos e as apoiou sobre a mesa, ficando de cabeça baixa.


–– Bonates –– Beth chamou sua atenção –– o que houve?


–– eu to tão puto, Beth. Você não imagina o quanto –– ele disse quase rosnando de raiva.


–– com quem? –– ela perguntou assustada.


–– com a Ana –– ele respirou fundo e ergueu os olhos –– ela aprontou uma palhaçada comigo domingo...


–– tipo? –– Beth ergueu as sobrancelhas.


–– tipo essa merda aqui –– Lúcio ergueu a mão direita, mostrando a aliança.


–– que porra é essa? –– ela puxou a mão dele, olhando boquiaberta para o anel.


–– uma aliança que ela insistiu para que eu comprasse pra dar de aniversário de namoro pra ela –– Lúcio disse irritado.


–– e você não queria usar, é isso? –– ela perguntou confusa.


–– não, né Beth?! –– ele sorriu irônico.


–– se não queria usar, por que comprou e por que está tão puto? –– Beth falou agoniada, sem entender nada.


–– eu não comprei essa merda! –– ele disse pondo as duas mãos na cabeça e apoiando o cotovelo na mesa.


–– ei, calma –– Beth disse surpresa com a irritação dele –– me explica melhor e aproveita pra desabafar, você ta uma pilha –– ela se levantou e sentou-se ao lado dele –– e não esquece que eu to grávida, não vá me agredir –– falou brincando e ele sorriu.


–– desculpa –– Lúcio disse sorrindo e pôs a mão sobre a barriga dela –– como estão?


–– bem –– ela sorriu –– os enjôos têm diminuído e tenho vomitado menos –– disse batendo palminhas.


–– nossa, que bom! –– Lúcio disse irônico e ela riu.


–– besta –– lhe deu um tapinha no braço e Lúcio gemeu de dor –– o que foi?


–– nada não –– ele fez uma careta –– só um mau jeito aqui –– desconversou –– então, quando tem médico?


–– semana que vem tenho ultrassom. Minha mãe vai comigo –– ela sorriu de lado –– queria tanto que o Fernandes se animasse pra ir, mas fazer o que –– deu de ombros –– ele não se manifestou ainda e eu continuo enrolando meus pais.


–– quer que eu vá? –– Lúcio perguntou e ela assentiu.


–– você e a Lari –– ela pediu fazendo bico.


–– ah... –– ele suspirou –– ela deve ta brava comigo. Não fui muito legal com ela hoje no intervalo –– fez uma careta.


–– ela me disse que você a tratou secamente ––Beth o advertiu.


–– é... Esse negócio da Ana ta me tirando do sério –– ele bufou ao se lembrar.


–– então me explica direito –– Beth pediu.


–– ela me pediu e eu disse que não. Isso tem uns três meses já –– ele fez uma pausa e sorriu debochando de si mesmo –– ela, muito esperta, pegou meu cartão de crédito escondido e comprou as porcarias dessas alianças.


–– ela não fez isso! –– Beth disse horrorizada –– que vaca.


–– pior é que ela pôs embrulhado o par em meu bolso dizendo ser uma jóia e pediu para que eu desse a ela na frente dos pais e uns amigos em um jantar na casa dela –– Lúcio continuou rindo –– ainda fingiu surpresa quando todos viram.


–– você foi obrigado a por isso no dedo? –– a amiga perguntou e ele assentiu –– tira! –– disse como se fosse obvio.


–– como se saísse, né Beth? –– ele ergueu o dedo e tentou puxar, mas não saia –– ta apertado.


–– ela fez isso de propósito –– Beth disse boquiaberta –– que safada.


–– e você ainda duvida disso? –– Lúcio ergueu a sobrancelha mostrando que aquilo era evidente.


 


Sem conseguir agüentar mais de curiosidade, Larissa foi até a cantina, se aproximando da mesa em que os dois estavam.


–– oi. Atrapalho? –– perguntou olhando para um e depois para outro.


–– claro que não –– Beth revirou os olhos –– senta aqui –– ela afastou para que Larissa sentasse entre os dois.


–– valeu. Prefiro aqui –– ela se sentou na cadeira a frente dos dois.


–– aí, vocês não vão começar –– Beth fez cara de tédio.


–– não sei do que ta falando –– Larissa deu de ombros em um tom de voz tranqüilo.


–– Ignachy, olha... –– Lúcio começou a falar –– não é nada com você, ta? Só to com uns problemas –– ele fez uma careta.


–– problemas que resolveu apanhando? –– ela ergueu a sobrancelha enquanto Beth a franzia.


–– ta falando do que? –– a amiga perguntou.


–– você brigou com quem dessa vez? –– Lari perguntou friamente.


–– ninguém que importe –– ele revirou os olhos.


–– por que você faz isso, hein?! –– ela perguntou indignada –– você tinha parado. Tinha me prometido outras vezes que não ia se machucar mais –– se levantou e pegou sua mochila para ir embora.


–– eu prometi, mas não deu pra cumprir, ok? –– Lúcio disse se irritando e se levantou parando em sua frente.


–– você costuma não cumprir as coisas mesmo –– ela sorriu de lado e ele ficou sem saber o que responder.


 


Lúcio levou a mão até a nuca, alisando ali e fez Larissa lembrar-se de como ele sentiu dor ao se sentar na sala de aula. Aproveitou que a blusa ergueu um pouco, para levantar por completo. Ali estava. No lado esquerdo do abdômen do garoto havia algumas marcas de machucado. Estava roxo. Lúcio se assustou e puxou a blusa para baixo no mesmo momento.


–– o que é isso? –– Beth perguntou confusa e assustada.


–– realmente, você não cumpriu –– Larissa suspirou chateada.


–– eu tava com muita raiva no domingo –– ele começou a explicar –– precisava descontar em algo, ok?


–– deveria ter me ligado pra conversar. Ter saído com o Liu ou até mesmo se distraído com teu irmão –– Larissa falou indignada –– você não tem necessidade de fazer isso com você.


–– você não sabe nem o que eu faço, Larissa! –– Lúcio falou alto ao se irritar.


–– verdade –– ela engoliu a seco as palavras dele –– eu não sei. Você não explica. Esconde isso de mim. E não sei por que eu não me acostumei ainda –– ela sorriu fraco enquanto ele passava a mão no rosto, fazendo Larissa se atentar para o anel em seu dedo –– isso é uma aliança? –– ela disse olhando fixamente.


–– é –– ele suspirou e olhou de lado para Beth.


–– não estava aí antes, certo? –– Larissa falou forçando a voz para não sair falha.


–– é recente –– ele falou entortando os lábios e Beth fez sinal com os olhos para que ele falasse –– a Ana comprou e...


 


Antes que ele começasse a falar, Larissa pegou sua mochila, pendurando uma alça nas costas e se virou para sair. Lúcio segurou em seu braço não a deixando ir.


–– Larissa... –– ele murmurou e viu seus olhos cheios de lágrimas quando ela se virou para ele –– eu não quero usar isso. Foi a Ana que...


–– aconteceu alguma coisa pra vocês terem ficado sério assim? –– ela falou com a voz tremula.


–– não aconteceu nada. Quer dizer, a Ana que queria usar e... –– ele voltou a falar.


–– e você não queria –– ela afirmou –– eu me lembro disso. Só que ela não pode te obrigar a usar isso, você ta usando por que quer. Mas não é da minha conta, né? Quer dizer, vocês são namorados e é normal usar. Não faz nem diferença que use, por que é só um anel e... –– ela deixou uma lágrima descer pelo rosto.


–– ei, dá pra me escutar? –– Lúcio a interrompeu, segurando-a pelos ombros.


–– você me escuta por acaso? –– Larissa respondeu se exaltando.


–– desculpa –– ele disse com a voz fraca.


–– Bonates, nós passamos o sábado juntos. Dormimos juntos –– ela abaixou o tom de voz, apenas Beth escutava além de Lúcio –– você me disse um milhão de coisas bonitas. Disse que me amava, que iria terminar com a Ana e agora aparece usando uma aliança de compromisso –– ela cuspiu as palavras –– você não quer que eu fique chateada?


–– Ignachy, você me disse que ficaria comigo, mas que aquilo não queria dizer que estaria comigo. Você não sabe como isso me machucou também –– Lúcio disse sem responder a perguntou dela.


–– eu disse e continuo a dizer –– ela voltou a falar alto –– não fico com você enquanto você não parar de mentir pra mim. Enquanto você não resolver a situação com o Júlio.


–– como você quer que eu resolva isso? –– ela pôs as mãos na cabeça em um ato de desespero.


–– realmente –– ela limpou uma lágrima que caia e olhou para Beth que estava atrás dele –– eu sou uma idiota. Você não me prometeu nada, não é? E se prometeu, não vale a pena confiar nas tuas palavras mesmo. Parece que não são reais. Nunca são.


–– eu to sendo sincero contigo. Você que não acredita em mim –– Lúcio murmurou.


 –– preciso ir –– Larissa falou se virando e pondo a outra alça da mochila nas costas –– parabenize a Ana pela aliança, é linda.


 


Lúcio ficou apenas olhando-a ir embora sem fazer nada. Beth parou em seu lado e pôs uma mão em seu ombro.


–– ela ta chateada. Depois você explica pra ela –– disse a menina.


–– se até eu to puto, imagine ela –– Lúcio falou bufando.


–– pelo menos você entende o lado dela. Isso é bom –– Beth sorriu.


–– eu entendo o motivo por ela ter ficado irritada com a aliança –– Lúcio fechou os olhos e esfregou a mão nos mesmos –– sábado foi tão perfeito, sabe? Fazia muito tempo que não dormíamos juntos –– ele sorriu ao se lembrar –– acordar cedo com ela na minha cama e vê-la sorrir. Poder beijá-la da hora que dormimos à hora que acordamos...


–– que lindos! –– Beth sorriu e deixou uma lágrima cair.


–– eu juro Beth que queria que todos finais de semana fossem assim –– ele suspirou chateado e foi até a mesa pegando sua mochila e da amiga –– mas é tão complicado.


–– droga Lúcio –– ela falou chorosa –– malditos hormônios.


–– olha quem apareceu –– Liu disse se aproximando de Lúcio –– eu fiquei preocupado, você não me atendeu esses dias.


–– problemas –– Lúcio bufou.


–– ta chorando por que Beth? –– Liu perguntou assustado.


–– é que a Larissa e o Lúcio estavam discutindo aqui e aí depois o Lúcio disse umas coisas lindas sobre ela... –– Beth falava desembestada enquanto chorava.


–– não to entendendo nada –– Liu ergueu as sobrancelhas.


–– ela ta sensível –– Lúcio explicou –– hormônios –– revirou os olhos.


–– entendi –– Liu riu e abraçou a garota de lado –– preciso comer algo agora.


 


Os três saíram em direção à sorveteria, que ainda estava aberta. Larissa caminhou até ao banheiro, lavou o rosto e foi para o carro de Mateus. Encostando-se ali espera dos irmãos. Logo Júlio se aproximou.


–– oi –– ele sorriu –– o que houve? Ta com uma carinha triste.


–– ah, nada demais Júlio –– ela tentou sorrir.


–– se você diz –– ele deu de ombros e se escorou ao seu lado, permanecendo em silêncio por um tempo –– nós vamos ter um jogo sexta à tarde. Você vem ver? –– ele a olhou.


–– não sei. A Paula vai querer vir ver o Igor, então eu devo acompanhá-la –– ela disse o olhando, mas sem sorrir.


–– hum... –– ele murmurou e ficou encarando-a –– eu preciso ir embora, mas antes eu queria falar contigo sobre uma coisa.


–– diga –– ela se virou de frente a ele.


–– com certeza você não gosta de falar desse assunto, mas eu preciso perguntar –– ele fez uma pausa esperando que ela assentisse –– você ta assim por causa daquele garoto, né? –– Júlio ergueu as sobrancelhas e viu a feição dela mudar.


–– é, mas realmente não quero falar sobre ele –– ela disse secamente.


–– ok, só que eu tenho percebido que você não quer ou não consegue esquecê-lo –– ele falou medindo as palavras –– então eu acho inútil continuar insistindo em você. Pelo visto é ele quem você quer. Mesmo com todos os defeitos e sofrimentos que ele já te causou, você quer a ele. Infelizmente acho que to cansando, sabe? –– ele sorriu de lado –– não que isso importe a você, mas...


–– claro que importa Júlio –– ela o interrompeu –– eu te pedi um tempo, disse que queria pensar no que eu realmente quero, mas é difícil. Você me aparece e aí eu não consigo resistir, depois ele aparece e aí eu também não resisto e depois fico e... –– ela suspirou e pôs a mão no cabelo, deixando escorregar –– não quero te ver mal por mim e nem te fazer sofrer.


–– nem sempre podemos controlar isso –– ele disse compreensivo.


–– o que você quer dizer? –– perguntou confusa.


–– eu também não quero te ver mal por ele, Larissa. Mas é inevitável –– ele falou indignado –– eu tento fazer as coisas perfeitas pra você e aí vem esse imbecil e te deixa desse jeito –– ele bufou e depois pôs a mão no pescoço dela, acariciando –– se você soubesse o tanto que eu o odeio por te fazer sofrer.


–– não o odeie –– ela disse engolindo a seco.


–– claro que o odeio –– ele deu de ombros –– não sou a favor da violência, mas juro que se encontrasse com esse cara na minha frente, quebrava ele todinho –– Júlio deu uma risada no final, mas Larissa estava tensa –– sorte dele não estudar aqui.


–– é. Sorte nossa –– ela murmurou e deu um falso sorriso –– e desculpa por ter te envolvido nisso. Eu não planejei que fosse assim.


–– ta tudo certo Larissa –– ele a segurou pelos ombros, fazendo-o olhar para ele –– você pediu que eu me afastasse e eu que insisti em ir atrás de você.  Eu quebro a cara por que eu vou atrás. Se não te procurasse, ficasse contigo, eu não iria sofrer depois, entende?


–– você tem razão –– ela disse desviando o olhar –– eu preciso parar de ir atrás dele.


 


Assim que encarou o portão atrás de Júlio. Ela pôde ver Lúcio saindo com Beth e Liu. Ambos olhares se cruzaram e ele pareceu ficar incomodado ao vê-la tão perto de Júlio. Beth o puxou pelo braço para direção do carro, mas ele não se moveu. A amiga olhou na mesma direção que ele e viu a mesma cena. Ela suspirou sem saber o que fazer e em um ato de desespero caminhou até Larissa.


–– você sabe que eu to aqui se precisar –– Júlio disse, fazendo-a despertar do transe –– como amigo também.


–– obrigada –– ela sorriu e o garoto a abraçou.


–– oi Júlio –– Beth disse interrompendo o abraço –– posso falar com a Larissa rapidinho? –– disse já puxando a garota dali.


–– devagar Beth –– ela reclamou sendo puxada.


–– desculpa –– ela sorriu sem graça quando pararam próximas ao muro da escola.


–– o que foi? –– perguntou confusa e só então percebeu que Lúcio e Liu estavam ao lado dela.


–– eu só queria chamar vocês pra assistirem meu ultrassom semana que vem. Já que serão os padrinhos –– ela disse batendo palminhas.


–– legal –– Larissa também sorriu –– e quando vai ser?


–– eu aviso –– ela deu de ombros.


–– vamos Lari? –– Mateus a chamou parando ali –– preparado pra amanhã? –– perguntou para Liu.


–– sempre –– Liu sorriu e fez um toque de mãos.


–– vamos acabar com o timinho deles –– Mateus disse cheio de si –– tchau Beth.


 


Ele despediu-se dos dois, ignorando Lúcio ali que revirou os olhos e foi para seu carro. Larissa acompanhou o irmão e logo fora para casa.


 


[...]


 



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Autor(a): raquel_gomes

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 111



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  • kaytibatista Postado em 29/03/2019 - 16:36:36

    alguém sabe de a piu tá escrevendo ainda web novelas e aonde ?

  • thceles Postado em 11/09/2015 - 13:08:33

    Aonde encontro capítulos anteriores?

  • mahri Postado em 17/09/2013 - 19:24:40

    vai postar a outra quando? Coloca o link aqui quando começa ok?

  • samandra Postado em 17/09/2013 - 18:30:45

    Adorei a web *-*

  • mahri Postado em 17/09/2013 - 15:59:15

    Aí que lindo *-* pena que acabou :,( eu amei

  • mahri Postado em 16/09/2013 - 23:12:20

    ownt *o*

  • samandra Postado em 16/09/2013 - 18:53:51

    Que lindo *-*

  • mahri Postado em 15/09/2013 - 00:46:52

    o que esta acontecendo que vc nao postou?...

  • mahri Postado em 14/09/2013 - 21:22:43

    Menina posta maissss!!!

  • samandra Postado em 13/09/2013 - 16:05:08

    Nossa posta mais!!


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